quarta-feira, abril 17, 2024

Eles são plânctons

Eles são plânctons 

Vejo nesta charge uma representação bem adequada ao comportamento e aos objetivos da esquerda "do amor", revolucionária socialista, comunista, 'istas de todo mundo'.

 Há os militantes que trazem cartazes nas mãos, os de redação, os imbecis coletivos, a massa de manobra, os tarefeiros, os que cumprem compromissos sem um mínimo de conhecimento e reflexão do que estão falando ou executando, ainda que o conteúdo da bandeira em ostentação demonstre nenhum senso, tampouco coerência com o contexto histórico ou responsabilidade moral dos seus atos. 

Na real, é desse modo como a preservação das lideranças da esquerda se dá, a despeito da hipocrisia, mentiras, subterfúgio na hora de serem pegos por seus erros e crimes contra o patrimônio e o erário público, se torna a única coisa mais importante que se presta no interior das suas organizações políticas oportuna a ocorrer, nas seções internacionais, nos partidos nacionais e grupos locais. 

Nos bastidores do poder já se dá esforços numa orquestração, estão desesperados nesse sentido da salvação do tomado à força e enganação. Os responsáveis querem livrar-se de suas culpas contando com o apoio dos seus "amigos colocados em posições de poder", os supremos, os capachos da "missão cumprida", esses que não tiveram nenhum voto da população, em eleições democráticas, e dessa maneira os "plânctons" úteis aparecem na frente de batalha, como bucha de canhão, e os capos se afastam para livrar a própria pele das consequências, com regalias, com as burras cheias sem remorso moral, vergonha de seus atos danosos ao povo, tudo para conseguir a sua proteção das leis que os impediriam de chegar onde chegaram, as ignoram por se sentirem acima do bem e do mal, pretendem reescrever a história em seu benefício para adiante voltarem vingativos à cena do crime. 

Assim continua a luta desses putchistas, nas trincheiras acadêmicas, nas instituições aparelhadas, no parlamento corrompido por manipulação de interesses. O momento histórico expôs o simulacro em que quiseram envolver grande parte da população de todos os cantos mundo, no entanto, o ideal teleológico utópico da esquerda cada vez se vem se tornando pesado, menos eficaz, para sua operação e manutenção enquanto governo, mais com as revelações das suas tramas para a tomada do poder, e apenas com esse objetivo, mesmo que apelando de ilegalidades, o que vai se tornando abertamente, amplamente óbvio, aos poucos, vai sendo a saída que resta. Aos que acordam do pesadelo imposto, que anseiam a retomada do verdadeiro caminho da vida democrática a janela está visível.

 Nem "democracia relativa", nem "democracia efetiva" chinesa, cubana ou venezuelana, como modelo. Pessoas inteligentes, sensíveis, esclarecidas, de bem consigo e os seus, entendem a realidade como ela é de fato, não a que é fruto de narrativas ideológicas visando o pensamento homogêneo, único, nem serão enganadas por alguns desonestos hóspedes inescrupulosos permanentes no cabide da ação política, pelos desonestos da academia, desonestos intelectuais, nas suas relações em sociedades democráticas. Nos acusam do que eles fazem, e do que eles são. Felizmente o que eles querem e fazem não é o que nós queremos!

terça-feira, abril 09, 2024

Quem luta por liberdade de expressão?

 Acompanhando o embate que tomou conta das redes sociais e do mundo, que não se trata, apenas, como parece, de um grande empresário versus um protótipo de ditador, mas de circunstâncias em que um país foi submetido aos ditames de um desgoverno com pretensão a dono da verdade e que impõe censura, persegue, prende os seus opositores e impede a liberdade de expressão no país, que quer o controle das ideias e das opiniões a despeito da nossa Constituição que deveria ser respeitada e não é! No mínimo o Elon e todo brasileiro, que defende a liberdade de expressão e se coloca contra a censura descarada em implantação, tem todo o apoio de todos os afetados, censura agora escancarada ao mundo, todos interessados em resgatar a democracia no Brasil tem o suporte dos que enxergam e sentem a realidade política que está sendo exposta, sem medo das represálias impostas pelo poder autoritário instalado nas estruturas de governo. Segundo o ditado popular: Não se "mexe em onça com vara curta".



domingo, março 31, 2024

A democracia relativa

 Nesta data que lembranças de quem viveu a ditadura militar e fez por onde fosse possível o resgate do Estado Democrático de Direito, uma conquista que se tornou realidade constituída através da Carta de 1988, tem-se obrigatoriamente de refletir sobre os fatos, que esteja sendo ignorada, fatiada por interpretações dos Supremos e ações autoritárias do desgoverno que  transformou a Constituição numa caderneta de rascunhos jogados pra lixeira de uma democracia relativa, na qual o que vale é a vontade de um títere e seus puxa sacos, nada mais atual do que esse trecho ("60 anos esta noite: a ditadura militar foi o 'nazismo brasileiro'?") do Paulo Polzonoff Junior: 

"De fato, se compararmos aquele tempo de repressão dos direitos civis com este nosso tempo de evidente repressão dos direitos civis, crise econômica, violência urbana descontrolada e imoralidade repugnante e explícita, não dá para negar que, em termos de liberdade, continuamos na mesma. Isto é, sem liberdade. Continuamos com medo, agora não só dos militares, mas também dos promotores, dos juízes e dos traficantes.

Tampouco dá para negar que perdemos a liberdade de nos expressar. A censura é uma realidade. Pode perguntar para a ministra Cármen Lúcia! Aliás, a “censura democrática” é um tantinho pior do que a censura da ditadura militar, que permitia a existência e a circulação de jornais como O Pasquim, ao passo que hoje qualquer piadinha com Alexandre de Moraes deixa meus editores de cabelos em pé.

Resta saber se, daqui a 60 anos, o regime atual, de característica inegavelmente autoritária, será submetido a uma análise rigorosa e honesta de seus erros e hipotéticos acertos. Ou se, à semelhança do que aconteceu com a ditadura militar, passará por um processo de idealização/nazificação: pela esquerda, como um regime de força (uma ditadura!) necessário para livrar o Brasil da ameaça fascista, da “extrema direita”; e pela direita como uma nova versão do nazismo à brasileira. Como o Mal Absoluto que simplesmente trocou a farda pela toga."

sexta-feira, dezembro 08, 2023

há planos para dominação do mundo por uma elite globalista

Se há planos para dominação do mundo por uma elite globalista sem a permanência de democracias, temos evidências. E existem sinais que não podemos ignorar. 

Tudo que sabemos ou procuramos entender parece conter desinformação e censura, embora para quem sabe ler os fatos em sua real transparência tornando evidente o horror do avanço de agentes do terror, e a célere usurpação do poder por ditadores da disfarçados de democratas, liberais, muitos já assumem sua origem comunista, socialista, ou também nazista e fascista. 

O pêndulo da política está em movimento com instabilidades que ninguém poderia afirmar que os regimes de exceção que negam as liberdades democráticas assim como os direitos fundamentais estejam firmados e legitimados em suas posições de poder. É claro que queiram se manter às custas de extremismos fora da lei, usurpação de funções das demais instituições, exclusão do direito de propriedade, negação da liberdade de expressão contra seus opositores, todas essas ações através da censura e do abuso de poder, com a extinção do devido processo legal muitas vezes ignorando cláusulas pétreas da Constituição.

Duvido que essa atitude do Maduro, que vejo como uma encenação que prepara o pior cenário, passe ao largo do conhecimento e aceitação do chefe desse desgoverno, porque são unha e carne de um processo longo e preparado, para dominação do território brasileiro com todo seu potencial natural e sócio econômico com um propósito, implementar de forma impositiva, sem qualquer relação com uma sociedade plena de direito democrático os seus ideais de um só pensamento e um só governo do partido. Os sinais que ora podemos conhecer são inquietantes com provas cara vez mais contundentes de medidas para um conflito interno que justifique uma política antidemocrática, com censura às redes sociais, perseguição por opinião e a prisão sem julgamento, continuando o que vem sendo adotado há anos, pregado pelo Ministério da Verdade e a revelada juristocracia do ativismo supremo normalizado.

Caso se confirme uma invasão da ditadura do Maduro ao território da Guiana, essa incursão bélica abrirá precedentes para que numa justificativa de guerra a ditadura da esquerda no Brasil se coloque em "defesa da democracia" - deles e da sua, mais uma vez em colaboração - e portanto declare uma aberração de lei com total controle do país, em sua ampla dimensão e direitos, seja social, político, do nosso ir e vir, o reino do terror sobre a população brasileira.



domingo, outubro 22, 2023

O terrorismo da ideologia e a ideologia do terrorismo juntos

O terrorismo da ideologia e a ideologia do terrorismo juntos

É contra o povo e a democracia que todo militante de ideologia de origem socialista, comunista, e apoiadores do terrorismo, operam sem trégua diuturnamente por destruir, transformar, modificar o mundo conforme seus desejos e regras extremas, desde o século 19. Objetivam tomar o poder como fim para moldar o mundo real por um lugar utópico, desumano, seu, tornando a todos obedientes seguidores de códigos definidos pelo partido e o Estado. Esse é um código já surrado, provado em vários momentos pela humanidade, arraigado e incutido há décadas nas mentes jovens, modeladas por um pensamento único, doutrinadas por entrega na ausência de conhecimento ou por ignorância dos fatos, o que tem sido demonstrado na prática, uma doutrina que corrompe moralmente, que não deu certo nem está oferecendo nada melhor que os padrões históricos de conquistas do capitalismo em democracias, quebrando o marco civilizatório de convivência humana, e o que empurram de fato são exemplos de países sob o comando de Estados autoritários, que coloca suas populações sob a censura, perseguição religiosa e mais, estão juntos, com os devotos do terrorismo contra seus oponentes de opinião, pensamento e fé na encomenda de um verdadeiro inferno na Terra. 

Nas fotos abaixo vemos a presença de multidões frente a lideranças de direita, conservadores e liberais, vemos populações de vários países na busca do encontro da possibilidade de resgate da democracia enquanto regime que pode tornar os cidadãos livres da censura e iguais perante a lei, conscientes que a liberdade de expressão é sagrada, e a Constituição seja respeitada como código único e legítimo da convivência em sociedade. Esperam que os princípios civilizatórios sejam preservados e base para a manutenção e evolução dos direitos humanos. Querem a paz, liberdade de crença e expressão, educação, emprego e vida decente em sociedade.



sexta-feira, outubro 20, 2023

Wokismo: uma religião universitária?

Wokismo: uma religião universitária?

Por Jean Marcel Carvalho França, GDP,

16/04/2023.

É popular, e há séculos repetida com orgulho pelos seus membros, a história de que as universidades emergiram na paisagem urbana europeia, entre os séculos XI e XIV, como um espaço de liberdade e mesmo de rebeldia, um espaço em que se podia estudar, refletir e ensinar com uma certa flexibilidade, distante da rigidez e do dogmatismo do ambiente monástico, onde o conhecimento era majoritariamente produzido. O mundo, no entanto, é mudança, e quase nunca para as bandas que esperamos. A mesma instituição que surgiu sobre a égide da crítica e que, depois do iluminismo, se consolidou como o lugar do livre pensar e do combate ao tal obscurantismo, sobretudo o religioso, pariu recentemente, entre o ocaso do século XX e as décadas iniciais do XXI, uma religião tão ou mais dogmática do que aquelas que dizia combater: a religião woke.

Para os interessados em conhecer mais detalhadamente a história e os dogmas desse discurso de fé que cobra contrição mas não promete salvação, é imperativo ler o recém-lançado La religion woke (“A religião woke”), infelizmente ainda sem tradução por aqui, do filósofo e ensaísta francês Jean-François Braunstein. Há não muito tempo, Braunstein brindou-nos com o excelente A filosofia enlouqueceu (2018), livro em que o francês, preocupado com a crescente perda de credibilidade das ciências humanas nas sociedades ocidentais, lança uma pesada crítica ao caráter dogmático, anticientífico e mesmo absurdo que aí vêm tomando as especulações acerca de temas como o gênero, a relação com os animais e a bioética.

Nesse mundo de heróis, sofredores e, sobretudo, vilões sórdidos a quem se pode atribuir todos os males do mundo, os pessoais e os coletivos, a “desconstrução” rapidamente degringolou num relativismo cultural e num construtivismo social alucinados.

Desta vez, o polemista dirige o seu arsenal crítico para um território vizinho, melhor, complementar: o wokismo, uma nebulosa contestatária nascida em solo francês, nas obras de Derrida, Foucault, Deleuze, Baudrillard e de um punhado de outros arautos da desconstrução e da dita crítica à racionalidade ocidental, e desenvolvida com enorme sucesso nas universidades americanas, onde ganhou aliados poderosos – as teorias e os teóricos do terceiro mundismo –, feições próprias e alcance global. Braunstein é bastante discreto ao comentar o enorme papel que os seus compatriotas do pós-estruturalismo francês – a designação é norte-americana – desempenharam na montagem da “doutrina” que orienta os fiéis do wokismo, mas é hábil em analisar o seu desenvolvimento em solo americano e o seu retorno triunfante para uma Europa envergonhada de sua própria cultura, envergonhada do tal “privilégio do homem branco”.

A parte inicial da análise é dedicada ao surgimento e à consolidação deste “vocábulo mágico”, que ultimamente ouvimos por todo lado: woke (desperto). Inspirado em movimentos religiosos do Oitocentos, divulgado pela música de Erykah Badu (Master teacher) e adotado com sucesso pelo movimento antirracista Black Lives Matter, o vocábulo rapidamente ganhou corpo, incorporou novos significados e passou a nomear uma verdadeira religião, uma religião universitária de coloração cristã marxista, na qual o povo escolhido é constituído pelas inúmeras e variadas vítimas do homem branco ocidental, de sua ganância material e de seus padrões autoritários de organização do mundo; a lista de sujeitados é grande e pode ser ampliada ao infinito: colonizados, não brancos, mulheres, doentes mentais, transexuais, homossexuais, obesos, e até mesmo animais – que necessitam, e não são os únicos, de humanos bem intencionados que vocalizem a sua dor e reclamem pelos seus direitos e reparações.

Nesse mundo de heróis, sofredores e, sobretudo, vilões sórdidos a quem se pode atribuir todos os males do mundo, os pessoais e os coletivos, a “desconstrução” rapidamente degringolou num relativismo cultural e num construtivismo social alucinados, desprovidos de qualquer princípio de realidade ou objetividade. Tais palavras, inclusive, são fortemente condenadas pela religião woke, pois, aos olhos dos iniciados, não passam da mera expressão do poder do homem branco Ocidental que, sob o manto da racionalidade e da neutralidade científicas, impõe seus critérios de verdade ao mundo, têm sido frequentes as acusações de que a física, a biologia, a matemática e umas tantas outras ciências são demasiado masculinas, excessivamente brancas e, o que é pior, pouco inclusivas.

Mas e o branco? Há no wokismo um papel para tal criatura que não seja o de vilão? É evidente que há; dizem até que os brancos arrependidos constituem a maioria dos fiéis: brancos, ricos e socialmente muito bem posicionados. A essas almas impuras que escolheram o bom caminho, no entanto, a religião woke não concede o perdão, ao contrário, impõe-lhes a penitência e a contrição eternos, sem qualquer esperança de redenção. A redenção, a propósito, não interessa a ninguém no universo woke, já que, alcançada a graça, uns perderiam o lugar de vítimas à espera de compensações, outros, o prestigioso posto de iluminados que se regozijam em pedir perdão. Há esperança de sairmos desse mundo cada vez mais claustrofóbico e obscurantista? Braunstein acredita que sim; vale a pena conhecer os seus argumentos.

domingo, outubro 01, 2023

Os dois olhos da mídia velha

Vemos chegar o momento em que a mídia velha, a do Consórcio, que abriga em cumplicidade os empoleirados militantes de redação, aos poucos parece despertar o seu unico e letárgico olho observador diante dos grotescos acontecimentos causados por ações do desgoverno petista, já que o outro olho militante continua cego para os fatos, seja porque não queira ver, nem denunciar, e por força da verdade inegável se serve de conta gotas para mostrar os absurdos da censura e cerceamento das liberdades. Essa mídia que há meses sustenta o cancelamento da crítica com a conivência com a censura, dando nos seus textos apoio aberto, imoral, hipócrita ao revanchismo progressista. A grande mídia que mesmo antes das eleições cobrindo os abusos dos supremos ativistas sem o mínimo de vergonha, colabora com uma propaganda oficial bancada pelo governo autoritário, esse claramente anunciado desde a campanha de 2018, esse que estamos vivendo que se instalou em seguida a tomada do poder antes do primeiro dia de janeiro de 2023.



segunda-feira, setembro 18, 2023

Gravidade amorosa

Gravidade amorosa

Hoje, parei para lhe reparar pelo prisma solar da tarde, num olhar diferente do trivial, como se percebesse atravessando a janela da razão e seguindo aos poucos os raios da emoção adormecida, e saí de mim sustentado nos traços de partículas de poeira em suspensão, quase invisível, quase inexistente, não fosse a claridade que transpunha as suas curvas, dobras das pernas, cabelos e vínculos imateriais com a paisagem poente. 

O plano de cores saía do céu cobrindo as folhas ao redor grafitando um véu, ora refazendo o parapeito da janela ora acentuando os riscos do assoalho e suas ripas morenas inteiriças, polidas, exalando um aroma remoto de jasmim. Assim era o pêndulo de luz invasora, no entorno da minha visão de sua imagem transitiva na imaginação, sem gravidade.

Cada qual com seu cada qual... Vivemos assim, ainda mais próprios nas ações e independentes na opção do que somos. Um farto sorriso e código dava a senha da nossa passagem de ida e volta, e as nossas palavras estalavam a química corporal, a pronta magia nas retinas que nos aproximava num sussurro: “Que seja amor”.

Girávamos, dois peões sem fio, soltando a leveza da alma em conquista por incêndio sem pedidos de socorro. Experimentara do melhor vinho, e do que se pede num momento tão especial, um ritual de dança da chuva, sem querer previsão de tempo, só para molhar o coração semi-árido por inteiro.

Também havia um estio de meses, mútuo, de sensações reais, um silêncio demorado, até chegar ao ponto... Os meneios de rostos assanhavam nos espelhos a vontade interior acordando as duas dezenas de digitais, ainda frias, nos embarcando numa viajem cega e egoísta por fortes sentimentos. Ao estarmos juntos na escolha de uma posição melhor, de um instante ao lado do outro, ignorando todo o resto no curso de horas, trocamos os pés pelas mãos com outras preciosidades ao pensar em muitos nadas.

Sem se falar nas dúvidas sobramos nas corredeiras tortuosas das permissões, ainda mais desarrumados, nu com as mãos no outro. Após um ensaio louco afinado vimos nossas galáxias internas, e quando acabamos, calados, alinhavamos os presentes trocados sem notar a chegada do futuro impensado.

Saímos do sono sonhado, viramos a esquina, andamos descalços, paramos defronte de uma estação de intenso movimento sem querer evitar os verdadeiros sinais retintos da sorte. Repetimos de tudo no tempo restante imitando as vozes de nossos amigos, numa mímica improvisada, como se pudéssemos ser mais verdadeiros sem as palavras e chamados, de qualquer maneira tudo pareceria tão estranhamente antigo, como seria se fizéssemos o óbvio tal qual os gênios. O verbo móvel do corpo fazia tudo do seu jeito certo, dançando a música que só nós ouvíamos, ainda que faltasse alguma nota tocada pelo barulho vindo de fora. Uma hora depois descobrimos nossa perfeita sintonia. Rimos do dia.

Nem era preciso explicar o que sentíamos. O impulso saltou na ausência da letra na língua, a presença da graça abreviou-se no outro, nada podia conter o olhar espontâneo que se revelou em criar uma mímica indizivel, no construir de figuras nas nuvens do imaginário usando o nada, algo fluiu, água na peneira, a sonoridade vinda em nossa voz, o respirar profundo e sereno que veio em seguida. O sabor absoluto dos gestos doados estavam no traço dos umbigos mudos. Tudo se tornou uma promessa irrecusável a continuar, ainda que não dita, presumida, apenas reconhecida de um e outro do naturalmente aceito.

Concordamos por um sinal afirmativo, arquétipos acordados, transpirando, renascidos de passos em harmonia, buscando o calor da esperança, da liberdade quente, chegando em navios de cascos maduros, aliados de energia afetuosa, envolvente, das estrelas por guia. Soubemos o que alimenta e move cada célula viva num raio de segundos em nossas veias; depois desse encontro mantivemos uma comunicação que ainda nos regula a ida e, nos traz suavemente de volta aos benefícios da experiência amorosa. No melhor sentido da nossa inevitável brevidade.

terça-feira, agosto 15, 2023

A lógica torpe do petismo

Se não tivesse lido... Mas li em julho de 2017, e colo aqui para conhecimento dos interessados que ainda se ocupam do mundo em delírio, da distopia em que nos encontramos nesse Brasil tomado pelo caos. Esse jornal, Estado de São Paulo, me liga diariamente, é span de encher o saco pelo celular, um dia valeu alguma coisa, mas atualmente mal serve para embrulhar o que o gato enterra de fedorento. O que aconteceu? Como surgiu o Consórcio? Vai perguntar a Globolixo, a desonestidade intelectual, a militância de redação, melhor, é só seguir o caminho do dinheiro. Cai milhões de reais despejados pelo desgoverno no colo de passadores de pano e bajuladores de ditadores, de costas para sua própria e óbvia hipocrisia. Leiam o seguinte editorial do Estadão, caros amigos!

***

Editorial Estadão em A lógica torpe do petismo (10/07/2017)

A resolução aprovada no 6.º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) revela de modo incontestável a torpe lógica que move o partido. Se os discursos de Lula da Silva, o líder máximo da organização, e do restante da cúpula dirigente durante o evento já indicavam que o PT opera em uma realidade alternativa, como se fosse um mero observador da crise econômica, política e moral que legou ao País, e não seu responsável direto, agora, com a publicação do teor do documento, ao cinismo, à soberba e à desfaçatez daquelas falas se soma o atestado de que, realmente, os polos do partido são invertidos.

No texto, o PT ataca o que classificou - entre aspas, vale ressaltar - como “republicanismo” de Lula da Silva e Dilma Rousseff no processo de escolha dos nomes para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Polícia Federal (PF) durante seus mandatos na Presidência. No caso da Procuradoria-Geral, os ex-presidentes escolheram os primeiros colocados na lista tríplice enviada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Já a indicação de ministros para o STF teria recaído sobre juristas que não estavam comprometidos, a priori, com a agenda do partido. E a não interferência dos chefes do Poder Executivo nas indicações para a diretoria da PF constituiu o tal “republicanismo”.

De acordo com o documento, a postura “republicana” de Lula e Dilma durante as referidas nomeações foi diretamente responsável pelas agruras vividas pelo partido a partir da eclosão do escândalo do mensalão, em 2005. “Sem aquele tipo de ‘republicanismo’, a Operação Lava Jato e antes dela a Ação Penal 470 (mensalão) não teriam conseguido instalar a ‘justiça de exceção’ organizada com o objetivo de destruir o PT e Lula”, diz o projeto de resolução aprovado pela direção petista. Tudo soa tão descabido e surreal que o texto está mais próximo de um roteiro de comédia pastelão do que de um documento oficial de um partido que governou o País por 13 anos.

O caso das indicações para a PGR é um dos mais nítidos exemplos da lógica torpe do PT. O partido, agora na oposição, é uma das entidades que acusavam o presidente Michel Temer de “ameaçar a Lava Jato” caso não indicasse o primeiro colocado na lista tríplice da ANPR como sucessor de Rodrigo Janot. Ora, nem Lula, nem Dilma, nem Temer ou qualquer presidente da República têm a obrigação legal de atender a esse critério.

Em que pesem as eventuais críticas que possam ser feitas aos membros da cúpula da PGR e da PF e aos ministros do STF, a ressalva que o PT faz é, na prática, um elogio à atuação daqueles que, aparentemente, critica. Para o partido, indicações corretas seriam aquelas em que os indicados estivessem comprometidos, acima de quaisquer outros desígnios, com os interesses da própria legenda. Aliás, não foi imbuído de outro espírito que, uma vez no poder, o PT aparelhou cada repartição pública que encontrou pela frente.

Seria absolutamente natural um partido que chegou ao poder indicar para cargos-chave da administração pública quadros identificados com seu projeto de governo. O que se viu, no entanto, foi a ocupação do Estado com o único objetivo de saquear os cofres públicos para viabilizar um projeto de poder, e não de país.

Diante dos maiores descalabros cometidos durante os mandatos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores foi condescendente, como também foi com os membros da cúpula petista enredados pelas teias da Justiça. Quando supostamente “acertaram” - segundo os critérios da lógica invertida do partido -, foram criticados.

Com uma resolução desse teor, o PT mostra que não aprendeu nada com os erros cometidos durante o período em que esteve no poder e faz questão de perder cada oportunidade que aparece para exercer uma saudável autocrítica, a tal “refundação” defendida por alguns de seus próceres. Mas é compreensível. Devem ser de difícil contrição erros que são vistos como virtudes.

domingo, agosto 13, 2023

A juris-clepto-cracia que manda no Brasil

Esta é a melhor expressão da união formada entre os poderes que hoje mandam no Brasil com o intuito de arrecadar, arranjar o dinheiro mais que necessário para o Arcabouço Fiscal, os seus gastos sem teto, tais poderes se equivalem numa escala de força de exceção, em implantação, nunca vista até então, e que, por óbvio, podemos chamar sem dúvida de: juris-clepto-cracia.

>> STF e STJ dão “ajuda” de mais de R$ 200 bilhões para arrecadação do governo

Célio Yano, GDP, 12/08/2023.

Além da série de medidas anunciadas para aumentar a arrecadação, o governo federal tem contado com a ajuda de decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) para reforçar o caixa do Tesouro Nacional e alcançar as metas de resultado primário para este e os próximos anos.

Um levantamento feito pelos escritórios Cascione Advogados e Machado Associados, divulgado pelo “Valor Econômico”, mostra a União saiu vitoriosa em dez de 14 julgamentos tributários realizados no primeiro semestre de 2023. O contribuinte venceu em apenas quatro ocasiões. Somadas, as decisões favoráveis à Fazenda têm potencial de gerar arrecadação adicional de até R$ 210,8 bilhões.

Entre as vitórias estão, entre outras:

• a "quebra" da coisa julgada em matéria tributária pelo STF;

• a incidência de PIS e Confins sobre receitas financeiras de bancos; e

• a inclusão de benefícios fiscais de ICMS nas bases de cálculo de IRPJ e CSLL.

O montante de quase R$ 211 bilhões, no entanto, considera um cenário em que todos os contribuintes teriam deixado de pagar os tributos questionados e feito o pedido da tese. Como na maioria dos casos uma parte do valor estimado já foi paga por contribuintes que não entraram com as ações, a cifra que entrará nos cofres públicos a partir das decisões não deve chegar ao total estimado.

A própria Receita Federal já revisou de R$ 90 bilhões calculados inicialmente para R$ 47 bilhões o impacto da incidência de IRPJ e CSLL sobre incentivos fiscais de ICMS pelos estados.

Governo criou estrutura para acompanhar riscos e faz visitas a tribunais

De qualquer forma, a sequência de decisões favoráveis à União não ocorre por acaso, mas resulta de uma mudança na relação entre o governo e os tribunais, que inclui um acompanhamento mais próximo de teses relevantes e até visitas de membros do alto escalão do Ministério da Fazenda a ministros das cortes superiores.

O próprio ministro, Fernando Haddad, conversou diretamente com integrantes da 1.ª Seção do STJ durante o julgamento referente à tributação federal sobre incentivos estaduais.

“É óbvio que o STJ é um tribunal superior da maior respeitabilidade. Certamente vai acabar no Supremo, mas eu tenho certeza que é uma sinalização importante se vamos ter ou não um país transparente do ponto de vista do gasto tributário”, afirmou Haddad logo após se reunir com o relator do processo, Benedito Gonçalves, em abril.

Dias depois, ele esteve com o ministro do STF André Mendonça, acompanhado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do advogado-geral da União, Jorge Messias, para tratar do assunto. Na ocasião, Haddad afirmou aguardar um “desfecho rápido” do caso.

As visitas fazem parte de um expediente adotado formalmente pelo governo e anunciado junto a medidas de ajuste fiscal. O decreto 11.379/2023, de 12 de janeiro, instituiu o Conselho de Acompanhamento e Monitoramento de Riscos Fiscais Judiciais.

Entre os objetivos do Conselho está “fomentar a adoção de soluções destinadas a fortalecer e subsidiar as atividades dos órgãos de representação judicial da União, das suas autarquias e das suas fundações, no acompanhamento de eventos judiciais capazes de afetar as contas públicas”.

Haddad falou da nova estrutura no mesmo dia, durante anúncio de um pacote de ações voltadas a elevar a arrecadação. “Nós compusemos um grupo de acompanhamento de riscos fiscais de natureza judicial, do qual farão parte, não só agora, o advogado-geral da União, mas o ministro da Fazenda e a ministra do Planejamento. Ou seja, nós vamos atuar tecnicamente nos tribunais com muita força”, afirmou.

Ao portal “Jota”, integrantes do Ministério da Fazenda e das próprias cortes superiores foram são unânimes em destacar uma mudança na relação entre a União e os tribunais. “Estão salvando o arcabouço fiscal”, resumiu um assessor com atuação no STF à publicação.

Outro ministro do STJ ouvido pelo portal destacou que a Fazenda tem tomado mais cuidado ao recorrer à corte, observando em quais temas há posicionamento definido. “Houve um aprimoramento de controle de qualidade dos recursos fazendários para verificar se eram meramente desafiadores de nossa jurisprudência a despeito de precedentes qualificados”, disse.

Já um interlocutor do Ministério da Fazenda disse que a atuação mais próxima do governo nas causas judiciais poderá surtir efeito até mesmo na redução dos precatórios devidos pela União.

domingo, julho 23, 2023

A juristocracia e a cleptocracia unidas, venceram!

 Aqui pensando com meus botões. O algoritmo só teria respaldo com o benefício da dúvida, essa seria a melhor lógica, sem condições de questionamentos ou análise, para eleger algum candidato que polarizasse forte com o Mito, convencer nessa vibe que "ganhasse" a eleição, ainda que o Juiz do pleito ficasse sob suspeita e vociferando com sensível desprezo um "perdeu, mané!". E o único possível candidato que preenchia a vaga da seleção do Supremo, a carta que tinha na manga era o oportuno descondenado, o coringa, a mão (Nine) batizada de última hora por uma Corte comprada. A censura geradora de intimidação, a supressão da liberdade de expressão e manifestação à caminho, ignorando a Constituição, completaria de maneira inexorável a "missão dada, missão cumprida". Uma ditadura quase perfeita. O que não contavam foi com a existência de uma banda da população desperta de brasileiros, com esforços foram às ruas, dedicados à política sem liderança, mas com o olhar e uma leitura sobre o menos pior para o país, mais coerente com os anseios históricos da sociedade, grande parte da população firme com seus ideais de liberdade e democracia alimentados por um líder corajoso, probo, convenhamos, disposto a fazer o que ninguém tinha feito até então, enfrentar o sistema, representar os sonhos de muitos, dentre eles cerca de 60 milhões de eleitores e apoiadores. Ainda que imperfeito por suas próprias características de conservador, militar e cristão, teve uma evolução no parlamento invejável para um círculo repleto de políticos corruptos, um brasileiro seguido por metade da população, admirado por milhões de brasileiros, tantos que não são poucos para serem perseguidos, calados, e extirpados por um governo que tem como projeto uma ditadura, mentalmente medíocre, estúpido nas ações e de espírito ignaro.

quarta-feira, julho 12, 2023

A justiça virou um poleiro da política

Assumindo... Onde estamos? Sabe-se, numa ditadura com sangue nos olhos! Um togado do Supremo metido numa saia justa, viraram políticos sem voto, mas isto é até um elogio para quem assume publicamente que os Supremos, a justiça, virou um sustentáculo, um poleiro, da política.



domingo, julho 09, 2023

Tomaram o poder no perdeu mané!

 Tomaram o poder no perdeu mané!

"Tem dias que a gente sente como quem partiu ou morreu...", vagando numa canoa sozinho em um lago escuro, momento coberto por uma nuvem sombria de sentimentos. Aquele refrão foi um dos que muitos brasileiros cantaram em  um passado brutal recente, e com razão, mas parece que por muitos foi esquecido. Esse é o sentimento que retorna para milhões de brasileiros mergulhados numa repressão com a perseguição, prisão dos opositores, sem igual na história, uma marca de ferro quente do atual governo. 

Ainda que em outras circunstâncias, após conquistas sociais e econômicas importantes para o país, caímos na armadilha política de uma organização criminosa, que manipulando informações, leis e um algoritmo inacessível à verificação e segurança, asseguraram que tomariam o poder; assim nos encontramos na insegurança e presos em um Estado de Exceção. A diferença é que os algozes de agora são os mesmos que há quase 60 anos queriam liberdades, justiça e eram contra uma ditadura que durou duas décadas. Querem adotar a ditadura deles.

Nesse momento nos roubam a liberdade, rasgam a Constituição, dia a dia criam narrativas que sempre os favoreçam no poder, manipulam bilhões do orçamento fiscal buscando comprar apoio de corruptos no Congresso e manter o suporte de militantes nas instituições aparelhadas. No ritmo dos acontecimentos o único projeto que se mostrará mais evidente a cada interferência nos outros poderes da República, na imposição crescente de vontades dos Supremos é a continuação de instaurar a ditadura sem fronteiras, que desde o início de 2023 vem se apresentando como "governo democrático" sendo de um único pensamento possível e aceitável como a verdade palatável.

domingo, julho 02, 2023

Labirinto da democracia

Labirinto da democracia

É falsa a oposição entre 'respeitar direitos individuais' e 'defender a democracia'

Fernando Schüler, Veja, 1/07/2023.

Muita gente diz que o Brasil se tornou uma democracia pela metade. Um sistema que respeita a regra majoritária, alternância de poder, mas fragiliza garantias do estado de direito. De um lado, se diz que era preciso aceitar certos “excessos” do Judiciário, admitir a “experimentação regulatória”, na linguagem elegante do ministro Fachin, ou a censura em situação “excepcionalíssima”, como naquela decisão da ministra Cármen Lúcia. Tudo por um bom motivo. De outro, se diz que isto não passa de um exercício de autoengano. Que eventuais ameaças à democracia devem ser enfrentadas com as armas do próprio estado de direito, e que a verdade é que “o juiz entrou no jogo”, como me definiu um crítico mordaz, por estes tempos. Algo que jamais poderia acontecer em uma democracia.

Pensava nisso quando li a ação do Ministério Público para banir uma das rádios de maior audiência do país, por delito de opinião, quase ao mesmo tempo em que lia um ótimo artigo do professor Carlos Pereira, da FGV, sobre a natureza de nosso modelo político. “Nosso presidencialismo multipartidário”, diz o professor, “não foi desenhado para gerar eficiência, mas para incluir os mais variados interesses da sociedade no jogo político. Promessa que tem sido entregue e gerado “equilíbrio” em uma sociedade extremamente diversa e heterogênea”. De acordo. 

Foi ao que assistimos, com altos e baixos, nas três décadas que se seguiram à Constituição de 1988. Foram nove eleições presidenciais. Preservamos liberdades e efetivamos uma “democracia inclusiva”, permitindo a expressão e a chegada ao poder de diferentes “lados” da política brasileira. Foi assim com os sociais-democratas de Fernando Henrique, nos anos 1990; os socialistas e sociais-democratas de Lula, nos anos 2000, e logo com a “nova direita” de Bolsonaro, em 2018.

É precisamente aí que as coisas começam a mudar. Escrevi sobre tudo isso à época das eleições de 2018. Disse que era assim nas grandes democracias: em uma eleição ganha a esquerda, e implanta suas políticas de esquerda, e em outra ganha a direita, e vice-versa. E que aquilo seria um teste crucial não apenas para nossas instituições, mas para nossa cultura política. Para saber se nossos autoproclamados “democratas” estariam dispostos a reconhecer a legitimidade de um tipo de pensamento, valores e mesmo de uma estética diametralmente opostos a sua visão de mundo. Por óbvio, não estavam. Mas o aspecto crucial daquilo tudo foi o ingresso da Justiça na arena política. 

O inquérito das fake news foi aberto já em março de 2019. Originalmente, censurou a Revista Crusoé, atitude criticada pela então oposição. Mais adiante, quando o mesmo inquérito voltou suas baterias contra o “outro lado”, aquela mesma oposição passou da crítica à euforia. Em junho de 2020, o inquérito foi renovado. Houve um solitário voto contrário do ex-ministro Marco Aurélio, dizendo que o “Supremo não é sinônimo de absoluto”. Suas palavras se perderam na poeira. A partir dali, assistimos a tudo que estamos cansados de saber. Um partido banido por um punhado de tuítes irrelevantes; um professor de economia censurado por indagar alguma coisa sobre o sistema eleitoral; um grupo de empresários banidos por um papo-furado no WhatsApp; jornalistas com passaporte retido; deputados banidos da internet, em decisões “de ofício”, à revelia da imunidade assegurada no Artigo 53º da Constituição. Depois disso, tivemos a virtual edição do debate eleitoral, a partir da tese elitista sobre a incapacidade do “eleitor ordinário” para lidar com a “desordem informacional”. 

Foi ao que assistimos. Acusar um candidato de corrupção? Só com decisão judicial. Lançar um filme? Só se passar pelo teste algo metafísico de “presunção de veracidade”, visto que nem sequer seu conteúdo era conhecido. No debate do PL das Fake News, as plataformas digitais foram duramente censuradas e impedidas de expor sua visão; um youtuber é banido, sem menção a lei alguma; um humorista é preso por meses, sob a mesma lógica da fraseologia seguida de pontos de exclamação, posta no lugar do direito. Muita gente acreditou na urgência de cada uma dessas atitudes, o que é em si mesmo um dado para nossa reflexão. Por que cargas d’água proibir a menção do sabido vínculo de Lula com ditadores latinos, como Maduro e Ortega, seria essencial à democracia? Qual a “grave ameaça” contida na discurseira do Monark, naquele tuíte do PCO ou das indagações do professor Marcos Cintra? O fato simples de que sempre foi perfeitamente falsa a oposição entre “respeitar direitos individuais” e “defender a democracia”.

Tudo isso vai muito além do tema da liberdade de expressão ou dos direitos individuais. A questão diz respeito ao próprio “equilíbrio na diversidade” mencionado na tese otimista do professor Carlos Pereira. O ponto é que a “exceção” se tornou política de Estado, no Brasil, e a questão é saber o impacto disso precisamente sobre a ideia de uma democracia inclusiva e aberta à expressão de nosso pluralismo político. E mais: se o que temos presenciado não é exatamente o que tantos temiam: nosso deslizamento para uma democracia de traços não liberais. Tipo difuso de autoritarismo fragilizando prerrogativas e direitos republicanos. 

O professor Carlos Pereira observa que, mesmo podendo-se identificar excessos por parte do Judiciário, “a maioria da sociedade parece estar relativamente satisfeita com o desenho atual” que concede ao Judiciário uma “macrodelegação” de poderes. Sua análise é realista: “o custo marginal da mudança tem sido maior do que o do status quo”. De fato, o Senado vem se recusando a exercer controle sobre a ação do Supremo, boa parte do sistema político parece satisfeita com o modelo de tutela, e há apoio da sociedade civil. Somos um estranho país em que “garantistas” apoiam prisões de ofício e todo jogo interpretativo do direito, desde que a seu gosto. E onde, como bem disse Jorge Pontual, boa parte da mídia apoia a censura.

Processos de “autocratização” e fragilização de garantias individuais não raro ocorrem assim: com suporte majoritário e cálculo, que vai do apoio à passividade, na elite política. É o caso brasileiro. Censura e quebra de prerrogativas são aplicadas homeopaticamente, e a cada vez produzem mais recuo e medo. Quanto se produz de autocensura, no jornalismo, quando um jornalista tem seu passaporte retido? Quanto se “disciplina” um parlamentar, quando um colega é banido? E quanto aquilo que é inaceitável, em um primeiro momento, vai ganhando ares de normalidade? Um blogueiro censurado em 2019? Grave. Um humorista preso em 2023? Indiferença. 

Ao menos desde aquela época de autoconfiança democrática, que se seguiu à Constituição, muita gente imaginou que havíamos enterrado o passado autoritário, e que de alguma forma havíamos incorporado o que Sérgio Buarque tão bem definiu, já nos anos 30, como um dado estranho a nossa cultura política: o “ponto de vista jurídico e neutro em que se baseia o liberalismo”. O fato é que não. Quase um século depois daquelas palavras algo proféticas, andamos em um labirinto, cuja saída parece distante.

Fernando Schüler é cientista político e professor do Insper.

sexta-feira, junho 30, 2023

Ninguém Compreendeu A Figura de Jair Bolsonaro

Ninguém Compreendeu A Figura de Jair Bolsonaro

Por @StephenKanitz 

É alarmante como diversos segmentos da sociedade brasileira, especialmente a direita, a classe média, as mulheres e os eleitores do Nordeste que votaram contra, além da própria esquerda, tiveram tanta dificuldade em compreender a figura política de Jair Bolsonaro.

Primeiro a direita brasileira, historicamente preocupada com questões de eficiência, estabilidade jurídica e redução de impostos, nunca se esforçou para eleger um único governo.

A direita ingenuamente acreditou por mais de 20 anos que o Partido “Socialista” Brasileiro liderado por uma figura que introduziu o marxismo na maior universidade brasileira, os representaria.

O termo "Democrático" no PSDB, apenas significa que o partido opta por chegar ao poder através de mecanismos democráticos, e não mais revolucionários, mesmo que tal processo pudesse levar 30 anos.

Em nenhum momento prometeram manter essa democracia uma vez no poder, como está em curso agora.

Paradoxalmente, a esquerda também necessitava de Bolsonaro, visto que ela não poderia realizar cortes de gastos, desestatizações, e limitar o aumento da dívida do governo sem ser politicamente prejudicada.

Este padrão já foi observado na Inglaterra, onde os conservadores frequentemente fazem reformas impopulares como cortar custos e dívidas e aí perdem as eleições subsequentes, entregando aos Trabalhistas um governo estável.

No contexto brasileiro, o funcionalismo público e as dívidas previdenciárias se tornaram uma carga insustentável para o orçamento do país, gerando competição entre os próprios setores governamentais pelos poucos recursos disponíveis.

Por que não deixaram para o Bolsonaro o jogo sujo e ingrato de ser o redutor de custos e dívidas, despedindo gente e benesses.

Bolsonaro foi o primeiro presidente a reconhecer que o Brasil está tecnicamente falido, que a previdência está insolvente, que o Estado está gastando demais e mal, como o caso dos 37 Ministérios.

Obviamente Bolsonaro foi duramente criticado e odiado por todos que seriam afetados, e eram muitos.

Mas teve que enfrentar discórdia inclusive de conservadores e liberais, por não ser uma figura “perfeita”, sem vícios e defeitos, imaculada.

Só que perfeito ninguém é.

Reduzir custos é tarefa dura, desagradável, fazer acordos e reduzir somente a metade não funcionam.

A perda de Bolsonaro nas eleições, dizem alguns, foi por culpa própria, ele deu muitos tiros no pé, não escolheu suas batalhas topou todas, não divulgou seus feitos e conquistas. De fato.

Mas foram justamente aqueles que seriam os mais beneficiados que deram as costas, e nunca o defenderam das gafes que cometia.

Poucos foram à sua defesa argumentando “não foi bem assim”, “tiraram a frase do seu contexto”, como a esquerda faz com muita eficiência “não há provas”, por exemplo.

Bolsonaro não sendo um político pecava falando sendo franco demais, articulando o que pensa de verdade ou o que o povo sentia.

Agora teremos muita dificuldade em ver um outro presidente comprometido com a redução de despesas e austeridade fiscal. Quem vai se atrever a competir ?

Foi eleito com recursos próprios, sem apoio partidário e sem fazer acordos políticos custosos e ineficientes, um partido de um homem só.

Mesmo com as severas críticas desde o primeiro dia de governo com sua personalidade incisiva e muitas vezes polêmica, Bolsonaro abordou questões que poucos antes dele se atreveram a tocar.

E ninguém saiu noticiando conquistas importantes que terão resultados a longo prazo, como os Bancos Comunitários, hipotecas para empreendedores, a Lei da Liberdade econômica , a não ser alguns gatos pingados.

Bolsonaro está longe de ser um político perfeito, mas é importante ponderar que a perfeição raramente é encontrada na política.

Por isso não entendo o ódio das mulheres brasileiras com relação a Bolsonaro que estava lutando pelo futuro delas e de seus netos, quando a oposição claramente está preocupada com si.

Bolsonaro foi o primeiro presidente com coragem de dizer “não”, algo inexistente num país de acordos e benesses, de compra de votos para dizerem “sim”.

Seu estilo direto e, por vezes, controverso, foi visto como inapropriado por muitos, especialmente as mulheres que o derrotaram dando 52% de seus votos ao mais simpático Lula.

Só que os desafios que o Brasil enfrenta não podem ser superados com discursos paz e amor.

Não temos mais recursos financeiros para agradar todo mundo.

Durante seu mandato a corrupção foi reduzida em 95%, cumprindo a sua promessa eleitoral.

Mesmo assim, todos que votaram contra Bolsonaro concentraram-se nas alegações menores, como as relacionadas às "rachadinhas" passadas e de pequena monta, contra os bilhões do Porto em Cuba e dezenas de outros casos.

Ainda assim, liberais e conservadores mantiveram uma postura reservada e até contrária em relação à Bolsonaro, preferindo uma Simone Tebet como sucessora e lutando pela sua eleição como uma terceira via.

Muitos pareciam preferir uma figura mais polida, com um discurso mais elegante, ainda que essas qualidades não necessariamente se traduzissem em ações eficazes.

Em retrospecto, Bolsonaro foi uma figura política que rompeu com muitos padrões estabelecidos, o que desencadeou reações diversas e intensas.

Enquanto alguns celebraram sua postura assertiva e foco na redução de gastos, a maioria lamentava suas falhas e o estilo confrontador.

Independentemente é inegável que a presença de Bolsonaro na presidência representou um período distinto na história política brasileira.

Portanto, é fundamental analisar o legado de Bolsonaro com uma lente equilibrada, ponderando suas realizações e fracassos de forma justa.

Que não vi ninguém fazer.

A expectativa de que teremos novamente no Brasil um presidente que se comprometa com a redução de despesas, que seja eleito sem apoio partidário e sem acordos políticos, parece pouco provável.

Bolsonaro foi uma figura única, com todas as suas falhas e acertos, em um momento único da história política brasileira.

O Brasil do progresso sentirá a sua falta.

quarta-feira, junho 28, 2023

O ativismo judicial ostenta sua força

 O ativismo judicial ostenta sua força impondo seus objetivos contra o Brasil. E, de forma ilegal em busca de vingança que está à vista de quem quer que queira ver nesse julgamento, que chega incorporada nesse momento terrível para a justiça e o direito, pelo togado supremo militante Benedito "missão dada é missão cumprida". Os vingadores vermelhos querem a cabeça, não basta condenar sem qualquer base jurídica o mais legítimo representante da direita brasileira, afastar de vez o ex-presidente Jair Bolsonaro que aos olhos dos brasileiros que o apoiaram ao longo do seu governo esteve sob uma perseguição inigualável na história do país, e que desde o início de 2019 foi implacável, dedicada e seguramente nos últimos dias vem sendo reforçada pelo desespero dos erros cometidos desde o início de 2023. O poder autoritário tem suas ações pautadas e arranjadas por uma sanha judicial e ideológica orquestradas no interior do governo petista. 

Uma liderança com total legitimidade e referendada nas últimas eleições por mais de 60 milhões de brasileiros vem sofrendo uma desconstrução vil no imaginário popular criada por elites corruptas da política, da cultura e da intelectualidade, desonestas, com total respaldo da organização criminosa colocada de volta na cena do crime. O propósito do butim se mostra a cada hora, o de se apropriar do dinheiro do cidadão que trabalha, dos que investe na produção, para assegurar e fomentar suas utopias de poder, recolocar o custo do totalitarismo socialista sobre quem não concordar retirando-lhes a liberdade de expressão e a dignidade da existência, com o apoio dos seus aliados e companheiros, todos cúmplices, amigos de comandantes antigos de ditaduras velhas conhecidas.



quarta-feira, junho 21, 2023

Zanin, advogado do descondenado vai para o STF

 O Estado de exceção toma providências "legais" em mais uma "negociação" com o Congresso. E assim, o Zanin, advogado do descondenado vai para o $TF em troca da não ineligibilidade do Bolsonaro concedida pelos togados ativistas da justiça eleitoral. O que me parece óbvio, a decisão de tornar o ex-presidente inelegivel será um problema muito maior para o $TF/TSE, sem esquecer da pronta retaliação aos parlamentares de rabo preso, mas ainda assim a perseguição do Capitão será mantida, só será adiada para uma ocasião de interesse da ditadura, quando então fará sua inevitável condenação e prisão em outro momento.

É claro que isso apenas um pensamento, uma especulação, pois, como tudo se tornou possível no Brasil de hoje, vamos imaginar que o vermelho é verde e vivemos em uma democracia.



domingo, junho 18, 2023

A "ditadura moderna" e a semântica

 A "ditadura moderna" e a semântica

Não quero gastar tinta negando ou afirmando que o Supremo Xandão seja um corpo ativo, um agente da Gestapo, um 'ista' dessa ou daquela bandeira, seja do Comunismo, do Nazismo ou mesmo do fascismo, o tempo será e é um bom juiz, melhor do que o juízo diletante de quem só acrescenta o olhar relativista por esclarecimentos dissertativos, quase semântico sobre o espírito da coisa, da origem, do modus da ação totalitária, crescente, óbvia, dos ticos e tecos interpretativos da Lei escrita e cuspida por togados ativistas cúmplices da irritante arrogância da bancada, tão imbecil coletivo, de esquerdistas corruptos, impunes como frutos dos mandos e desmandos do capo, de uma organização criminosa. 

Na política dos dias de hoje, o mote dos que mandam é o obedece quem tem juízo, não existe mais nada oculto e a "negociação" do toma lá dá cá aliada a força da lei obtusa do judiciário impera, e às imposições do executivo nenhuma medida parece sendo contrapeso ou tenha pesos suficiente, nem necessários, para se contrapor e impedir o avanço de tantos abusos típicos de sociedade em que ditaduras obram o Estado.

O rol de decisões grotescas do Supremo já vistas e reeditadas de evidentes inconstitucionalidades são o suporte desse governo nefasto, destes autores de instabilidades democráticas tanto a serviço da censura, da perseguição aos seus opositores e aos que pensam e críticam com razão o estado de exceção. O autoritarismo vestido de toga se dispôs trabalhar para o ideário de poder ilimitado da esquerda, e esse é o fundamento da clara indisposição deles com os brasileiros incomodados com o desgoverno petista e sua ditadura permanente.



terça-feira, maio 30, 2023

O limbo da razão e justiça no Brasil

 A constatação de estarmos nesse limbo da razão e justiça, sob o peso da vergonha do discurso dissonante dos fatos, se deve a massa de imbecis defensores do regime ditatorial da esquerda, néscios do ambiente cultural, políticos nanicos de silêncio remunerado e, o batalhão de acadêmicos e uma elite de intelectuais, desonestos e fiéis a uma utopia totalitária. 

Como atores ativos têm o suporte do rico aparelhamento Executivo e do Consórcio da mídia recheado de militantes com neurônios ensebados de narrativas insistentes em reescrever a história. 

Hoje, querem forçar sua consistência frouxa da "verdade" com o aval do seu Ministério. Ação direta de um desgoverno carregado de vingança, de alma conflitante, firme em uma propaganda ostensiva contra seus opositores, censurando ideias e pensamentos. Chegamos ao cúmulo de qualquer opinião ser vigiada e passível de permissão com a aprovação da lei da CENSURA. O que se percebe é que toda manifestação e palavras só serão permitidas, desde que passe pelo crivo do Ministério da Verdade, ainda que nada tenha de substrato real, no que vem sendo demonstrado às claras no desgosto pelo mínimo esboço em atitudes antidemocráticas, com zero de liberdade de expressão, regulando-a em benefício dos seus amigos da picanha palaciana e da mesmice retórica.



quinta-feira, maio 18, 2023

O PT nutre a fantasia de ser absolvido pela história

O PT nutre a fantasia de ser absolvido pela história

A algazarra do PT contra o Google é ilustrativa de uma intenção muito maior. Para o petismo, não basta a extinção dos processos contra Lula

Mario Sabino, Revista Oeste, 12/05/2023.

Fidel Castro fez um discurso, em 1953, cujo título é “A história me absolverá”. O aranzel foi a sua defesa no julgamento em que foi réu pelo assalto frustrado ao Quartel de Moncada — do qual planejou roubar armas, para derrubar o ditador Fulgencio Batista, o que só viria a se concretizar seis anos depois. Basicamente, Fidel Castro disse que a posteridade reconheceria que os seus fins justificavam os seus meios.

A frase me veio à cabeça ao acompanhar a algazarra do PT contra o Google. O partido e os seus porta-vozes na imprensa e nas redes sociais ficaram furibundos porque, quando se pesquisava Lula e coroação, em busca de notícias sobre a ida do presidente petista à cerimônia de coroação de Charles III, a correção automática do Google sugeria Lula e corrupção.

O partido enviou uma notificação extrajudicial à big tech, acusando-a de valer-se “do seu poder econômico e quase monopólio virtual para manipular a opinião pública em favor dos seus interesses privados”, violando a Constituição. Ou seja, o Google, que é contra o texto atual da PL das Fake News, tão caro à esquerda, teria usado o seu algoritmo para atacar o chefão do PT.

É balela. O Google, como eu já disse, não tem transparência nenhuma, o seu algoritmo obedece, sim, a lógicas empresariais, mas isso não tem nada a ver com correção automática. Tem a ver com o padrão de buscas e preferências da maioria que usa o Google. A coisa já foi resolvida, contrariando a lógica do padrão, porque o mar não está para peixe grande ou pequeno na democracia brasileira.

A algazarra do PT contra o Google é ilustrativa de uma intenção muito mais abrangente. Para o petismo, não bastam a extinção de processos e a confecção de fabulações universitárias e livrescas de que Lula foi vítima de um golpe político-judicial. É preciso também controlar os motores de busca e as redes sociais no que dizem sobre a condenação do petista por corrupção e lavagem de dinheiro — condenação que foi anulada pelo STF. Tivemos uma amostra disso durante a campanha eleitoral.

Pode ser até que um desmiolado ainda surja com a ideia de que se devem apagar completamente notícias a respeito da condenação, baseado na tese do direito ao esquecimento, já rejeitada pelo Supremo. Vai que cola. Afinal de contas, mudança de jurisprudência no Brasil não é como ver ararinha-azul na natureza, para continuar nas imagens do reino animal.

Num canto nem tão recôndito assim da sua alminha autoritária, o PT e o seu chefe nutrem a fantasia de absolvição histórica, reescrevendo e tentando cancelar o que lhes é desonroso. É uma estratégia comum da esquerda, mas não só dela, reescrever a história para absolver culpados e inculpar inocentes, ou para atribuir ainda mais culpas aos culpados de verdade. Não funcionou com Fidel Castro, não funcionará com ninguém.

quarta-feira, maio 17, 2023

TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan Dallagnol

TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan Dallagnol

Editorial Gazeta do Povo, 17/05/2023.

A lei, no Brasil, foi abolida e substituída por uma bola de cristal. É a única forma de explicar satisfatoriamente como o Tribunal Superior Eleitoral foi capaz de, por unanimidade, cassar o registro de candidatura de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) nesta terça-feira. A decisão, ainda passível de recurso, reverteu decisão anterior do Tribunal Regional Eleitoral paranaense e contrariou a Procuradoria-Geral Eleitoral, que era oposta à impugnação da candidatura. O ex-procurador do Ministério Público Federal, que ganhou fama nacional ao coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF, foi eleito deputado federal em outubro de 2022 com quase 345 mil votos – a segunda maior votação para o cargo na história do Paraná.

A ação movida pela Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT (quem mais?), alegava que Dallagnol estaria inelegível por ter pedido exoneração do MPF enquanto respondia a processo administrativo disciplinar (PAD) e por ter sido condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no caso das diárias pagas a membros da força-tarefa. De fato, a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) inseriu no inciso I do artigo 1.º da Lei de Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90) as alíneas “g”, que torna inelegíveis para qualquer cargo “os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário”; e “q”, referente aos “magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar”.

O relator do processo no TSE, Benedito Gonçalves, afastou a inelegibilidade relativa à condenação no TCU, já que esta decisão, em que a corte de contas ignorou uma série de princípios jurídicos e garantias do réu, foi suspensa pela primeira instância da Justiça Federal em setembro de 2022, ou seja, ainda antes da eleição. Restava, no entanto, a inelegibilidade ligada aos processos disciplinares. Quanto a isso, a Lei da Ficha Limpa é inequívoca: se houvesse PAD em curso contra Dallagnol no momento de sua exoneração, em novembro de 2021, o ex-procurador não poderia ter se candidatado.

Mas havia tais processos em andamento? A resposta é um cristalino, um rotundo “não”. Os PADs que Dallagnol chegou a enfrentar enquanto ainda estava no MPF já haviam sido concluídos – com penas de advertência, em novembro de 2019, e de censura, em setembro de 2020, dois absurdos que comentamos exaustivamente neste espaço. O próprio Conselho Nacional do Ministério Público, responsável pelas duas condenações de Dallagnol, atestara em certidão a ausência de novos processos disciplinares em curso. O Tribunal Regional Eleitoral paranaense reconheceu este fato e deferiu a candidatura de Dallagnol por unanimidade, poucos dias depois do pleito. Os petistas e seus aliados, então, foram ao TSE, e a Procuradoria-Geral Eleitoral repetiu o óbvio: não havendo PADs pendentes, não há inelegibilidade, já que Dallagnol não se encaixaria na descrição da Lei da Ficha Limpa.

Para contornar a verdade inescapável, Gonçalves – aquele dos tapinhas de Lula e do “missão dada, missão cumprida” na diplomação do petista –, precisou recorrer a um festival de ilações. A Federação Brasil da Esperança alegara que, quando pediu exoneração, Dallagnol tinha contra si uma série de outras contestações no CNMP, como reclamações disciplinares e pedidos de providências. Gonçalves se agarrou a esse fato e se lançou em um exercício de adivinhação após adivinhação. “Todos esses procedimentos, como consequência do pedido de exoneração, foram arquivados, extintos ou mesmo paralisados, e a legislação e os fatos apurados poderiam perfeitamente levá-lo à inelegibilidade. Sem nenhuma margem de dúvida, constata-se a gravidade dos fatos imputados ao ora recorrido nesses procedimentos. Não se cuida, aqui, de invadir a competência de outros órgãos e firmar a materialidade e a ilicitude das condutas, mas de reforçar que o pedido de exoneração teve propósito claro e específico de burlar a incidência da inelegibilidade”.

Poderiam – eis o alicerce completamente frágil da argumentação de Gonçalves. É verdade que a exoneração extingue todos os procedimentos, e também é verdade que, caso Dallagnol tivesse permanecido no MPF, ao menos alguns desses procedimentos poderiam ter sido transformados em PADs. Mas, para efeitos da Lei da Ficha Limpa, isso é irrelevante: interessa apenas se há processos efetivamente em aberto, o que não havia. E, do ponto de vista lógico, a argumentação de Gonçalves é falaciosa: dá como certa uma possibilidade sem nem mesmo considerar a hipótese contrária, a de que os procedimentos não resultassem em PADs, algo que ocorreu ao menos uma vez no caso de Dallagnol, quando, em agosto de 2020, o CNMP arquivou uma queixa referente aos slides de Power Point expostos durante a apresentação de denúncia criminal contra Lula, em 2017.

Em resumo, o argumento dos petistas, acolhido por Gonçalves, é o de que os procedimentos não só poderiam, mas certamente iriam se transformar em PADs; se isso ocorresse, Dallagnol estaria inelegível; só não se transformaram porque Dallagnol pediu exoneração antes. Foi assim, apoiando-se em termos no condicional e exercícios de pura adivinhação, que o relator atropelou a lógica e a verdade dos fatos. Já seria suficientemente vergonhoso se ele ficasse sozinho, sendo derrotado pelo restante do plenário; mas os demais ministros (Alexandre de Moraes, presidente da corte, além de Cármen Lúcia, Carlos Horbach, Nunes Marques, Raul Araújo e Sérgio Banhos) não quiseram deixar seu colega isolado no vexame e conseguiram escrever uma das páginas mais absurdas da história da corte eleitoral – o que não deixa de ser uma façanha, tantas as estripulias jurídicas cometidas pelo TSE no período eleitoral de 2022.

Ao menos em sua instância maior, a Justiça Eleitoral mostrou nesta terça-feira que de justa não tem nada. Tornou-se órgão de perseguição política, disposto a inviabilizar a vida pública de qualquer um que tenha se colocado no caminho de Lula em algum momento ou que tenha feito críticas à forma como o Supremo Tribunal Federal desmontou o combate à corrupção no Brasil – é sintomático que o caso de Dallagnol tenha ido para a pauta do TSE depois que o deputado rebateu falas de Gilmar Mendes sobre o “germe do fascismo”, em ataque à Lava Jato. Se os fatos e a lei isentam Dallagnol de culpa, então, que sejam ignorados e substituídos pelo triunfo das vontades superiores – eis como funciona o Brasil de 2023.






sábado, maio 13, 2023

CARROCEIROS NO COMANDO DO AVIÃO DA EMBRAPA

CARROCEIROS NO COMANDO DO AVIÃO DA EMBRAPA

Por Maristela Deschamps Guañabens 

Lançaram um iceberg contra o melhor navio das estatais brasileiras, de quem todos se orgulham, a Embrapa. Um desastre. O Governo indica petistas e sindicalistas, sem qualificação, disputa e escolha múltipla com base no mérito e na experiência, para dirigir a Embrapa.

A Diretoria-Executiva da Embrapa é responsável por planejar, supervisionar, coordenar e controlar as atividades da Embrapa e formular suas políticas. Ela é composta pela Presidência e quatro Diretorias: de Governança e Gestão; de Negócios; de Pesquisa e Inovação; e de Pessoas, Serviços e Finanças.

A Diretoria era selecionada por mérito e qualificação científica. Agora mais não. O presidente da Embrapa foi tirado do cargo três meses antes do final do mandato. Para substituí-lo o núcleo petista indicou Silvia Massurah. Ela nunca teve participação em cargos centrais da empresa. É desconhecida no agronegócio. E desconhece o mundo rural. Sem ideia de ciências agronômicas e agrárias, cadeias produtivas e suas organizações, numa mistura letal de oportunismo e arrivismo, declaradamente assustada, aceita um cargo fora de suas capacidades.

Os quatro outros diretores foram escrutinados e indicados, três pela CUT e todos pelo PT por seu alinhamento ideológico e histórico, com base na velha política: um de cada região do Brasil. Como se as diretorias da Embrapa fossem geográficas. Numa prática totalitária, são candidatos únicos. Não há abertura para concorrentes. Nem disputa.

Eles tiveram seus nomes recusados pelo Conselho de Administração da Embrapa (Consad) na semana passada: desqualificados e despreparados para assumir as funções. Um candidato, inclusive, declarou ao Consad não saber para que existia a diretoria por ele pretendida!

Após a recusa, a pressão do Governo foi enorme. O Ministro da Agricultura implorou voto de confiança. Foram processos parecidos no BNDES, Itaipú, Petrobrás... e agora na Embrapa. *Nesta 6ª., os membros do CONSAD levarão ao naufrágio seus currículos, o interesse público e a história da Embrapa?*

Segundo pesquisador respeitado: _“Se nada for feito, nos próximos dias sairá no DOU a nomeação da mais despreparada diretoria já indicada na história da instituição. Uma diretoria majoritariamente tutelada por interesses sindicais e sem nenhuma qualificação, a mais remota que seja...”.

*Carroceiros serão indicados para pilotar um avião supersônico?*

sexta-feira, maio 05, 2023

A escolha fácil dos totalitários

 Vejo um mundo em que fazer o pior é sempre o mais fácil, alguns reservam ideologias, batalhas sórdidas, seu tempo para impor suas vontades, obrigando a todos obedecerem. Isso é muito fácil, ao contrário da liberdade de escolha e obediência as leis de uma sociedade regida pela democracia. Democracia exige trabalho de muitos virtuosos e honestos cidadãos e custa caro a todos os envolvidos. As ditaduras operam mecanismos que facilitem realizar os seus desejos, os mais obscuros, ilegais e perdulários, não se importam com direitos, respeito às leis, senão, com os códigos que lhes sejam favoráveis na execução de seus objetivos e as mantenham longamente no poder.

quinta-feira, maio 04, 2023

Vivemos uma DITADURA

Vivemos uma DITADURA. 

É de cair o queixo! O ativismo dos supremos togados vai atropelar, de novo, o legislativo, que sucumbirá de vez, caso seja "votada" a "lei" da CENSURA pelo $TF, feita sob encomenda para manter o totalitarismo empossado. A pretensão da ditadura já está tão acelerada que parar de ilegalidades não é sequer mais uma possibilidade. É o Estado de Exceção vigente sentido por todos que não estão infectados pela cegueira ideológica da esquerda. O teatro da democracia foi fechado sem qualquer pejo ou pausa para reflexão moral.



quarta-feira, maio 03, 2023

Sem o PL da CENSURA

 Sem o PL da CENSURA, o ex-presidiário e sua gangue quer por que quer, e tem o suporte ilegal do Supremo, tornar o ex-presidente um presidiário de sua escolha, nem que seja corrompendo a lei, uma Constituição enterrada nas burras cheias das togas. Só assim, acharia uma equivalência desnaturada para acusar em propaganda oficial, com certeza a mais fake news. Ainda que sem provas nem processo legal, nem jurisprudência para tanto.

sexta-feira, abril 28, 2023

Em vez disso, a verdade

 Em vez disso, a verdade

Por Jordan Peterson, em 12 regras para a vida, um antídoto para o caos

A equivalência da vida e da limitação é o fato primordial e inevitável da existência. A vulnerabilidade do nosso Ser nos torna suscetíveis às dores do julgamento social e do desprezo, assim como à deterioração inevitável do nosso corpo. Porém, todas essas formas de sofrimento, por mais terríveis que sejam, não são suficientes para corromper o mundo, para transformá-lo em um Inferno, do jeito que os nazistas, maoistas e stalinistas o corromperam, transformando-o em um Inferno. Se é isso o que queremos, então, como Hitler declarou tão claramente, precisamos da mentira: 

"Na grande mentira sempre há uma certa força de credibilidade, porque as grandes massas de uma nação são sempre corrompidas mais facilmente na camada mais profunda de sua natureza emocional do que consciente ou voluntariamente; assim, na simplicidade primitiva de suas mentes, elas são vítimas mais fáceis da grande mentira do que da pequena, uma vez que elas mesmas geralmente contam pequenas mentiras de pequenas formas, mas ficariam envergonhadas de usarem de falsidades em grande escala. Nunca passaria por suas cabeças inventar  inverdades colossais e elas nunca acreditariam que os outros pudessem ter a insolência de distorcer a verdade tão descaradamente. Mesmo que os fatos que provem isso possam ser claramente apresentados para suas mentes, elas ainda duvidariam e hesitariam, continuando a pensar que poderia haver alguma outra explicação".

Para a grande mentira primeiramente precisamos da pequena. Essa é, metaforicamente falando, a isca usada pelo Pai das Mentiras para fisgar suas presas. A capacidade humana para a imaginação nos torna capazes de sonhar e criar mundos alternativos. Essa é a fonte máxima de criatividade. Com essa capacidade singular, porém, vem seu equivalente, o outro lado da moeda: podemos enganar a nós mesmos e aos outros para que acreditem e ajam como se as coisas fossem diferentes do que sabemos que são.

E por que não mentir? Porque não torcer e distorcer as coisas para obter um pequeno ganho ou suavizá-las, para manter a paz ou evitar sentimentos feridos? A realidade tem seu aspecto terrível: precisamos realmente confrontar a sua face de serpente a cada momento da nossa de nossa consciência desperta e a cada mudança em nossa vida? Por que não virar o rosto, pelo menos, quando olhar é doloroso demais? O motivo é simples: as coisas desmoronam. O que deu certo ontem não vai necessariamente dar certo hoje. Herdamos dos nossos ancestrais o grande mecanismo do Estado e da cultura, mas eles estão mortos e não podem lidar com as mudanças de hoje. Os vivos podem. Podemos abrir nossos olhos e modificar o que for necessário no que temos e manter a máquina funcionando suavemente. Ou podemos fingir que está tudo certo, deixar de realizar os reparos necessários e depois amaldiçoar o destino quando nada for como esperávamos.

As coisas desmoronam: Essa é uma das grandes descobertas da humanidade. E aceleramos a deterioração natural das grandes coisas através da cegueira,  inação e falsidade. Sem atenção, a cultura se degenera e morre, e o mal prevalece.

O que você enxerga de uma mentira quando a traduz em ações (e a maioria das mentiras são ações, e não palavras) é uma parte bem pequena do que ela realmente é. Uma mentira está conectada com todo o resto. Ela produz o mesmo efeito no mundo que uma gota de esgoto produz mesmo no maior garrafão de champanhe. É melhor que a consideremos como algo vivo e crescente.

Quando as mentiras ficam grandes o suficiente, o mundo inteiro se deteriora.

(...)

A mentira corrompe o mundo. E o que é pior, essa é sua intenção.

segunda-feira, abril 24, 2023

A insegurança jurídica sem ordem nem progresso

 A insegurança jurídica sem ordem nem progresso nos conduz ao medo do próximo futuro, ao obscuro mundo dos escravos da covardia, da preguiça mental, e a ignorância vai se tornar a medida da paz dos analfabetos políticos. De todos que se entregam ao abismo das ditaduras.

Atualmente se respira e faz-se a digestão de uma realidade que transpira ideologia totalitária, ódio, tensão, medo, mentiras e indecisão. O poder está corrompido e na mão dos bastiões subordinados a cleptocracia e aos predadores filiados e cúmplices do atual governo no Brasil, pai da mentira, salafrário, apelidado de ladrão, todos sabem o que fez e fará, menos os que relevam o mal para receber as grandes migalhas.

Eu não quero viver a vida errada e depois ser esquecido ao morrer. Não me curvo ao mal, chegou a hora de encarar, sim, penso em todas as possibilidades para continuar a pisar no chão que me elevará do desastre, passando ao outro lado, lutando por uma pátria amada livre, para obter por todos os dias liberdade de pensamento e prosperidade.

Com o amor imprescindível, que é verbo, a ação, vou tentar ver as palavras antes de estarem prontas. Falta justiça e a lei está morta.

Conheço muitas respostas ainda que não domine todas as categorias para perguntar com a certeza necessária que guia os desesperados, e sejam as mais corretas em propósito. 

O tempo está indo mais rápido que na juventude, não sei quantos anos, décadas de sol e lua seremos golpeados, enganados, a grave realidade do Foro se precipita com a rapidez de tudo que cai, o que deverá acontecer será como um canto de cigarras numa estação passageira que não sabemos; espero que a mudança seja favorável aos fatos, e a favor de uma verdadeira função, a da nossa evolução do que pensamos de bem, o que vimos e cremos como verdade duradoura ainda que sem previsão de chegada a um mundo melhor. Eu quero estar com meu amor quando um dos dois precisar de moedas para o barqueiro. 

É tudo passageiro, é o que reflito do real nesse momento. Que tempos!



segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Trabalhei no DIEESE

Trabalhei no DIEESE 

Lá vivi uma experiência que me fez conhecer melhor a realidade do movimento sindical no Brasil e as propostas criadas na cabeça dos líderes das correntes políticas existentes, e que são balizadas por conhecimento técnico, intelectual. Havia uma grande efervecência de campanhas no movimento sindical, era final dos anos 80, o período do nascimento e crescimento do PT. 

Naquela ocasião, exerci a função de técnico na área de TI, Analista de O&M. Colaborei na implantação do sistema ARPAN. Pude participar de reuniões de diretores técnicos do DIEESE com a equipe técnica, quando fazíamos o alinhamento de estudos para auxílio com informações para as campanhas salariais dos trabalhadores. Os diretores técnicos tinham a função de decisão técnica e orientadores na estrutura da entidade, debatiam com os técnicos assim como os diretores sindicais (diretoria política) para acordar e encaminhar o que era de interesse deles contando com o estudo de dados fornecidos pelo Departamento.

Fiz a implantação do sistema ARPAN, o sistema de controle de arrecadação das mensalidades sindicais e gestão. Essa mudança de tecnologia foi iniciada por mim, no Estado da Bahia. Fui ao escritório central do Departamento algumas vezes para reuniões com os analistas desenvolvedores do sistema (a linguagem era Clipper). Os técnicos ficavam no DIEESE do Parque da Água Branca. Conheci o atual Secretario de Gestão de Pessoas e Relação de Trabalho do governo petista, Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça, o Serginho, técnico da área econômica. Na noite de São Paulo, fomos a um bar com outros colegas do Departamento, depois, a convite dele fui para um almoço no seu apartamento, onde comi um feijão com ele e sua companheira, tive de pedir a farinha, sou nordestino, porque na mesa em Sampa parece ser algo fora de uso. Também conheci e tive a oportunidade de realizar uma ou duas reuniões com o falecido Walter Bareli, diretor técnico na época. 

Aqui em Salvador, cuidei da implantação no Sindicato dos Bancários (sob a direção do PCdoB) e depois no Sindicato dos Metalúrgicos (direção Petista), foram os primeiros que tiveram a gestão feita pelo ARPAN, sistema de controle de mensalidades sindicais desenvolvido pelo DIEESE. Meu trabalho durou menos de dois anos devido as mudanças nas condições financeiras da entidade (essa foi a razão informada aos que foram demitidos) que dependia dos recursos das contribuições sindicais em queda naquele momento, oriunda dos sindicatos que também tiveram uma queda de arrecadação pelo crescente desemprego no país, e pelas mudanças internas decorrentes desse movimento de crise, o Departamento iniciou o processo das demissões.

Chorei, sinceramente, ao ser comunicado da minha demissão. Havia espectativas, tinha uma esperança de seguir a carreira na área de TI dentro da entidade, aonde poderia continuar simultaneamente estudando economia, uma outra função disponível nos quadros do Departamento. Para mim era o emprego que, por um lado atendia meu propósito em seguir como analista de sistemas e encontrar uma oportunidade de conseguir retornar ao ambiente acadêmico na faculdade de Economia, minha formação original, que havia "perdido" quando estava envolvido numa pesquisa de Mestrado, abruptamente expulso, por ordem de um Secretário de Estado (Secretaria de Minas e Energia). Contar essa  história é outra história, longa e infeliz, e o sistema se repete!

Não houve acordo possível, como muitos demitidos no Brasil, demitiam também no DIEESE, entidade defensora do trabalhador, por redução de custos, ou de gestão? O que os sindicatos passaram a fazer da mesma maneira, o que  ocasionou os trabalhadores em sindicatos  criarem o Sindicato dos trabalhadores em sindicatos. Com quem ferro fere com ferro será ferido!

Demitir. Era a ordem da diretoria política, com o aval da diretoria técnica. Embora soubesse que a necessidade da mudança informada eram os custos, claro, sabia que o que estava havendo era uma importante e drástica reorganização interna política, uma escolha seletiva, sob orientação rigorosa. E cá na terrinha baiana, que seguia diretamente as ordens e a dura orientação dos diretores políticos, não ficaram os críticos, nem os técnicos discordantes das demissões.

Nesse contexto, lembro uma reunião em que uma coordenadora, que na minha opinião tinha tudo de oligofrenia, porque apresentava atitudes muitas vezes autoritária em querer apresentar conhecimento sem ter, e até mostrar-se nada ética ao disputar numa discussão com uma colega, terminando em choro e nervosismo dela, descontrole emocional de quem não quer perder um ponto de pauta numa reunião de qualquer forma, óbvio que era apenas visando manter-se na coordenação. Nessa reunião estava presente o mediador da discussão entre as técnicas, futuro governador da Bahia (era diretor técnico do DIEESE, um sindicalista, diretor do Sindquímica-BA), com quem almocei em um restaurante de comida natural que ficava perto do escritório regional do DIEESE, na Avenida Joana Angélica. 

Foi muito difícil a minha saída do DIEESE, e logo um tempo depois do "afastamento" da UFBa; essa é uma das vivências que impactou e fortaleceu os meus princípios e o melhor entendimento dos mecanismos que a esquerda utiliza e continua a operar para afastar incomodados com suas políticas e até mesmo cancelar quem se coloca no seu caminho, tomando-os como seus "inimigos".

sexta-feira, janeiro 27, 2023

A DITADURA do PT quer a CENSURA para calar quem e qualquer conteúdo...

A DITADURA do PT quer a CENSURA para calar quem e qualquer conteúdo que parecer contra a sua "democracia" e assim manter o poder sem oposição ao suprimir a liberdade de expressão.

Da Revista Oeste:

"O governo Lula quer obrigar as redes sociais a retirarem do ar conteúdos de “crime contra a democracia e terrorismo”. O petista sugeriu um prazo de duas horas, o mesmo usado no pleito de 2022, pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Idealizadas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, as propostas, estão sendo lançadas independentemente da existência de uma definição na lei brasileira a respeito dos conceitos de desinformação e fake news.

Segundo Dino, a proposta consta em uma medida provisória. Espera-se que o texto chegue em fevereiro ao Congresso Nacional, informou o jornal O Estado de S. Paulo, na quinta-feira 26.

A pedido de Lula, a ideia do ministro é criar “obrigações jurídicas” às big techs que controlam as redes sociais, quando houver cometimento de “crimes contra o Estado Democrático de Direito ou de terrorismo”, em ambientes virtuais.

Para Dino, as empresas devem ter a responsabilidade de prevenção à preparação e à prática de crimes e na retirada de conteúdo do ar, seguindo ordem judicial. Em caso de descumprimento, o ministro sugere que as plataformas digitais sejam multadas. O valor da multa não foi informado."


sábado, janeiro 21, 2023

Punidos por pensamentos e palavras

Punidos por pensamentos e palavras

Com o ímpeto das ações fora das quatro linhas da lei, logo nos primeiros 20 dias de 2023, pelo visto, a esquerda quer forçar dar ré na roda da história, e quer chegar ainda mais longe. Ao que parece pode nos levar ao início do século XX, e pelo andar da carruagem tenta dar velocidade ao desgoverno da vingança e retrocesso pondo fim as várias conquistas democráticas realizadas ao longo dos últimos cem anos.

 Atentem em qual situação chegamos de liberdade restringida por imposição do atual Estado de exceção, e que afetou a sociedade em suas várias expressões de pensamento livre das amarras da ideologia totalitária no poder. O que já foi retirado e as espectativas que se tem para os próximos meses... O que ainda  resta de liberdade nesse país que não seja considerado "crime de opinião", e quais pensamentos e palavras podem ser punidos por estarem em desacordo com as regras do Ministério da Verdade?



na tela ou dvd

  • 12 Horas até o Amanhecer
  • 1408
  • 1922
  • 21 Gramas
  • 30 Minutos ou Menos
  • 8 Minutos
  • A Árvore da Vida
  • A Bússola de Ouro
  • A Chave Mestra
  • A Cura
  • A Endemoniada
  • A Espada e o Dragão
  • A Fita Branca
  • A Força de Um Sorriso
  • A Grande Ilusão
  • A Idade da Reflexão
  • A Ilha do Medo
  • A Intérprete
  • A Invenção de Hugo Cabret
  • A Janela Secreta
  • A Lista
  • A Lista de Schindler
  • A Livraria
  • A Loucura do Rei George
  • A Partida
  • A Pele
  • A Pele do Desejo
  • A Poeira do Tempo
  • A Praia
  • A Prostituta e a Baleia
  • A Prova
  • A Rainha
  • A Razão de Meu Afeto
  • A Ressaca
  • A Revelação
  • A Sombra e a Escuridão
  • A Suprema Felicidade
  • A Tempestade
  • A Trilha
  • A Troca
  • A Última Ceia
  • A Vantagem de Ser Invisível
  • A Vida de Gale
  • A Vida dos Outros
  • A Vida em uma Noite
  • A Vida Que Segue
  • Adaptation
  • Africa dos Meus Sonhos
  • Ágora
  • Alice Não Mora Mais Aqui
  • Amarcord
  • Amargo Pesadelo
  • Amigas com Dinheiro
  • Amor e outras drogas
  • Amores Possíveis
  • Ano Bissexto
  • Antes do Anoitecer
  • Antes que o Diabo Saiba que Voce está Morto
  • Apenas uma vez
  • Apocalipto
  • Arkansas
  • As Horas
  • As Idades de Lulu
  • As Invasões Bárbaras
  • Às Segundas ao Sol
  • Assassinato em Gosford Park
  • Ausência de Malícia
  • Australia
  • Avatar
  • Babel
  • Bastardos Inglórios
  • Battlestar Galactica
  • Bird Box
  • Biutiful
  • Bom Dia Vietnan
  • Boneco de Neve
  • Brasil Despedaçado
  • Budapeste
  • Butch Cassidy and the Sundance Kid
  • Caçada Final
  • Caçador de Recompensa
  • Cão de Briga
  • Carne Trêmula
  • Casablanca
  • Chamas da vingança
  • Chocolate
  • Circle
  • Cirkus Columbia
  • Close
  • Closer
  • Código 46
  • Coincidências do Amor
  • Coisas Belas e Sujas
  • Colateral
  • Com os Olhos Bem Fechados
  • Comer, Rezar, Amar
  • Como Enlouquecer Seu Chefe
  • Condessa de Sangue
  • Conduta de Risco
  • Contragolpe
  • Cópias De Volta À Vida
  • Coração Selvagem
  • Corre Lola Corre
  • Crash - no Limite
  • Crime de Amor
  • Dança com Lobos
  • Déjà Vu
  • Desert Flower
  • Destacamento Blood
  • Deus e o Diabo na Terra do Sol
  • Dia de Treinamento
  • Diamante 13
  • Diamante de Sangue
  • Diário de Motocicleta
  • Diário de uma Paixão
  • Disputa em Família
  • Dizem por Aí...
  • Django
  • Dois Papas
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  • Dr. Jivago
  • Duplicidade
  • Durante a Tormenta
  • Eduardo Mãos de Tesoura
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  • Em Nome do Jogo
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  • Guerrilha Sem Face
  • Hair
  • Hannah And Her Sisters
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  • Horizonte Profundo
  • Hors de Prix (Amar não tem preço)
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  • King Kong
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  • Las 13 Rosas
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  • Marco Zero
  • Marley e Eu
  • Maudie Sua Vida e Sua Arte
  • Meia Noite em Paris
  • Memórias de uma Gueixa
  • Menina de Ouro
  • Meninos não Choram
  • Milagre em Sta Anna
  • Mistério na Vila
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  • Morto ao Chegar
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  • Muito Mais Que Um Crime
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  • Nosso Tipo de Mulher
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  • Nove Rainhas
  • O Amante Bilingue
  • O Americano
  • O Americano Tranquilo
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  • O Amor Não Tira Férias
  • O Amor nos Tempos do Cólera
  • O Amor Pede Passagem
  • O Artista
  • O Caçador de Pipas
  • O Céu que nos Protege
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  • O Clã das Adagas Voadoras
  • O Concerto
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  • O Contador de Histórias
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  • O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante
  • O Curioso Caso de Benjamin Button
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  • O Diabo de Cada Dia
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  • O Irlandês
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