Para NILTON e CACILDA um poema que fiz em homenagem ao "casamento no campo":
Juntos
Enquanto nossa energia viaja
Renovamos nos espinhos e plumas
Trocando carinhos à vista
Cantamos juntos na chuva
Pelas mão entrelaçados
Casamos diante do fogo
Dançando uma só música
Juntamos as almas num vôo
Somos jovens ao caminhar
Com bagagens marcada pelos anos
Vivemos a paisagem que passa
Cumplíces porque nos amamos
sábado, dezembro 15, 2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
Criador e Criatura
Revelar-se
Única morada se desnuda
Tendo base, sopro e sonhos
Dança com ritmo a vida
Com poder de fazer, ter e ser
Guarda internamente a cura
A dor do ser se encontrar
Humildade em força e sentir
Vai à luz interior se banhar
Integrado no imenso universo
Supera processos em curso
Arreia os fardos que o pendem
Acredita no outro no escuro
Segue mostrando-se no caminho
Feito pássaros em revoada
Fazendo grupo ou sozinho
É importante casa arrumada
Anjo de verbo amoroso
Cria como o criador certo
Do barro suspende o vigor
Revela-se substância completa
Única morada se desnuda
Tendo base, sopro e sonhos
Dança com ritmo a vida
Com poder de fazer, ter e ser
Guarda internamente a cura
A dor do ser se encontrar
Humildade em força e sentir
Vai à luz interior se banhar
Integrado no imenso universo
Supera processos em curso
Arreia os fardos que o pendem
Acredita no outro no escuro
Segue mostrando-se no caminho
Feito pássaros em revoada
Fazendo grupo ou sozinho
É importante casa arrumada
Anjo de verbo amoroso
Cria como o criador certo
Do barro suspende o vigor
Revela-se substância completa
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revelar-se
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Identidade
Essa nova poesia é parte de um novo VÔO que se iniciou na Campo Verde, percebo uma novidade no meu movimento que está expresso na diferença do texto:
Grande Águia
Nosso poder tem ritmo
Um ritmo que estremece
Vibra quantas vezes
Alma, mente e pele
Uma vez águia e ser
Também garras por dentro
Voando de alturas abaixo
Tendo como aliado os ventos
Olhos com brilho e calma
Mas feroz diante do alvo
Algo que se esconde e avisa
O que é contínuo por baixo
De novo o lugar mágico
Emoção pela pele viajando
Grande lua refletindo a alma
Voando, voando, alto, alto
Todos aves vibrando as asas
Todos corpo, girando, girando
Levantando o brilho da espada
Gritando uma canção, um canto
Guerreiras, guerreiros definidos
Vestidos de cores de guerra
De ares de horas de paz
Prontos como índios da terra
Grande Águia
Nosso poder tem ritmo
Um ritmo que estremece
Vibra quantas vezes
Alma, mente e pele
Uma vez águia e ser
Também garras por dentro
Voando de alturas abaixo
Tendo como aliado os ventos
Olhos com brilho e calma
Mas feroz diante do alvo
Algo que se esconde e avisa
O que é contínuo por baixo
De novo o lugar mágico
Emoção pela pele viajando
Grande lua refletindo a alma
Voando, voando, alto, alto
Todos aves vibrando as asas
Todos corpo, girando, girando
Levantando o brilho da espada
Gritando uma canção, um canto
Guerreiras, guerreiros definidos
Vestidos de cores de guerra
De ares de horas de paz
Prontos como índios da terra
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maratona identidade
segunda-feira, outubro 29, 2007
Subindo
Escadas
Comecei com os olhos secos
Saltando ares de reta transição
Estalando dobrados em aurora
Jogando-me em processo curioso
De saber turvo a espelhar-me
Fui anseio em turbilhão
Tentava de tudo e fiz
O que era menos natural
Mas tudo estava dentro de mim
Muitas noites de insônia vazia
Passos atrasados pelas pedras
Em batalhas sem armas ou guia
Vendo arder minha alma tola
Nas tentativas estranhas
De conter meu animal bravio
Saídas toscas de janelas reparadas
Cruas em óleos e papéis de vidro
Encerrava-me numa gaiola quebrada
Os lábios tinham de responder
Pelas coisas malditas no íntimo
E balançar um casulo de borboleta
Metamorfose de desafio brutal e motivos
Vivi a solidão em bolhas alcoolizadas
Ao gosto de um vento farto de balões
Montando minha escada belíssima
Um quebra-cabeça que me surpreendia
Abri caminhos internos para superviver
Outros externos nas linhas lidas das mãos
Descolando tantas passagens cercadas
Identidade única em estado de prazer
Comecei com os olhos secos
Saltando ares de reta transição
Estalando dobrados em aurora
Jogando-me em processo curioso
De saber turvo a espelhar-me
Fui anseio em turbilhão
Tentava de tudo e fiz
O que era menos natural
Mas tudo estava dentro de mim
Muitas noites de insônia vazia
Passos atrasados pelas pedras
Em batalhas sem armas ou guia
Vendo arder minha alma tola
Nas tentativas estranhas
De conter meu animal bravio
Saídas toscas de janelas reparadas
Cruas em óleos e papéis de vidro
Encerrava-me numa gaiola quebrada
Os lábios tinham de responder
Pelas coisas malditas no íntimo
E balançar um casulo de borboleta
Metamorfose de desafio brutal e motivos
Vivi a solidão em bolhas alcoolizadas
Ao gosto de um vento farto de balões
Montando minha escada belíssima
Um quebra-cabeça que me surpreendia
Abri caminhos internos para superviver
Outros externos nas linhas lidas das mãos
Descolando tantas passagens cercadas
Identidade única em estado de prazer
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escadas
sexta-feira, outubro 26, 2007
Frutos da ...
Arvore Criada
Plantei uma arvore em algum momento da minha vida
Cuidando bem dela sabendo que seu fruto não era só meu
Reguei de amor e poesia meus sonhos tidos como filhos
A paixão se achegou em brotos palpitando movimentos
Corroendo os anéis acomodados dos desejos em fluxo carente
Expondo sentimentos que afloravam doce num crescimento
Uma malícia de mel veio na boca em roupas de origem simples
Tentando marcar com seu compasso um circulo de fantasia
Que até então era mais feliz do que a velha paisagem triste
Toda entrega parecendo tão difícil sem o amor necessário
Partia em surtos de gestos duros de quem se enfeita do falso
E limpa tinta de livros antigos de idéias atrasadas no horário
Continuei escrevendo num sopro de surpresas e acordei
Diante de todos os céus limpos de tempestades tardias
Andando sobre pétalas de carinho daquela arvore que plantei
Plantei uma arvore em algum momento da minha vida
Cuidando bem dela sabendo que seu fruto não era só meu
Reguei de amor e poesia meus sonhos tidos como filhos
A paixão se achegou em brotos palpitando movimentos
Corroendo os anéis acomodados dos desejos em fluxo carente
Expondo sentimentos que afloravam doce num crescimento
Uma malícia de mel veio na boca em roupas de origem simples
Tentando marcar com seu compasso um circulo de fantasia
Que até então era mais feliz do que a velha paisagem triste
Toda entrega parecendo tão difícil sem o amor necessário
Partia em surtos de gestos duros de quem se enfeita do falso
E limpa tinta de livros antigos de idéias atrasadas no horário
Continuei escrevendo num sopro de surpresas e acordei
Diante de todos os céus limpos de tempestades tardias
Andando sobre pétalas de carinho daquela arvore que plantei
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arvore
sábado, outubro 13, 2007
Ser e Não Ser
Seja Como For
Digo que minha dança floresceu sob o teto de raízes profundas
Que repetidamente de gestos e palavras sinceras era companhia
Mesmo a cegueira e palpites me tratando como se fosse uma mentira
Em um labirinto intrigante surgiam julgamentos irreais sem lastro
Que por mim queriam perder suas roupas e riqueza sem orgulho
Da visão pura das crianças que percebem as cores reais do quadro
Que corte injusto nos meus sonhos é preparado pelos pesadelos
Justo agora no inicio do apoio do Universo construindo novidades
Por uma encosta ensolarada entre grupos de anjos ouvindo meu apelo
Sei que nunca estamos sozinhos diante dos medos que nos atentam
Uma força positiva logo se chega a quem realmente se entrega
Aos pensamentos felizes que nos levantam no ar tão raramente
Viro os lençóis e meu coração novamente por outro lado avesso
Ao ouvir as verdades que desenvolvem calos na minha percepção
E continuo a falar com meus botões como se refizesse o começo
Digo que minha dança floresceu sob o teto de raízes profundas
Que repetidamente de gestos e palavras sinceras era companhia
Mesmo a cegueira e palpites me tratando como se fosse uma mentira
Em um labirinto intrigante surgiam julgamentos irreais sem lastro
Que por mim queriam perder suas roupas e riqueza sem orgulho
Da visão pura das crianças que percebem as cores reais do quadro
Que corte injusto nos meus sonhos é preparado pelos pesadelos
Justo agora no inicio do apoio do Universo construindo novidades
Por uma encosta ensolarada entre grupos de anjos ouvindo meu apelo
Sei que nunca estamos sozinhos diante dos medos que nos atentam
Uma força positiva logo se chega a quem realmente se entrega
Aos pensamentos felizes que nos levantam no ar tão raramente
Viro os lençóis e meu coração novamente por outro lado avesso
Ao ouvir as verdades que desenvolvem calos na minha percepção
E continuo a falar com meus botões como se refizesse o começo
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verdade
terça-feira, outubro 09, 2007
Desafio
De Peito Aberto
Por um lado corre a vida sem amarras a romper os laços
Uma certeza aperta os passos que faltam para minha saída
Meus sentimentos trepidam entre as margens das decisões
Volto os olhos para a minha praça que expõe suas escadas
Quero ar e água desarrumando os espaços de meu peito
Limpo em espírito por não conter mágoas nem presunção
Conheço-me pelos dons que em silencio ardem e declamam
Jogos e processos rompem a sorte no retorno de pesos e tensões
Por que dançar a vida permite que a felicidade inflame !
Minha criança percebe que opera em canto e espaço próprios
Revivendo seus gestos e esperanças decididamente presentes
E em mim encontros e desencontros viram coisas transitórias
Por um lado corre a vida sem amarras a romper os laços
Uma certeza aperta os passos que faltam para minha saída
Meus sentimentos trepidam entre as margens das decisões
Volto os olhos para a minha praça que expõe suas escadas
Quero ar e água desarrumando os espaços de meu peito
Limpo em espírito por não conter mágoas nem presunção
Conheço-me pelos dons que em silencio ardem e declamam
Jogos e processos rompem a sorte no retorno de pesos e tensões
Por que dançar a vida permite que a felicidade inflame !
Minha criança percebe que opera em canto e espaço próprios
Revivendo seus gestos e esperanças decididamente presentes
E em mim encontros e desencontros viram coisas transitórias
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desafio
terça-feira, outubro 02, 2007
Sonhos
Sede Interna
Fiquei sem palavras no exato momento de sua chamada
Cintilou um imaginário segundo antes do beijo desejado
Definiram-se rasgos de possíveis tratados anti-saudade
Passaram pelo corpo os frios e calores das sedas do tato
Já posso realizar os sonhos que tanto me reviram ao sonhar
Mesmo nessa estrada que se abre como os dedos das mãos
Jogando fogo e brasas em nossas veias que se conectam
Que de lua a sol amanhecem em pouso de gozo e perdão
Nem advinha meus dias aguardando por sua companhia
Porque costumo sair de mim e viajar a lugares desconhecidos
Milhas em asas arqueadas sem descanso ou proximidades
Que me acolham na continuidade com afeição nos sentidos
Preciso de minha paz encoberta por sua sonoridade louca
Acostumar com as tempestades que me pegam e se vão
Aprender todas as manhas que trouxerem as surpresas
E amar por muito mais vezes enquanto tiver um coração
Fiquei sem palavras no exato momento de sua chamada
Cintilou um imaginário segundo antes do beijo desejado
Definiram-se rasgos de possíveis tratados anti-saudade
Passaram pelo corpo os frios e calores das sedas do tato
Já posso realizar os sonhos que tanto me reviram ao sonhar
Mesmo nessa estrada que se abre como os dedos das mãos
Jogando fogo e brasas em nossas veias que se conectam
Que de lua a sol amanhecem em pouso de gozo e perdão
Nem advinha meus dias aguardando por sua companhia
Porque costumo sair de mim e viajar a lugares desconhecidos
Milhas em asas arqueadas sem descanso ou proximidades
Que me acolham na continuidade com afeição nos sentidos
Preciso de minha paz encoberta por sua sonoridade louca
Acostumar com as tempestades que me pegam e se vão
Aprender todas as manhas que trouxerem as surpresas
E amar por muito mais vezes enquanto tiver um coração
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sonhos
terça-feira, setembro 25, 2007
Meu Origame
A Centelha
Numa vontade de sede entorno a voz calma no ar
Os gestos das mãos se repetem a chamarem as suas
Na imaginação tomo conta de cada gota da música
Faço silencio de corais que ignoram o caos das ruas
Entre as nuvens de origame volteiam nossos olhos
Mais abaixo descubro meus pés ardendo nos sapatos
Após uma caminhada por algum espinheiro salgado
Abro mão das receitas e bulas das quais estou farto
Quero a atenção do céu modificado que contemplo fiel
Num olhar perpétuo de abelhas na direção do ninho
Que assim me preenche ao arranhar a centelha da vida
E bebo do amor que preservo puro como um bom vinho
------------------------------------------------------
Querido Afrânio, Continuando o seu poema ....
e como bom vinho, embriago de amor
e sutileza quem por mim passa,
abrindo ao mundo o melhor que vibra
no meu ser de criança,
e sem sentir, planto o futuro em linhas
como sonhos em taças,
que celebrantes colhem, a cada lua,
como flores de esperança.
Isto é o que faz conosco, a cada poesia que exala da alma
bj
Ana
Numa vontade de sede entorno a voz calma no ar
Os gestos das mãos se repetem a chamarem as suas
Na imaginação tomo conta de cada gota da música
Faço silencio de corais que ignoram o caos das ruas
Entre as nuvens de origame volteiam nossos olhos
Mais abaixo descubro meus pés ardendo nos sapatos
Após uma caminhada por algum espinheiro salgado
Abro mão das receitas e bulas das quais estou farto
Quero a atenção do céu modificado que contemplo fiel
Num olhar perpétuo de abelhas na direção do ninho
Que assim me preenche ao arranhar a centelha da vida
E bebo do amor que preservo puro como um bom vinho
------------------------------------------------------
Querido Afrânio, Continuando o seu poema ....
e como bom vinho, embriago de amor
e sutileza quem por mim passa,
abrindo ao mundo o melhor que vibra
no meu ser de criança,
e sem sentir, planto o futuro em linhas
como sonhos em taças,
que celebrantes colhem, a cada lua,
como flores de esperança.
Isto é o que faz conosco, a cada poesia que exala da alma
bj
Ana
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centelha
quinta-feira, setembro 20, 2007
No Livro
Superação
Minhas raízes ficaram cobertas de folhas secas
Com o coração batendo com seu interior ferido
Partes que sentem seguem em direções opostas
Quase desabam outras que desejam os sentidos
Numa dessas folhas que cai explodem os desatinos
Toda seiva contrariada escorre para fora do corpo
Dói a maneira como as reações se esboçam insanas
A crua realidade de seus fios revela meus cortes
Quero tintas para colorir a árvore de meus desejos
Vejo ela e provo doces pelos dedos ousando crescer
Numa esperança vindo carregada de cestas de frutos
Perfumes e enfeites que florescem ao entardecer
Minhas raízes ficaram cobertas de folhas secas
Com o coração batendo com seu interior ferido
Partes que sentem seguem em direções opostas
Quase desabam outras que desejam os sentidos
Numa dessas folhas que cai explodem os desatinos
Toda seiva contrariada escorre para fora do corpo
Dói a maneira como as reações se esboçam insanas
A crua realidade de seus fios revela meus cortes
Quero tintas para colorir a árvore de meus desejos
Vejo ela e provo doces pelos dedos ousando crescer
Numa esperança vindo carregada de cestas de frutos
Perfumes e enfeites que florescem ao entardecer
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superação
sexta-feira, setembro 14, 2007
Na Janela
Sentidos
Transparências me apresentam o seu íntimo olhar
Sorteiam minhas roupas que brilham dançantes
Meus anseios acreditam nos sorrisos presentes
E abrem pacotes especiais para me desacostumar
Descarto velhos paradigmas num cesto trançado
Por um lugar casualmente visitado e anormal
Na troca de carinhos formamos mais que pares
Uma festa de belos que buscam o menos usual
Chego a uma janela para te ver subindo nos ares
De repente ages como se notasses te aconchegando
E coubesses em meu pensamento com sutil delicadeza
Adivinhando meus passos indo ao seu encontro
Transparências me apresentam o seu íntimo olhar
Sorteiam minhas roupas que brilham dançantes
Meus anseios acreditam nos sorrisos presentes
E abrem pacotes especiais para me desacostumar
Descarto velhos paradigmas num cesto trançado
Por um lugar casualmente visitado e anormal
Na troca de carinhos formamos mais que pares
Uma festa de belos que buscam o menos usual
Chego a uma janela para te ver subindo nos ares
De repente ages como se notasses te aconchegando
E coubesses em meu pensamento com sutil delicadeza
Adivinhando meus passos indo ao seu encontro
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sentidos
domingo, setembro 09, 2007
Destino
Mudança
Continuo indo e sinto as diferenças do que vivia antes
Quedas de rio interior assumem corredeiras no peito
Meu choro já não tem a tristeza de loucos remoinhos
Novos sentimentos molham de jarros os espaços refeitos
Quero toda saúde existente das coisas que renascem
Sendo outro diante da completa natureza em fúria
Preciso de minha identidade para criar novas páginas
Passeando nas palavras que me lançam fora de angústias
Percebo como os beijos quebrados saem da dor imensa
E aceito o sentimento que descubro ser insuportável
Quero continuar amando minha vida mais que antes
Sei como se trinca o coração por um instante inevitável
Continuo indo e sinto as diferenças do que vivia antes
Quedas de rio interior assumem corredeiras no peito
Meu choro já não tem a tristeza de loucos remoinhos
Novos sentimentos molham de jarros os espaços refeitos
Quero toda saúde existente das coisas que renascem
Sendo outro diante da completa natureza em fúria
Preciso de minha identidade para criar novas páginas
Passeando nas palavras que me lançam fora de angústias
Percebo como os beijos quebrados saem da dor imensa
E aceito o sentimento que descubro ser insuportável
Quero continuar amando minha vida mais que antes
Sei como se trinca o coração por um instante inevitável
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mudança
quinta-feira, agosto 30, 2007
Elos
Abrindo a Roda
Somos uma corrente que se aquece em elos
Como grãos unidos formando um círculo mágico
Nessa roda lúdica que decifra os nossos desejos
Nossos narizes resvalam bem perto dizendo algo
Sentados restamos na respiração do outro
Gestos suaves acordam nossos olhos meados
Uma canção de ninar nos consola em repouso
Obras criadas por horas de amor revirado
Somos a imensidão do movimento que pulsa
Querendo conhecer todo processo e retorno
Ainda que dure um pouco no tempo suspenso
Contínua busca do que se renova no outro
Nós pertencemos ao colo afetuoso do universo
Basta aceitar numa oração o que é todo nosso
Querendo ser feliz como de fato é uma estrela
Dignos dessa passagem que se abre para o novo
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roda
terça-feira, agosto 21, 2007
Partida
Minha Viagem
Estou entre limites que rasgam o coração
Já não sou o mesmo de quando te conheci
Alguma química mudou o humor dos dias
Reparo no encanto das palavras ao seguir
Agora como os sonhos chegam bem perto
Velejo desgarrado de todo peso do passado
Costurando uma roupa que cai bem em mim
Pois é leve o ar puro das mudanças que trago
Uma paixão inflamada conta outra história
Em vôo rasante minha sorte está batendo
Repetindo o tom de uma idéia desenhada
Dispo-me do que não cabe mais aqui dentro
Solto um suspiro de prazer pela minha viagem
Quero alcançar aquela torre que me espera
Avanço com todo espírito que me preenche
Num reflexo rumo ao horizonte feito flecha
Estou entre limites que rasgam o coração
Já não sou o mesmo de quando te conheci
Alguma química mudou o humor dos dias
Reparo no encanto das palavras ao seguir
Agora como os sonhos chegam bem perto
Velejo desgarrado de todo peso do passado
Costurando uma roupa que cai bem em mim
Pois é leve o ar puro das mudanças que trago
Uma paixão inflamada conta outra história
Em vôo rasante minha sorte está batendo
Repetindo o tom de uma idéia desenhada
Dispo-me do que não cabe mais aqui dentro
Solto um suspiro de prazer pela minha viagem
Quero alcançar aquela torre que me espera
Avanço com todo espírito que me preenche
Num reflexo rumo ao horizonte feito flecha
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viagem
quinta-feira, agosto 02, 2007
Indo
Permanecer
Até onde nosso olhar se estende
Inesperada dança viva de entregas
Ainda que pareça simples e singela
Vamos em passos que se aprende
Mãos entreabrem visões distintas
Nossos rostos se mostram profundos
Risos nascem de nossa cara criança
Por alguns minutos recriamos tudo
Somos transformação seguida em vida
Queremos limpar o musgo das unhas
Brilhar livres às intimas galáxias
Que permanecem internamente juntas
Até onde nosso olhar se estende
Inesperada dança viva de entregas
Ainda que pareça simples e singela
Vamos em passos que se aprende
Mãos entreabrem visões distintas
Nossos rostos se mostram profundos
Risos nascem de nossa cara criança
Por alguns minutos recriamos tudo
Somos transformação seguida em vida
Queremos limpar o musgo das unhas
Brilhar livres às intimas galáxias
Que permanecem internamente juntas
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permanecer
Em Gotas
Diga a Quem Ama
Uma vez você me disse
Outra você que me ouviu
Olhei o nosso movimento
Como amei a nossa dança
Penso que tudo parece belo
Até o que não é nem tanto
Você é parte da paisagem
Graça sedenta em degelo
Traz uma grande mudança
Nada de dúvida nem sombra
Leva uma guia desse novelo
É uma fibra de esperança
Uma vez te surpreendi
E quero assim fazer de novo
Seu olhar de gotas de mel
Reflete mais um desejo
Que diz que me espera
E é perfeito como é
Uma vez você me disse
Outra você que me ouviu
Olhei o nosso movimento
Como amei a nossa dança
Penso que tudo parece belo
Até o que não é nem tanto
Você é parte da paisagem
Graça sedenta em degelo
Traz uma grande mudança
Nada de dúvida nem sombra
Leva uma guia desse novelo
É uma fibra de esperança
Uma vez te surpreendi
E quero assim fazer de novo
Seu olhar de gotas de mel
Reflete mais um desejo
Que diz que me espera
E é perfeito como é
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gotas
quarta-feira, julho 04, 2007
Prefaciando
É extremamente prazeroso ler poesias, especialmente quando o livro retrata a biodança, um sistema terapêutico maravilhoso que concebe o homem como uma totalidade, colocando-o no centro do universo.
Tal como a poesia, a biodança, vai além das palavras porque envolve o ser humano num redemoinho de sensações conduzindo-o a um universo de harmonia interna, desfazendo construções defensivas calcadas na lógica verbal.
A poesia nos leva a uma viagem, a um mundo de sonhos, enquanto a biodança nos convida a dançar a vida.
Através de sua poesia, Afrânio Campos, traz ricas informações sobre a vida mostrando-nos o seu lado mais belo, convida-nos de forma poética e vivencial a preservar a vida e evoluir de maneira participativa no cosmo.
Seus poemas falam do amor com tal intensidade que nos coloca a refletir sobre a sua importância no nosso cotidiano e o quanto esse sentimento tem sido negligenciado.
Tal como a poesia, a biodança, vai além das palavras porque envolve o ser humano num redemoinho de sensações conduzindo-o a um universo de harmonia interna, desfazendo construções defensivas calcadas na lógica verbal.
A poesia nos leva a uma viagem, a um mundo de sonhos, enquanto a biodança nos convida a dançar a vida.
Através de sua poesia, Afrânio Campos, traz ricas informações sobre a vida mostrando-nos o seu lado mais belo, convida-nos de forma poética e vivencial a preservar a vida e evoluir de maneira participativa no cosmo.
Seus poemas falam do amor com tal intensidade que nos coloca a refletir sobre a sua importância no nosso cotidiano e o quanto esse sentimento tem sido negligenciado.
O convite é resgatar o amor trilhando o caminho da poesia e dançando a vida.
Marisa Santiago
Integrante do Grupo de Biodança Abraçando a Vida
Marisa Santiago
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prefácio
terça-feira, julho 03, 2007
Criança Feliz
No Circo
Uma energia origina-se do corpo que propõe o vôo
Outra recebe o que seu conteúdo tem de sincero
Andam por relâmpagos pontilhados de trovões
Em traços conhecidos que riscam corações de ferro
Um dia iluminado descobre a surpresa de um circo
Apresentando cambalhotas e repentinas gargalhadas
Para recriar sonhos que disputam olhares curiosos
Mostrando os saltimbancos transformados em fadas
Pelos saltos percebem a insegurança das cordas da fama
Quando as vozes gritam mais alto após um golpe falso no ar
Montam e pulam as alturas em um corcel negro domado
Tentando viver uma peça incrível que suscite as palmas
De lágrima no rosto o palhaço nos desmancha em risos
Acrobatas fantásticos sustam soluços que rasgam a lona
Nas cenas são meninos e meninas crepitando como pipocas
Eternos em cada face de criança feliz e brincalhona
Uma energia origina-se do corpo que propõe o vôo
Outra recebe o que seu conteúdo tem de sincero
Andam por relâmpagos pontilhados de trovões
Em traços conhecidos que riscam corações de ferro
Um dia iluminado descobre a surpresa de um circo
Apresentando cambalhotas e repentinas gargalhadas
Para recriar sonhos que disputam olhares curiosos
Mostrando os saltimbancos transformados em fadas
Pelos saltos percebem a insegurança das cordas da fama
Quando as vozes gritam mais alto após um golpe falso no ar
Montam e pulam as alturas em um corcel negro domado
Tentando viver uma peça incrível que suscite as palmas
De lágrima no rosto o palhaço nos desmancha em risos
Acrobatas fantásticos sustam soluços que rasgam a lona
Nas cenas são meninos e meninas crepitando como pipocas
Eternos em cada face de criança feliz e brincalhona
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circo
sexta-feira, junho 29, 2007
Toques
Fogo Espontâneo
Sou como um telhado sob uma nuvem de chuva ácida
Esperando sua ternura chegar em um toque único
Com medidas de lucidez súbita justa como uma luva
De certa maneira corro para uma entrega combinada
Nos pingos de uma necessidade de cruzamento de rios
Entre correntes de amores transpirando sem domínio
Agora temos uma gota de orvalho nas mãos inquietas
Pelos lábios calados rompem-se palavras coradas
Sinto uma sede que me arrebata diante do que ofereces
O impossível se torna fato nos meus dias criados do nada
Faço isso numa nítida condição de quem ama sem pedir
Abro as velas da pele para colher rosas na caminhada
Quero a perfeição nascida de raízes que florescem
Cuidadosamente planto nessa rica terra da emoção
Sinto uma sensível força de um sentimento que cresce
Sou como um telhado sob uma nuvem de chuva ácida
Esperando sua ternura chegar em um toque único
Com medidas de lucidez súbita justa como uma luva
De certa maneira corro para uma entrega combinada
Nos pingos de uma necessidade de cruzamento de rios
Entre correntes de amores transpirando sem domínio
Agora temos uma gota de orvalho nas mãos inquietas
Pelos lábios calados rompem-se palavras coradas
Sinto uma sede que me arrebata diante do que ofereces
O impossível se torna fato nos meus dias criados do nada
Faço isso numa nítida condição de quem ama sem pedir
Abro as velas da pele para colher rosas na caminhada
Quero a perfeição nascida de raízes que florescem
Cuidadosamente planto nessa rica terra da emoção
Sinto uma sensível força de um sentimento que cresce
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fogo
sexta-feira, junho 22, 2007
Vivência Prolongada
Entrega
Conheci uma nova dança que inova minhas sensações
Por vestir outro modelo entro no baile perfumado
Experimento o sabor quente dos cheiros dessa hora
Mar e brisa transpiram no movimento de minha vida
Juntos nos servimos das noites percorrendo a cidade
Pois o nosso amor faz essa entrega ser bem-vinda
Faço esse caminho a cada passo num caminhar ciente
Com cartas que precisam ser escritas como lembranças
Até ouço canções românticas vindo de dentro da gente
Meu espírito fica perfeito como bandeiras ao vento
Guardando uma imagem que recebo sorrindo sem ressalvas
Enquanto desmancho um véu molhado coberto pelo tempo
Faço o retorno pelas vias de uma conquista declarada
Afago seus seios em voltas tontas de tantas revoadas
Desfiando a grave rotina do dia a dia em finitas camadas
De um modo incerto acabo me vendo pequeno então
Mas cresço ao me doar para o seu fugaz acolhimento
E meus desejos ou anseios são consumidos em reação
Do meu coração puro bebo meu próprio licor de ferro
Que transborda uma beleza não descoberta por fora
Pois quero viver o imprevisto sopro de sua atmosfera
Conheci uma nova dança que inova minhas sensações
Por vestir outro modelo entro no baile perfumado
Experimento o sabor quente dos cheiros dessa hora
Mar e brisa transpiram no movimento de minha vida
Juntos nos servimos das noites percorrendo a cidade
Pois o nosso amor faz essa entrega ser bem-vinda
Faço esse caminho a cada passo num caminhar ciente
Com cartas que precisam ser escritas como lembranças
Até ouço canções românticas vindo de dentro da gente
Meu espírito fica perfeito como bandeiras ao vento
Guardando uma imagem que recebo sorrindo sem ressalvas
Enquanto desmancho um véu molhado coberto pelo tempo
Faço o retorno pelas vias de uma conquista declarada
Afago seus seios em voltas tontas de tantas revoadas
Desfiando a grave rotina do dia a dia em finitas camadas
De um modo incerto acabo me vendo pequeno então
Mas cresço ao me doar para o seu fugaz acolhimento
E meus desejos ou anseios são consumidos em reação
Do meu coração puro bebo meu próprio licor de ferro
Que transborda uma beleza não descoberta por fora
Pois quero viver o imprevisto sopro de sua atmosfera
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entrega
sexta-feira, junho 08, 2007
Vitoriosos
Presentes
Uma provocação temporária inovou tempo e espaço
Para responder aos olhares nitidamente luminosos
Com emoções transparentes em felicidade de fato
Nossas vozes recebiam presentes de verbos consoantes
Com forças nos unindo por pontes de percepções
Do interior para o exterior sem existir mais como antes
Desejos insanos dançaram em nossas bocas úmidas
Para recortar melodias respirando vitalidade de anjos
E entender de portas que abririam volumes e dúvidas
Fomos ao encontro de sentidos adormecidos pela espera
Tateando todos os contornos de sua energia delicada
Como rosa despida ao toque por seu aroma dissipado
Sonhamos juntos numa mandala retocada de vitórias
Nos doando espreguiçados em terno aperto de mãos
Para abrir trancas de um cofre de segredos revelados
Uma provocação temporária inovou tempo e espaço
Para responder aos olhares nitidamente luminosos
Com emoções transparentes em felicidade de fato
Nossas vozes recebiam presentes de verbos consoantes
Com forças nos unindo por pontes de percepções
Do interior para o exterior sem existir mais como antes
Desejos insanos dançaram em nossas bocas úmidas
Para recortar melodias respirando vitalidade de anjos
E entender de portas que abririam volumes e dúvidas
Fomos ao encontro de sentidos adormecidos pela espera
Tateando todos os contornos de sua energia delicada
Como rosa despida ao toque por seu aroma dissipado
Sonhamos juntos numa mandala retocada de vitórias
Nos doando espreguiçados em terno aperto de mãos
Para abrir trancas de um cofre de segredos revelados
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sexta-feira, junho 01, 2007
Pêndulo
Coração que Dança
Percebo ao longe a luz dada do seu olhar
Quando sou pêndulo o seu corpo me alcança
É como o farol acariciando o dorso do mar
Caminho como se dançasse sempre acompanhado
E meus joelhos tremem tendo motivos demais
Querendo mais uma volta em passos inventados
Gosto do que sou buscando meus horizontes
Com o coração em calma por contar os meus sonhos
Um tanto motivado quero me sentir gigante
Faço gestos de amor em cortina de espelhos
Abro cadernos de estrelas e me entrego em saltos
De frente tão intenso sendo alvo de mim mesmo
Percebo ao longe a luz dada do seu olhar
Quando sou pêndulo o seu corpo me alcança
É como o farol acariciando o dorso do mar
Caminho como se dançasse sempre acompanhado
E meus joelhos tremem tendo motivos demais
Querendo mais uma volta em passos inventados
Gosto do que sou buscando meus horizontes
Com o coração em calma por contar os meus sonhos
Um tanto motivado quero me sentir gigante
Faço gestos de amor em cortina de espelhos
Abro cadernos de estrelas e me entrego em saltos
De frente tão intenso sendo alvo de mim mesmo
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domingo, maio 27, 2007
Homo
Sábios e Doentes
Quando um dia sequer sem ameaças,
Se dor e fome ainda morrem no corpo ?
Mais caminhos demonstra violências
E ainda impunes se entrelaçam.
As mesmas promessas arrastam-se
Anos a fio cortando no osso.
Sem panacéias que satisfaçam,
É navalha o mais provido esboço.
Mesquinharias de ambições e lucros
Impedem as necessidades da gente.
Propiciam as cicatrizes nos sonhos,
Assim como as repetições dementes.
Folias, más políticas, bravatas
Nos queima a todos através dos anos.
Suja-se o bom gosto das almas
Que ainda acreditam nos planos.
A hora de consertos nos chega e se vai
Pelos filhos que tateiam esperanças,
Mas de vendas manchadas por dias e noites
Até se acudir no balanço das mudanças.
Ainda pisamos no olho da água doce,
O mineral com vigor ainda borbulha
Espelho da natureza sem rancor se derrama,
E nos alimenta com manancial ternura.
Vale mais os valores da sabedoria
Em cascatas reviradas por letras e danças,
Numa verdade com gosto de ruptura
Que no peito do ser humano se balança.
Quando um dia sequer sem ameaças,
Se dor e fome ainda morrem no corpo ?
Mais caminhos demonstra violências
E ainda impunes se entrelaçam.
As mesmas promessas arrastam-se
Anos a fio cortando no osso.
Sem panacéias que satisfaçam,
É navalha o mais provido esboço.
Mesquinharias de ambições e lucros
Impedem as necessidades da gente.
Propiciam as cicatrizes nos sonhos,
Assim como as repetições dementes.
Folias, más políticas, bravatas
Nos queima a todos através dos anos.
Suja-se o bom gosto das almas
Que ainda acreditam nos planos.
A hora de consertos nos chega e se vai
Pelos filhos que tateiam esperanças,
Mas de vendas manchadas por dias e noites
Até se acudir no balanço das mudanças.
Ainda pisamos no olho da água doce,
O mineral com vigor ainda borbulha
Espelho da natureza sem rancor se derrama,
E nos alimenta com manancial ternura.
Vale mais os valores da sabedoria
Em cascatas reviradas por letras e danças,
Numa verdade com gosto de ruptura
Que no peito do ser humano se balança.
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sábado, maio 26, 2007
Em Tempo
Este Amor
De curiosidades semeadas por cristais de luz matutina
Mais um dia corria solto entre gorjeios de passarinhos
Notas se soltavam pelos ares através de trino afinado
Indo compor cenários retratados em flores e sons de sinos
Passando as mãos pela noite senti a voz líquida da lua
E medi seus compassos riscando no chão raras nuanças
Renovando espaços internos alarguei ruas e casas
Compreendi o frio na procura do cobertor que faltava
Muitas vezes não revelava quantos medos me escondia
Longe dessa verdade não encontrava vontade de mudar
Agora acordo cedo como um grão gerando ramos e folhas
E exploro a imensa força que antes não podia enxergar
Vivenciei o novo amor falando de palavras que queria
E parei nos traços de sua boca que ocupava um sorriso
Não saberia contar quantas letras teria essa arquitetura
Percorri curvas sem acidentes atrás desse outro abrigo
Hoje o que sou não se traduz em milhares de palavras
Pelos mesmos motivos ainda visto as cores da vida
Como no momento em que me molho de vez na chuva
Na esteira de muitas delicias ela é a minha preferida
De curiosidades semeadas por cristais de luz matutina
Mais um dia corria solto entre gorjeios de passarinhos
Notas se soltavam pelos ares através de trino afinado
Indo compor cenários retratados em flores e sons de sinos
Passando as mãos pela noite senti a voz líquida da lua
E medi seus compassos riscando no chão raras nuanças
Renovando espaços internos alarguei ruas e casas
Compreendi o frio na procura do cobertor que faltava
Muitas vezes não revelava quantos medos me escondia
Longe dessa verdade não encontrava vontade de mudar
Agora acordo cedo como um grão gerando ramos e folhas
E exploro a imensa força que antes não podia enxergar
Vivenciei o novo amor falando de palavras que queria
E parei nos traços de sua boca que ocupava um sorriso
Não saberia contar quantas letras teria essa arquitetura
Percorri curvas sem acidentes atrás desse outro abrigo
Hoje o que sou não se traduz em milhares de palavras
Pelos mesmos motivos ainda visto as cores da vida
Como no momento em que me molho de vez na chuva
Na esteira de muitas delicias ela é a minha preferida
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segunda-feira, maio 21, 2007
Tororó
Mar e Brisa
A praia exibia montinhos de areia fina e branca
De repente uma onda derramou-se em espuma
Os pinceis da natureza misturaram os horizontes
O mar fez-se céu e o sólido chão moveu-se em dunas
Mergulhamos em ângulos feito gaivota abrindo as asas
As cores de nosso sol reviraram arco-íris em calda
Nossa pele cochichava em línguas soltas e variadas
Nos movimentos do sexo nossos corações cavalgavam
Gostosuras em criar formas de navegar sem regras
Entrelaçados no prazer de remar com as mesmas mãos
E fincar os pés nos próprios pés para deslizarmos tortos
Nos vários naufrágios resgatados por insaciável paixão
Como aguardamos por essa brisa de manhã despertada
Desconhecendo para onde corria nosso perpetuo balão
Acordando trôpegos por planos de querer viver o agora
De certezas nos enchemos em uma mutua admiração
Vivendo mudanças sobre trilhos como vagões alados
Brincamos na superfície de uma lamina da vida
Para comer e beber das horas de nosso trabalho
Nos achamos numa estrada de viagem indefinida
A praia exibia montinhos de areia fina e branca
De repente uma onda derramou-se em espuma
Os pinceis da natureza misturaram os horizontes
O mar fez-se céu e o sólido chão moveu-se em dunas
Mergulhamos em ângulos feito gaivota abrindo as asas
As cores de nosso sol reviraram arco-íris em calda
Nossa pele cochichava em línguas soltas e variadas
Nos movimentos do sexo nossos corações cavalgavam
Gostosuras em criar formas de navegar sem regras
Entrelaçados no prazer de remar com as mesmas mãos
E fincar os pés nos próprios pés para deslizarmos tortos
Nos vários naufrágios resgatados por insaciável paixão
Como aguardamos por essa brisa de manhã despertada
Desconhecendo para onde corria nosso perpetuo balão
Acordando trôpegos por planos de querer viver o agora
De certezas nos enchemos em uma mutua admiração
Vivendo mudanças sobre trilhos como vagões alados
Brincamos na superfície de uma lamina da vida
Para comer e beber das horas de nosso trabalho
Nos achamos numa estrada de viagem indefinida
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quinta-feira, maio 17, 2007
Meu Tigre
Pelo Avesso
Descobri um sentimento que ainda permanece
Seja ao lado numa música que sintonize no rádio
Talvez oculto na sorte diferente de uma escolha
No prazer de uma dança que suspira descompasso
Como tigre se movendo em ataques sublimes
Que rodeia sua presa de maneira a respeitá-la
Cravo minhas garras em ataques de surpresa
Depois afloro em carinhos bem mansos ao abraçá-la
Toco os avessos fazendo coisas e descobertas
Quando eu quero segredo mostro-me expressão
Perco todo o curso ao dançar fechando os olhos
As dobras e costuras esvaem-se sem significação
Por cuidar do outro aprendo de novo a respirar
Refaço todo o corpo para provar outra roupagem
Os sentidos se orientam todos para renovar a vida
Repetindo que te amo como se fosse novidade
Descobri um sentimento que ainda permanece
Seja ao lado numa música que sintonize no rádio
Talvez oculto na sorte diferente de uma escolha
No prazer de uma dança que suspira descompasso
Como tigre se movendo em ataques sublimes
Que rodeia sua presa de maneira a respeitá-la
Cravo minhas garras em ataques de surpresa
Depois afloro em carinhos bem mansos ao abraçá-la
Toco os avessos fazendo coisas e descobertas
Quando eu quero segredo mostro-me expressão
Perco todo o curso ao dançar fechando os olhos
As dobras e costuras esvaem-se sem significação
Por cuidar do outro aprendo de novo a respirar
Refaço todo o corpo para provar outra roupagem
Os sentidos se orientam todos para renovar a vida
Repetindo que te amo como se fosse novidade
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segunda-feira, maio 14, 2007
Carrossel
Crianças Sãs
Nós andamos com a alegria de receber um brinquedo
Voltamos ao garrafão de giz como antigamente
Dando pulos num ensaio de gritos em férias passadas
Resgatando uma criança viva em tempos de verão
Fez-se uma disputa de forças sem propor conflitos
Reunimos sensibilidades de gênero face a face
Em revelações de cristal e adrenalina desperta nas mãos
Abraçamos um ao outro sem nenhuma mascara
Pela pele nós e fios de uma tensão não regulada
Saiam em sísmica tremulação por causas duras
Eram espasmos de puras emoções acumuladas
Que nos davam presentes em tramas de ternura
Todo espaço poderia ser alinhado com o nosso céu
E nessa identidade que superviveríamos como somos
Sentimos vibrações poderosas num louco carrossel
Antecipando gratidão pela vivencia que provamos
Nós andamos com a alegria de receber um brinquedo
Voltamos ao garrafão de giz como antigamente
Dando pulos num ensaio de gritos em férias passadas
Resgatando uma criança viva em tempos de verão
Fez-se uma disputa de forças sem propor conflitos
Reunimos sensibilidades de gênero face a face
Em revelações de cristal e adrenalina desperta nas mãos
Abraçamos um ao outro sem nenhuma mascara
Pela pele nós e fios de uma tensão não regulada
Saiam em sísmica tremulação por causas duras
Eram espasmos de puras emoções acumuladas
Que nos davam presentes em tramas de ternura
Todo espaço poderia ser alinhado com o nosso céu
E nessa identidade que superviveríamos como somos
Sentimos vibrações poderosas num louco carrossel
Antecipando gratidão pela vivencia que provamos
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sexta-feira, maio 11, 2007
Por Você
Vazão e Remanso
Quero algo muito simples na hora da chegada
Uma chuva sem motivos achará o fluxo da emoção
Serei folhas e ervas no preparo de um banho
Pelos seus devaneios navegarei sem qualquer proteção
No momento certo estarei livre de minhas bagagens
Aguardando sua passagem numa parada do relógio
Marcas e sinais de uma viagem combinada há tempos
Como gotas de seiva escorrerei leite no seu colo
Cartas perfumadas espalharão permissões em rabiscos
Que por si só firmará um cruzeiro em ondas de chama
Em imprevisível amor e desvelo até um curto remanso
De vazão incontrolável ainda assim nos aproximando
Quero algo muito simples na hora da chegada
Uma chuva sem motivos achará o fluxo da emoção
Serei folhas e ervas no preparo de um banho
Pelos seus devaneios navegarei sem qualquer proteção
No momento certo estarei livre de minhas bagagens
Aguardando sua passagem numa parada do relógio
Marcas e sinais de uma viagem combinada há tempos
Como gotas de seiva escorrerei leite no seu colo
Cartas perfumadas espalharão permissões em rabiscos
Que por si só firmará um cruzeiro em ondas de chama
Em imprevisível amor e desvelo até um curto remanso
De vazão incontrolável ainda assim nos aproximando
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segunda-feira, maio 07, 2007
Convites
Cachos de Carinho
Seguindo os laços de um convite afetuoso em sua voz
Um motivo inspirava algo incomum para esse dia
Entre nós haviam ramos de trevos da sorte enfileirados
Nenhuma adversidade em desacordo aparecia
Copas verdes estampavam os lados de um longo caminho
O que escolheríamos não mudaria em nada aquela tarde
Só um amor vulcânico derramado fez-se incandescente
Algumas carícias em marolas e antecipações de saudade
Uma intuição sorridente morava em seu olhar imaterial
Verde intocável como um por do sol riscando o cenário
Acasos nos levavam a um terraço suspenso até o mar
Um almoço combinava boa música com o sabor imaginário
Atiramos aos céus livros de desejos e aguardamos respostas
Detalhes costuravam brilhos de espelhos sobre a cidade
Por onde andávamos colhíamos mais cachos de carinho
Versos debruçados nos alçando ao patamar da paisagem
A vista alcançou um horizonte de onde viria a novidade
Saltitava no canto de um esperado fruto que logo chegaria
Para percorrer toda a casa sustentada em evidente emoção
Nos despedimos com abraços de jasmim pintados de poesia
Seguindo os laços de um convite afetuoso em sua voz
Um motivo inspirava algo incomum para esse dia
Entre nós haviam ramos de trevos da sorte enfileirados
Nenhuma adversidade em desacordo aparecia
Copas verdes estampavam os lados de um longo caminho
O que escolheríamos não mudaria em nada aquela tarde
Só um amor vulcânico derramado fez-se incandescente
Algumas carícias em marolas e antecipações de saudade
Uma intuição sorridente morava em seu olhar imaterial
Verde intocável como um por do sol riscando o cenário
Acasos nos levavam a um terraço suspenso até o mar
Um almoço combinava boa música com o sabor imaginário
Atiramos aos céus livros de desejos e aguardamos respostas
Detalhes costuravam brilhos de espelhos sobre a cidade
Por onde andávamos colhíamos mais cachos de carinho
Versos debruçados nos alçando ao patamar da paisagem
A vista alcançou um horizonte de onde viria a novidade
Saltitava no canto de um esperado fruto que logo chegaria
Para percorrer toda a casa sustentada em evidente emoção
Nos despedimos com abraços de jasmim pintados de poesia
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quinta-feira, maio 03, 2007
Aniversário
Em bom tempo e sonolento despertar,
Essa estória não é de pescador! No dia em que minha mãe Odete me pariu e a vovó Abigail estava presente oportunamente para impedir um drama anunciado, nascia um curioso e irrequieto menino que desde cedo passava a cumprir o traçado do seu mapa para a vida.
Chegando na Água
Quando o menino nasceu iluminou-se o pequeno quarto caiado
A parteira rodopiou com a energia de um “santo”
Que baixou na réstia da cumeeira ao entardecer
A água na bacia estava límpida e fresca
Naquele momento vital do nascimento aguardado
De um pequenino mensageiro dos deuses
A médium inusitadamente imergiu o rebento
Arrebatando-o dos braços da luz maternal
Banhando-o vezes seguidas em mergulhos pretensos
Num transe inesperado de insano corte
Como para caber na lâmina do fundo poço molhado
Preso ao colo pronunciado de uma estranha sorte
Entontecida transferência de energia
Nascimento e óbito
Com destino ao ventre da lâmina d’água fria
Uma fatalidade interrompida que faria
A vida continuar transbordando
E que não se saberia até quando
Essa estória não é de pescador! No dia em que minha mãe Odete me pariu e a vovó Abigail estava presente oportunamente para impedir um drama anunciado, nascia um curioso e irrequieto menino que desde cedo passava a cumprir o traçado do seu mapa para a vida.
Chegando na Água
Quando o menino nasceu iluminou-se o pequeno quarto caiado
A parteira rodopiou com a energia de um “santo”
Que baixou na réstia da cumeeira ao entardecer
A água na bacia estava límpida e fresca
Naquele momento vital do nascimento aguardado
De um pequenino mensageiro dos deuses
A médium inusitadamente imergiu o rebento
Arrebatando-o dos braços da luz maternal
Banhando-o vezes seguidas em mergulhos pretensos
Num transe inesperado de insano corte
Como para caber na lâmina do fundo poço molhado
Preso ao colo pronunciado de uma estranha sorte
Entontecida transferência de energia
Nascimento e óbito
Com destino ao ventre da lâmina d’água fria
Uma fatalidade interrompida que faria
A vida continuar transbordando
E que não se saberia até quando
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segunda-feira, abril 30, 2007
Entrega
As Chaves
O tempo anunciava gotas frias de uma chuva de vento
Aviamos todos os cuidados com o que devia estar por vir
Eram horas refeitas de fantasias e pequenas velas perfumadas
De um clima de entregas fazendo algo em nós se abrir
Nove profecias rodavam num painel de letras pequenas
Evoluções adolescentes surgiam do âmago de nossas almas
Acometidos de uma razão planejamos um pouco de tudo
Finalmente nos fundimos como esferas quentes cravejadas
Num início de entendimento em degraus de entradas e saídas
Misturamos inesquecíveis sabores salpicados sem sementes
Em doce caldo de lima derramado pelo canto das bocas
E irrequieto balanço de ventos de brincadeiras iminente
Estendi os segundos dobrados em minha vontade de ficar
Surpreso por conhecer o pulsar de seu satélite vermelho
Um coração aberto palpitando uma música em sintonia
Com acordes decifrando os detalhes de viver por inteiro
Admirei a textura da seda rendada delicada em alças
Sentado ao lado da sua silhueta renascentista recostada
Sem dúvidas perdurei na penumbra de seu planetário
Ao garimpar seguro suas chaves como valiosas esmeraldas
O tempo anunciava gotas frias de uma chuva de vento
Aviamos todos os cuidados com o que devia estar por vir
Eram horas refeitas de fantasias e pequenas velas perfumadas
De um clima de entregas fazendo algo em nós se abrir
Nove profecias rodavam num painel de letras pequenas
Evoluções adolescentes surgiam do âmago de nossas almas
Acometidos de uma razão planejamos um pouco de tudo
Finalmente nos fundimos como esferas quentes cravejadas
Num início de entendimento em degraus de entradas e saídas
Misturamos inesquecíveis sabores salpicados sem sementes
Em doce caldo de lima derramado pelo canto das bocas
E irrequieto balanço de ventos de brincadeiras iminente
Estendi os segundos dobrados em minha vontade de ficar
Surpreso por conhecer o pulsar de seu satélite vermelho
Um coração aberto palpitando uma música em sintonia
Com acordes decifrando os detalhes de viver por inteiro
Admirei a textura da seda rendada delicada em alças
Sentado ao lado da sua silhueta renascentista recostada
Sem dúvidas perdurei na penumbra de seu planetário
Ao garimpar seguro suas chaves como valiosas esmeraldas
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quinta-feira, abril 26, 2007
Panapaná
Borboletas
Na busca da vida encontrei uma pista em ampla clareira
No pisar corrente firmei minhas marcas sem espinhos
Nada pareceu normal como se dizia anteriormente
Só renovei-me num curso ainda sem padrão nem eira
Entreguei-me as marés ainda não acostumadas
À tábua de horas ou maneiras moldadas em areia
Atravessando do meu jeito ondas tracejadas de sal
Até conspirei para que as águas viessem numa cheia
Dadas as circunstancias movido pela emoção
Numa beleza de criança que nos mostra sua dança
Abri meu coração que transitava sem amarras
Em sintonia com a música revelei o que guardava
Réstias de festejos bem combinadas com maçãs
Encontrou-me vasto como uma grande estória
Que se ouve e nem que se tente tudo se lembra
Sustentada por pequenas hastes de giz da memória
Equilíbrio insano de uma revelação em labaredas
Cobri de expectativas meus passos na subida
Do íntimo em andamento escutei seu amor em poesia
Bela borboleta roxa graciosamente pela luz atraída
Aprendi como aceitar o encontro de certas mudanças
Pois achei um valioso selo guardado numa caixa
Uma inacessível frase que ficava na ponta da língua
Cores de um retrato guardado de lembranças decorado
Na busca da vida encontrei uma pista em ampla clareira
No pisar corrente firmei minhas marcas sem espinhos
Nada pareceu normal como se dizia anteriormente
Só renovei-me num curso ainda sem padrão nem eira
Entreguei-me as marés ainda não acostumadas
À tábua de horas ou maneiras moldadas em areia
Atravessando do meu jeito ondas tracejadas de sal
Até conspirei para que as águas viessem numa cheia
Dadas as circunstancias movido pela emoção
Numa beleza de criança que nos mostra sua dança
Abri meu coração que transitava sem amarras
Em sintonia com a música revelei o que guardava
Réstias de festejos bem combinadas com maçãs
Encontrou-me vasto como uma grande estória
Que se ouve e nem que se tente tudo se lembra
Sustentada por pequenas hastes de giz da memória
Equilíbrio insano de uma revelação em labaredas
Cobri de expectativas meus passos na subida
Do íntimo em andamento escutei seu amor em poesia
Bela borboleta roxa graciosamente pela luz atraída
Aprendi como aceitar o encontro de certas mudanças
Pois achei um valioso selo guardado numa caixa
Uma inacessível frase que ficava na ponta da língua
Cores de um retrato guardado de lembranças decorado
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quarta-feira, abril 25, 2007
Grãos de um Sábado
Segredos que Bastam
Achados em sonhos inúmeros segredos são contados
Os acontecidos por dentro viram manchas solares
Insistem em nos lançar sem pára-quedas ao vento
Grãos de suspiros por cima de um horizonte inflamado
As mínimas vontades parecem alimentar suspeitas
De anseios e palpites batem loucas em nosso peito
Nas voltas por praças a beira de penhascos e rios
Crespas e arriadas sobre selvagem montaria em pelo
Inebriados pelos cheiros bordados nos cabelos e panos
Por nossas roupas translúcidas admiramos seixos molhados
Somos clara imaginação aproximando-nos da tona
Que salta de um mar em gozo após mergulho cobiçado
Agora pisamos em terreno que conhecemos desde cedo
Mas desatentos acariciamos nossos rostos ao fim do dia
Quando as meninas da retina deitam em luzes de navios
Em direção a um balé primoroso de divino rebuscado
Sinestésico poder de nosso ser em outro movimento
Acaba e repõe suas formas e sons do jeito que são
Como vida que dá sentido ao que existe ao redor
Evoluindo a cada amor em perpétuo ponto de fusão
Achados em sonhos inúmeros segredos são contados
Os acontecidos por dentro viram manchas solares
Insistem em nos lançar sem pára-quedas ao vento
Grãos de suspiros por cima de um horizonte inflamado
As mínimas vontades parecem alimentar suspeitas
De anseios e palpites batem loucas em nosso peito
Nas voltas por praças a beira de penhascos e rios
Crespas e arriadas sobre selvagem montaria em pelo
Inebriados pelos cheiros bordados nos cabelos e panos
Por nossas roupas translúcidas admiramos seixos molhados
Somos clara imaginação aproximando-nos da tona
Que salta de um mar em gozo após mergulho cobiçado
Agora pisamos em terreno que conhecemos desde cedo
Mas desatentos acariciamos nossos rostos ao fim do dia
Quando as meninas da retina deitam em luzes de navios
Em direção a um balé primoroso de divino rebuscado
Sinestésico poder de nosso ser em outro movimento
Acaba e repõe suas formas e sons do jeito que são
Como vida que dá sentido ao que existe ao redor
Evoluindo a cada amor em perpétuo ponto de fusão
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segunda-feira, abril 23, 2007
Biodanza
Viva a Dança da Vida
Os efeitos da Biodança em mim tem sido surpreendentes ao longo desses quatro meses de vivências como integrante do grupo regular Abraçando a Vida, assistido pelo competente facilitador de biodança, Jailson Santana. Participei da Maratona do Renascimento na Fazenda Campo Verde, realizada de 13/04/07 a 15/04/07, e logo nos dias seguintes comecei a notar algumas alterações em meu ser vivente (corpo, mente, espírito), sobretudo no meu comportamento emocional e afetivo. E por que não dizer em minha saúde integral.
Quero deixar esse depoimento como alguém que passou a descobrir um novo caminho de reintegração da própria vida, um modo de ver-se transformar de simples inseto no casulo em um belo exemplar de linda borboleta com asas de arco-íris e daí desfrutar desse renascimento, num vôo com determinação e desejo certeiro de fazer o que quer, consciente, e amar sinceramente a própria vida em sua plenitude. Sei também, que é importante fazer o caminho tanto quanto conhecê-lo! Mas construí-lo é um movimento potencialmente criativo, intuitivo, ainda que detenha o conhecimento.
Durante muitos anos sofria de um processo alérgico do aparelho respiratório que suprimia meu sentido do olfato, e poucos dias após da Maratona do Renascimento acordei sentindo naturalmente, aos poucos, e nas horas seguintes à noite de um processo febril inusitado, os cheiros e perfumes do mundo ao meu redor, sem precisar medicamentos à base de cortisona ou tratamentos com spray alopáticos, que fazia uso nas crises de rinite crônica. Tenho percebido uma recuperação gradativa desse sentido e outras percepções sensoriais, como se meu corpo estivesse passando por uma transformação interior, se autocurando, tratando sozinho dos males, se depurando de antigas enfermidades que ainda não posso entender completamente ou até isoladamente. Esse ainda é o primeiro sintoma claramente explicito que posso acompanhar falando da restauração dele sem dúvida!
É fato. Com certeza meu metabolismo foi “despertado” por um toque diferenciado e tem apresentado mudanças sensíveis que pressinto por sintomas e sensações diferentes em diversos órgãos e partes do ser vivente, inclusive no plano psicológico, espiritual; acredito que provindo de uma sintonia cósmica. Sinto como se uma carga energética potencial suplementar em gestação estivesse ocorrendo e fosse entrar em erupção a qualquer instante. Para exemplificar isso tudo, veja: tive dores do estomago, flatulência, cólicas intestinais (intermitentes), febre de 38 graus centígrados por 24 horas (sem ser mais “uma virose”), sonhos incríveis e reveladores, sentimentos renovados de afetividade, um desejo de amar profundo, paixão essencial pela vida, quer mais?
Considero que algumas reações ainda me causam estranheza quanto as conseqüências que advirão, continuo extasiado com meu movimento que parece, em sentido figurado e exagerado, mais uma explosão do nascimento de um novo corpo celestial. Deixo de ser apenas uma partícula do pó das estrelas, solto no universo, e me desloco ao encontro de minha real identidade: Eu sou Afrânio Jorge Campos da Silva, o cidadão que luta pela dignidade humana, por espaço numa sociedade injusta que põe a maioria das pessoas obrigadas a manter seus medos sempre em dia, disputando apenas coisas de valores materiais, em suas duras superficialidades, atrás de mesquinharias seletivas, bugigangas maquiadas de boa aparência, futilidades da informação, ilusões de consumo, vícios degradantes. E nesse movimento de homem demente, desequilibrado nos paradigmas, sem referencial, adoecem violentos, violentado por suas escolhas, cegas para uma melhor qualidade de vida, sem compreender mesmo o que é importante para sua natureza, ignorando uma vida evolutiva, de pleno potencial humano criador, condutor de seu processo, não-destrutivo, saudável para si mesmo e para um mundo melhor, enquanto eco-sistema integrado, interdependente de todos os fenômenos. Somos parte de um todo como “componentes de um sistema vivente maior”, biocêntrico e universal. Afinal, tudo que existe depende da vida, seja atômico ou galáctico, a vida é que faz existir o universo.
Passo a aceitar que minha via de acesso ao aperfeiçoamento como ser humano é pelo amor e pela saúde abrangente da dança da vida. Na prática das vivências criativa, renovadora e transcendente, buscando a realização produtiva através do meu precioso trabalho que gosto de aperfeiçoar, e que também vai de encontro à transformação permanente do social e da preservação do meio ambiente e em que vivo.
Quero superviver com “todo amor que houver nessa vida” dançando com “a alegria de ser um eterno aprendiz” “... e não ter a vergonha de ser feliz”.
Os efeitos da Biodança em mim tem sido surpreendentes ao longo desses quatro meses de vivências como integrante do grupo regular Abraçando a Vida, assistido pelo competente facilitador de biodança, Jailson Santana. Participei da Maratona do Renascimento na Fazenda Campo Verde, realizada de 13/04/07 a 15/04/07, e logo nos dias seguintes comecei a notar algumas alterações em meu ser vivente (corpo, mente, espírito), sobretudo no meu comportamento emocional e afetivo. E por que não dizer em minha saúde integral.
Quero deixar esse depoimento como alguém que passou a descobrir um novo caminho de reintegração da própria vida, um modo de ver-se transformar de simples inseto no casulo em um belo exemplar de linda borboleta com asas de arco-íris e daí desfrutar desse renascimento, num vôo com determinação e desejo certeiro de fazer o que quer, consciente, e amar sinceramente a própria vida em sua plenitude. Sei também, que é importante fazer o caminho tanto quanto conhecê-lo! Mas construí-lo é um movimento potencialmente criativo, intuitivo, ainda que detenha o conhecimento.
Durante muitos anos sofria de um processo alérgico do aparelho respiratório que suprimia meu sentido do olfato, e poucos dias após da Maratona do Renascimento acordei sentindo naturalmente, aos poucos, e nas horas seguintes à noite de um processo febril inusitado, os cheiros e perfumes do mundo ao meu redor, sem precisar medicamentos à base de cortisona ou tratamentos com spray alopáticos, que fazia uso nas crises de rinite crônica. Tenho percebido uma recuperação gradativa desse sentido e outras percepções sensoriais, como se meu corpo estivesse passando por uma transformação interior, se autocurando, tratando sozinho dos males, se depurando de antigas enfermidades que ainda não posso entender completamente ou até isoladamente. Esse ainda é o primeiro sintoma claramente explicito que posso acompanhar falando da restauração dele sem dúvida!
É fato. Com certeza meu metabolismo foi “despertado” por um toque diferenciado e tem apresentado mudanças sensíveis que pressinto por sintomas e sensações diferentes em diversos órgãos e partes do ser vivente, inclusive no plano psicológico, espiritual; acredito que provindo de uma sintonia cósmica. Sinto como se uma carga energética potencial suplementar em gestação estivesse ocorrendo e fosse entrar em erupção a qualquer instante. Para exemplificar isso tudo, veja: tive dores do estomago, flatulência, cólicas intestinais (intermitentes), febre de 38 graus centígrados por 24 horas (sem ser mais “uma virose”), sonhos incríveis e reveladores, sentimentos renovados de afetividade, um desejo de amar profundo, paixão essencial pela vida, quer mais?
Considero que algumas reações ainda me causam estranheza quanto as conseqüências que advirão, continuo extasiado com meu movimento que parece, em sentido figurado e exagerado, mais uma explosão do nascimento de um novo corpo celestial. Deixo de ser apenas uma partícula do pó das estrelas, solto no universo, e me desloco ao encontro de minha real identidade: Eu sou Afrânio Jorge Campos da Silva, o cidadão que luta pela dignidade humana, por espaço numa sociedade injusta que põe a maioria das pessoas obrigadas a manter seus medos sempre em dia, disputando apenas coisas de valores materiais, em suas duras superficialidades, atrás de mesquinharias seletivas, bugigangas maquiadas de boa aparência, futilidades da informação, ilusões de consumo, vícios degradantes. E nesse movimento de homem demente, desequilibrado nos paradigmas, sem referencial, adoecem violentos, violentado por suas escolhas, cegas para uma melhor qualidade de vida, sem compreender mesmo o que é importante para sua natureza, ignorando uma vida evolutiva, de pleno potencial humano criador, condutor de seu processo, não-destrutivo, saudável para si mesmo e para um mundo melhor, enquanto eco-sistema integrado, interdependente de todos os fenômenos. Somos parte de um todo como “componentes de um sistema vivente maior”, biocêntrico e universal. Afinal, tudo que existe depende da vida, seja atômico ou galáctico, a vida é que faz existir o universo.
Passo a aceitar que minha via de acesso ao aperfeiçoamento como ser humano é pelo amor e pela saúde abrangente da dança da vida. Na prática das vivências criativa, renovadora e transcendente, buscando a realização produtiva através do meu precioso trabalho que gosto de aperfeiçoar, e que também vai de encontro à transformação permanente do social e da preservação do meio ambiente e em que vivo.
Quero superviver com “todo amor que houver nessa vida” dançando com “a alegria de ser um eterno aprendiz” “... e não ter a vergonha de ser feliz”.
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sexta-feira, abril 20, 2007
Maratona I-c
Renascimento
Dei uma pausa pensando mas não achei porquês
Saltei dos pensamentos e fui do sono acordando
Para escrever sobre emoções que nem sei dizer
Acendi a minha manhã ao puxar o cobertor do dia
E pintei um quadro imaginário sob os pés pousados
Com mãos de recém-nascido abri a página que queria
Quis mais da sobremesa que a vida me serviu
Uma vez provado os sabores nada mais seria igual
Saberia lamber cada gota sentindo o que evoluía
Minha percepção alimentou uma nova vibração
Por dentro e por fora partindo o que era rijo
Renovando cada célula em sua íntima relação
Fiz um instrumento mais prático para a viajem
Parecendo que conhecia os planos que perseguia
Mas sabia que tudo isso era mais que uma miragem
De frente a uma paisagem de céu azul e flores
Chorei ao olhar os quatro cantos do velho mundo
E a cada piscada via uma razão para onde ir
Senti o meu espaço interior em graus de febre
Arremessei fora o fardo das dores que me ardiam e
Amanheci em ares de desejos que não soariam breves
Dei uma pausa pensando mas não achei porquês
Saltei dos pensamentos e fui do sono acordando
Para escrever sobre emoções que nem sei dizer
Acendi a minha manhã ao puxar o cobertor do dia
E pintei um quadro imaginário sob os pés pousados
Com mãos de recém-nascido abri a página que queria
Quis mais da sobremesa que a vida me serviu
Uma vez provado os sabores nada mais seria igual
Saberia lamber cada gota sentindo o que evoluía
Minha percepção alimentou uma nova vibração
Por dentro e por fora partindo o que era rijo
Renovando cada célula em sua íntima relação
Fiz um instrumento mais prático para a viajem
Parecendo que conhecia os planos que perseguia
Mas sabia que tudo isso era mais que uma miragem
De frente a uma paisagem de céu azul e flores
Chorei ao olhar os quatro cantos do velho mundo
E a cada piscada via uma razão para onde ir
Senti o meu espaço interior em graus de febre
Arremessei fora o fardo das dores que me ardiam e
Amanheci em ares de desejos que não soariam breves
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segunda-feira, abril 16, 2007
Maratona I-b
Transcendência
Uma experiência surpreendente iniciava um ciclo
Pisamos o chão sem restrições ao tecido da terra
Os medos ficaram pelo mato afora espantados
Fizemos filhos lendo o verbo pelo espírito anunciado
Pelos Ingás, Umburanas e Palmeiras sagüis rodeavam!
Gado e bezerro assistiam nossa roda humana com asas
Que em rastejos no pó se aproximava da crua natureza
Onde de nós um grito visceral sem dimensão ecoava
Suspensos por mantras e levados pelo vento
Algo era avisado no canto permanente dos pássaros
Numa ousadia conivente com o nosso propósito
Que aprendia a lidar com o diverso coração atento
Desembaraçamos os sentimentos de teias aos pulos
Renascemos de um repentino e vigoroso útero
Passando pelas pétalas do brilho de nossos olhos
Enquanto as lágrimas enchiam o peito de bom orgulho
Um eu no outro eu corria desgarrado num curso...
Aliviados, tranqüilos, revigorados em estilo e emoção
Por uma vida merecedora de tudo o que queremos
Extasiados pela distância entre gesto e compreensão
Nascemos como frutos num parto com pais amorosos,
Possuídos por um amor sem trégua na expressão
Viva entrega em giros equilibrados por mãos cuidadosas
Revelando movimentos em sinceros prantos copiosos
Marcou-se um momento que durará sem noção de tempo
Tantas mudanças ainda por chegar em nossa porta
Que poderá numa onda até o último dia de vida
Nos transformar em seres humanos melhores que outrora
Uma experiência surpreendente iniciava um ciclo
Pisamos o chão sem restrições ao tecido da terra
Os medos ficaram pelo mato afora espantados
Fizemos filhos lendo o verbo pelo espírito anunciado
Pelos Ingás, Umburanas e Palmeiras sagüis rodeavam!
Gado e bezerro assistiam nossa roda humana com asas
Que em rastejos no pó se aproximava da crua natureza
Onde de nós um grito visceral sem dimensão ecoava
Suspensos por mantras e levados pelo vento
Algo era avisado no canto permanente dos pássaros
Numa ousadia conivente com o nosso propósito
Que aprendia a lidar com o diverso coração atento
Desembaraçamos os sentimentos de teias aos pulos
Renascemos de um repentino e vigoroso útero
Passando pelas pétalas do brilho de nossos olhos
Enquanto as lágrimas enchiam o peito de bom orgulho
Um eu no outro eu corria desgarrado num curso...
Aliviados, tranqüilos, revigorados em estilo e emoção
Por uma vida merecedora de tudo o que queremos
Extasiados pela distância entre gesto e compreensão
Nascemos como frutos num parto com pais amorosos,
Possuídos por um amor sem trégua na expressão
Viva entrega em giros equilibrados por mãos cuidadosas
Revelando movimentos em sinceros prantos copiosos
Marcou-se um momento que durará sem noção de tempo
Tantas mudanças ainda por chegar em nossa porta
Que poderá numa onda até o último dia de vida
Nos transformar em seres humanos melhores que outrora
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Maratona I-a
Escolha de Estrelas
A chegada a Campo Verde pareceu um sonho
Entrando nela descobria-se um universo paralelo
Onde a mãe natureza estendia seus elementos
Cachos de mangas, besouros, éramos gatos pardos!
Uma criança brincava com sua pura imaginação
Soltando sapos encantados pelos quartos
Apenas uma primeira impressão do que viria
Dos nossos movimentos quarado de constelações
Na intimidade do salão colorido de pétalas
Uma pintura surrealista e magia nos convidava
Para formar um roda sagrada por todos nós
E ali confidenciarmos em espírito nossas palavras
Cada pé lapidava um pouco uma surpresa
Acariciando a verde grama orvalhada de segredos
O campo descortinava bilhões de estrelas
Como uma benção de Deus posta na mesa
Mas uma força bruta que saía da terra
Numa catarse nos tornaria parte dela
Nos fundimos no seu leito em micro-tons
Sustentados pelos grãos e cerdas de suas células
Renascemos pela luz das estrelas escolhidas
Por pontos de nossa linda alma em repouso
Estavamos combinados e o plano era um rodopio
E num grito nos deixar brotar em um corpo novo
Passeamos pelo céu num risco de meteoro
Do nosso jeito agradecemos em meio à amplidão
Festejando essa dádiva pela qual alguns nem sonham
E por aqui acordamos com ela em nossas mãos
A chegada a Campo Verde pareceu um sonho
Entrando nela descobria-se um universo paralelo
Onde a mãe natureza estendia seus elementos
Cachos de mangas, besouros, éramos gatos pardos!
Uma criança brincava com sua pura imaginação
Soltando sapos encantados pelos quartos
Apenas uma primeira impressão do que viria
Dos nossos movimentos quarado de constelações
Na intimidade do salão colorido de pétalas
Uma pintura surrealista e magia nos convidava
Para formar um roda sagrada por todos nós
E ali confidenciarmos em espírito nossas palavras
Cada pé lapidava um pouco uma surpresa
Acariciando a verde grama orvalhada de segredos
O campo descortinava bilhões de estrelas
Como uma benção de Deus posta na mesa
Mas uma força bruta que saía da terra
Numa catarse nos tornaria parte dela
Nos fundimos no seu leito em micro-tons
Sustentados pelos grãos e cerdas de suas células
Renascemos pela luz das estrelas escolhidas
Por pontos de nossa linda alma em repouso
Estavamos combinados e o plano era um rodopio
E num grito nos deixar brotar em um corpo novo
Passeamos pelo céu num risco de meteoro
Do nosso jeito agradecemos em meio à amplidão
Festejando essa dádiva pela qual alguns nem sonham
E por aqui acordamos com ela em nossas mãos
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quinta-feira, abril 12, 2007
Sexto Movimento
Vez na Dança
Da primeira vez era simples passageira
Sem saber demais me tocou para ser ouvida
Tremi mudando no ar o corpo de posição
Vendo no olhar a cor da sua doce mensagem
Seu vestir negava parecer algo de padrão
Havia uma tendência de vida a lhe consumir
A aparência de seus movimentos eram lembranças
Um sincero sopro de verdadeira emoção
Tive de me atirar no chão prá pegar sorrisos
Um a um escorriam pelas mãos dormentes
Sem conter-me insisti ganhando alguns
Entregues por ela num paciente improviso
Despediu-se virando um anjo sem asas
Pensei que aguardasse o meu chamado
E voltasse passo a passo para nosso futuro
Quem sabe não estivéssemos longe de casa
Repeti meu gesto de pedido acostumado
Como desafinado cantor da esperança
Quando notei estar em breve instante
Ocupando um lugar definitivo em sua dança
Da primeira vez era simples passageira
Sem saber demais me tocou para ser ouvida
Tremi mudando no ar o corpo de posição
Vendo no olhar a cor da sua doce mensagem
Seu vestir negava parecer algo de padrão
Havia uma tendência de vida a lhe consumir
A aparência de seus movimentos eram lembranças
Um sincero sopro de verdadeira emoção
Tive de me atirar no chão prá pegar sorrisos
Um a um escorriam pelas mãos dormentes
Sem conter-me insisti ganhando alguns
Entregues por ela num paciente improviso
Despediu-se virando um anjo sem asas
Pensei que aguardasse o meu chamado
E voltasse passo a passo para nosso futuro
Quem sabe não estivéssemos longe de casa
Repeti meu gesto de pedido acostumado
Como desafinado cantor da esperança
Quando notei estar em breve instante
Ocupando um lugar definitivo em sua dança
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quarta-feira, abril 11, 2007
Andarilho
Meus Pés
Por onde andastes pés doídos?
Quantos anos sem descanso ainda têm?
Quais veredas de pedras caminharam?
Gastando as paisagens com suas passadas
Boa água já provou em riachos limpos
Saltando cercas pontudas sem tinta
Topando em urtigas apimentadas
Chutando folhas de vento nas esquinas
Com passos ligeiros sobre a linha de ferro
Ia a bodega da vila beirando o capim-cidreira
Carregando o menino triste e sozinho
Que trazia para o pai os cigarros em carteira
Se contasse as topadas e piruetas
Seria pouca a gaze no novelo
Para sarar as cicatrizes das quedas
Dos dedos dos pés ao cotovelo
Foram pés engelhados em dia de praia
Brocados por areias mexidas por bicho de pé
Saindo dormentes dos banhos de piscina
Pés que lembro nunca cheirarem a chulé
Numa boa tarde, um ardeu no ferrão da abelha
Outro sucumbiu a um prego enferrujado
Arteiros derrubavam o esteio e o varal
Lançando abaixo os lençóis úmidos alvejados
Pisaram em ponta de bagana meio acessa
E na dor choraminguei baixo cada lágrima
Bem na calçada na frente de casa
Diante do portão forjado de entremeio
Naquele dia em que o trem descarrilou sem jeito
Nos calcanhares quis correr até a fumaça
Donde saía um bolero do rádio do maquinista
Sentado na férrea Maria com assovio de pingueiro
Por onde andastes pés doídos?
Quantos anos sem descanso ainda têm?
Quais veredas de pedras caminharam?
Gastando as paisagens com suas passadas
Boa água já provou em riachos limpos
Saltando cercas pontudas sem tinta
Topando em urtigas apimentadas
Chutando folhas de vento nas esquinas
Com passos ligeiros sobre a linha de ferro
Ia a bodega da vila beirando o capim-cidreira
Carregando o menino triste e sozinho
Que trazia para o pai os cigarros em carteira
Se contasse as topadas e piruetas
Seria pouca a gaze no novelo
Para sarar as cicatrizes das quedas
Dos dedos dos pés ao cotovelo
Foram pés engelhados em dia de praia
Brocados por areias mexidas por bicho de pé
Saindo dormentes dos banhos de piscina
Pés que lembro nunca cheirarem a chulé
Numa boa tarde, um ardeu no ferrão da abelha
Outro sucumbiu a um prego enferrujado
Arteiros derrubavam o esteio e o varal
Lançando abaixo os lençóis úmidos alvejados
Pisaram em ponta de bagana meio acessa
E na dor choraminguei baixo cada lágrima
Bem na calçada na frente de casa
Diante do portão forjado de entremeio
Naquele dia em que o trem descarrilou sem jeito
Nos calcanhares quis correr até a fumaça
Donde saía um bolero do rádio do maquinista
Sentado na férrea Maria com assovio de pingueiro
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sábado, abril 07, 2007
Dezoito
Hora Marcada
Quando cheguei a paisagem era o mar ao longe
Por degraus escolhi encontrar o que queria
As portas estavam abertas como os seus abraços
Ainda podia escolher a hora de te conhecer
Tudo em volta nos impelia aquele encontro
E levamos nossas intenções pelas mãos adiante
O inesperado estava alí bem perto de nós
Porque as coisas pareciam andar sozinhas
Então passamos a nos explorar pelas palavras
Imã corporal, poder de atração sem tamanho
Mas pelo gosto de beijos iguais aos seus,
Achados ou perdidos estavamos bem encontrados
As peças que vestíamos de repente caíram
Sem forças os nossos lábios se uniram
E um poder de fogo nos fez abrir o que pedíamos
Assim criamos nosso reflexo em minutos
Enquanto um canto nos esperava sedento
Numa viagem clara de desavisados instintos
Quando cheguei a paisagem era o mar ao longe
Por degraus escolhi encontrar o que queria
As portas estavam abertas como os seus abraços
Ainda podia escolher a hora de te conhecer
Tudo em volta nos impelia aquele encontro
E levamos nossas intenções pelas mãos adiante
O inesperado estava alí bem perto de nós
Porque as coisas pareciam andar sozinhas
Então passamos a nos explorar pelas palavras
Imã corporal, poder de atração sem tamanho
Mas pelo gosto de beijos iguais aos seus,
Achados ou perdidos estavamos bem encontrados
As peças que vestíamos de repente caíram
Sem forças os nossos lábios se uniram
E um poder de fogo nos fez abrir o que pedíamos
Assim criamos nosso reflexo em minutos
Enquanto um canto nos esperava sedento
Numa viagem clara de desavisados instintos
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sexta-feira, abril 06, 2007
Quinto Movimento
Percepções
Na dança da vida não sou mais um ser qualquer
Achei-me em um a mais que nós dois somente
Pela identidade encontrada em conchas e algas
Sou miríades de cerejas minando de estojos
Cascas que desfolham bailarinas entre sóis
Uma linguagem de nossos átomos em conexão
Dançamos serpenteando embolados e certeiros
Despojados como hipopótamos em altura e peso
Até nos sentirmos a vontade num vôo com o outro
Suando em tranças de distintas percepções e
Diretos nessa difícil arte dentre as muitas a despertar
Ao largar o ouro das louças internamente quebradas
Incrível tendência a existir num sentido incomensurável
No melhor tempo alguns permitem se durar no pouco
Noutros os desenhos e letras se desfazem desbotados
Justo por aceitar o real presente do bordado da vida
Acertamos o que as horas a passos largos trazem do dia
Percebendo as qualidades e virtudes que nos invadem
Desconheço pesos ou matérias que impeçam agora
A dança da vida nos atrai por relações diversas
Como animais imersos no viço da emoção humana e
Erros por não fazer o que é próprio a natureza
Mesmo sabendo que o tempo é uma coisa viva
E não nos deixa confundi-lo com o relógio que criamos
Nosso movimento não quer ser mecânico ou frio
Pode-se entendê-lo no mesmo espaço raro dos atos
Dando voltas de costas no dorso de suas costas
Quando a cabeça deita no seu ombro uma linda lua
Meu corpo prova que é transformado pelo que tu fazes
De suave carícia liga completa de amor adornado
Na dança da vida não sou mais um ser qualquer
Achei-me em um a mais que nós dois somente
Pela identidade encontrada em conchas e algas
Sou miríades de cerejas minando de estojos
Cascas que desfolham bailarinas entre sóis
Uma linguagem de nossos átomos em conexão
Dançamos serpenteando embolados e certeiros
Despojados como hipopótamos em altura e peso
Até nos sentirmos a vontade num vôo com o outro
Suando em tranças de distintas percepções e
Diretos nessa difícil arte dentre as muitas a despertar
Ao largar o ouro das louças internamente quebradas
Incrível tendência a existir num sentido incomensurável
No melhor tempo alguns permitem se durar no pouco
Noutros os desenhos e letras se desfazem desbotados
Justo por aceitar o real presente do bordado da vida
Acertamos o que as horas a passos largos trazem do dia
Percebendo as qualidades e virtudes que nos invadem
Desconheço pesos ou matérias que impeçam agora
A dança da vida nos atrai por relações diversas
Como animais imersos no viço da emoção humana e
Erros por não fazer o que é próprio a natureza
Mesmo sabendo que o tempo é uma coisa viva
E não nos deixa confundi-lo com o relógio que criamos
Nosso movimento não quer ser mecânico ou frio
Pode-se entendê-lo no mesmo espaço raro dos atos
Dando voltas de costas no dorso de suas costas
Quando a cabeça deita no seu ombro uma linda lua
Meu corpo prova que é transformado pelo que tu fazes
De suave carícia liga completa de amor adornado
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quarta-feira, abril 04, 2007
No Quintal Raso
Nosso Ensaio
Quer fazer comigo?
Vamos juntos?
Recebo um beijo espontâneo.
Todos os nossos braços e
Superfícies se resvalam,
Em um toque de pressão suave.
Mais provocações...
Nunca olhou para mulher?
Concorda com o que digo?
Não está enquadrado em nada?
Será que tem coragem,
De fazer o que quer?
E assim vai... pura química
De instinto sorridente
E inevitável madrugada.
Toma a direção e leva... os desejos
Aflorados numa escolha vívida,
De volúpia questionada.
Estamos aqui, sinta o calor
As palavras já não bastam...
Põe a tua mão entre minhas coxas,
Nosso ensaio tem pressa.
Aproveitemos a vida
Esqueçamos o que virá depois.
Quer fazer comigo?
Vamos juntos?
Recebo um beijo espontâneo.
Todos os nossos braços e
Superfícies se resvalam,
Em um toque de pressão suave.
Mais provocações...
Nunca olhou para mulher?
Concorda com o que digo?
Não está enquadrado em nada?
Será que tem coragem,
De fazer o que quer?
E assim vai... pura química
De instinto sorridente
E inevitável madrugada.
Toma a direção e leva... os desejos
Aflorados numa escolha vívida,
De volúpia questionada.
Estamos aqui, sinta o calor
As palavras já não bastam...
Põe a tua mão entre minhas coxas,
Nosso ensaio tem pressa.
Aproveitemos a vida
Esqueçamos o que virá depois.
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domingo, abril 01, 2007
Pão, Lua e Cia
Depois de várias vezes ser remarcado, nosso encontro para a manufatura do esperado pão integral se realizou! Neila, minha decidida amiga, com sua poderosa tração 4X4, eu, Carol "pãozinho do céu" e sua amiga (estudando "direito") que nem perguntei o nome, tivemos uma vivência prazerosa com um final de tarde iluminado por uma lua cheia fantástica. E além do pão saiu do meu "forno" o seguinte texto, que havia prometido, refletindo o (meu) momento:
Pão e Companhia
A sova na densa massa integral continha uma inspiração pouco habitual.
O corpo debruçava-se sobre o tampo da mesa improvisando o singular,
Massageando-a sobre a espessa lâmina de vidro e suas transparências.
Os braços combinavam certa força em um contato cadenciado,
Enquanto lembranças reviravam-se sob o pó nas mãos secas e hábeis.
Aquela sala embebida com o luar frontal entardeceu rápido demais.
Nossos olhares tentavam impedir o que restava do dia de se ir,
Como as palavras que nos levavam a um salto a mais se prolongando
Muitas vezes indo sem serem notadas pelo tempo.
Mais e mais assuntos inacabados ficaram sem silêncio ou atraso,
Logo um crescente luar empurrado pelo mar parecia nos rodear.
E sua beleza lunática apontasse a exata textura do nosso pão,
Assando o brilho da linhaça entranhada, com o calor volátil de sua chama fria.
Tempo e individualidade ficavam se revelando gradualmente íntimos,
Nas formas de gostar mutuamente, combinando partes sóbrias de emoção.
Dentro da noite pudemos dividir em risos tenras fatias ainda quentes,
Mordidas em ricota, cenoura ralada, bananas passas e ameixas macias,
Uma boa prova da arte em doce e sal de nossa insustentável leveza.
Pão e Companhia
A sova na densa massa integral continha uma inspiração pouco habitual.
O corpo debruçava-se sobre o tampo da mesa improvisando o singular,
Massageando-a sobre a espessa lâmina de vidro e suas transparências.
Os braços combinavam certa força em um contato cadenciado,
Enquanto lembranças reviravam-se sob o pó nas mãos secas e hábeis.
Aquela sala embebida com o luar frontal entardeceu rápido demais.
Nossos olhares tentavam impedir o que restava do dia de se ir,
Como as palavras que nos levavam a um salto a mais se prolongando
Muitas vezes indo sem serem notadas pelo tempo.
Mais e mais assuntos inacabados ficaram sem silêncio ou atraso,
Logo um crescente luar empurrado pelo mar parecia nos rodear.
E sua beleza lunática apontasse a exata textura do nosso pão,
Assando o brilho da linhaça entranhada, com o calor volátil de sua chama fria.
Tempo e individualidade ficavam se revelando gradualmente íntimos,
Nas formas de gostar mutuamente, combinando partes sóbrias de emoção.
Dentro da noite pudemos dividir em risos tenras fatias ainda quentes,
Mordidas em ricota, cenoura ralada, bananas passas e ameixas macias,
Uma boa prova da arte em doce e sal de nossa insustentável leveza.
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sexta-feira, março 30, 2007
Minhas Parlendas
Vidro molhado corta demais, arroto bem dado me satisfaz.
Aquela casa tem cumeeira, nas telhas dela cai bem estrelas.
Gente burra tem casca dura, só o machado que te atura.
Cara de pau não é prá mané, malandro bom só dá olé.
Roupa suja não se lava fora, lá em casa é no colchão de mola.
Mãe é mãe até a alma, vaca é vaca comendo palma.
Moça sebite falta-lhe um dente, siso de menos, e é sorridente.
Branca rica toda metida, é loura burra, besta encardida.
De doutor e de aluado, todos têm um bocado.
Ai, ai, a minha sorte, esse trem cheio só vem pro pobre.
Cara, os “home” vem tudo irado, vaza, vaza, cê tá ligado!
Fiquei bolado mano, meu “brode” deu o maior cano.
Fiofó frouxo põe até um ovo, o seu tá velho compre um novo.
Cobra que não anda tá só parada, o sapo pula em coaxada.
Família é família, é tudo igual, então limpe o seu quintal.
O prato melhor é o com pirão, fundo ou raso, não abro mão.
Aquela casa tem cumeeira, nas telhas dela cai bem estrelas.
Gente burra tem casca dura, só o machado que te atura.
Cara de pau não é prá mané, malandro bom só dá olé.
Roupa suja não se lava fora, lá em casa é no colchão de mola.
Mãe é mãe até a alma, vaca é vaca comendo palma.
Moça sebite falta-lhe um dente, siso de menos, e é sorridente.
Branca rica toda metida, é loura burra, besta encardida.
De doutor e de aluado, todos têm um bocado.
Ai, ai, a minha sorte, esse trem cheio só vem pro pobre.
Cara, os “home” vem tudo irado, vaza, vaza, cê tá ligado!
Fiquei bolado mano, meu “brode” deu o maior cano.
Fiofó frouxo põe até um ovo, o seu tá velho compre um novo.
Cobra que não anda tá só parada, o sapo pula em coaxada.
Família é família, é tudo igual, então limpe o seu quintal.
O prato melhor é o com pirão, fundo ou raso, não abro mão.
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quinta-feira, março 29, 2007
Quarto Movimento
Na Ponta dos Dedos
Descansei sobre as frestas mudas do assoalho
Sentindo a respiração criar a aura vital.
Virei minhas mãos esperando a cura das tuas
Pisquei retendo a lágrima tolhida e,
Em tempo, sorri colhendo sementes de felicidade.
Com a música iniciou-se um movimento
Nossos dedos dançaram colados pelos indicadores
Dispondo duas energias vistas sem padrão.
Lapidamos emoções sentidas aonde fluíam,
Somando a beleza da vida e o sagrado.
Brincamos como crianças em nós mesmos
Desfolhando o olhar em abraços e ninhos.
Geraram-se forças sortidas nas linhas das mãos
Mostrando-nos vivos sendo parte de um todo.
Até sair de nós alçando vôos sincopados!
Abraçamos a vida, o sol e o quase impossível,
Evolando um fogo interior em breve estalido.
Dividimos o vinho, o fardo do choro, nossos milagres.
Para contar quais medidas nos completam
Saindo fartos como bocas de lábios lambidos.
Descansei sobre as frestas mudas do assoalho
Sentindo a respiração criar a aura vital.
Virei minhas mãos esperando a cura das tuas
Pisquei retendo a lágrima tolhida e,
Em tempo, sorri colhendo sementes de felicidade.
Com a música iniciou-se um movimento
Nossos dedos dançaram colados pelos indicadores
Dispondo duas energias vistas sem padrão.
Lapidamos emoções sentidas aonde fluíam,
Somando a beleza da vida e o sagrado.
Brincamos como crianças em nós mesmos
Desfolhando o olhar em abraços e ninhos.
Geraram-se forças sortidas nas linhas das mãos
Mostrando-nos vivos sendo parte de um todo.
Até sair de nós alçando vôos sincopados!
Abraçamos a vida, o sol e o quase impossível,
Evolando um fogo interior em breve estalido.
Dividimos o vinho, o fardo do choro, nossos milagres.
Para contar quais medidas nos completam
Saindo fartos como bocas de lábios lambidos.
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dedos
terça-feira, março 27, 2007
Sinônimo Cabal?
O têrmo "globalitarização" ouvi pela primeira vez, do professor Milton Santos, em uma entrevista dada ao "isto é, uma vergonha" jornalista Boris Casoy, por sua preferência avessa à presumida semelhança com a expressão globalização. O professor Milton Santos não apenas exemplificou com fatos o que quis dizer com seu neologismo "globalitarização" como deixou claro que sua definição era obviamente sobre a recorrente violência da expansão militar, da indústria da guerra, pelo domínio estratégico, pelo controle das riquezas do petróleo, efetuados pelo clube das potências econômicas. E quem sabe, até das reservas de água doce daqui algumas décadas. A expressão "globalitarização" passa a ser bem adequada em referência a realidade que se perpetua decorrente das ações de ocupação territorial sob falsos pretextos, das relações do movimento do capital financeiro e seus interesses globalizados de exploração.
A despeito da relação de significação cabal suposta por mim entre as duas expressões, principalmente porque a globalização ser muito cantada em nosso mundo atual, prefiro colocar tal significação como uma questão que, se realmente se referem a exatamente dois conceitos permissíveis de identidade, prefiro aqui suscitar uma provocação, uma abertura, para que permita um desdobramento em nosso vocabulário científico. Quanto a isso, acho procedente a leitura de um pequeno trecho do economista Carlos Matus extraído de seu rico trabalho "Adeus Senhor Presidente" publicado em 1989 pela Eitora Litteris:
“O mundo do homem é do tamanho dos conceitos que conhece. Se para mim, não existe o conceito de oponente, na minha realidade só há agentes econômicos. Se também não domino o conceito de ação estratégica, só existirá para mim, na realidade, a ação-comportamento que assimilei da teoria econômica. Por esse caminho, nego, inadvertidamente, uma parte da realidade. Se conheço o mundo através do vocabulário que, previamente, conheço, não existe meio de enriquecer minha visão do mundo se não amplio o meu vocabulário. O congelamento de minha forma de conhecer corre em paralelo com a estagnação dos conceitos que manejo.(...)Se paraliso minha capacidade de conhecer o mundo, paraliso meu vocabulário, se congelo meu vocabulário, detenho minha capacidade de conhecer o mundo. E se isto ocorre, voltarei repetidamente com as mesmas perguntas sobre o mundo em que vivo e deixarei de interrogar-me sobre a potência do meu vocabulário. Ainda mais, quando alguém usa "palavras novas" em um discurso teórico, minha segurança intelectual me inclinará a considerá-las sinônimos das que já conheço e acusarei este perturbador de inventar palavras novas para renomear velhos conceitos. Assim, ao invés de responder ao seu discurso teórico alternativo, dir-lhe-ei que não tem o direito de obrigar-me a usar o seu vocabulário. A forma mais simples de congelar o vocabulário científico é considerar os novos conceitos como sinônimos.””.
A despeito da relação de significação cabal suposta por mim entre as duas expressões, principalmente porque a globalização ser muito cantada em nosso mundo atual, prefiro colocar tal significação como uma questão que, se realmente se referem a exatamente dois conceitos permissíveis de identidade, prefiro aqui suscitar uma provocação, uma abertura, para que permita um desdobramento em nosso vocabulário científico. Quanto a isso, acho procedente a leitura de um pequeno trecho do economista Carlos Matus extraído de seu rico trabalho "Adeus Senhor Presidente" publicado em 1989 pela Eitora Litteris:
“O mundo do homem é do tamanho dos conceitos que conhece. Se para mim, não existe o conceito de oponente, na minha realidade só há agentes econômicos. Se também não domino o conceito de ação estratégica, só existirá para mim, na realidade, a ação-comportamento que assimilei da teoria econômica. Por esse caminho, nego, inadvertidamente, uma parte da realidade. Se conheço o mundo através do vocabulário que, previamente, conheço, não existe meio de enriquecer minha visão do mundo se não amplio o meu vocabulário. O congelamento de minha forma de conhecer corre em paralelo com a estagnação dos conceitos que manejo.(...)Se paraliso minha capacidade de conhecer o mundo, paraliso meu vocabulário, se congelo meu vocabulário, detenho minha capacidade de conhecer o mundo. E se isto ocorre, voltarei repetidamente com as mesmas perguntas sobre o mundo em que vivo e deixarei de interrogar-me sobre a potência do meu vocabulário. Ainda mais, quando alguém usa "palavras novas" em um discurso teórico, minha segurança intelectual me inclinará a considerá-las sinônimos das que já conheço e acusarei este perturbador de inventar palavras novas para renomear velhos conceitos. Assim, ao invés de responder ao seu discurso teórico alternativo, dir-lhe-ei que não tem o direito de obrigar-me a usar o seu vocabulário. A forma mais simples de congelar o vocabulário científico é considerar os novos conceitos como sinônimos.””.
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globalitarização
Picando
A Picada do Beijo
O mosquito do BEIJO nos pica
alado SEU fio enceta
solto, arisco A cada VISTA
o tal bicho voa só PRÁ MIM
não arranhar NUM TOQUE
da sua boca CETIM.
arDEnte beijo e LÁBIOS
prá LINGUA gostar da cor
do batom sEm BATOM
por baixo do coberTOR da pele
POR toDO VINHO
comeTENDO loucuras SOB A LINHA
arregalanDO oS OLHOS do pecado
cochichando dA NUDEZ,
abaixo e acima
DO EQUADOR À CHINA
demorando em fazer de tudo
SEM ninguém prever
e ADORMECER.
O mosquito do BEIJO nos pica
alado SEU fio enceta
solto, arisco A cada VISTA
o tal bicho voa só PRÁ MIM
não arranhar NUM TOQUE
da sua boca CETIM.
arDEnte beijo e LÁBIOS
prá LINGUA gostar da cor
do batom sEm BATOM
por baixo do coberTOR da pele
POR toDO VINHO
comeTENDO loucuras SOB A LINHA
arregalanDO oS OLHOS do pecado
cochichando dA NUDEZ,
abaixo e acima
DO EQUADOR À CHINA
demorando em fazer de tudo
SEM ninguém prever
e ADORMECER.
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sexta-feira, março 23, 2007
Terceiro Movimento (VA)
A Luz Quebrada
Contei meus sonhos sem hora
E pousei sem chão pensando alto.
Talvez por uma passagem estreita,
Levantei em mim um outro estado:
Contigo vou mais longe?
Sentado em breve satisfação,
Caminhei na rota de minhas buscas
Atravessando cantos livres de arestas,
E segui provando novos frutos.
Cuidei de manter a luz acessa
Abrindo por dentro novas trilhas
Nada que antes pudesse ver, na ânsia,
Mas, vivenciei amplidão, amor e tentativas.
Queria atingir o horizonte sereno
Juntando todo ar que pudesse sorver
E rir bem alto sem receio
Mudando o espírito de nosso céu.
Flor despida de jardim,
Continuas me fitando silenciosa,
Como uma mensagem encontrada na garrafa.
Dando-me motivos de explodir nos arranjos,
Em mil sopros e arpejos de tempestade.
Quebrei a luz emanada dos olhos
Formando um ambiente propício.
Entreguei uns colares de lírios
Permitindo amores perfeitos e,
Acordei bem perto desse mesmo sonho.
Contei meus sonhos sem hora
E pousei sem chão pensando alto.
Talvez por uma passagem estreita,
Levantei em mim um outro estado:
Contigo vou mais longe?
Sentado em breve satisfação,
Caminhei na rota de minhas buscas
Atravessando cantos livres de arestas,
E segui provando novos frutos.
Cuidei de manter a luz acessa
Abrindo por dentro novas trilhas
Nada que antes pudesse ver, na ânsia,
Mas, vivenciei amplidão, amor e tentativas.
Queria atingir o horizonte sereno
Juntando todo ar que pudesse sorver
E rir bem alto sem receio
Mudando o espírito de nosso céu.
Flor despida de jardim,
Continuas me fitando silenciosa,
Como uma mensagem encontrada na garrafa.
Dando-me motivos de explodir nos arranjos,
Em mil sopros e arpejos de tempestade.
Quebrei a luz emanada dos olhos
Formando um ambiente propício.
Entreguei uns colares de lírios
Permitindo amores perfeitos e,
Acordei bem perto desse mesmo sonho.
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segunda-feira, março 19, 2007
Na Pressão
Lotação Esgotada
Vida pobre, mundo de natureza nua,
De novo acontecia.
O que nos faltava mais e mais rompia,
O fio esticado pipocava faísca,
Como a última gota do gozo
Entornava o caldo.
Vez em quando pular a borboleta,
Outras, pegar o troco rasgado miúdo
Pelo corte do vidro estilhaçado
Da desembestada da marinete.
Sucata levando gente feito gado.
Ira solta,
Ofendida e cega.
Arriscava num “tirambaço”,
Certamente contida na pontaria incerta
Do previsto pedregulho arremessado.
Agarrando pela traseira
Não valia um barbante,
Pela coisa natural, da morte fácil,
Continuando próxima
Embrutecida e puta.
Pela janela esquerda
Entrava desatada a sangria,
Na velocidade das mudanças.
E a onda arrebentava no piquete
Da revolta desarrumada.
A miséria viajando afoita
Em alucinada e obscurecida ignorância,
No buzú corujão da hora tão esperada.
Desespero formado em pé-de-guerra,
Ia sentado no duro degrau e mordia o nada.
Passeata de retratos,
Reunião de retalhos velhos e emprestados,
Aqui, ainda acontecia.
Vida pobre, mundo de natureza nua,
De novo acontecia.
O que nos faltava mais e mais rompia,
O fio esticado pipocava faísca,
Como a última gota do gozo
Entornava o caldo.
Vez em quando pular a borboleta,
Outras, pegar o troco rasgado miúdo
Pelo corte do vidro estilhaçado
Da desembestada da marinete.
Sucata levando gente feito gado.
Ira solta,
Ofendida e cega.
Arriscava num “tirambaço”,
Certamente contida na pontaria incerta
Do previsto pedregulho arremessado.
Agarrando pela traseira
Não valia um barbante,
Pela coisa natural, da morte fácil,
Continuando próxima
Embrutecida e puta.
Pela janela esquerda
Entrava desatada a sangria,
Na velocidade das mudanças.
E a onda arrebentava no piquete
Da revolta desarrumada.
A miséria viajando afoita
Em alucinada e obscurecida ignorância,
No buzú corujão da hora tão esperada.
Desespero formado em pé-de-guerra,
Ia sentado no duro degrau e mordia o nada.
Passeata de retratos,
Reunião de retalhos velhos e emprestados,
Aqui, ainda acontecia.
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domingo, março 18, 2007
O Arco-Íris
Poderia me considerar um telespectador regular, pois fico de frente para a indispensável TV somente em raros documentários, talkshows especiais, umas e outras edições do Saia Curta (boas mulheres reunidas), certos filmes das HBO e Telecine, DVD's clássicos e lançamentos premiados, eventualmente cartoons por causa de meu filho de oito anos, shows de alguns artistas da MPB e POP Internacional...
Hoje estava buscando uma resposta filosófica para a coincidência de inúmeras coisas que nos cercam cotidianamente, mas como a TV estava ligada, e os garotos (Frederico e Vinícius) ainda que mantivesse os olhos no desenho animado em alto e bom som, a concorrência deles pelo controle, pela programação divergente fazia-se visível. Isso me deixou um pouco irritado, aí tentei me concentrar nesse exato momento em algo que me fizesse ficar com a cabeça longe de qualquer estresse, me acomodei na minha cadeira azul marinho com braços, de cara para o computador, tentando começar uma operação definitivamente quase impossível. Embora ache que tudo seja possível nesse estágio de nossa rotina familiar domingueira.
Manobrei tal situação desarrumando meus livros, garimpando meu tesouro, e descobri um em particular que havia lido nos anos de minha intensa ansiedade por questões sobre o rigor científico, os limites de nosso conhecimento do universo, o empírio-criticismo versus materialismo dialético, blá blá blá e mais que isso, por nosso próprio interesse em se descobrir como ser humano com seus dons e dificuldades seculares, parte essencial desse assunto.
Sentado, primeiramente no vaso, nascedouro de inesperadas inspirações, onde achei uma passagem que me sensibilizou e resolvi pelo impulso oferecido da conspiração do universo, expor um trecho que está no primeiro parágrafo do capítulo dois do livro publicado pela Editora Melhoramentos em 1981, "Humanidade, uma Colônia no Corpo de Deus", escrito por um dos bons professores que tive na UFBA, Adinoel Mota Maia. Naquele instante de meus estudos foi fundamental as especulações contidas nele, agora o leio e o enxergo bastante ousado, imaginário, louco no bom sentido, entretanto bem efetivo em seu propósito questionador de morador da filosofia.
De volta ao computador, então, durante a digitação das linhas retiradas do texto do professor, escolhidas por sua coincidente relação com o que pretendia escrever, entrou como uma cunha em minha mente o que ouvi dias antes, na TV, da boca do comediante global Chico Anísio, em uma entrevista que pedia sua opinião a respeito da música "Águas de Março" do Tom Jobim. O Chico Anísio teve uma reação que me fez rir, com seu sutil arresto de brincadeira séria, cobrando para si, em um tom lastimoso a criação dessa perfeita obra musical, e continuou, "eu tenho essa frustração na vida, não ter sido minha...". Onde quero chegar é, que as vezes nós nos denunciamos nesse desejo primário de querer ser o autor de tudo que é genial, o descobridor do óbvio (como disse Nelson Rodrigues), um Deus, e caímos em nossa verdadeira identidade. Somos o que somos.
Sim, voltemos ao texto do professor Adinoel que diz muito sobre a moral da filosofia presente na vida das pessoas, que são possuídas pela força de serem criadores e criaturas de seu universo, eis a lição: "Certa vez encontrei um poeta e conversamos sobre versos que não fazem nenhum sentido, difíceis de se absorver. Disse-me ele que poesia não é para ser entendida e perguntou-me se eu "entendia" um arco-íris. Respondi que sim e comecei a explicar que o arco-íris era um resultado da luz do sol que incidia em minúsculas gotas de água na atmosfera, quando ele me interrompeu e disse: "Você não entende um arco-íris..."".
É isso, estou feliz escutando o novo CD do Skank, Carrossel, pra mim, a banda genial brasileira de rock universal, as well as The Beatles. Suas músicas e letras... bem que eu... gostaria de ter composto, bem lá na minha subterrânea ignorância musical que ainda toca violão de ouvido.
Hoje estava buscando uma resposta filosófica para a coincidência de inúmeras coisas que nos cercam cotidianamente, mas como a TV estava ligada, e os garotos (Frederico e Vinícius) ainda que mantivesse os olhos no desenho animado em alto e bom som, a concorrência deles pelo controle, pela programação divergente fazia-se visível. Isso me deixou um pouco irritado, aí tentei me concentrar nesse exato momento em algo que me fizesse ficar com a cabeça longe de qualquer estresse, me acomodei na minha cadeira azul marinho com braços, de cara para o computador, tentando começar uma operação definitivamente quase impossível. Embora ache que tudo seja possível nesse estágio de nossa rotina familiar domingueira.
Manobrei tal situação desarrumando meus livros, garimpando meu tesouro, e descobri um em particular que havia lido nos anos de minha intensa ansiedade por questões sobre o rigor científico, os limites de nosso conhecimento do universo, o empírio-criticismo versus materialismo dialético, blá blá blá e mais que isso, por nosso próprio interesse em se descobrir como ser humano com seus dons e dificuldades seculares, parte essencial desse assunto.
Sentado, primeiramente no vaso, nascedouro de inesperadas inspirações, onde achei uma passagem que me sensibilizou e resolvi pelo impulso oferecido da conspiração do universo, expor um trecho que está no primeiro parágrafo do capítulo dois do livro publicado pela Editora Melhoramentos em 1981, "Humanidade, uma Colônia no Corpo de Deus", escrito por um dos bons professores que tive na UFBA, Adinoel Mota Maia. Naquele instante de meus estudos foi fundamental as especulações contidas nele, agora o leio e o enxergo bastante ousado, imaginário, louco no bom sentido, entretanto bem efetivo em seu propósito questionador de morador da filosofia.
De volta ao computador, então, durante a digitação das linhas retiradas do texto do professor, escolhidas por sua coincidente relação com o que pretendia escrever, entrou como uma cunha em minha mente o que ouvi dias antes, na TV, da boca do comediante global Chico Anísio, em uma entrevista que pedia sua opinião a respeito da música "Águas de Março" do Tom Jobim. O Chico Anísio teve uma reação que me fez rir, com seu sutil arresto de brincadeira séria, cobrando para si, em um tom lastimoso a criação dessa perfeita obra musical, e continuou, "eu tenho essa frustração na vida, não ter sido minha...". Onde quero chegar é, que as vezes nós nos denunciamos nesse desejo primário de querer ser o autor de tudo que é genial, o descobridor do óbvio (como disse Nelson Rodrigues), um Deus, e caímos em nossa verdadeira identidade. Somos o que somos.
Sim, voltemos ao texto do professor Adinoel que diz muito sobre a moral da filosofia presente na vida das pessoas, que são possuídas pela força de serem criadores e criaturas de seu universo, eis a lição: "Certa vez encontrei um poeta e conversamos sobre versos que não fazem nenhum sentido, difíceis de se absorver. Disse-me ele que poesia não é para ser entendida e perguntou-me se eu "entendia" um arco-íris. Respondi que sim e comecei a explicar que o arco-íris era um resultado da luz do sol que incidia em minúsculas gotas de água na atmosfera, quando ele me interrompeu e disse: "Você não entende um arco-íris..."".
É isso, estou feliz escutando o novo CD do Skank, Carrossel, pra mim, a banda genial brasileira de rock universal, as well as The Beatles. Suas músicas e letras... bem que eu... gostaria de ter composto, bem lá na minha subterrânea ignorância musical que ainda toca violão de ouvido.
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arco-íris
sábado, março 17, 2007
Vagalumando
Embarquei nessa, quando escrevia, todo ouvidos, e me vi aceso!
Valsa para Leila
CD "Catavento e Girassol" - Leila Pinheiro
Música de Guinga e Aldir Blanc
Tu te esfumarás... me neblinarei sobre
os telhados, galáxias azuis.
Sonambularás, te voltearei
gatos lambendo as estrelas...
Wendy e Peter Pan/ sem o amanhã -nunca
para nós dois, é sempre cedo.
Marietarás, eu Buarquerei
em dois cavalos com asas de luz.
Tu te nublarás, me eclipsarei...
nuvens em nossa cabeça.
Toma, Peter Pan, só um lexotan
pra que tanto amor não te enlouqueça.
Vagalumarás por sobre o campo, eu
virei do mar, teu pirilampo... Como
um circo aceso, o céu da manhã
saudará o amor que não dormir.
Tu desabarás... eu despencarei...
e o mar azul vai nos cobrir.
Valsa para Leila
CD "Catavento e Girassol" - Leila Pinheiro
Música de Guinga e Aldir Blanc
Tu te esfumarás... me neblinarei sobre
os telhados, galáxias azuis.
Sonambularás, te voltearei
gatos lambendo as estrelas...
Wendy e Peter Pan/ sem o amanhã -nunca
para nós dois, é sempre cedo.
Marietarás, eu Buarquerei
em dois cavalos com asas de luz.
Tu te nublarás, me eclipsarei...
nuvens em nossa cabeça.
Toma, Peter Pan, só um lexotan
pra que tanto amor não te enlouqueça.
Vagalumarás por sobre o campo, eu
virei do mar, teu pirilampo... Como
um circo aceso, o céu da manhã
saudará o amor que não dormir.
Tu desabarás... eu despencarei...
e o mar azul vai nos cobrir.
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Valsa para Leila
quinta-feira, março 15, 2007
Segundo Movimento (VA)
Um Leve Transe
Entraste pelos pequenos olhos
No fino linho da alva face
Pelos poros afagando os brandos fios,
Vertendo tanto as mãos em mim.
Acolhi as pétalas da manha
Despejando meu sussurro, enfim!
Mitigaste seu beijo e,
Entendi o não dito
Dançamos em um único som
Distante dos lábios fugidios
Próximas almas em visível transe.
Química da vida real
Começo de todo surto
Mostra o sabor da sua fonte,
Aonde o amor vão se veste
Mas cora ao provar-se amante.
Limites se esvaem loucos
Novamente mancham-se as veias
Onde oculta tão clara ceia,
Bem embaixo da tênue emoção.
Abre-se em polpa levemente tão,
Ainda que tarde.
Entraste pelos pequenos olhos
No fino linho da alva face
Pelos poros afagando os brandos fios,
Vertendo tanto as mãos em mim.
Acolhi as pétalas da manha
Despejando meu sussurro, enfim!
Mitigaste seu beijo e,
Entendi o não dito
Dançamos em um único som
Distante dos lábios fugidios
Próximas almas em visível transe.
Química da vida real
Começo de todo surto
Mostra o sabor da sua fonte,
Aonde o amor vão se veste
Mas cora ao provar-se amante.
Limites se esvaem loucos
Novamente mancham-se as veias
Onde oculta tão clara ceia,
Bem embaixo da tênue emoção.
Abre-se em polpa levemente tão,
Ainda que tarde.
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valeu
O Flash
Em cada infância acontecem fatos que nunca vão desmanchar em nuvens carneirinhos ou como folhas secas, sumirem num redemoinho, após um vendaval. Sempre vem no painel das lembranças de uma dada época em que vivemos juntos as horas que pareciam infindáveis em dias de incontáveis brincadeiras. Algumas imagens estáticas batem na mente como uma foto em preto e branco ou mesmo um imaginário filme digital sobre uma tarde no futebol de bola-de-meia perto dos Labirintos com seu leite venenoso, um domingo na praia do Trapiche soltando papagaio, uma carreira de cágados no quintal da casa da avó Abigail e as voltas rápidas de velocípede, no qual montava, e rodopiava por debaixo da mesa da sala de jantar ignorando os gritos de recomendações de perigo dessa arte incrivelmente pueril. Selecionei uma foto que me faz recordar de meus irmãos, todos nós na expectativa de se ver nos anos que eram nossos (eu 4 anos, Armando 2 anos e Alba 3 anos), feita por um fotografo profissional que nos deu um susto danado com seu flash explosivo. Como estava paralisado e de olho duro reparei bem quando o homem clicou o curioso disparador e um clarão luz prateado nos pegou de surpresa, marcando de jeito nossa atenção, como quando um raio cai do céu. E olha que, a gente morria de medo de trovão nessa idade.
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irmãos
quarta-feira, março 14, 2007
Passeio Terapêutico
Pela primeira vez fiquei motivado a fazer uma caminhada em volta da Praça 2 de Julho (Campo Grande), e já há muito queria isso, mas coisa vai coisa vem, a indisposição de romper a rotina diária, a preguiça que rodeia a todos nós em cumprir uma atividade nova que de repente parece acordar todo o corpo para um dia de vida diferente. Nesse bendito dia de esparsa chuva molha tolos encontrei o Salmeron, amigo que por várias vezes já havia me convidando, resolvi ir indo, acompanhá-lo em troca de uma boa conversa sem delonga, nessa tão saudável empreitada.
É para mim evidente que algumas atitudes que temos para corrigir nosso comportamento ou estado físico, de cabeça ou espiritual, tem haver com a rota de nossa busca pela saúde, advém de um preparo interior, também tendo uma orientação médica, na maioria dos casos, e principalmente por força da vontade em conseguir de forma disciplinada e séria, a melhora que desejamos.
A minha caminhada, é claro, tem mais que uma razão de aspecto fisioterapêutico, mas também a de arejamento das minhas idéias, com fins lúdicos e sobretudo literários. Amei todas as seis voltas dadas em volta da florida e bem conservada praça, representativa da natureza sazonal e grandiosa das primaveras dos baianos. Tirei algumas fotos no meu celular que faço questão de compartilhar com meus queridos leitores.
É para mim evidente que algumas atitudes que temos para corrigir nosso comportamento ou estado físico, de cabeça ou espiritual, tem haver com a rota de nossa busca pela saúde, advém de um preparo interior, também tendo uma orientação médica, na maioria dos casos, e principalmente por força da vontade em conseguir de forma disciplinada e séria, a melhora que desejamos.
A minha caminhada, é claro, tem mais que uma razão de aspecto fisioterapêutico, mas também a de arejamento das minhas idéias, com fins lúdicos e sobretudo literários. Amei todas as seis voltas dadas em volta da florida e bem conservada praça, representativa da natureza sazonal e grandiosa das primaveras dos baianos. Tirei algumas fotos no meu celular que faço questão de compartilhar com meus queridos leitores.
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praça 2 de julho
terça-feira, março 13, 2007
Minhas 7 Vidas (II)
2. Nossa segunda morada foi no Ed. Vieira, no Desterro, em frente ao Convento da freiras que faziam uns gostosos pingo-de-ovos, onde minha irmã Albinha estudou uma parte do primário (hoje fundamental). Em alguns meses me enturmei com a garotada da rua, e a molecada era do barulho. Daí em diante comecei a brincar como lá na rua onde morava em Maceió, a rua ainda era inteirinha de terra, permitindo cavar buracos, marcar linhas, pular nas poças de chuva, e aqui então dava para disputar rodadas de bola de gude (a chimbra), ferrinho (o fura pé), soltar arraia, bater um baba (que nome para futebol!), e me surpreender com a porrada que pintava assim que havia um desacordo quanto a falta ou o gol de algum jogador atrevido. Cheguei a enfrentar um garoto com um tijolo na mão sem medir as consequências de meu ato infantil, ele (esse era o Júlio, tido como maluco mesmo pela meninada) desistiu do blefe de me jogar a pedra, após uns minutos de olho no olho que mantive sem me mexer. Essa tática era útil para os covardes que nunca arriscavam bater sem correr, e dava certo amedrontar para ganhar respeito, mesmo que pudesse dar xabú diante de alguém "etéreo" como eu naquela circunstância. Suei, mas aí me formei na escola da rua. Ninguém escapava da recorrente violência préviamente estampada na fuça dos caras maiores.
Havia um saguão interno no prédio que servia para a ventilação e entrada da luz do sol, um grande quadrado rodeado por corredores internos com janelas largas de madeira e vidros nas portinholas. Do apartamento que morávamos, com essa ligação visual de sugestão estritamente estrutural, podíamos nos tornar íntimos dos poucos vizinhos em suas preocupações, atividades domésticas e escolares, ainda que fossemos inquilinos sem qualquer relação de amizade com eles, antigos moradores do pequeno prédio. Espere! Um deles, o Pola Ribeiro, vim a conhecer mais de perto e não apenas de vista, poucos anos depois nas experiências do super 8, quando minha família morava no Jardim Baiano. Na época das aventuras de adolescente deviamos estar em outras paradas, e eu, então, no Ed. Vieira, só lembro mais dele em suas passadas, de pés grandes em havaianas, às pressas, num corre corre, atravessando a Franco Velasco, Desterro. (continua)
Havia um saguão interno no prédio que servia para a ventilação e entrada da luz do sol, um grande quadrado rodeado por corredores internos com janelas largas de madeira e vidros nas portinholas. Do apartamento que morávamos, com essa ligação visual de sugestão estritamente estrutural, podíamos nos tornar íntimos dos poucos vizinhos em suas preocupações, atividades domésticas e escolares, ainda que fossemos inquilinos sem qualquer relação de amizade com eles, antigos moradores do pequeno prédio. Espere! Um deles, o Pola Ribeiro, vim a conhecer mais de perto e não apenas de vista, poucos anos depois nas experiências do super 8, quando minha família morava no Jardim Baiano. Na época das aventuras de adolescente deviamos estar em outras paradas, e eu, então, no Ed. Vieira, só lembro mais dele em suas passadas, de pés grandes em havaianas, às pressas, num corre corre, atravessando a Franco Velasco, Desterro. (continua)
domingo, março 11, 2007
Minhas 7 Vidas (I)
Acho que minha memória pode ajudar a desvendar se tenho motivos para pensar que já provei de mais de uma vida. Desde criança que alguns fatos marcaram momentos inesquecíveis e a partir deles é como se houvesse estimulado um clique para que fizesse uma anotação do dia, hora, experiência, que infelizmente deixei por conta dos meus reconditos neurônios então já extintos de minha massa cinzenta de meia idade já passada.
No entanto, parei para recordar da época e coisas que pudessem resgatar as lembranças (que geralmente esqueçemos ao longo da vida) vizinhas aos acontecimentos daqueles fatos e assim fazer certas notas que trouxessem os pontos de minha vida que certamente seriam referência dessas razões que acredito, provarem eu ter renascido umas sete vezes. Como são pontos de flash da remota memória que resta sobre o que aconteceu, não poderei relatar com detalhes o que gostaria, mas vou ordená-los, e daí despertarei a curiosidade que certamente qualquer um deve ter para explicações futuras.
Que me recorde foram:
1. Ao 11 anos recém chegado na cidade do Salvador, tive um desejo de ver a paisagem pela janela do último andar do Edifício Saga, apartamento quarto e sala, onde minha família morava a pouco mais de um ano. Éramos migrantes de Alagoas, estado que deixávamos pela separação de meus pais. Ainda não conhecia o medo normal de subir nas janelas altas, cautela de quem nascia na cidade grande e morava em arranha-céu, assim chamado os edificios altos lá na minha pequena cidade de Maceió.
Subi no peitoril do janelão da área de passagem onde brincávamos as tardes, pois não havia playground no nosso prédio, e aproveitávamos esse espaço para nos juntarmos e observar a Baía de todos os Santos, coisa deslumbrante para um nordestino que descobria a alegria de morar nas alturas. Por um instante parecia um passarinho, vi a cidade e seus arranha-céus com outros olhos de nordestino remediado. Tudo mudou ali, desequilibrei e não fosse as pontinhas de meus dois dedos maiores da mão pequena de menino, sairia (sonhei voando ao som de Soy loco por ti América) planando até as marolas coloridas da praia da Conceição. Após o susto, aí que percebi que tinha que ter medo daquela altura toda, respirei fundo e quis que ninguém vinhesse a saber desse medo que senti.
Essa sensação só perderia sua força após me sentar no chão da área perto da pilastra que dava para o corredor. Passei a respeitar aquela janela que concorria com as nuvens vistas por mim. Acabei me acostumando a altura do peitoril e do arranha-céu.
Algo comparável àquele medo só as minhas caminhadas até a padaria para comprar o pão vara de sal e o de leite, que comíamos todo santo dia e que passei a gostar muito por ser um tipo de pão que não conhecia em minha terra. Curioso em conhecer da nova vida que a cidade oferecia, passaria a conhecer um novo momento, o período histórico da cruel repressão aos trabalhadores e estudantes; o da ditadura militar no Brasil, monstro político, resultante do golpe batizado pela elite política brasileira de "revolução".
O medo de ser confundido com os estudantes que eram perseguidos pela polícia, em plena manhã na Carlos Gomes esquina com a Rua do Cabeça, forçava a esticar minhas passadas para sair da zona do gás lacrimogêneo e da pancadaria, correrias e mordidas de cães pastor alemão. Na minha cabeça aquilo se passava como se fosse um bando de homens maus maltratando pessoas que queriam conquistar algo importante: Liberdade.
No entanto, parei para recordar da época e coisas que pudessem resgatar as lembranças (que geralmente esqueçemos ao longo da vida) vizinhas aos acontecimentos daqueles fatos e assim fazer certas notas que trouxessem os pontos de minha vida que certamente seriam referência dessas razões que acredito, provarem eu ter renascido umas sete vezes. Como são pontos de flash da remota memória que resta sobre o que aconteceu, não poderei relatar com detalhes o que gostaria, mas vou ordená-los, e daí despertarei a curiosidade que certamente qualquer um deve ter para explicações futuras.
Que me recorde foram:
1. Ao 11 anos recém chegado na cidade do Salvador, tive um desejo de ver a paisagem pela janela do último andar do Edifício Saga, apartamento quarto e sala, onde minha família morava a pouco mais de um ano. Éramos migrantes de Alagoas, estado que deixávamos pela separação de meus pais. Ainda não conhecia o medo normal de subir nas janelas altas, cautela de quem nascia na cidade grande e morava em arranha-céu, assim chamado os edificios altos lá na minha pequena cidade de Maceió.
Subi no peitoril do janelão da área de passagem onde brincávamos as tardes, pois não havia playground no nosso prédio, e aproveitávamos esse espaço para nos juntarmos e observar a Baía de todos os Santos, coisa deslumbrante para um nordestino que descobria a alegria de morar nas alturas. Por um instante parecia um passarinho, vi a cidade e seus arranha-céus com outros olhos de nordestino remediado. Tudo mudou ali, desequilibrei e não fosse as pontinhas de meus dois dedos maiores da mão pequena de menino, sairia (sonhei voando ao som de Soy loco por ti América) planando até as marolas coloridas da praia da Conceição. Após o susto, aí que percebi que tinha que ter medo daquela altura toda, respirei fundo e quis que ninguém vinhesse a saber desse medo que senti.
Essa sensação só perderia sua força após me sentar no chão da área perto da pilastra que dava para o corredor. Passei a respeitar aquela janela que concorria com as nuvens vistas por mim. Acabei me acostumando a altura do peitoril e do arranha-céu.
Algo comparável àquele medo só as minhas caminhadas até a padaria para comprar o pão vara de sal e o de leite, que comíamos todo santo dia e que passei a gostar muito por ser um tipo de pão que não conhecia em minha terra. Curioso em conhecer da nova vida que a cidade oferecia, passaria a conhecer um novo momento, o período histórico da cruel repressão aos trabalhadores e estudantes; o da ditadura militar no Brasil, monstro político, resultante do golpe batizado pela elite política brasileira de "revolução".
O medo de ser confundido com os estudantes que eram perseguidos pela polícia, em plena manhã na Carlos Gomes esquina com a Rua do Cabeça, forçava a esticar minhas passadas para sair da zona do gás lacrimogêneo e da pancadaria, correrias e mordidas de cães pastor alemão. Na minha cabeça aquilo se passava como se fosse um bando de homens maus maltratando pessoas que queriam conquistar algo importante: Liberdade.
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7 vidas
Tiras de Leituras
Autor: Shakespeare
Fonte: Sonetos
Desvalido em fortuna e aos olhos dos mortais,
Quando choro sòzinho ao ver-me rejeitado
E os surdos céus perturbo em vão com altos ais
E amaldiçôo a sorte olhando meu estado,
E almejo ser alguém, bem mais esperançado,
De que tivesse o aspecto e as ricas amizades,
E com o que fruo mais o menos contentado,
Quero a arte dêste, e doutro as oportunidades:
Quase que me desprezo, em coisas tais cuidando;
Mais penso em ti, e logo a minha condição,
Qual cotovia na alva a terra abandonando,
Ergue às portas do céu hinos de gratidão;
Pois traz-me tal riqueza o teu amor lembrado,
Que desdenho trocar com os reis o meu estado.
------------------------------------
Autor: Cacaso
Fonte: Mar de Mineiro
Fazenda São Pedro (2)
Aqui tem 3 tipos de veneno pra rato.
E 4 tipos de rato pra veneno.
---------
Livre Arbítrio
Todo mundo é toureiro.
Cada um escolhe o
Touro que quiser na vida.
O toureiro escolheu o
próprio
touro
---------
Prática da Relatividade
Meu namoro com fulana foi uma trepada
que durou 6 meses. Minha trepada com beltrana foi
um namoro que durou uma tarde...
---------
Panacéia
mesmo triste comprove
a alegria é a prova dos 9
---------
Rito
Cadê o queijo que estava aqui?
O gato comeu.
Gato filho da puta.
Fonte: Sonetos
Desvalido em fortuna e aos olhos dos mortais,
Quando choro sòzinho ao ver-me rejeitado
E os surdos céus perturbo em vão com altos ais
E amaldiçôo a sorte olhando meu estado,
E almejo ser alguém, bem mais esperançado,
De que tivesse o aspecto e as ricas amizades,
E com o que fruo mais o menos contentado,
Quero a arte dêste, e doutro as oportunidades:
Quase que me desprezo, em coisas tais cuidando;
Mais penso em ti, e logo a minha condição,
Qual cotovia na alva a terra abandonando,
Ergue às portas do céu hinos de gratidão;
Pois traz-me tal riqueza o teu amor lembrado,
Que desdenho trocar com os reis o meu estado.
------------------------------------
Autor: Cacaso
Fonte: Mar de Mineiro
Fazenda São Pedro (2)
Aqui tem 3 tipos de veneno pra rato.
E 4 tipos de rato pra veneno.
---------
Livre Arbítrio
Todo mundo é toureiro.
Cada um escolhe o
Touro que quiser na vida.
O toureiro escolheu o
próprio
touro
---------
Prática da Relatividade
Meu namoro com fulana foi uma trepada
que durou 6 meses. Minha trepada com beltrana foi
um namoro que durou uma tarde...
---------
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mesmo triste comprove
a alegria é a prova dos 9
---------
Rito
Cadê o queijo que estava aqui?
O gato comeu.
Gato filho da puta.
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sábado, março 10, 2007
Filhos
Há algum tempo o futuro era uma promessa, hoje parece ser uma ameaça. Ainda podemos construir um mundo melhor para eles ?
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filhos
sexta-feira, março 09, 2007
A Dança da Vida
Fibras do Coração
Olhei em minha volta
Descobrindo as imagens do outro
Vibrei assim, diapasão
Voltei girando, na palma pião
Corpo cheio, vazio
Marcado na vibração
Olhar vagando musical
Toques sadios de nuvens
No tato do encontro sem visão
E o peito em raios,
Rasgando plenitude
Voltas sem plano
Aromas nos cachos
Beijos quase mascavos
Firmes na pura vontade
Dando graça ao pulsar
Nas fibras do coração
Quero arredar os cacos
Mover barcos falsos
Criar idéias em horas vagas
Levar cores de boas falas
Pelas mãos dadas em cirandas
Das fibras do coração
Carrossel dos pares
Unindo múltiplos prazeres
Ouvindo gostos velados
Em limites claros da carne
Revelando diversas faces aos saltos
Das fibras do coração
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fibras
quinta-feira, março 08, 2007
O Hoje Que Dura
Era Tanto Tempo o Agora
Por enquanto só vendo
Inexplicável realidade torta
Tempo que não é mais o antes.
Machucando devagar
Parecendo o sempre
Mais hoje que ontem
Menos hoje que no amanhã.
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, o que fazer?
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade torta
Tempo que não é mais o agora.
Quando a mulher cidadã?
Onde o homem acordando o dia?
Numa insônia em nuvem doentia
Sem remédio ou ideologia
Como sobreviver sem mais sofrer
À mesma comida fria.
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, como fazer?
Um caminho sem trilha
Sem sonhos bons de ser feliz
Nem motivos que permaneçam.
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade avessa,
Tempo que não é mais depois.
Sorrisos de solidão chorada
Vazio rio das horas
Fome de filhos pequenos
Inúmeros no acaso das ruas.
Dores da luz sem leito
Chuva fina de esperanças
Corações abertos sem sol,
Há muito tempo, frios
Apenas sem cura.
Por enquanto só vendo
Inexplicável realidade torta
Tempo que não é mais o antes.
Machucando devagar
Parecendo o sempre
Mais hoje que ontem
Menos hoje que no amanhã.
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, o que fazer?
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade torta
Tempo que não é mais o agora.
Quando a mulher cidadã?
Onde o homem acordando o dia?
Numa insônia em nuvem doentia
Sem remédio ou ideologia
Como sobreviver sem mais sofrer
À mesma comida fria.
Sem o antigo
Sem o mais jovem
Novamente, como fazer?
Um caminho sem trilha
Sem sonhos bons de ser feliz
Nem motivos que permaneçam.
Por enquanto só vendo,
Inexplicável realidade avessa,
Tempo que não é mais depois.
Sorrisos de solidão chorada
Vazio rio das horas
Fome de filhos pequenos
Inúmeros no acaso das ruas.
Dores da luz sem leito
Chuva fina de esperanças
Corações abertos sem sol,
Há muito tempo, frios
Apenas sem cura.
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hoje que dura
Dia da Mulher no Universo
O Universo Mulher
Ainda que disfarce
O universo é feminino
Tem Via Láctea
Onde nosso mundo se instalou
E ainda resiste,
Parindo Anos Luz.
Ainda que escureça
Outro dia pronto renasce
E como Terra permanece,
Uma mãe que doa, oferece
Mesmo que os homens ignore
Quem os fornece.
Mulher cosmos
Deusa que nunca nos faltou
Poder interior
Imenso sentido
Molha com suas tetas
Todo terreno que brota.
Mulher terra
Mulher láctea
Mulher vital
Mulher amada
Mulher magma
Mulher fractal
Mulher vulva
Mulher animal
Ainda pulsa
Ainda chora
Ainda mostra
O que nós somos.
Ainda que disfarce
O universo é feminino
Tem Via Láctea
Onde nosso mundo se instalou
E ainda resiste,
Parindo Anos Luz.
Ainda que escureça
Outro dia pronto renasce
E como Terra permanece,
Uma mãe que doa, oferece
Mesmo que os homens ignore
Quem os fornece.
Mulher cosmos
Deusa que nunca nos faltou
Poder interior
Imenso sentido
Molha com suas tetas
Todo terreno que brota.
Mulher terra
Mulher láctea
Mulher vital
Mulher amada
Mulher magma
Mulher fractal
Mulher vulva
Mulher animal
Ainda pulsa
Ainda chora
Ainda mostra
O que nós somos.
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mulher no universo
terça-feira, março 06, 2007
Primeiro Movimento (VA)
Saber a Vida
Nunca tive tantos dias
Às vezes pendiam pelos dedos
Ficando leves após sentir quão tolos que eram,
Estavam só trazendo algo de novo.
Ainda sei o que me faz feliz.
Se tocar parece fútil, mas existindo.
Chegado no perfume da chuva
Como passatempo, escuto isso tudo.
Mais quero, mais penso, gosto de decifrá-lo.
Um início demonstrando meu afeto.
Transporta-me, me guia.
Nem preciso dessa bússola,
Mas pelo mar do olhar, sinfonia!
Aprendo e solto as velas da pele,
Ficaria a deriva sem essa alegria.
Nunca tive tantos dias
Às vezes pendiam pelos dedos
Ficando leves após sentir quão tolos que eram,
Estavam só trazendo algo de novo.
Ainda sei o que me faz feliz.
Se tocar parece fútil, mas existindo.
Chegado no perfume da chuva
Como passatempo, escuto isso tudo.
Mais quero, mais penso, gosto de decifrá-lo.
Um início demonstrando meu afeto.
Transporta-me, me guia.
Nem preciso dessa bússola,
Mas pelo mar do olhar, sinfonia!
Aprendo e solto as velas da pele,
Ficaria a deriva sem essa alegria.
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valeu
domingo, janeiro 07, 2007
O Ator na Atitude
Um amigo me presenteou essa criatura fantástica, o Joca, que nem sei por onde anda, ainda, um dia nos veremos grande irmão.
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Joca
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Coisas a Fazer
Bem feito. Assim devia ser, qualquer coisa a fazer deveríamos fazer bem, sem duvidar do seu pretenso sucesso ou não. Aonde chegaremos se tudo que nos atrevermos a nos dedicar ou tentar realizar, pensar que só o que pode trazer lucro ou só privilégios tem de ser iniciado? Vai se tornar cada vez menos possível algo se todos pensarem assim.
Hoje temos muitos paradígmas velhos e muitas análises prontas, mas ação concreta baseada em planos que combinem conhecimento e a atitude para a mudança real, quase nenhum absolutamente!
Justificativas recorrentes, desculpas rotas, vergonha e decepção em todo o périplo histórico, que demonstra débitos sociais profundos e insucessos de governança, como um peso que nos entrava para não alcançarmos o status de nação livre, democrática e soberana. Estamos subjugados ao movimento dos capitais internacionais, voláteis, absurdos, ignomínias, cofres de misérias e barbárie, desalmados comportamentos de permanente exploração humana.
Hoje temos muitos paradígmas velhos e muitas análises prontas, mas ação concreta baseada em planos que combinem conhecimento e a atitude para a mudança real, quase nenhum absolutamente!
Justificativas recorrentes, desculpas rotas, vergonha e decepção em todo o périplo histórico, que demonstra débitos sociais profundos e insucessos de governança, como um peso que nos entrava para não alcançarmos o status de nação livre, democrática e soberana. Estamos subjugados ao movimento dos capitais internacionais, voláteis, absurdos, ignomínias, cofres de misérias e barbárie, desalmados comportamentos de permanente exploração humana.
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