Faz muito tempo que a esquerda se sustenta no meio do tecido social e político, preservam um legado, de memórias, medonho, imperdoável. Genocídios, longas ditaduras, reincidentes no cerceamento de liberdades e censura da opinião, do contraditório, agentes ativos na execução dos seus opositores. Seu futuro parece igual aos de sobreviventes de uma tempestade quente que em um tempo anterior foi muito destrutiva para quem fez parte ou não daquela viagem, e alguns poucos sobraram insistindo continuar, tal como o destino dos grandes caraguejos ao serem jogados numa panela para serem cozidos.
O comportamento dos doutrinados e dos líderes em todo lugar é o de espernear, se debater, usar de narrativas tendo como consequência inevitável, o desejo de gerar verdades próprias, reescrever a história aí seu favor, chegam a autocomizeração, por instinto vão se agarrar uns nos outros e tentar evitar o inexorável abismo para o qual caminham desde ontem e buscam empurrar todos no caminho. O de sucumbir ao calor cumulativo da fervura alimentada por revelações de cada uma de duas ações, verdades cruéis, as incontáveis falsas virtudes escondidas. Nesse movimento, por conta da sua necessidade de escapar do processo de diluição, eliminação por entropia de uma falsa moral, irão puxar seus semelhantes para o fundo da panela de ferro do tempo, o juiz justo, para a sua prisão, e sob temperatura e pressão constante, vão em desespero atropelar esmagando os mais fracos, os sem poderes de maior escape, os com o status frágil de liderança, para se manter no topo da cadeia de transmissão. Um fator pode os ajudar: as democracias que permitem as diversas formas de expressão e movimento, um certo precedente, um privilégio das posições de comando nas instituições aparelhadas.
Ainda assim, veremos um provável flagelo de consciência, a interferência de cortes diferentes nas estruturas de poder, partes se desfazendo, sendo camufladas por anatomias iguais de ideias que os protegem, com o privilégio da testura moral mantendo a cor de sangue em bandeiras, estrela, foice e martelo, na luta pela resistência ao seu epitáfio histórico, desastroso, restos, em sua cova.
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