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segunda-feira, fevereiro 28, 2011

o ataque mundial aos avanços econômicos e sociais conquistados

Protestos nos Estados Unidos: Por que Madison importa
Para sobreviver, o capitalismo precisa se expandir e, com tão poucas áreas com espaço disponível, a esfera pública se torna tentadora demais para resistir. É por isso que as elites econômicas olham as instituições que até agora tinham evitado a mercantilização total. Ninguém mais as protege hoje em dia, além daqueles que nelas trabalham. Certamente, a administração Obama não o faz. Não é um acidente que os professores estejam na frente de batalha para salvar as negociações coletivas no Wisconsin. Ninguém sabe como acabarão os eventos em Madison. Mas isto está claro: puseram a privatização da esfera pública em debate como ninguém o fez nas últimas décadas.
por Andrew Levine - SinPermiso
Os progressistas vêem o Wisconsin – e os problemas trabalhistas vindouros em Indiana, Ohio, Nova Jersey e outros lugares – e corretamente enxergam um ataque republicano. A terrível decisão “Citizens United” da Suprema Corte deu carta branca às corporações e aos sindicatos para comprar eleições; sem os sindicatos, só restariam as corporações. Com os sindicatos de companhias privadas passando por problemas, em especial depois do TLC, os sindicatos dos servidores públicos são o único que resta entre as companhias e um domínio total do sistema político, onde o dinheiro sempre prevalece. Dado que as corporações geralmente preferem os republicanos sobre os democratas, os republicanos tem tudo para ganhar e os democratas, para perder, se o governador Tea Party do Wisconsin, Scott Walker, sai com as suas.
É difícil entender como alguém que teve seus cinco sentidos funcionando nesses últimos anos poderia lamentar o infortúnio dos democratas, mas muitos liberais ainda o fazem. No entanto, o fato é que os democratas são o menor dos males entre nossos dois partidos semioficiais. Esta é a razão pela qual, sem importar o quanto Obama tenha traído os seus aliados-chave, inclusive os trabalhadores, o que quer que se postule contra ele será pior em várias ordens de magnitude. Os democratas e os republicanos ambos servem aos mesmos empregadores e mantêm seus interesses com fervor sem igual. E graças a Bill Clinton, até a flácida ala social democrata do partido foi destruída. Merecem que lhes aconteça o que for. Mas a alternativa é pior. Por fim, importa que a ofensiva seja derrotada, sim. 
Conforme a batalha no Wisconsin se intensifica, fica cada vez mais claro, em especial nos círculos dos trabalhadores, que o aspecto republicanos contra democratas é só algo secundário ao ataque do capital contra os trabalhadores. Isto importa mais do que como os democratas e os republicanos dividam entre si os resultados nas próximas eleições.
O que está em jogo é o final da chamada “Revolução Reagan”. Num mundo onde aos liberais já não importa a grande fissura da desigualdade, ou um prêmio Nobel da Paz que está em múltiplas guerras sem fim por sua própria vontade ou um professor de direito constitucional que continua os ataques da era Bush contra a lei (ao mesmo tempo em que protege os criminosos de guerra da era Bush) ou um ambientalista que nada faz de importante para evitar que a América corporativa destrua o planeta ou um organizador comunitário que detenha esforços para reduzir a pobreza (de maneira ingênua, ao reduzir o déficit orçamentário), a realização do programa máximo de Reagan não está longe. Um ataque vitorioso contra os trabalhadores organizados resolveria o problema de uma vez por todas. 
Afortunadamente, para todos nós, este é um resultado que os trabalhadores – ou, como agora dizem os liberais, “a classe média” – não podem tolerar. Tampouco alguém deveria fazê-lo. Esta é uma batalha que os trabalhadores devem ganhar. 
Mas essa não é a razão principal por que Madison importa. Não são só os sindicatos associados com os democratas o que Walter e seus colegas de Tea Party desejam destruir; são os sindicatos dos servidores públicos. Isto importa por razões que são muito mais obscuras que as demais, mas que estão claramente relacionadas com nossos problemas contemporâneos: a fiscalização do capitalismo contemporâneo, a globalização da indústria e do comércio e, de maneira mais geral, o ataque mundial aos avanços econômicos e sociais conquistados no último século e meio. O problema, em resumo, é que, para sobreviver o capitalismo precisa se expandir e, com tão poucas áreas com espaço disponível, a esfera pública se torna tentadora demais para resistir.
É por isso que as elites econômicas miraram as instituições que até agora tinham evitado a mercantilização total. Ninguém mais as protege hoje em dia que aqueles que nelas trabalham. Certamente, a administração Obama não o faz. Não é um acidente que os professores estejam na frente de batalha para salvar as negociações coletivas no Wisconsin. Claro, os seus direitos e bem estar lhes importam, mas também a opinião pública importa. Podemos dizer o mesmo de Arne Duncan e Barack Obama? 
Ninguém sabe como acabarão os eventos em Madison. Mas isto está claro: puseram a privatização da esfera pública em debate como ninguém o fez nas últimas décadas. 
Quando os empregados públicos lutam para manter a esfera pública viva, estão lutando a batalha doméstica mais importante dos nossos tempos. Deveríamos apoiá-los sem restrições, buscando não só restaurar os níveis de solidariedade social pré-Reagan, mas nos mover para além de seus horizontes. As forças por trás de Scott Walker entendem isso; cada vez mais os trabalhadores e os seus aliados, também. Começam a se dar conta de que seus esforços para salvar negociações coletivas frente a um ataque selvagem da direita converteu Madison no “Grau Zero” de uma batalha com implicações tão grandes quanto possível.
(*) Andrew Levine é Acadêmico Sênior no Institute for Policy Studies. É autor de The American Ideology (Routledge) e Political Key Words (Blackwell), bem como de muitos outros livros de filosofia política. Foi professor na universidade do Wisconsin-Madison.
Tradução: Katarina Peixoto
Fonte: Carta Maior | Internacional|28/02/2011

domingo, janeiro 23, 2011

a idéia de que as mudanças climáticas seja natural é ridícula

Alerta que vem da lama

Biogeógrafo americano Jared Diamond afirma que estamos sob risco de suicídio ecológico, mas há saída

por Ivan Marsiglia e Carolina Rossetti

Dilúvio. Capela de Santo Antônio, em Nova Friburgo, dia 21: 'Precisamos estar preparados para um número cada vez maior de tragédias relacionadas a mudanças climáticas'.

Rubbish! É a resposta - em bom inglês - do biogeógrafo americano Jared Diamond para a pergunta sacada com frequência pelos "céticos do clima" no afã de congelar o debate ambiental: o aumento da temperatura do planeta, ao qual se atribui a intensificação dos ciclos de calor e frio testemunhada hoje por toda a parte, pode ser o resultado de um ciclo natural da Terra? Rubbish - lixo, besteira. "A ideia de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje são naturais é tão ridícula quanto a que nega a evolução das espécies", fustiga o autor de Colapso (Record, 2005), um tratado multidisciplinar de 685 páginas na edição brasileira que analisa as razões pelas quais grandes civilizações do passado entraram em crise e virtualmente desapareceram. E a questão assustadora que emerge de seu olhar sobre as ruínas maias, as estátuas desoladoras da Ilha de Páscoa ou os templos abandonados de Angkor Wat, no Camboja, é: será que o mesmo pode acontecer conosco?
A resposta de Diamond, infelizmente, é sim. Ganhador do Prêmio Pulitzer por sua obra anterior, Armas, Germes e Aço (Record, 1997), em que focaliza as guerras, epidemias e conflitos que dizimaram sociedades nativas das Américas, Austrália e África, o cientista americano há anos nos adverte sobre os cinco pontos que determinaram a extinção de civilizações inteiras. O primeiro, é a destruição de recursos naturais. O segundo, mudanças bruscas no clima. O terceiro, a relação com civilizações vizinhas amigas. O quarto, contatos com civilizações vizinhas hostis. E, o quinto, fatores políticos, econômicos e culturais que impedem as sociedades de resolver seus problemas ambientais. Salta aos olhos em sua obra, portanto, a centralidade que tem a ecologia na sobrevivência dos povos.
Foi na semana subsequente à pior catástrofe natural da história do País, na região serrana do Rio de Janeiro - a mesma em que um arrepiante tornado surgiu nos céus de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense -, que Jared Diamond falou por telefone ao Aliás. Às vésperas do lançamento no Brasil de um de seus primeiros livros, O Terceiro Chimpanzé (1992), o professor de fisiologia e geografia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, fala das providências cruciais que o ser humano deverá tomar nos próximos anos para garantir sua existência futura. Diz que as elites políticas, seja nos EUA, na Europa, nos países pobres e nos emergentes, tendem a tomar decisões pautadas pelo retorno em curto prazo - até um ponto em que pode não haver mais retorno. Avalia que o Brasil dos combustíveis verdes tem sido "uma inspiração para o mundo", mas também um "mau exemplo" na preservação de suas florestas tropicais. E fala da corrida travada hoje, cabeça a cabeça, entre "o cavalo das boas políticas e aquele das más", que vai determinar o colapso ou a redenção das nossas próximas gerações.
O Brasil enfrentou tempestades de verão que mataram mais de 700 pessoas. Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres da ONU, disse que o tamanho da tragédia é indesculpável, pois o País tem apenas um desastre natural para gerenciar. Como evitá-lo no futuro?
Precisamos estar preparados para um número cada vez maior de tragédias humanas relacionadas a mudanças climáticas. O clima se tornará mais variável. O úmido será mais úmido e o seco, mais seco. A Austrália, por exemplo, acaba de sair da maior seca de sua história recente e agora enfrenta o período mais úmido já registrado no país. Em Los Angeles, onde moro, recentemente tivemos o dia mais quente da história e, há algum tempo, o ano mais chuvoso e também o mais seco que a cidade já viu.
Em seus escritos, o sr. aponta a Austrália como um país com estilo de vida antagônico às suas condições naturais. Mas, em comparação com o Brasil, os australianos se saíram melhor: enfrentaram a pior enchente em 35 anos, mas contabilizaram apenas 30 mortos. Como explicar isso?
É verdade que o modo de vida dos australianos não está em harmonia com suas condições naturais. Mas o estilo de vida dos americanos e dos brasileiros tampouco. O modo de vida do mundo não está em harmonia com as condições naturais deste próprio mundo. No caso da Austrália, o país fica no continente que tem o meio ambiente mais frágil, o clima mais variável e o solo menos produtivo. Mas a Austrália é um país rico e dispõe de mais dinheiro que o Brasil para criar uma infraestrutura que gerencie tais problemas. Em Los Angeles, onde as enchentes são recorrentes, não resta um rio em seu leito natural: todos receberam canais de concreto para reduzir o risco de enchentes. A minha casa fica literalmente em cima de um córrego coberto por uma estrutura de concreto. Nos 34 anos em que vivi nessa casa, apenas duas vezes a água invadiu o porão.
Em Colapso, o sr. lista cinco razões que explicam o declínio das sociedades. Elas continuam as mesmas?
Sim. Os cinco fatores que levo em consideração ao tentar entender por que uma sociedade é mais ou menos propícia a entrar em colapso são, em primeiro lugar, o impacto do homem sobre o meio ambiente. Ou seja, pessoas precisam de recursos naturais para sobreviver, como peixe, madeira, água, e podem, mesmo que não intencionalmente, manejá-los erradamente. O resultado pode ser um suicídio ecológico. O segundo fator que levo em conta é a mudança no clima local. Atualmente, essa mudança é global, e resultado principalmente da queima de combustíveis fósseis. O terceiro fator são os inimigos que podem enfraquecer ou conquistar um país. O quarto são as aliados. A maioria dos países hoje depende de parceiros comerciais para a importação de recursos essenciais. Quando nossos aliados enfrentam problemas e não são mais capazes de fornecer recursos, isso nos enfraquece. Em 1973, a crise do petróleo afetou a economia americana, que dependia da importação do Oriente Médio de metade dos combustíveis que consumia. O último fator recai sobre a capacidade das instituições políticas e econômicas de perceber quando o país está passando por problemas, entender suas causas e criar meios para resolvê-los.
O colapso da sociedade como hoje a conhecemos é evitável ou apenas prorrogável?
É completamente evitável. Se ocorrer, será porque nós, humanos, o causamos. Não há segredo sobre quais são os problemas: a queima exagerada de combustíveis fósseis, a superexploração dos pesqueiros no mundo, a destruição das florestas, a exploração demasiada das reservas de água e o despejo de produtos tóxicos. Sabemos como proceder para resolver essas coisas. O que falta é vontade política.
O Brasil tem feito sua parte? 
Nunca estive no Brasil, portanto não posso falar a partir de uma experiência de primeira mão. Mas pelo que entendo, vocês adotaram uma solução imaginativa para a questão energética, com a produção de etanol. O Brasil é uma inspiração para o resto do mundo em relação aos carros flex. Por outro lado, mesmo que o País esteja consciente dos riscos de se desmatar a maior floresta tropical do mundo, muito ainda precisa ser feito. A Amazônia é muito importante para os brasileiros, pois ela regula o clima do país. Se a destruírem, o Brasil inteiro sofrerá com as secas.
De que maneira as elites tomadoras de decisão podem encabeçar a solução dos problemas ou ser responsáveis por conduzir sociedades à autodestruição?
Uma elite que foi competente em solucionar problemas é a composta por políticos dos Países Baixos, que têm grandes dificuldades com o manejo de água, já que um terço da área desses países está abaixo do nível do mar. A Holanda investiu uma quantidade enorme de dinheiro no controle de enchentes. Uma coisa que motivou os políticos holandeses é que muitos deles vivem em casas que estão sob o nível do mar. Eles sabem que se não resolverem a coisa vão se afogar com os demais. Outra elite razoavelmente bem-sucedida é a realeza do Butão, nos Himalaias. O rei butanês disse ao seu povo que o país precisa se tornar uma democracia quer queira, quer não. Ele também anunciou que a meta do país não é aumentar o PIB, mas elevar o índice que mede a felicidade nacional. Isso é verdadeiramente uma meta maravilhosa. Nos EUA, temos políticos poderosos com uma visão curta e destrutiva. Acho que contamos com um bom presidente, mas temos uma oposição cujos objetivos no presente momento se resumem a ganhar a próxima eleição presidencial e, repetidamente, tem negado a existência da mudança climática e do aquecimento global.
De que forma o declínio de sociedades antigas pode nos servir de lição?
Algumas sociedades do passado cometeram erros decisivos, outras agiram com sabedoria e tiveram longos períodos de estabilidade. Um vizinho de vocês, o Paraguai, é um exemplo de país que cometeu um erro crucial, há 120 anos: lutar simultaneamente contra Brasil, Argentina e Uruguai. Isso resultou na morte de 80% dos homens e um terço da população. Tomando como exemplo o Paraguai, precisamos aprender a adotar metas realistas. Podemos aprender também com os países que manejam bem seus recursos, como a Suécia e a Noruega, ou tomar como mau exemplo a Somália - que desmatou suas florestas e hoje sofre com a seca. Em defesa da Somália, podemos argumentar que o país não conta com um grande número de ecologistas capacitados, ao contrário de Brasil e EUA.
O sr. estudou a ascensão e queda de sociedades no passado, mas o que se discute agora é o futuro da própria humanidade. Sua teoria é capaz de explicar os desafios do mundo globalizado?
Sim. É verdade que esta é a primeira vez na história que enfrentamos o risco de o mundo inteiro entrar em colapso. No passado, o colapso do Paraguai, por exemplo, não teve nenhum efeito na economia da Índia ou da Indonésia. Hoje, até mesmo quando um país remoto, como a Somália ou o Afeganistão, entra em colapso isso repercute ao redor do mundo. Mas, por analogia, é possível tirar conclusões semelhantes.
O geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001) enfatizou aspectos socioculturais para explicar os dilemas da sociedade, enquanto seu trabalho é considerado por alguns como geodeterminista. Aspectos culturais não teriam mais influência sobre o futuro das sociedades que os naturais?
Com frequência as pessoas me perguntam se isso ou aquilo é mais importante para explicar o declínio das sociedades. Questões como essas são ruins. É o mesmo, por exemplo, que perguntar sobre as causas que levaram ao fracasso de um casamento. O que é mais importante para manter um casamento feliz? Concordar sobre sexo ou dinheiro, ou crianças, ou religião, ou sogros? Para se ter um casamento feliz é preciso estar de acordo a respeito de sexo e crianças e dinheiro e religião e sogros. O mesmo se dá no entendimento do colapso de sociedades. Fatores culturais são importantes, mas diferenças ambientais não podem ser ignoradas. Por exemplo, as regiões Sul e o Sudeste do Brasil são mais ricas que a Norte. Isso é por causa do meio ambiente, não porque as pessoas no norte sejam burras e as do sul mais inteligentes ou cultas. A explicação é que o norte do país é mais tropical e áreas tropicais tendem a ser mais pobres porque têm menos solos férteis e mais doenças. O mesmo é verdade nos EUA, onde até 50 anos atrás o sul foi sempre mais pobre que o norte. Ao redor do mundo, esse padrão é repetido: países tropicais tendem a ser mais pobres que os de zonas temperadas.
Que sociedades estão em colapso hoje?
Todas as sociedades do mundo estão em risco de colapso. Se a economia mundial colapsar isso afetará todos os países. Nós vimos o que houve dois anos atrás, quando o mercado financeiro americano quebrou, afetando todas as bolsas do mundo. Então, embora todos os países estejam em risco de colapso, alguns estão mais próximos dele do que outros - por uma maior fragilidade ambiental, porque são menos maduros política ou ecologicamente ou por qualquer outro motivo. Por exemplo, o Haiti, que retornou agora às manchetes com a volta do ditador Baby Doc, viu seu governo virtualmente colapsar e continua em grande dificuldade. O México enfrenta dificuldades gravíssimas relacionadas a problemas ecológicos, com a aridez de suas terras, e políticos, com a onda de assassinatos ligada ao tráfico de drogas. Paquistão é um exemplo óbvio, Argélia, Tunísia, que também estão no noticiário... Do outro lado, dos países com menos risco de colapso estão a Nova Zelândia, o Butão e, na América Latina, a Costa Rica. Chile também vai bem. E o Brasil tem melhores perspectivas que vizinhos como a Bolívia, claro.
Países podem se recuperar do colapso?
O colapso normalmente não é definitivo. Houve colapsos no passado que foram sucedidos por retomadas. O Império Romano caiu e, apesar disso, a Itália é hoje um país de Primeiro Mundo.
A Europa, onde o debate a as leis de proteção ambiental mais avançaram, também entrou em crise. Quando isso ocorre, há risco de retrocesso nas políticas ambientais?
É possível. Muita gente sustenta que, quando a economia está fraca, não se consegue investir como se deve no meio ambiente. O colapso econômico de fato põe em risco os avanços em sustentabilidade. Só que os problemas ambientais só são fáceis de resolver nos estágios iniciais. Nesse ponto custam menos, mas se aguardamos 20 ou 30 anos, eles se tornarão muito caros ou impossíveis de solucionar.
Nos EUA, quando o presidente Obama condicionou empréstimos às montadoras americanas ao investimento em carros mais baratos e menos poluentes, a crise não ajudou?
Tanto as crises econômicas podem ter bons efeitos para a política ambiental como fazê-la retroceder. Nos EUA, antes do crash financeiro, estava muito em moda o Hummer, um jipe de 3 toneladas, versão civil de um veículo militar utilizado no Iraque. Era caríssimo e gastava horrores em combustível. Aparentemente, suas vendas despencaram e isso é um efeito positivo da crise econômica. Ainda assim, há americanos ignorantes que ainda insistem em dizer que, uma vez que estamos em crise, podemos deixar a agenda ecológica de lado.
Há modelos econômicos melhores e piores no que diz respeito aos danos ecológicos?
No momento em que falamos, tenho que dizer que o modelo econômico americano não parece ser o mais adequado. Por outro lado, somos uma democracia, com maus políticos, mas também bons - que denunciam os problemas que põem em risco o futuro. Numa ditadura comunista, por exemplo, isso seria impossível. Gosto do sistema capitalista porque ele pressupõe competição, inclusive de ideias. Mas aprecio também o papel do Estado em interferir no capitalismo, evitando os monopólios e enfrentando grupos cujos interesses vão de encontro aos da maioria da população. Em comparação, eu diria que o modelo europeu de capitalismo, mais socializado e comprometido com o bem comum, é atualmente a alternativa menos ruim.
Alguns cientistas afirmam que não se pode dizer ao certo que o aquecimento global seja culpa da ação do homem; pode ser parte de um ciclo natural da Terra. 
Sabe a palavra inglesa rubbish? Significa lixo, mas é usada em linguagem coloquial em referência a ideias ridículas. O argumento de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje sejam apenas naturais é simplesmente ridículo. Tanto como aquele que nega a evolução das espécies. As evidências de que tais mudanças se devem a causas humanas são irrefutáveis. Os anos mais quentes registrados em centenas de anos se concentram nos últimos cinco que passaram. O planeta já enfrentou flutuações de temperatura no passado, mas nunca nos padrões registrados hoje. Não conheço um único cientista respeitável que afirme que as atuais mudanças de clima não se devam à ação humana. É por isso que eu digo: rubbish.
Seis anos depois do lançamento de Colapso, o sr. está mais otimista ou pessimista em relação ao futuro de nossa civilização? 
Diria que me mantenho mais ou menos no mesmo nível. Tenho visto coisas ruins piorarem e boas tornarem-se melhores. O que mais me preocupa é que continuamos vendo um aumento vertiginoso do consumo no mundo, seja nos EUA, na China, na Índia ou no Brasil. O que me anima é que cada vez mais pessoas reconhecem a gravidade da situação e estão tomando iniciativas. Uma metáfora que gosto de usar é a da corrida de cavalos. Há dois deles correndo agora, o cavalo da destruição e o cavalo das boas políticas. Nestes últimos seis anos, eu diria que os dois têm corrido cada vez mais rápido, disputando cabeça a cabeça. Não sei qual vencerá a corrida, mas diria que as chances do cavalo do bem vencer são de 51%, enquanto o das más políticas tem 49%. E, se nossa destruição não é certa, nem um destino inescapável, é preciso saber que se não tomarmos medidas urgentes vamos ter grandes problemas.
A indústria do entretenimento mostra, cada vez mais, imagens do fim do mundo, prédios em ruínas, cidades abandonadas. Por que somos tão fascinados por nossa destruição?
Parte disso se deve à força romântica das imagens de civilizações passadas que entraram em colapso, como as ruínas dos maias, incas e astecas. Ou os escombros das guerras no Iraque e no Irã. E pensamos: quem construiu aqueles templos e monumentos, tinha uma cultura e arte admiráveis, podia imaginar que isso aconteceria? Por que essas civilizações entraram em colapso, sem poder evitar? E nos angustiamos: será que isso também vai acontecer conosco?
Fonte: Estadão, 22/01/2011

sexta-feira, setembro 17, 2010

a natureza do espaço híbrido

Favelização das cidades
por Ari de Oliveira Zenha
"Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem."
Manuel Bandeira
 
O capitalismo tem transformado sistematicamente as cidades em mega cidades e mais ainda, em hipercidades com população superior a 20/30 milhões de habitantes.
O desenvolvimento urbano que o capitalismo impõe ao mundo desde o seu surgimento historicamente teve e tem como centro reprodutor e de atuação as cidades. É aí que o capital se instala como modo de produção. Os assentamentos urbanos têm evoluído urbanisticamente trazendo consigo grandes núcleos urbanos que vão, na medida em que crescem, transformando estes – núcleos urbanos – numa fusão e apropriação em seu entorno das regiões rurais. Já é comum andarmos quilômetros e quilômetros dentro deste complexo de imbricamento, não sabendo aonde termina a região urbana e começa a rural, é o que os urbanistas chamam de hibridação rural/urbana.
O que tem ocorrido mais intensamente desde o inicio da década de 1980 é que, as grandes cidades aonde se localizavam as chamadas cidades industriais, têm assistido ao desaparecimento maciço das fábricas tendo como resultado a desindustrialização destas, é a urbanização sem industrialização. Este processo dual e contraditório – crescente urbanização sem crescimento econômico e emprego – tem colocado para o mundo o crescimento desmesurado da favelização urbana.
Na cidade de São Paulo as favelas, em 1970, eram de 1,2% de sua população, passando em 1993 para 19,8%, crescimento vertiginoso e explosivo de uma média anual de 16,4% ao ano na década de 1990.
Este processo de desertificação industrial não é recente no modo de produção capitalista, já ocorreu na Inglaterra nos primórdios do capitalismo e ocorreu e ocorre até hoje em todo o mundo capitalista.
O aumento generalizado da favelização é gritante no mundo, é mais intenso nos países em desenvolvimento e nos países do Terceiro Mundo aonde o crescimento urbano vem ocorrendo de forma alarmante, descontrolada e miserabilista.
O capitalismo neoliberal concebido a partir de 1970 patrocinado pelo Consenso de Washington - 1989 - colocou a situação ainda mais grave e angustiante para a maioria da sua população, expandindo vertiginosamente as favelas e cortiços. Os favelados compõem 6,0 % da população urbana nos países desenvolvidos e chega a 78,2% nos países menos desenvolvidos.
Num levantamento realizado em 2003 pela UN-Habitat coloca o Brasil com 36,6% de sua população urbana vivendo em favelas e cortiços, representando quase 52 milhões de pessoas. A maior favela do mundo encontra-se no México com quatro milhões de habitantes. Na cidade do Rio de Janeiro 23 favelas encontram-se dentro desta e 77 são periféricas.
Na cidade de São Paulo a pesquisadora Suzana Taschner diz o seguinte: “(...) o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 1989, tentou regularizar e melhorar a ‘imensa cidade ilegal’ dos pobres. Embora as reformas do PT tenham produzido alguns resultados admiráveis, infelizmente, com as melhorias o submercado imobiliário se consolida na favela. Terrenos e casas tornam-se bens de consumo e o preço dispara”. Os resultados do empreendimento do PT foram os surgimentos da “favela dentro da favela”, onde surgem os cortiços, onde se alugam quartos aos mais pobres dentre os pobres, como diz Mike Davis.
Nas favelas da cidade do Rio de Janeiro, devido à falta de espaço urbano (terra), aparece a procura crescente por aluguel de cômodos. Segundo Suzana Taschner com a verticalização das favelas mais antigas surgem prédios de quatro a seis andares, em geral para serem alugados.  
Ao mercantilizar a terra urbana dos favelados, o sistema capitalista mundializado, de forma imperativa e implacável os considera como lixos humanos, pois para o capitalismo a existência do ser humano não passa de mais uma mercadoria a ser comercializada no grande mercado globalizado. 
Diante disso o primeiro e mais famoso empreendimento de condomínios fechados (arquitetura do medo) construído no Brasil chamado Alphaville é uma verdadeira cidade na periferia, “cercada e americanizada na grande São Paulo”. Segundo Mike Davis, citando a brasileira Teresa Caldeira, diz o seguinte: (...) “a segurança é um dos principais elementos da publicidade e obsessão de todos os envolvidos”. Na prática, isso tem significado justiça com as próprias mãos contra criminosos e vadios invasores, enquanto a juventude dourada da própria Alphaville pode fazer loucuras; um morador citado por Caldeira afirma: “(...) a lei existe para os mortais comuns, não para os moradores de Alphaville”.     
Outro exemplo está na cidade do Rio de Janeiro onde um condomínio fechado (vertical) encravado no bairro nobre da Barra da Tijuca é todo cercado por muros altos e cercas eletrificadas, ocupa bem dizer todo um quarteirão e seus proprietários vivem em uma verdadeira concha apartada do mundo real. Este condomínio tem campo de golfe, pista de Cooper, piscinas, restaurante, lojas de conveniência, heliporto, sauna, academia de ginástica, cercas eletrificadas, segurança 24 horas, garagem para quatro carros, na sua grande maioria importado e blindado.
Nos fins de semana o heliporto chega a ficar congestionado, pois helicópteros descem e sobem levando seus moradores para suas mansões cinematográficas em Angra dos Reis (RJ). Tudo é vigiado 24 horas por câmeras e seguranças. Só para ilustrar, quando se vai utilizar a parte de piscinas, restaurante, academias, etc., o trabalhador que controla a entrada nesses recintos, está vestido como um serviçal com roupas que fazem lembrar os serviçais da nobreza inglesa. As trabalhadoras que servem aos usuários das piscinas vestidas todas de branco dos pés à cabeça, estão impecáveis para os requisitos e deleite de luxo e limpeza de seus moradores burgueses e da alta classe media.
O servilismo dos trabalhadores destes condomínios é constrangedor, pois eles se colocam em uma posição de inferioridade, de submissão e de serventia aos desejos e caprichos de seus moradores, chegando com isso, às raias do absurdo a que um ser humano pode se sujeitar. Em várias mesas a língua falada é o inglês. Os salões de festa são todos com ar condicionado, ou seja, enquanto seus moradores fazem suas festas (durante o dia) a uma temperatura de 20 a 23 graus, do lado de fora a temperatura está próxima aos 40 graus. Mas, por ironia, a vista que se tem ao se alcançar os fundos desse condomínio é contrastante: ao longe, nas encostas, nos morros, está a maior favela do Rio de Janeiro e do Brasil, a favela da Rocinha, como querendo dizer: olhem, estamos aqui!
Ari de Oliveira Zenha é economista.
Fonte: Caros Amigos | Matéria, 15/09/2010.

quinta-feira, julho 08, 2010

Recursos Naturales y Ambiente

Democratización de los recursos naturales
“Con el capitalismo, el agua siempre va a ser una mercancía”

La especialista Elsa Bruzzone dialogó con APM sobre la lucha para socializar un recurso vital para los pueblos. Legislación, políticas públicas y exploración subterránea son algunas de las claves para avanzar hacia esa meta. 
por Roberto Aguirre | Desde Neuquén, Argentina - 26|03|2010
El agua es un bien social, no una bien cambio
Foto: Archivo
Cada minuto, 3 niños menores de cinco años mueren en el mundo por falta de acceso al agua potable y servicios de saneamiento, según un estudio reciente de la Organización Mundial de la Salud. Para cuando el lector termine de leer esta nota, unos 15 estarán dejando este mundo enfermos por la sed o por la contaminación.
Con este oscuro panorama como telón de fondo, científicos, intelectuales y organizaciones sociales de diverso tipo se reunieron en la ciudad Neuquén, Argentina, bajo el lema: “El agua como derecho humano”.  
Convocado por la Defensoría del Pueblo de la ciudad, el encuentro contó con gran participación y destapó algunos rincones velados de la problemática, como la presión de las empresas transnacionales por convertir en mercancía el vital recurso y la tendencia de parte de algunos foros auspiciados por organismos financieros internacionales de esconder que, detrás del problema del agua, existe una desigualdad social producto de un modelo económico excluyente. 
A poco dias de cumplirse el Dia Internacional del Agua, APM dialogó con Elsa Bruzzone, especialista en la materia y autora de numerosos libros. La profesora, que además se destaca en el campo de la geopolítica y la biodiversidad, aseguró que “con el capitalismo, el agua siempre va a ser una mercancía”, y criticó la falta de exploración de los reservorios subterráneos. 
El agua es un elemento cotidiano inserto en la vida de las personas en todo el mundo. ¿Cómo se la piensa desde el lugar de la lucha?
El agua es fundamental para la vida, es un derecho inalienable que tiene que ser objeto de políticas públicas y representa un bien social. Es patrimonio de todos los pueblos y los países tanto en el caso de los reservorios como los cursos superficiales. 
A nivel interno de Naciones Unidas (ONU) hay una fuerte presión de las trasnacionales ligadas al sector del agua y de los países centrales para no considerarla un derecho humano sino una mercancía, con la intensión de avanzar en las privatizaciones. La ONU nos habla de la problemática de agua, de la falta de acceso, pero de repente la solución que plantea es que hay que privatizarla o darla en concesión. Y uno se encuentra con estas contradicciones en los mismos documentos que ellos emiten. Entonces, esto demuestra que la lucha es muy fuerte. Cada vez que en los foros se plantea que el agua es un derecho humano, esto nunca se acepta. Las organizaciones sociales no tienen cabida en los encuentros organizados por los países centrales, los organismos financieros internacionales y las transnacionales. En el último foro en Turquía, por ejemplo, hubo una gran represión contra estos movimientos. 
Desde estos organismos se sigue con la idea de que el agua es una mercancía a la que se accede si se tiene dinero. Quien no tiene dinero toma agua contaminada o se muere de sed.
¿Qué significa para la sociedad que el agua sea un derecho humano?
Que todo ser humano tiene que tener derecho al agua potable, es decir, agua limpia, agua buena, agua dulce, en cantidades necesarias para que pueda beber, bañarse, y desarrollar su vida normalmente. El agua está íntimamente ligada con la salud de la persona.
Esto implica también que todos los estados que suscribieron a pactos internacionales deben hacerse cargo de que sus habitantes tengan acceso al agua.
Desde luego. Este descalabro que vivimos se impuso en los `90 con el sistema neoliberal globalizado. Porque a fines de los ‘80 nadie se cuestionaba si el agua era una mercancía o un derecho humano. Estaba sobreentendido que era un derecho humano. 
Cuando la lógica de mercado, el capitalismo salvaje se impone, la concepción del agua como derecho humano cae, violando toda convención, toda legislación existente.
Lo que nosotros tenemos que hacer es reflotar toda la legislación internacional que existe, que cuida la soberanía de los pueblos sobre su tierra, su agua, sus bosques, sus minerales, sus hidrocarburos. A eso hay que complementarlo con una nueva legislación para los países que no la tienen. 
A nivel internacional existe la Resolución 1.803 de la ONU y la Carta Mundial de la Naturaleza. Hay que adaptar las leyes locales a esas resoluciones.
 
¿La problemática del agua se profundizada con la extranjerización de tierras?
Esto está íntimamente ligado al tema. Las tierras fértiles están siendo compradas, no sólo por multinacionales sino por países. Cuando hablamos de guerra por el agua, también hablamos de alimentos y energía que son temas estratégicos. Está todo asociado. 
La batalla central es por los recursos hídricos subterráneos, por los acuíferos. Esto está reconocido a nivel internacional por todas las organizaciones. La ONU dice no saber en realidad cuál es la capacidad de reservorios subterráneos que tiene el planeta porque más allá de los avances científicos no se puede constatar. Nadie explora esos reservorios. 
Argentina, por ejemplo, no sabe qué cantidad de agua subterránea tiene, con algunas excepciones que sabemos que existen como los reservorios en la Cordillera o el Acuífero Guaraní. Pero no se conoce si existen otras reservas. 
Después está el tema de la infraestructura. Yo camino por las provincias argentinas de Chaco, Formosa o partes de Santa Fe y sé que debajo mio está el reservorio del río Bermejo y el Acuífero Guaraní. Pero los campos están secos, los animales muertos y la gente comprando botellas de agua a 3 dólares. El pobre, en tanto, toma agua contaminada de pozo, o agua de lluvia rociada de Glifosato. Eso es lo que se vive. En lugar de gastar dinero en plantas potabilizadoras, habría que invertir en exploración subterránea, para tener agua como corresponde. 
La solución entonces es excavar…
Claramente hay que excavar. En Brasil, por ejemplo, esto se utiliza. San Pablo se abastece con agua del reservorio. Los estados del Nordeste reciben agua por tubería, como si fuera gas o petróleo. 
En Argentina hay una terrible sequía en las provincias, y debajo de la tierra hay miles de litros de agua. Hay que hacer un plan de desarrollo integral. 
En los últimos tiempos la agenda medioambiental se metió en la discusión los de foros internacionales. Algunos sectores de la derecha, incluso, tomaron parte de esta agenda. Sin embargo, en general se esconde que detrás del problema ambiental hay en realidad toda una situación de desigualdad social estructural…
En el planeta hay una minoría que vive muy bien y una mayoría que vive muy mal. ¿Cómo es posible que un estadounidense tenga 400 litros de agua por día y un europeo 200 cuando hay 1.100 millones de seres humanos que sólo sobreviven con 5 litros al día? 
Este tema se mete en los foros, pero somos las organizaciones sociales y populares y los investigadores, los que nos enfrentamos con los gobierno, con los organismos financieros y con las transnacionales. 
¿Es posible que el agua sea un derecho humano sin un cambio en la matriz productiva del capitalismo?
Con el capitalismo, el agua nunca va a ser un derecho, va a ser siempre una mercancía. A partir de los `90 esto se hizo tan bárbaro, tan salvaje, que no acepta que sea un derecho humano. Tenemos que crear la globalización de la solidaridad. Es posible, pero la lucha es titánica.
Fonte: Universidad Nacional de la Plata / Agencia Periodistica del Mercosur - 8.07.2010 | 05:09:05 pm - Ciudad de La Plata, Argentina

sexta-feira, junho 04, 2010

texto reeditado

A conta gotas

Tem nenhum mistério os propósitos dos defensores do capitalismo financeiro em sua fase de agonia “globalitária” (Santos) em seus limites de expansão nesse nosso velho e pós-moderno mundo. Em seus ataques de ansiedade diante da indiferença diante da realidade que bate forte na questão ética, para muitos, e da clara apatia de certos intelectuais que se autodenominavam marxistas, me lembro de um velho amigo que repetia: "entre os capitalistas não existem contradições, mas, sim, contrariedades". Em outras palavras, querem que o mar pegue fogo para assar o leitão (o lucro, o capital especulativo etc) na própria banha, desconsiderando o Outro (meio ambiente e seres vivos).
Os episódios recentes demonstram apenas o “processo a conta gotas" em que a crise vem sendo postergada, administrada pelos gerentes do capital. Está bastante óbvio que nenhum arauto do sistema sabe exatamente aonde isso tudo vai dar; inclusive porque os paradigmas históricos, sócio-econômicos, e o próprio "ecologismo", continuam a procurar “associar à ofensiva destruidora contra os povos, esses mesmos povos e suas organizações”. A propalada "gestão da crise", a questão dos preços do petróleo e o desenvolvimento dos biocombustíveis, a questão da “escassez” (e da qualidade) da água, o “ouro azul” do século XXI, um direito humano e bem universal; esse “ouro azul” que ficou apenas definido como “necessidade humana” pelo V Fórum Mundial da Água, recém realizado em Instambul,  sob a pressão exercida pelo poderoso lobby privado do setor hídrico, que desconsiderou, mesmo em meio a presente crise econômica, que o peso de tal decisão atrasará em uma década o acesso à água potável para cerca de um bilhão de seres humanos, que ainda vivem sem ela, embora, seja de fato um bem essencial à vida na Terra.
A exportação da água virtual através do comércio de grãos e frutas para a China, União Européia e EUA, revela que onde a fome tem presença marcante também falta o uso adequado desse bem ambiental, e que o capital transformou através da criação dos mercados da água em um bem econômico (recurso hídrico). Tem um sentido fundamental toda a manobra dos governos do G7 frente a situação atual da economia mundial, em um quadro de crise gerada pela grande bolha originada de “capitais podres” e derivativos americanos, quando tangencia o problema da relação entre o tsunami da crise financeira e a questão climática global, que na verdade é propriamente ecossistêmica, partes que estão intrinsecamente relacionadas ao todo que não é somente uma expressão ou soma das partes e que não devem ser tratadas isoladamente, separadas, em qualquer tempo, pois, há um (des)equilíbrio vital por existir um inter-retro-relacionamento entre elas.
É de se questionar qualquer defesa desse quadro atual do capitalismo, financeiro, transnacional, que se sustenta em fundamentos indefensáveis ou "renovados" sobre um arcabouço teórico por demais testado e pouco criativo, que não engana mais ninguém (ou não?) em suas "repetições" e crises de identidade que se reinventa, mas que tampouco dura muito tempo em mostrar seu lado desumano, cruel, a cada desmatamento, cada crime ambiental, exploração do próprio homem em suas várias formas de relação inescrupulosas ainda em pleno século XXI, e a sua direção nos revela: destruição da natureza e consequentemente do ser humano. Fato é, que estamos frente a um momento de sérias mudanças (necessárias), não só de paradigmas relacionados ao que chamamos reducionismo econômico, seu cúmulo financeiro, mas, sobretudo, quanto à "teia da vida que não só humana", senão, da preservação da vida em um sentido holístico, da percepção do "desenraizamento” da emoção humana, do “ser da terra e da água”, do ecossistema onde se insere o próprio ser.
Estamos no limiar de uma significativa ruptura de paradigmas e valores, independente do que alguns iluminados achem ou professem em suas "crenças" e referências ideológicas.
O capitalismo já deu provas que tem limitações sérias, inexoravelmente para o caos na forma de barbárie, e nos condiciona (a maioria da humanidade) a "sobreviver" como animais; seguindo as premissas darwinianas para "justificar a existência da concorrência e fazer da economia de mercado uma lei natural". Lembrando Engels: "Darwin não sabia que amarga sátira da humanidade, e especialmente de seus concidadãos, ele escrevia quando demonstrava que a livre concorrência, a luta pela vida, celebrada pelos economistas como a mais alta conquista da história, era o estado normal do reino animal".

sexta-feira, maio 14, 2010

sistema mundo

Europa entra numa era de austeridade
Victor Mallet, Financial Times, de Madri
14/05/2010

Em meio a brados de indignação e expressões de descrença, uma nova era de austeridade chegou à Europa.
Enquanto os governos da zona do euro impõem cortes numa escala sem paralelo em décadas, a Grécia, considerada epicentro da crise, já foi palco de manifestações violentas e greves gerais. Agora há crescente temor de que essas manifestações de ira pública se tornem mais generalizadas.
Sindicatos espanhóis ameaçavam ontem com greves e protestos em todo o país. O choque é palpável nos países que passaram da pobreza à prosperidade nas décadas de crescimento quase ininterrupto após a Segunda Guerra e sempre gozaram dos benefícios materiais da adesão à União Europeia (UE).
"Duas coisas são difíceis de acreditar: posso ser demitido e terei de trabalhar até 65 anos para me aposentar", disse Yannis Adamopoulos, vigia numa estatal grega. Outro grego, Fotis Magriotis, engenheiro civil autônomo, pôs sua picape à venda. Está difícil encontrar trabalho e os impostos sobre a gasolina dobraram. "Não há alternativa a um enxugamento ", diz ele.
Tais declarações inspiram humor sarcástico na metade setentrional da Europa, onde insegurança no emprego, aposentadoria aos 65 anos, carros pequenos e gasolina cara não são incomuns.
Em última instância, foram os mercados financeiros, e não os austeros alemães, os "donos da bola" na zona euro, que expuseram a vulnerabilidade de Grécia, Espanha e Portugal e desencadearam o pacote de socorro de € 750 bilhões acertado do domingo passado.
O plano de socorro veio sob condicionantes da UE, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos EUA: após a farra de gastos fiscais nos dois anos que se seguiram à crise financeira de 2008 e que tornaram a vida mais fácil durante a recessão, os governos serão obrigados a cortar seus déficits, e cortá-los duramente.
Pela primeira vez desde que a ajuda da UE começou a afluir livremente, na década de 80, os gregos sofrerão uma queda significativa nos padrões de vida. A economia grega deverá encolher 4% neste ano e outros 2,6% em 2011.
A nova realidade imposta pelo governo socialista grego - corte de 12% no salário dos funcionários públicos, redução na aposentadoria e o espectro de demissões no setor público - atordoou os servidores no inchado setor estatal.
Um ajuste similar, mas menos severo, está sendo imposto pelo governo socialista espanhol. O primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, irritou nesta semana seus antigos aliados no movimento sindical ao recuar de suas promessas e cortar em 5% a remuneração do funcionalismo público a partir de junho, como parte de um esforço para conter o déficit.
Economistas ortodoxos e oponentes conservadores de Zapatero dizem que o governo e o povo espanhol custaram a perceber a importância de um setor privado dinâmico para custear o Estado de bem-estar social. "Os espanhóis querem pensar como cubanos e viver como ianques", diz Lorenzo Bernaldo de Quirós, economista e consultor de empresas.
No norte, os alemães mantiveram sua reputação de trabalhadores diligentes, prudentemente conscientes do eterno dilema serviços versus impostos. Muitos eleitores no pleito realizado no Estado de Renânia do Norte-Vestefália no domingo passado disseram preferir pagar mais impostos do que ver o fechamento da piscina ou jardim de infância locais.
"Os alemães são muito mais favoráveis à estabilidade e austeridade, e não a gastos deficitários", diz Jürgen Falter, professor de ciência política na Universidade de Mainz. "Isso faz parte da memória coletiva, que remonta à hiperinflação que destruiu a poupança de seus avós na década de 20".
A divisão norte-sul, no entanto, não é tão gritante quanto parece.
A França tem regiões no norte e no sul da Europa e poderá ser palco de protestos contra o congelamento, por três anos, dos gastos do governo. Irlanda e Reino Unido, no noroeste da Europa, estão entre os países mais perdulários da Europa, onde bolhas no mercado imobiliário e no setor de serviços financeiros incharam insustentavelmente nos anos frenéticos anteriores ao colapso do Lehman Brothers.
Em Dublin, pelo menos, os duros cortes anunciados para por em ordem as finanças públicas estão começando a se fazer sentir. Pertinho dos edíficios públicos, o sapateiro John Myley reclama que muitos de seus clientes estão com dificuldades para pagar. "Todo mundo está tentando manter as aparências. Mas, neste momento, posso lhe garantir, tenho 14 pares de sapatos "pendurados", de pessoas que não podem pagar até que recebam [o salário] no final do mês".
O governo britânico anterior e o novo propuseram amplos cortes nos gastos públicos, mas a questão não foi muito discutida na campanha eleitoral e os detalhes permanecem em segredo. Não há meios de saber, ainda, até que ponto o Reino Unido aceitará bem seu destino. Porém, mesmo pequenos cortes de 500 milhões de libras nas verbas destinadas a universidades, neste ano, provocaram protesto.
E os europeus meridionais não são, necessariamente, tão perdulários como sugerem alguns.
Os italianos sentem que seu cinto vem sendo apertado já há algum tempo, embora a palavra austeridade não tenha entrado no vocabulário político italiano, pois o primeiro-ministro Silvio Berlusconi gosta de manter o clima de otimismo. Nos últimos cinco anos, governos tanto de centro-esquerda como de centro-direita mantiveram os gastos sob controle relativamente severo, mantendo o déficit fiscal dentro de limites administráveis em relação ao PIB.
Em Portugal, a população economicamente conservadora está reagindo às duras medidas de austeridade economizando, buscando honrar o financiamento imobiliário e defendendo seu emprego.
Tal como em recessões anteriores, quando milhares de pessoas trabalharam durante meses sem remuneração, o país optou por aguentar o tranco, em vez de revoltar-se. A poupança doméstica está crescendo, e o nível de inadimplência nos financiamentos habitacionais continua baixo.
No entanto, após uma década de baixo crescimento econômico na zona euro, os portugueses estão prevendo mais quatro anos de aperto de cintos. A frustração é crescente.
O mesmo vale para a maior parte da Europa ocidental. Cada país da zona do euro está tomando as medidas que deve ou pode implementar - da repressão à evasão fiscal na Espanha e na Grécia à redução das deduções por número de dependentes na Irlanda e o controle dos gastos públicos em quase todos os países - para atingir a meta de 3% do PIB para o déficit orçamentário nos próximos três ou quatro anos.
O risco é de que uma Europa acuada pelas forças de mercado tenha agido tarde demais e que essas grandes doses de austeridade asfixiarão os primeiros sinais de renovado crescimento econômico, agravando assim os problemas orçamentários futuros, a uma recaída recessiva.

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