Um ódio nas entranhas
[período da eleições de 2014]
Leio diariamente as notícias sem perder tempo com as
“inexistências” de alguns textos que só fazem confundir e provocar debates que
se perdem sem contribuir em nada para um melhor entendimento do mundo. Afinal,
“o caos é apenas uma escada, não um precipício” para onde a maioria se dirige
conforme a mídia ou a ideologia dominante determine. A maioria sobe ainda mais,
outros muitos param pra pensar pra onde está indo, mas poucos descem dela.
Li o texto do Jabor, “O Califado Petista” de 19-08-2014, e não
fiquei confuso quanto as suas intenções e clareza de ideias: um reacionário
caldo venenoso que distorce tanto a história quanto os princípios dela, tão
hediondo quanto a pretensa moral “sem esquerdismo” da tal esquerda, tão
conservadora, repleta de “pensadores” e “executores" de políticas, que nas
sombras dos bastidores são meros gerentes do capital, cúmplices da corrupção
passiva ou ativa herdadas de seus aliados, praticantes do assédio moral
frente a seus assessores e parceiros, com claro abuso de poder sem medir
palavras ofensivas; petistas que relaxam pelo canto da boca o sabor do
autoritarismo apodrecido e que apenas defendem “coisas realizadas”, que não são
mais nem menos do que obrigações históricas, desde sempre, cobradas pela sociedade
brasileira; os resultados bons ou ruins são medidas do que se propuseram
praticar ou ficaram na intenção.
Embora muitas dessas ações tenham caráter de propaganda ou sejam
apenas respostas a “cruel oposição” (PIG, classe média, críticos, marqueteiros
mercenários etc), algumas delas mais parecem oriundas de cartilhas
resultantes de um centralismo da velha estrutura da “correia de transmissão”,
cega e anacrônica. Todos nessa selva de epiléticos agem com disfarçado ódio nas
entranhas a todos que não concordem ou não aceitem a mesmice da hipocrisia
vigente da política brasileira; mas quem disse que sem Educação se possa chegar
a uma coisa melhor?
Por mais que se tenha decepcionado com o PT pelos rumos da
economia, da política ou quanto a políticas sociais diferenciadas dos “outros”
do passado, convenhamos, temos que ser sinceros: a realidade demora maquiada e
certamente indefensável.
Como diz uma amiga de muitos carnavais: “o PT tem virtudes”.
E particularmente só vejo se sustentar em exemplos de um passado onde
muitos ainda se empenham honestamente, em suas propostas, projetos
socioambientais, corretos nas atitudes políticas, cobrando liberdade de
expressão para o debate e a contribuição democrática, tudo por um Brasil
que ainda se deva acreditar.
É difícil entender e votar, manter a mesma vontade da mudança
presente quando pelas Diretas, e hoje pelo sustentável ambiental, que tem como
base a Educação, mesmo no interior de um partido que já não é mais dos
trabalhadores ainda que carregue o nome deles; um partido, partido, que parte
defende o capital e o agronegócio “de insustentável natureza”, com a mesma
bandeira, com unhas e dentes de um especulador do mercado financeiro. Uma
contradição inaceitável que o cidadão, eleitor, em meio ao “caos” parece não perceber
conscientemente.
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