PRESIDENTE DA FRANÇA AFIRMA
"Morte da ditadura do mercado e refundação do capitalismo"
Ao anunciar a criação de um fundo soberano para investir nos setores estratégicos da indústria francesa, presidente Nicolas Sarkozy proclamou a morte da ditadura do mercado e defendeu a necessidade uma intervenção estatal em bloco, na União Européia. Segundo ele, crise atual é sem precendentes e "põe em perigo o próprio futuro da humanidade".
Redação - Carta Maior
Data: 24/10/2008O presidente da França, Nicolas Sarkozy, proclamou ontem a “morte da ditadura do mercado”, defendeu a necessidade de uma “refundação do capitalismo” e propôs a criação de um fundo soberano francês para investir na indústria nacional. Além disso, convocou os líderes europeus para preparar a cúpula financeira mundial. A França preside atualmente a União Européia. Enquanto isso, nas Nações Unidos, o economista Joseph Stiglitz criticou a Casa Branca por organizar uma reunião de cúpula sobre a crise financeira global em Washington e não na sede da ONU. Stiglitz, que foi convocado esta semana pelo presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel D’Escoto, para encabeçar um grupo de trabalho de alto nível para examinar o sistema financeiro global, disse que é crucial envolver a ONU nos aspectos de curto e longo prazo da crise.
Em um discurso feito ontem (23), Sarkozy defendeu a criação de fundos soberanos na Europa que permitiriam “dar uma resposta industrial à crise econômica”. A proposta foi recebida com reservas por vários países europeus e rechaçada pela Alemanha. O chefe de Estado francês assinalou ainda que, diante do risco da falta de crédito por causa da crise financeira, criará um instrumento “mediador do crédito” que estará a disposição das empresas francesas com dificuldade de acesso a recursos. O “fundo público de intervenção”, cuja criação permitiria investir nas empresas estratégicas da França, mobilizará cerca de 100 bilhões de euros, estimou o secretário de Emprego, Laurent Wauquiez.
Sarkozy insistiu na necessidade de impulsionar um “governo econômico” da União Européia, que formate de forma ativa a política do bloco diante da “morte da ditadura dos mercados com a crise financeira internacional”. Nesta sexta, Sarkozy afirmou que "o mundo está mal" e vive "uma crise sem precedentes" que “põe em perigo o próprio futuro da humanidade”.
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