Amiga Lavínia, tudo bem? Boa tarde. E também aos demais debatedores desse tema tão atual e importante para todos, eco, ex-eco, não eco e cidadãos do mundo!
Segundo, tem nenhum mistério os propósitos dos defensores do capitalismo (financeiro) em sua fase que agonia (ou agoniza) a todos nesse nosso velho e novo mundo. Um amigo repetia pra mim em seus ataques de ansiedade diante da situação de apatia e ignorância de certos intelectuais que se autodenominavam marxistas (vemos hoje que muitos nem leram o primeiro capítulo do "O Capital", ou nem terminaram o prefácio mesmo): "entre os capitalistas não existe contradição, mas sim contrariedades".
Os episódios recentes demonstram apenas o processo de "conta gotas" (Tavares) em que a crise vem sendo postergada, administrada. É sabido que nenhum arauto desse sistema sabe exatamente aonde isso tudo vai dar, inclusive porque os paradigmas históricos, inclusive do "ecologismo", continuam a procurar associar à ofensiva destruidora contra os povos esses mesmos povos e suas organizações. A propalada "gestão da crise", a questão dos preços do petróleo e o desenvolvimento dos biocombustíveis, a questão da água (o OURO AZUL, essencial À VIDA na Terra) e sua exportação através do comércio de grãos para a UE e EUA, vejam que onde a fome tem presença marcante também falta o uso adequado desse bem ambiental (que o sistema capitalista transformou em um bem econômico). Tem um sentido fundamental toda a manobra dos governos imperialistas.
É de se questionar qualquer defesa desse quadro atual do capitalismo, se baseando em fundamentos caducos ou "renovadores" de um arcabouço teórico por demais testado e pouco criativo, que não engana mais ninguém (ou não?) em suas "repetições" e falsas crises de identidade. Fato é que estamos frente a um momento de sérias mudanças necessárias, não só de paradigmas relacionados ao que chamamos econômico na "teia da vida que não só humana" mas sobretudo quanto ao aspecto da preservação da vida em um sentido holístico, do "desenraizamento da emoção humana", do ser da terra, do ecossistema onde se insere o próprio homem.
Estamos no limiar de uma significativa ruptura de paradigmas, independente do que alguns se ache ou professem em suas "crenças" ou referências ideológicas.
O capitalismo já deu provas que tem limitações, e nos limita (a maioria da humanidade) a "sobreviver" como animais, seguindo as premissas darwinianas para "justificar a existência da concorrência e fazer da economia de mercado uma lei natural". Lembrando Engels: "Darwin não sabia que amarga sátira da humanidade, e especialmente de seus concidadãos, ele escrevia quando demonstrava que a livre concorrência, a luta pela vida, celebrada pelos economistas como a mais alta conquista da história, era o estado normal do reino animal".
Um abraço cordial,
Afranio Campos
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