"Privatizar a água é como vender ar em sacos de plástico"
Esquerda.net
Os
processos de privatização da água que estão ocorrendo nos países europeus fazem
utilização de um bem público através de um processo que equivale "a vender
ar em sacos de plástico". A declaração foi feita em Estrasburgo num debate
perante a comissária Connie Hedegaard, a propósito do Fórum Mundial da Água,
realizado em Marselha.
Marisa
Matias, membro do Grupo da Esquerda Unitária (GUE/NGL) eleita pelo Bloco de
Esquerda, tomou como exemplo na sua intervenção a situação em Portugal, onde um
recurso público e financiado pelo Estado é privatizado. "É um exemplo
claro", disse, "do que fazemos errado: tratar a água como uma
mercadoria. Não é uma mercadoria, é um bem público e um recurso escasso; o que
se passa é que os povos são obrigados a pagar para ter acesso à água, o que
equivale a vender ar em sacos de plástico".
Nas
suas intervenções durante o debate, os eurodeputados do GUE/NGL declararam o
apoio ao fórum alternativo sobe a água, que ocorre igualmente em Marselha, e no
qual estão em destaque as políticas ambientais para poupar e gerir a água em
benefício dos povos e não do lucro.
Um escândalo na União Europeia
João Ferreira, deputado do GUE/NGL eleito pelo PCP, lembrou a resolução das Nações Unidas de Junho de 2010 que reconhece o direito à água potável como um dos direitos humanos. "A resolução", recordou, "apela aos Estados e às organizações internacionais para que intensifiquem os esforços de modo a garantir a água potável e o seu fornecimento limpo, seguro, acessível e abordável". O escândalo, assinalou João Ferreira, é que alguns Estados europeus vetaram inicialmente estes cuidados e "abstiveram-se mesmo na votação final". O eurodeputado português concluiu dizendo que "a propriedade pública e a gestão deste recurso precioso é a única maneira de proteger este direito".
João Ferreira, deputado do GUE/NGL eleito pelo PCP, lembrou a resolução das Nações Unidas de Junho de 2010 que reconhece o direito à água potável como um dos direitos humanos. "A resolução", recordou, "apela aos Estados e às organizações internacionais para que intensifiquem os esforços de modo a garantir a água potável e o seu fornecimento limpo, seguro, acessível e abordável". O escândalo, assinalou João Ferreira, é que alguns Estados europeus vetaram inicialmente estes cuidados e "abstiveram-se mesmo na votação final". O eurodeputado português concluiu dizendo que "a propriedade pública e a gestão deste recurso precioso é a única maneira de proteger este direito".
A habitual receita público-privada
A eurodeputada francesa Marie-Christine Vergiat declarou que "as derivas das parcerias público-privadas são dramáticas nos nossos países, onde a água é cada vez mais cara sem que a qualidade melhore". De acordo com esta representante do GUE/NGL, a União Europeia tem largas responsabilidades nesta situação; ao mesmo tempo felicitou-se pelo facto de numerosas autarquias francesas terem decidido retomar em mãos a gestão da água das suas regiões.
A eurodeputada francesa Marie-Christine Vergiat declarou que "as derivas das parcerias público-privadas são dramáticas nos nossos países, onde a água é cada vez mais cara sem que a qualidade melhore". De acordo com esta representante do GUE/NGL, a União Europeia tem largas responsabilidades nesta situação; ao mesmo tempo felicitou-se pelo facto de numerosas autarquias francesas terem decidido retomar em mãos a gestão da água das suas regiões.
(*) Artigo publicado no portal do Bloco de
Esquerda no Parlamento Europeu
Fonte: Carta Maior | Meio Ambiente, 17/03/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário