por Paul
Krugman
É “Oficial: Keynes Estava Certo”, diz Henry Blodget. Os
resultados eleitorais recentes na Europa parecem ter elevado a consciência de
uma maneira que literalmente anos de dados econômicos não conseguiram: a
doutrina da austeridade que regeu a polícia europeia é um grande fiasco.
Eu poderia ter-lhes dito que isso
ocorreria, e com certeza, o fiz.Então não mencionei que após
três anos de advertências sombrias de que os vigilantes de bônus estão
atacando, a taxa de juros de títulos americanos de 10 anos continua abaixo de
2%.
É importante compreender que o que
estamos vendo não é uma falência da economia ortodoxa. A economia padrão neste
caso – isto é, a economia baseada no que a profissão aprendeu nessas três
últimas gerações, e quanto a isso, na maioria dos manuais – era a posição
keynesiana. Essa coisa de austeridade foi inventada do nada e de alguns
exemplos históricos duvidosos para servir os preconceitos da elite.
E agora os resultados são que os
keynesianos estavam totalmente certos, e os “austerianos” totalmente errados –
com enorme custo humano.
Gostaria de poder acreditar que isso
realmente seria suficiente para prosseguirmos e analisarmos o que pode ser
feito, agora que sabemos que as ideias por trás da política recente estavam
todas erradas. Mas isso é otimismo injustificado, imagino. Ninguém admite que
esteve errado, e as ideias “austerianas” têm um claro apelo político e
emocional à prova de qualquer evidência.
Não sabes, meu filho, com quão pouca
sabedoria o mundo é governado?
Fonte:
Estadão | Economia & Negócios |Blogs, 25
de abril de 2012 | 18h38
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