A "revolução cultural" no Brasil
Numa aula, do COF 073, o professor Olavo de Carvalho registrou uma explicação excelente para esclarecer de maneira sintética e cabal o processo pelo qual a esquerda conseguiu a sua posição de unanimidade tanto na percepção da sociedade como na opinião de parte da intelectualidade brasileira.
As implicações da adoção do método gramsciano, da revolução cultural, para a esquerda conquistar o poder de qualquer maneira, trouxe como consequência a conquista do pensamento único e a opinião com viés ideológico da unanimidade, compreendida como a fase primordial, essencial, do processo histórico, que “levou a sociedade praticamente inteira a pensar como comunista, sentir como comunista, e agir como comunista, sem saber que é comunista”. E vemos que isso é literalmente dessa maneira.
As instituições de caridade orientadas pelo Betinho, a universidade domada pelo esquerdismo, o método educacional freireano, a Igreja ferida pela Teoria da Libertação, tudo que foi tomado pela linha do partido que conduziu à obediência, como "poder onipresente e invisível do imperativo categórico de um mandamento divino", o que todo mundo obedece sem saber que está obedecendo e nem poder, desse jeito, questionar. "É óbvio que a trapaça, a mentira e a camuflagem faz parte do processo, e sobretudo é a essência do mesmo, enganar a todos para que mudem de opinião". Muitas vezes "sem mudar o discurso, usando as mesmas palavras, os mesmos símbolos, vai gradativamente injetando outro significado prático, pragmático, e é nisso que consiste a revolução cultural". Fator decisivo na debacle da moral brasileira.
O PT como partido que conduziu o processo, impôs às relações um dever de aceitar a sua hegemonia e a corrupção, não da moralidade, mas do senso moral, do sentimento moral, que é diferente dos costumes existentes, passando a fazer das iniquidades a norma de conduta. A obediência aos poucos tornou-se direta às regras e aos aspectos da retórica de uma ideologia introjetada nas ideias, formadas sem reflexão, e na identidade que se superpõe à realidade do indivíduo.
O resultado desse processo é evidente, estamos a um passo da consolidação de um regime totalitário, no qual não haverá oposição, só a que for permitida, a censura seletiva e a falta de liberdade submetendo todos ao medo de represálias sem tipificação de crime, porém direcionadas ao escolhidos pelo desafeto do governo.
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