Comecei com os olhos secos
Saltando ares de reta transição
Estalando dobrados em aurora
Jogando-me em processo curioso
De saber turvo a me espelhar
Fui anseio em turbilhão
Tentava de tudo e fiz
O que era menos natural
Mas tudo estava dentro de mim
Muitas noites de insônia vazia
Passos atrasados pelas pedras
Em batalhas sem armas ou guia
Vendo arder minha alma tola
Nas tentativas estranhas
De conter meu animal bravio
Saídas toscas de janelas reparadas
Cruas em óleos e papéis de vidro
Encerrava-me numa gaiola quebrada
Os lábios tinham de responder
Pelas coisas malditas no íntimo
E balançar um casulo de borboleta
Metamorfose de desafio brutal e motivos
Vivi a solidão em bolhas alcoolizadas
Ao gosto de um vento farto de balões
Montando minha escada belíssima
Um quebra-cabeça de surpresas
Abri caminhos internos para sobreviver
Outros externos nas linhas lidas das mãos
Descolando tantas passagens cercadas
Identidade única em estado de prazer
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