O passeio do hacker (insider job)
Pode parecer reducionista, mas a frase "dê a um homem uma arma, e ele rouba um banco, dê um banco e ele rouba o mundo", expressa uma realidade experimentada por milhões de brasileiros durante décadas, na qual ainda duram muitos corações, duros, que também pertencem à ela todos aqueles que por entrega ideológica militam o caos e carregam junto uma bolha de incautos e inocentes úteis, uma bolha que não explodiu de todo, rasgou-se e vem derretendo desde 2016 e agoniza nos meses dessa pandemia.
Aqueles que, se ainda não caíram dela por desgosto, decepção, vício ou morte, estão acordando jogados no limbo da ilusão e da hipocrisia, agarrados a sofreguidão, duvidando da má sorte, muitos teimando em querer permanecer naquele útero doente da utopia, agora uma crença desmantelada por uma sociedade assustada frente aos desafios históricos de nosso estado democrático de direito. O primeiro toque de mensageiros do pensamento livre bateu à porta da democracia, desdenhada, cobrou o atraso das mudanças, necessárias, e sem maneiras de interpretação desenhou, apresentou a real Constituição aos olhos da população, onde se lê "todo poder emana do povo", cansada, resiliente aos abusos de poder, iletrados, abandonada à sorte manipulada há anos, presa à impotência por uma organização de criminosos.
O tempo ajudou a desmantelar as cascas que encobriam os esqueletos no armário, os esquemas do mecanismo, era tanta desinformação controlada, a burla era o normal, a moral e a liberdade de expressão cerceada, o pavor de serem descobertos, e com isso levar a todos à prisão mantinha a todos na boquinha calados, e a desconfiança, a mentira imperativa era a senha aceita até pelos letrados arrogantes no seu status.
Porém, onde se buscava o inviolável abriu-se o buraco de Pandora, a engenharia bruta do sistema não suportou o inexorável, viu vazar o caldo da informação, a resistência não foi suficiente para sustentar o esquema fraturado, burlar as leis, torcer os fatos era o que restava, sofreu exposição e o ímpeto da invasão ao código soou o alarme, produzindo o inevitável. O documento solicitado à Federal descrevia todo o processo negado pelo ministro boca de veludo, e o Presidente revelou para a imprensa a gravidade dos fatos, o que noutro momento de desvelo os togados não revelaram para não serem pegos autorizando um terceirizado a apagar as pistas do possível insider job, no linguajar técnico, mandaram deletar o Log do passeio do hacker no coração da Justiça.
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