As Chaves
O tempo anunciava gotas frias de uma chuva de vento
Aviamos todos os cuidados com o que devia estar por vir
Eram horas refeitas de fantasias e pequenas velas perfumadas
De um clima de entregas fazendo algo em nós se abrir
Nove profecias rodavam num painel de letras pequenas
Evoluções adolescentes surgiam do âmago de nossas almas
Acometidos de uma razão planejamos um pouco de tudo
Finalmente nos fundimos como esferas quentes cravejadas
Num início de entendimento em degraus de entradas e saídas
Misturamos inesquecíveis sabores salpicados sem sementes
Em doce caldo de lima derramado pelo canto das bocas
E irrequieto balanço de ventos de brincadeiras iminente
Estendi os segundos dobrados em minha vontade de ficar
Surpreso por conhecer o pulsar de seu satélite vermelho
Um coração aberto palpitando uma música em sintonia
Com acordes decifrando os detalhes de viver por inteiro
Admirei a textura da seda rendada delicada em alças
Sentado ao lado da sua silhueta renascentista recostada
Sem dúvidas perdurei na penumbra de seu planetário
Ao garimpar seguro suas chaves como valiosas esmeraldas
segunda-feira, abril 30, 2007
quinta-feira, abril 26, 2007
Panapaná
Borboletas
Na busca da vida encontrei uma pista em ampla clareira
No pisar corrente firmei minhas marcas sem espinhos
Nada pareceu normal como se dizia anteriormente
Só renovei-me num curso ainda sem padrão nem eira
Entreguei-me as marés ainda não acostumadas
À tábua de horas ou maneiras moldadas em areia
Atravessando do meu jeito ondas tracejadas de sal
Até conspirei para que as águas viessem numa cheia
Dadas as circunstancias movido pela emoção
Numa beleza de criança que nos mostra sua dança
Abri meu coração que transitava sem amarras
Em sintonia com a música revelei o que guardava
Réstias de festejos bem combinadas com maçãs
Encontrou-me vasto como uma grande estória
Que se ouve e nem que se tente tudo se lembra
Sustentada por pequenas hastes de giz da memória
Equilíbrio insano de uma revelação em labaredas
Cobri de expectativas meus passos na subida
Do íntimo em andamento escutei seu amor em poesia
Bela borboleta roxa graciosamente pela luz atraída
Aprendi como aceitar o encontro de certas mudanças
Pois achei um valioso selo guardado numa caixa
Uma inacessível frase que ficava na ponta da língua
Cores de um retrato guardado de lembranças decorado
Na busca da vida encontrei uma pista em ampla clareira
No pisar corrente firmei minhas marcas sem espinhos
Nada pareceu normal como se dizia anteriormente
Só renovei-me num curso ainda sem padrão nem eira
Entreguei-me as marés ainda não acostumadas
À tábua de horas ou maneiras moldadas em areia
Atravessando do meu jeito ondas tracejadas de sal
Até conspirei para que as águas viessem numa cheia
Dadas as circunstancias movido pela emoção
Numa beleza de criança que nos mostra sua dança
Abri meu coração que transitava sem amarras
Em sintonia com a música revelei o que guardava
Réstias de festejos bem combinadas com maçãs
Encontrou-me vasto como uma grande estória
Que se ouve e nem que se tente tudo se lembra
Sustentada por pequenas hastes de giz da memória
Equilíbrio insano de uma revelação em labaredas
Cobri de expectativas meus passos na subida
Do íntimo em andamento escutei seu amor em poesia
Bela borboleta roxa graciosamente pela luz atraída
Aprendi como aceitar o encontro de certas mudanças
Pois achei um valioso selo guardado numa caixa
Uma inacessível frase que ficava na ponta da língua
Cores de um retrato guardado de lembranças decorado
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quarta-feira, abril 25, 2007
Grãos de um Sábado

Segredos que Bastam
Achados em sonhos inúmeros segredos são contados
Os acontecidos por dentro viram manchas solares
Insistem em nos lançar sem pára-quedas ao vento
Grãos de suspiros por cima de um horizonte inflamado
As mínimas vontades parecem alimentar suspeitas
De anseios e palpites batem loucas em nosso peito
Nas voltas por praças a beira de penhascos e rios
Crespas e arriadas sobre selvagem montaria em pelo
Inebriados pelos cheiros bordados nos cabelos e panos
Por nossas roupas translúcidas admiramos seixos molhados
Somos clara imaginação aproximando-nos da tona
Que salta de um mar em gozo após mergulho cobiçado
Agora pisamos em terreno que conhecemos desde cedo
Mas desatentos acariciamos nossos rostos ao fim do dia
Quando as meninas da retina deitam em luzes de navios
Em direção a um balé primoroso de divino rebuscado
Sinestésico poder de nosso ser em outro movimento
Acaba e repõe suas formas e sons do jeito que são
Como vida que dá sentido ao que existe ao redor
Evoluindo a cada amor em perpétuo ponto de fusão
Achados em sonhos inúmeros segredos são contados
Os acontecidos por dentro viram manchas solares
Insistem em nos lançar sem pára-quedas ao vento
Grãos de suspiros por cima de um horizonte inflamado
As mínimas vontades parecem alimentar suspeitas
De anseios e palpites batem loucas em nosso peito
Nas voltas por praças a beira de penhascos e rios
Crespas e arriadas sobre selvagem montaria em pelo
Inebriados pelos cheiros bordados nos cabelos e panos
Por nossas roupas translúcidas admiramos seixos molhados
Somos clara imaginação aproximando-nos da tona
Que salta de um mar em gozo após mergulho cobiçado
Agora pisamos em terreno que conhecemos desde cedo
Mas desatentos acariciamos nossos rostos ao fim do dia
Quando as meninas da retina deitam em luzes de navios
Em direção a um balé primoroso de divino rebuscado
Sinestésico poder de nosso ser em outro movimento
Acaba e repõe suas formas e sons do jeito que são
Como vida que dá sentido ao que existe ao redor
Evoluindo a cada amor em perpétuo ponto de fusão
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segunda-feira, abril 23, 2007
Biodanza
Viva a Dança da Vida
Os efeitos da Biodança em mim tem sido surpreendentes ao longo desses quatro meses de vivências como integrante do grupo regular Abraçando a Vida, assistido pelo competente facilitador de biodança, Jailson Santana. Participei da Maratona do Renascimento na Fazenda Campo Verde, realizada de 13/04/07 a 15/04/07, e logo nos dias seguintes comecei a notar algumas alterações em meu ser vivente (corpo, mente, espírito), sobretudo no meu comportamento emocional e afetivo. E por que não dizer em minha saúde integral.
Quero deixar esse depoimento como alguém que passou a descobrir um novo caminho de reintegração da própria vida, um modo de ver-se transformar de simples inseto no casulo em um belo exemplar de linda borboleta com asas de arco-íris e daí desfrutar desse renascimento, num vôo com determinação e desejo certeiro de fazer o que quer, consciente, e amar sinceramente a própria vida em sua plenitude. Sei também, que é importante fazer o caminho tanto quanto conhecê-lo! Mas construí-lo é um movimento potencialmente criativo, intuitivo, ainda que detenha o conhecimento.
Durante muitos anos sofria de um processo alérgico do aparelho respiratório que suprimia meu sentido do olfato, e poucos dias após da Maratona do Renascimento acordei sentindo naturalmente, aos poucos, e nas horas seguintes à noite de um processo febril inusitado, os cheiros e perfumes do mundo ao meu redor, sem precisar medicamentos à base de cortisona ou tratamentos com spray alopáticos, que fazia uso nas crises de rinite crônica. Tenho percebido uma recuperação gradativa desse sentido e outras percepções sensoriais, como se meu corpo estivesse passando por uma transformação interior, se autocurando, tratando sozinho dos males, se depurando de antigas enfermidades que ainda não posso entender completamente ou até isoladamente. Esse ainda é o primeiro sintoma claramente explicito que posso acompanhar falando da restauração dele sem dúvida!
É fato. Com certeza meu metabolismo foi “despertado” por um toque diferenciado e tem apresentado mudanças sensíveis que pressinto por sintomas e sensações diferentes em diversos órgãos e partes do ser vivente, inclusive no plano psicológico, espiritual; acredito que provindo de uma sintonia cósmica. Sinto como se uma carga energética potencial suplementar em gestação estivesse ocorrendo e fosse entrar em erupção a qualquer instante. Para exemplificar isso tudo, veja: tive dores do estomago, flatulência, cólicas intestinais (intermitentes), febre de 38 graus centígrados por 24 horas (sem ser mais “uma virose”), sonhos incríveis e reveladores, sentimentos renovados de afetividade, um desejo de amar profundo, paixão essencial pela vida, quer mais?
Considero que algumas reações ainda me causam estranheza quanto as conseqüências que advirão, continuo extasiado com meu movimento que parece, em sentido figurado e exagerado, mais uma explosão do nascimento de um novo corpo celestial. Deixo de ser apenas uma partícula do pó das estrelas, solto no universo, e me desloco ao encontro de minha real identidade: Eu sou Afrânio Jorge Campos da Silva, o cidadão que luta pela dignidade humana, por espaço numa sociedade injusta que põe a maioria das pessoas obrigadas a manter seus medos sempre em dia, disputando apenas coisas de valores materiais, em suas duras superficialidades, atrás de mesquinharias seletivas, bugigangas maquiadas de boa aparência, futilidades da informação, ilusões de consumo, vícios degradantes. E nesse movimento de homem demente, desequilibrado nos paradigmas, sem referencial, adoecem violentos, violentado por suas escolhas, cegas para uma melhor qualidade de vida, sem compreender mesmo o que é importante para sua natureza, ignorando uma vida evolutiva, de pleno potencial humano criador, condutor de seu processo, não-destrutivo, saudável para si mesmo e para um mundo melhor, enquanto eco-sistema integrado, interdependente de todos os fenômenos. Somos parte de um todo como “componentes de um sistema vivente maior”, biocêntrico e universal. Afinal, tudo que existe depende da vida, seja atômico ou galáctico, a vida é que faz existir o universo.
Passo a aceitar que minha via de acesso ao aperfeiçoamento como ser humano é pelo amor e pela saúde abrangente da dança da vida. Na prática das vivências criativa, renovadora e transcendente, buscando a realização produtiva através do meu precioso trabalho que gosto de aperfeiçoar, e que também vai de encontro à transformação permanente do social e da preservação do meio ambiente e em que vivo.
Quero superviver com “todo amor que houver nessa vida” dançando com “a alegria de ser um eterno aprendiz” “... e não ter a vergonha de ser feliz”.
Os efeitos da Biodança em mim tem sido surpreendentes ao longo desses quatro meses de vivências como integrante do grupo regular Abraçando a Vida, assistido pelo competente facilitador de biodança, Jailson Santana. Participei da Maratona do Renascimento na Fazenda Campo Verde, realizada de 13/04/07 a 15/04/07, e logo nos dias seguintes comecei a notar algumas alterações em meu ser vivente (corpo, mente, espírito), sobretudo no meu comportamento emocional e afetivo. E por que não dizer em minha saúde integral.
Quero deixar esse depoimento como alguém que passou a descobrir um novo caminho de reintegração da própria vida, um modo de ver-se transformar de simples inseto no casulo em um belo exemplar de linda borboleta com asas de arco-íris e daí desfrutar desse renascimento, num vôo com determinação e desejo certeiro de fazer o que quer, consciente, e amar sinceramente a própria vida em sua plenitude. Sei também, que é importante fazer o caminho tanto quanto conhecê-lo! Mas construí-lo é um movimento potencialmente criativo, intuitivo, ainda que detenha o conhecimento.
Durante muitos anos sofria de um processo alérgico do aparelho respiratório que suprimia meu sentido do olfato, e poucos dias após da Maratona do Renascimento acordei sentindo naturalmente, aos poucos, e nas horas seguintes à noite de um processo febril inusitado, os cheiros e perfumes do mundo ao meu redor, sem precisar medicamentos à base de cortisona ou tratamentos com spray alopáticos, que fazia uso nas crises de rinite crônica. Tenho percebido uma recuperação gradativa desse sentido e outras percepções sensoriais, como se meu corpo estivesse passando por uma transformação interior, se autocurando, tratando sozinho dos males, se depurando de antigas enfermidades que ainda não posso entender completamente ou até isoladamente. Esse ainda é o primeiro sintoma claramente explicito que posso acompanhar falando da restauração dele sem dúvida!
É fato. Com certeza meu metabolismo foi “despertado” por um toque diferenciado e tem apresentado mudanças sensíveis que pressinto por sintomas e sensações diferentes em diversos órgãos e partes do ser vivente, inclusive no plano psicológico, espiritual; acredito que provindo de uma sintonia cósmica. Sinto como se uma carga energética potencial suplementar em gestação estivesse ocorrendo e fosse entrar em erupção a qualquer instante. Para exemplificar isso tudo, veja: tive dores do estomago, flatulência, cólicas intestinais (intermitentes), febre de 38 graus centígrados por 24 horas (sem ser mais “uma virose”), sonhos incríveis e reveladores, sentimentos renovados de afetividade, um desejo de amar profundo, paixão essencial pela vida, quer mais?
Considero que algumas reações ainda me causam estranheza quanto as conseqüências que advirão, continuo extasiado com meu movimento que parece, em sentido figurado e exagerado, mais uma explosão do nascimento de um novo corpo celestial. Deixo de ser apenas uma partícula do pó das estrelas, solto no universo, e me desloco ao encontro de minha real identidade: Eu sou Afrânio Jorge Campos da Silva, o cidadão que luta pela dignidade humana, por espaço numa sociedade injusta que põe a maioria das pessoas obrigadas a manter seus medos sempre em dia, disputando apenas coisas de valores materiais, em suas duras superficialidades, atrás de mesquinharias seletivas, bugigangas maquiadas de boa aparência, futilidades da informação, ilusões de consumo, vícios degradantes. E nesse movimento de homem demente, desequilibrado nos paradigmas, sem referencial, adoecem violentos, violentado por suas escolhas, cegas para uma melhor qualidade de vida, sem compreender mesmo o que é importante para sua natureza, ignorando uma vida evolutiva, de pleno potencial humano criador, condutor de seu processo, não-destrutivo, saudável para si mesmo e para um mundo melhor, enquanto eco-sistema integrado, interdependente de todos os fenômenos. Somos parte de um todo como “componentes de um sistema vivente maior”, biocêntrico e universal. Afinal, tudo que existe depende da vida, seja atômico ou galáctico, a vida é que faz existir o universo.
Passo a aceitar que minha via de acesso ao aperfeiçoamento como ser humano é pelo amor e pela saúde abrangente da dança da vida. Na prática das vivências criativa, renovadora e transcendente, buscando a realização produtiva através do meu precioso trabalho que gosto de aperfeiçoar, e que também vai de encontro à transformação permanente do social e da preservação do meio ambiente e em que vivo.
Quero superviver com “todo amor que houver nessa vida” dançando com “a alegria de ser um eterno aprendiz” “... e não ter a vergonha de ser feliz”.
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sexta-feira, abril 20, 2007
Maratona I-c

Renascimento
Dei uma pausa pensando mas não achei porquês
Saltei dos pensamentos e fui do sono acordando
Para escrever sobre emoções que nem sei dizer
Acendi a minha manhã ao puxar o cobertor do dia
E pintei um quadro imaginário sob os pés pousados
Com mãos de recém-nascido abri a página que queria
Quis mais da sobremesa que a vida me serviu
Uma vez provado os sabores nada mais seria igual
Saberia lamber cada gota sentindo o que evoluía
Minha percepção alimentou uma nova vibração
Por dentro e por fora partindo o que era rijo
Renovando cada célula em sua íntima relação
Fiz um instrumento mais prático para a viajem
Parecendo que conhecia os planos que perseguia
Mas sabia que tudo isso era mais que uma miragem
De frente a uma paisagem de céu azul e flores
Chorei ao olhar os quatro cantos do velho mundo
E a cada piscada via uma razão para onde ir
Senti o meu espaço interior em graus de febre
Arremessei fora o fardo das dores que me ardiam e
Amanheci em ares de desejos que não soariam breves
Dei uma pausa pensando mas não achei porquês
Saltei dos pensamentos e fui do sono acordando
Para escrever sobre emoções que nem sei dizer
Acendi a minha manhã ao puxar o cobertor do dia
E pintei um quadro imaginário sob os pés pousados
Com mãos de recém-nascido abri a página que queria
Quis mais da sobremesa que a vida me serviu
Uma vez provado os sabores nada mais seria igual
Saberia lamber cada gota sentindo o que evoluía
Minha percepção alimentou uma nova vibração
Por dentro e por fora partindo o que era rijo
Renovando cada célula em sua íntima relação
Fiz um instrumento mais prático para a viajem
Parecendo que conhecia os planos que perseguia
Mas sabia que tudo isso era mais que uma miragem
De frente a uma paisagem de céu azul e flores
Chorei ao olhar os quatro cantos do velho mundo
E a cada piscada via uma razão para onde ir
Senti o meu espaço interior em graus de febre
Arremessei fora o fardo das dores que me ardiam e
Amanheci em ares de desejos que não soariam breves
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segunda-feira, abril 16, 2007
Maratona I-b

Transcendência
Uma experiência surpreendente iniciava um ciclo
Pisamos o chão sem restrições ao tecido da terra
Os medos ficaram pelo mato afora espantados
Fizemos filhos lendo o verbo pelo espírito anunciado
Pelos Ingás, Umburanas e Palmeiras sagüis rodeavam!
Gado e bezerro assistiam nossa roda humana com asas
Que em rastejos no pó se aproximava da crua natureza
Onde de nós um grito visceral sem dimensão ecoava
Suspensos por mantras e levados pelo vento
Algo era avisado no canto permanente dos pássaros
Numa ousadia conivente com o nosso propósito
Que aprendia a lidar com o diverso coração atento
Desembaraçamos os sentimentos de teias aos pulos
Renascemos de um repentino e vigoroso útero
Passando pelas pétalas do brilho de nossos olhos
Enquanto as lágrimas enchiam o peito de bom orgulho
Um eu no outro eu corria desgarrado num curso...
Aliviados, tranqüilos, revigorados em estilo e emoção
Por uma vida merecedora de tudo o que queremos
Extasiados pela distância entre gesto e compreensão
Nascemos como frutos num parto com pais amorosos,
Possuídos por um amor sem trégua na expressão
Viva entrega em giros equilibrados por mãos cuidadosas
Revelando movimentos em sinceros prantos copiosos
Marcou-se um momento que durará sem noção de tempo
Tantas mudanças ainda por chegar em nossa porta
Que poderá numa onda até o último dia de vida
Nos transformar em seres humanos melhores que outrora
Uma experiência surpreendente iniciava um ciclo
Pisamos o chão sem restrições ao tecido da terra
Os medos ficaram pelo mato afora espantados
Fizemos filhos lendo o verbo pelo espírito anunciado
Pelos Ingás, Umburanas e Palmeiras sagüis rodeavam!
Gado e bezerro assistiam nossa roda humana com asas
Que em rastejos no pó se aproximava da crua natureza
Onde de nós um grito visceral sem dimensão ecoava
Suspensos por mantras e levados pelo vento
Algo era avisado no canto permanente dos pássaros
Numa ousadia conivente com o nosso propósito
Que aprendia a lidar com o diverso coração atento
Desembaraçamos os sentimentos de teias aos pulos
Renascemos de um repentino e vigoroso útero
Passando pelas pétalas do brilho de nossos olhos
Enquanto as lágrimas enchiam o peito de bom orgulho
Um eu no outro eu corria desgarrado num curso...
Aliviados, tranqüilos, revigorados em estilo e emoção
Por uma vida merecedora de tudo o que queremos
Extasiados pela distância entre gesto e compreensão
Nascemos como frutos num parto com pais amorosos,
Possuídos por um amor sem trégua na expressão
Viva entrega em giros equilibrados por mãos cuidadosas
Revelando movimentos em sinceros prantos copiosos
Marcou-se um momento que durará sem noção de tempo
Tantas mudanças ainda por chegar em nossa porta
Que poderá numa onda até o último dia de vida
Nos transformar em seres humanos melhores que outrora
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Maratona I-a

Escolha de Estrelas
A chegada a Campo Verde pareceu um sonho
Entrando nela descobria-se um universo paralelo
Onde a mãe natureza estendia seus elementos
Cachos de mangas, besouros, éramos gatos pardos!
Uma criança brincava com sua pura imaginação
Soltando sapos encantados pelos quartos
Apenas uma primeira impressão do que viria
Dos nossos movimentos quarado de constelações
Na intimidade do salão colorido de pétalas
Uma pintura surrealista e magia nos convidava
Para formar um roda sagrada por todos nós
E ali confidenciarmos em espírito nossas palavras
Cada pé lapidava um pouco uma surpresa
Acariciando a verde grama orvalhada de segredos
O campo descortinava bilhões de estrelas
Como uma benção de Deus posta na mesa
Mas uma força bruta que saía da terra
Numa catarse nos tornaria parte dela
Nos fundimos no seu leito em micro-tons
Sustentados pelos grãos e cerdas de suas células
Renascemos pela luz das estrelas escolhidas
Por pontos de nossa linda alma em repouso
Estavamos combinados e o plano era um rodopio
E num grito nos deixar brotar em um corpo novo
Passeamos pelo céu num risco de meteoro
Do nosso jeito agradecemos em meio à amplidão
Festejando essa dádiva pela qual alguns nem sonham
E por aqui acordamos com ela em nossas mãos
A chegada a Campo Verde pareceu um sonho
Entrando nela descobria-se um universo paralelo
Onde a mãe natureza estendia seus elementos
Cachos de mangas, besouros, éramos gatos pardos!
Uma criança brincava com sua pura imaginação
Soltando sapos encantados pelos quartos
Apenas uma primeira impressão do que viria
Dos nossos movimentos quarado de constelações
Na intimidade do salão colorido de pétalas
Uma pintura surrealista e magia nos convidava
Para formar um roda sagrada por todos nós
E ali confidenciarmos em espírito nossas palavras
Cada pé lapidava um pouco uma surpresa
Acariciando a verde grama orvalhada de segredos
O campo descortinava bilhões de estrelas
Como uma benção de Deus posta na mesa
Mas uma força bruta que saía da terra
Numa catarse nos tornaria parte dela
Nos fundimos no seu leito em micro-tons
Sustentados pelos grãos e cerdas de suas células
Renascemos pela luz das estrelas escolhidas
Por pontos de nossa linda alma em repouso
Estavamos combinados e o plano era um rodopio
E num grito nos deixar brotar em um corpo novo
Passeamos pelo céu num risco de meteoro
Do nosso jeito agradecemos em meio à amplidão
Festejando essa dádiva pela qual alguns nem sonham
E por aqui acordamos com ela em nossas mãos
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quinta-feira, abril 12, 2007
Sexto Movimento
Vez na Dança
Da primeira vez era simples passageira
Sem saber demais me tocou para ser ouvida
Tremi mudando no ar o corpo de posição
Vendo no olhar a cor da sua doce mensagem
Seu vestir negava parecer algo de padrão
Havia uma tendência de vida a lhe consumir
A aparência de seus movimentos eram lembranças
Um sincero sopro de verdadeira emoção
Tive de me atirar no chão prá pegar sorrisos
Um a um escorriam pelas mãos dormentes
Sem conter-me insisti ganhando alguns
Entregues por ela num paciente improviso
Despediu-se virando um anjo sem asas
Pensei que aguardasse o meu chamado
E voltasse passo a passo para nosso futuro
Quem sabe não estivéssemos longe de casa
Repeti meu gesto de pedido acostumado
Como desafinado cantor da esperança
Quando notei estar em breve instante
Ocupando um lugar definitivo em sua dança
Da primeira vez era simples passageira
Sem saber demais me tocou para ser ouvida
Tremi mudando no ar o corpo de posição
Vendo no olhar a cor da sua doce mensagem
Seu vestir negava parecer algo de padrão
Havia uma tendência de vida a lhe consumir
A aparência de seus movimentos eram lembranças
Um sincero sopro de verdadeira emoção
Tive de me atirar no chão prá pegar sorrisos
Um a um escorriam pelas mãos dormentes
Sem conter-me insisti ganhando alguns
Entregues por ela num paciente improviso
Despediu-se virando um anjo sem asas
Pensei que aguardasse o meu chamado
E voltasse passo a passo para nosso futuro
Quem sabe não estivéssemos longe de casa
Repeti meu gesto de pedido acostumado
Como desafinado cantor da esperança
Quando notei estar em breve instante
Ocupando um lugar definitivo em sua dança
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quarta-feira, abril 11, 2007
Andarilho
Meus Pés
Por onde andastes pés doídos?
Quantos anos sem descanso ainda têm?
Quais veredas de pedras caminharam?
Gastando as paisagens com suas passadas
Boa água já provou em riachos limpos
Saltando cercas pontudas sem tinta
Topando em urtigas apimentadas
Chutando folhas de vento nas esquinas
Com passos ligeiros sobre a linha de ferro
Ia a bodega da vila beirando o capim-cidreira
Carregando o menino triste e sozinho
Que trazia para o pai os cigarros em carteira
Se contasse as topadas e piruetas
Seria pouca a gaze no novelo
Para sarar as cicatrizes das quedas
Dos dedos dos pés ao cotovelo
Foram pés engelhados em dia de praia
Brocados por areias mexidas por bicho de pé
Saindo dormentes dos banhos de piscina
Pés que lembro nunca cheirarem a chulé
Numa boa tarde, um ardeu no ferrão da abelha
Outro sucumbiu a um prego enferrujado
Arteiros derrubavam o esteio e o varal
Lançando abaixo os lençóis úmidos alvejados
Pisaram em ponta de bagana meio acessa
E na dor choraminguei baixo cada lágrima
Bem na calçada na frente de casa
Diante do portão forjado de entremeio
Naquele dia em que o trem descarrilou sem jeito
Nos calcanhares quis correr até a fumaça
Donde saía um bolero do rádio do maquinista
Sentado na férrea Maria com assovio de pingueiro
Por onde andastes pés doídos?
Quantos anos sem descanso ainda têm?
Quais veredas de pedras caminharam?
Gastando as paisagens com suas passadas
Boa água já provou em riachos limpos
Saltando cercas pontudas sem tinta
Topando em urtigas apimentadas
Chutando folhas de vento nas esquinas
Com passos ligeiros sobre a linha de ferro
Ia a bodega da vila beirando o capim-cidreira
Carregando o menino triste e sozinho
Que trazia para o pai os cigarros em carteira
Se contasse as topadas e piruetas
Seria pouca a gaze no novelo
Para sarar as cicatrizes das quedas
Dos dedos dos pés ao cotovelo
Foram pés engelhados em dia de praia
Brocados por areias mexidas por bicho de pé
Saindo dormentes dos banhos de piscina
Pés que lembro nunca cheirarem a chulé
Numa boa tarde, um ardeu no ferrão da abelha
Outro sucumbiu a um prego enferrujado
Arteiros derrubavam o esteio e o varal
Lançando abaixo os lençóis úmidos alvejados
Pisaram em ponta de bagana meio acessa
E na dor choraminguei baixo cada lágrima
Bem na calçada na frente de casa
Diante do portão forjado de entremeio
Naquele dia em que o trem descarrilou sem jeito
Nos calcanhares quis correr até a fumaça
Donde saía um bolero do rádio do maquinista
Sentado na férrea Maria com assovio de pingueiro
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sábado, abril 07, 2007
Dezoito
Hora Marcada
Quando cheguei a paisagem era o mar ao longe
Por degraus escolhi encontrar o que queria
As portas estavam abertas como os seus abraços
Ainda podia escolher a hora de te conhecer
Tudo em volta nos impelia aquele encontro
E levamos nossas intenções pelas mãos adiante
O inesperado estava alí bem perto de nós
Porque as coisas pareciam andar sozinhas
Então passamos a nos explorar pelas palavras
Imã corporal, poder de atração sem tamanho
Mas pelo gosto de beijos iguais aos seus,
Achados ou perdidos estavamos bem encontrados
As peças que vestíamos de repente caíram
Sem forças os nossos lábios se uniram
E um poder de fogo nos fez abrir o que pedíamos
Assim criamos nosso reflexo em minutos
Enquanto um canto nos esperava sedento
Numa viagem clara de desavisados instintos
Quando cheguei a paisagem era o mar ao longe
Por degraus escolhi encontrar o que queria
As portas estavam abertas como os seus abraços
Ainda podia escolher a hora de te conhecer
Tudo em volta nos impelia aquele encontro
E levamos nossas intenções pelas mãos adiante
O inesperado estava alí bem perto de nós
Porque as coisas pareciam andar sozinhas
Então passamos a nos explorar pelas palavras
Imã corporal, poder de atração sem tamanho
Mas pelo gosto de beijos iguais aos seus,
Achados ou perdidos estavamos bem encontrados
As peças que vestíamos de repente caíram
Sem forças os nossos lábios se uniram
E um poder de fogo nos fez abrir o que pedíamos
Assim criamos nosso reflexo em minutos
Enquanto um canto nos esperava sedento
Numa viagem clara de desavisados instintos
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sexta-feira, abril 06, 2007
Quinto Movimento
Percepções
Na dança da vida não sou mais um ser qualquer
Achei-me em um a mais que nós dois somente
Pela identidade encontrada em conchas e algas
Sou miríades de cerejas minando de estojos
Cascas que desfolham bailarinas entre sóis
Uma linguagem de nossos átomos em conexão
Dançamos serpenteando embolados e certeiros
Despojados como hipopótamos em altura e peso
Até nos sentirmos a vontade num vôo com o outro
Suando em tranças de distintas percepções e
Diretos nessa difícil arte dentre as muitas a despertar
Ao largar o ouro das louças internamente quebradas
Incrível tendência a existir num sentido incomensurável
No melhor tempo alguns permitem se durar no pouco
Noutros os desenhos e letras se desfazem desbotados
Justo por aceitar o real presente do bordado da vida
Acertamos o que as horas a passos largos trazem do dia
Percebendo as qualidades e virtudes que nos invadem
Desconheço pesos ou matérias que impeçam agora
A dança da vida nos atrai por relações diversas
Como animais imersos no viço da emoção humana e
Erros por não fazer o que é próprio a natureza
Mesmo sabendo que o tempo é uma coisa viva
E não nos deixa confundi-lo com o relógio que criamos
Nosso movimento não quer ser mecânico ou frio
Pode-se entendê-lo no mesmo espaço raro dos atos
Dando voltas de costas no dorso de suas costas
Quando a cabeça deita no seu ombro uma linda lua
Meu corpo prova que é transformado pelo que tu fazes
De suave carícia liga completa de amor adornado
Na dança da vida não sou mais um ser qualquer
Achei-me em um a mais que nós dois somente
Pela identidade encontrada em conchas e algas
Sou miríades de cerejas minando de estojos
Cascas que desfolham bailarinas entre sóis
Uma linguagem de nossos átomos em conexão
Dançamos serpenteando embolados e certeiros
Despojados como hipopótamos em altura e peso
Até nos sentirmos a vontade num vôo com o outro
Suando em tranças de distintas percepções e
Diretos nessa difícil arte dentre as muitas a despertar
Ao largar o ouro das louças internamente quebradas
Incrível tendência a existir num sentido incomensurável
No melhor tempo alguns permitem se durar no pouco
Noutros os desenhos e letras se desfazem desbotados
Justo por aceitar o real presente do bordado da vida
Acertamos o que as horas a passos largos trazem do dia
Percebendo as qualidades e virtudes que nos invadem
Desconheço pesos ou matérias que impeçam agora
A dança da vida nos atrai por relações diversas
Como animais imersos no viço da emoção humana e
Erros por não fazer o que é próprio a natureza
Mesmo sabendo que o tempo é uma coisa viva
E não nos deixa confundi-lo com o relógio que criamos
Nosso movimento não quer ser mecânico ou frio
Pode-se entendê-lo no mesmo espaço raro dos atos
Dando voltas de costas no dorso de suas costas
Quando a cabeça deita no seu ombro uma linda lua
Meu corpo prova que é transformado pelo que tu fazes
De suave carícia liga completa de amor adornado
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percepções
quarta-feira, abril 04, 2007
No Quintal Raso
Nosso Ensaio
Quer fazer comigo?
Vamos juntos?
Recebo um beijo espontâneo.
Todos os nossos braços e
Superfícies se resvalam,
Em um toque de pressão suave.
Mais provocações...
Nunca olhou para mulher?
Concorda com o que digo?
Não está enquadrado em nada?
Será que tem coragem,
De fazer o que quer?
E assim vai... pura química
De instinto sorridente
E inevitável madrugada.
Toma a direção e leva... os desejos
Aflorados numa escolha vívida,
De volúpia questionada.
Estamos aqui, sinta o calor
As palavras já não bastam...
Põe a tua mão entre minhas coxas,
Nosso ensaio tem pressa.
Aproveitemos a vida
Esqueçamos o que virá depois.
Quer fazer comigo?
Vamos juntos?
Recebo um beijo espontâneo.
Todos os nossos braços e
Superfícies se resvalam,
Em um toque de pressão suave.
Mais provocações...
Nunca olhou para mulher?
Concorda com o que digo?
Não está enquadrado em nada?
Será que tem coragem,
De fazer o que quer?
E assim vai... pura química
De instinto sorridente
E inevitável madrugada.
Toma a direção e leva... os desejos
Aflorados numa escolha vívida,
De volúpia questionada.
Estamos aqui, sinta o calor
As palavras já não bastam...
Põe a tua mão entre minhas coxas,
Nosso ensaio tem pressa.
Aproveitemos a vida
Esqueçamos o que virá depois.
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ensaio
domingo, abril 01, 2007
Pão, Lua e Cia
Depois de várias vezes ser remarcado, nosso encontro para a manufatura do esperado pão integral se realizou! Neila, minha decidida amiga, com sua poderosa tração 4X4, eu, Carol "pãozinho do céu" e sua amiga (estudando "direito") que nem perguntei o nome, tivemos uma vivência prazerosa com um final de tarde iluminado por uma lua cheia fantástica. E além do pão saiu do meu "forno" o seguinte texto, que havia prometido, refletindo o (meu) momento:
Pão e Companhia
A sova na densa massa integral continha uma inspiração pouco habitual.
O corpo debruçava-se sobre o tampo da mesa improvisando o singular,
Massageando-a sobre a espessa lâmina de vidro e suas transparências.
Os braços combinavam certa força em um contato cadenciado,
Enquanto lembranças reviravam-se sob o pó nas mãos secas e hábeis.
Aquela sala embebida com o luar frontal entardeceu rápido demais.
Nossos olhares tentavam impedir o que restava do dia de se ir,
Como as palavras que nos levavam a um salto a mais se prolongando
Muitas vezes indo sem serem notadas pelo tempo.
Mais e mais assuntos inacabados ficaram sem silêncio ou atraso,
Logo um crescente luar empurrado pelo mar parecia nos rodear.
E sua beleza lunática apontasse a exata textura do nosso pão,
Assando o brilho da linhaça entranhada, com o calor volátil de sua chama fria.
Tempo e individualidade ficavam se revelando gradualmente íntimos,
Nas formas de gostar mutuamente, combinando partes sóbrias de emoção.
Dentro da noite pudemos dividir em risos tenras fatias ainda quentes,
Mordidas em ricota, cenoura ralada, bananas passas e ameixas macias,
Uma boa prova da arte em doce e sal de nossa insustentável leveza.
Pão e Companhia
A sova na densa massa integral continha uma inspiração pouco habitual.
O corpo debruçava-se sobre o tampo da mesa improvisando o singular,
Massageando-a sobre a espessa lâmina de vidro e suas transparências.
Os braços combinavam certa força em um contato cadenciado,
Enquanto lembranças reviravam-se sob o pó nas mãos secas e hábeis.
Aquela sala embebida com o luar frontal entardeceu rápido demais.
Nossos olhares tentavam impedir o que restava do dia de se ir,
Como as palavras que nos levavam a um salto a mais se prolongando
Muitas vezes indo sem serem notadas pelo tempo.
Mais e mais assuntos inacabados ficaram sem silêncio ou atraso,
Logo um crescente luar empurrado pelo mar parecia nos rodear.
E sua beleza lunática apontasse a exata textura do nosso pão,
Assando o brilho da linhaça entranhada, com o calor volátil de sua chama fria.
Tempo e individualidade ficavam se revelando gradualmente íntimos,
Nas formas de gostar mutuamente, combinando partes sóbrias de emoção.
Dentro da noite pudemos dividir em risos tenras fatias ainda quentes,
Mordidas em ricota, cenoura ralada, bananas passas e ameixas macias,
Uma boa prova da arte em doce e sal de nossa insustentável leveza.
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pão integral
sexta-feira, março 30, 2007
Minhas Parlendas
Vidro molhado corta demais, arroto bem dado me satisfaz.
Aquela casa tem cumeeira, nas telhas dela cai bem estrelas.
Gente burra tem casca dura, só o machado que te atura.
Cara de pau não é prá mané, malandro bom só dá olé.
Roupa suja não se lava fora, lá em casa é no colchão de mola.
Mãe é mãe até a alma, vaca é vaca comendo palma.
Moça sebite falta-lhe um dente, siso de menos, e é sorridente.
Branca rica toda metida, é loura burra, besta encardida.
De doutor e de aluado, todos têm um bocado.
Ai, ai, a minha sorte, esse trem cheio só vem pro pobre.
Cara, os “home” vem tudo irado, vaza, vaza, cê tá ligado!
Fiquei bolado mano, meu “brode” deu o maior cano.
Fiofó frouxo põe até um ovo, o seu tá velho compre um novo.
Cobra que não anda tá só parada, o sapo pula em coaxada.
Família é família, é tudo igual, então limpe o seu quintal.
O prato melhor é o com pirão, fundo ou raso, não abro mão.
Aquela casa tem cumeeira, nas telhas dela cai bem estrelas.
Gente burra tem casca dura, só o machado que te atura.
Cara de pau não é prá mané, malandro bom só dá olé.
Roupa suja não se lava fora, lá em casa é no colchão de mola.
Mãe é mãe até a alma, vaca é vaca comendo palma.
Moça sebite falta-lhe um dente, siso de menos, e é sorridente.
Branca rica toda metida, é loura burra, besta encardida.
De doutor e de aluado, todos têm um bocado.
Ai, ai, a minha sorte, esse trem cheio só vem pro pobre.
Cara, os “home” vem tudo irado, vaza, vaza, cê tá ligado!
Fiquei bolado mano, meu “brode” deu o maior cano.
Fiofó frouxo põe até um ovo, o seu tá velho compre um novo.
Cobra que não anda tá só parada, o sapo pula em coaxada.
Família é família, é tudo igual, então limpe o seu quintal.
O prato melhor é o com pirão, fundo ou raso, não abro mão.
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parlendas
quinta-feira, março 29, 2007
Quarto Movimento
Na Ponta dos Dedos
Descansei sobre as frestas mudas do assoalho
Sentindo a respiração criar a aura vital.
Virei minhas mãos esperando a cura das tuas
Pisquei retendo a lágrima tolhida e,
Em tempo, sorri colhendo sementes de felicidade.
Com a música iniciou-se um movimento
Nossos dedos dançaram colados pelos indicadores
Dispondo duas energias vistas sem padrão.
Lapidamos emoções sentidas aonde fluíam,
Somando a beleza da vida e o sagrado.
Brincamos como crianças em nós mesmos
Desfolhando o olhar em abraços e ninhos.
Geraram-se forças sortidas nas linhas das mãos
Mostrando-nos vivos sendo parte de um todo.
Até sair de nós alçando vôos sincopados!
Abraçamos a vida, o sol e o quase impossível,
Evolando um fogo interior em breve estalido.
Dividimos o vinho, o fardo do choro, nossos milagres.
Para contar quais medidas nos completam
Saindo fartos como bocas de lábios lambidos.
Descansei sobre as frestas mudas do assoalho
Sentindo a respiração criar a aura vital.
Virei minhas mãos esperando a cura das tuas
Pisquei retendo a lágrima tolhida e,
Em tempo, sorri colhendo sementes de felicidade.
Com a música iniciou-se um movimento
Nossos dedos dançaram colados pelos indicadores
Dispondo duas energias vistas sem padrão.
Lapidamos emoções sentidas aonde fluíam,
Somando a beleza da vida e o sagrado.
Brincamos como crianças em nós mesmos
Desfolhando o olhar em abraços e ninhos.
Geraram-se forças sortidas nas linhas das mãos
Mostrando-nos vivos sendo parte de um todo.
Até sair de nós alçando vôos sincopados!
Abraçamos a vida, o sol e o quase impossível,
Evolando um fogo interior em breve estalido.
Dividimos o vinho, o fardo do choro, nossos milagres.
Para contar quais medidas nos completam
Saindo fartos como bocas de lábios lambidos.
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terça-feira, março 27, 2007
Sinônimo Cabal?
O têrmo "globalitarização" ouvi pela primeira vez, do professor Milton Santos, em uma entrevista dada ao "isto é, uma vergonha" jornalista Boris Casoy, por sua preferência avessa à presumida semelhança com a expressão globalização. O professor Milton Santos não apenas exemplificou com fatos o que quis dizer com seu neologismo "globalitarização" como deixou claro que sua definição era obviamente sobre a recorrente violência da expansão militar, da indústria da guerra, pelo domínio estratégico, pelo controle das riquezas do petróleo, efetuados pelo clube das potências econômicas. E quem sabe, até das reservas de água doce daqui algumas décadas. A expressão "globalitarização" passa a ser bem adequada em referência a realidade que se perpetua decorrente das ações de ocupação territorial sob falsos pretextos, das relações do movimento do capital financeiro e seus interesses globalizados de exploração.
A despeito da relação de significação cabal suposta por mim entre as duas expressões, principalmente porque a globalização ser muito cantada em nosso mundo atual, prefiro colocar tal significação como uma questão que, se realmente se referem a exatamente dois conceitos permissíveis de identidade, prefiro aqui suscitar uma provocação, uma abertura, para que permita um desdobramento em nosso vocabulário científico. Quanto a isso, acho procedente a leitura de um pequeno trecho do economista Carlos Matus extraído de seu rico trabalho "Adeus Senhor Presidente" publicado em 1989 pela Eitora Litteris:
“O mundo do homem é do tamanho dos conceitos que conhece. Se para mim, não existe o conceito de oponente, na minha realidade só há agentes econômicos. Se também não domino o conceito de ação estratégica, só existirá para mim, na realidade, a ação-comportamento que assimilei da teoria econômica. Por esse caminho, nego, inadvertidamente, uma parte da realidade. Se conheço o mundo através do vocabulário que, previamente, conheço, não existe meio de enriquecer minha visão do mundo se não amplio o meu vocabulário. O congelamento de minha forma de conhecer corre em paralelo com a estagnação dos conceitos que manejo.(...)Se paraliso minha capacidade de conhecer o mundo, paraliso meu vocabulário, se congelo meu vocabulário, detenho minha capacidade de conhecer o mundo. E se isto ocorre, voltarei repetidamente com as mesmas perguntas sobre o mundo em que vivo e deixarei de interrogar-me sobre a potência do meu vocabulário. Ainda mais, quando alguém usa "palavras novas" em um discurso teórico, minha segurança intelectual me inclinará a considerá-las sinônimos das que já conheço e acusarei este perturbador de inventar palavras novas para renomear velhos conceitos. Assim, ao invés de responder ao seu discurso teórico alternativo, dir-lhe-ei que não tem o direito de obrigar-me a usar o seu vocabulário. A forma mais simples de congelar o vocabulário científico é considerar os novos conceitos como sinônimos.””.
A despeito da relação de significação cabal suposta por mim entre as duas expressões, principalmente porque a globalização ser muito cantada em nosso mundo atual, prefiro colocar tal significação como uma questão que, se realmente se referem a exatamente dois conceitos permissíveis de identidade, prefiro aqui suscitar uma provocação, uma abertura, para que permita um desdobramento em nosso vocabulário científico. Quanto a isso, acho procedente a leitura de um pequeno trecho do economista Carlos Matus extraído de seu rico trabalho "Adeus Senhor Presidente" publicado em 1989 pela Eitora Litteris:
“O mundo do homem é do tamanho dos conceitos que conhece. Se para mim, não existe o conceito de oponente, na minha realidade só há agentes econômicos. Se também não domino o conceito de ação estratégica, só existirá para mim, na realidade, a ação-comportamento que assimilei da teoria econômica. Por esse caminho, nego, inadvertidamente, uma parte da realidade. Se conheço o mundo através do vocabulário que, previamente, conheço, não existe meio de enriquecer minha visão do mundo se não amplio o meu vocabulário. O congelamento de minha forma de conhecer corre em paralelo com a estagnação dos conceitos que manejo.(...)Se paraliso minha capacidade de conhecer o mundo, paraliso meu vocabulário, se congelo meu vocabulário, detenho minha capacidade de conhecer o mundo. E se isto ocorre, voltarei repetidamente com as mesmas perguntas sobre o mundo em que vivo e deixarei de interrogar-me sobre a potência do meu vocabulário. Ainda mais, quando alguém usa "palavras novas" em um discurso teórico, minha segurança intelectual me inclinará a considerá-las sinônimos das que já conheço e acusarei este perturbador de inventar palavras novas para renomear velhos conceitos. Assim, ao invés de responder ao seu discurso teórico alternativo, dir-lhe-ei que não tem o direito de obrigar-me a usar o seu vocabulário. A forma mais simples de congelar o vocabulário científico é considerar os novos conceitos como sinônimos.””.
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globalitarização
Picando
A Picada do Beijo
O mosquito do BEIJO nos pica
alado SEU fio enceta
solto, arisco A cada VISTA
o tal bicho voa só PRÁ MIM
não arranhar NUM TOQUE
da sua boca CETIM.
arDEnte beijo e LÁBIOS
prá LINGUA gostar da cor
do batom sEm BATOM
por baixo do coberTOR da pele
POR toDO VINHO
comeTENDO loucuras SOB A LINHA
arregalanDO oS OLHOS do pecado
cochichando dA NUDEZ,
abaixo e acima
DO EQUADOR À CHINA
demorando em fazer de tudo
SEM ninguém prever
e ADORMECER.
O mosquito do BEIJO nos pica
alado SEU fio enceta
solto, arisco A cada VISTA
o tal bicho voa só PRÁ MIM
não arranhar NUM TOQUE
da sua boca CETIM.
arDEnte beijo e LÁBIOS
prá LINGUA gostar da cor
do batom sEm BATOM
por baixo do coberTOR da pele
POR toDO VINHO
comeTENDO loucuras SOB A LINHA
arregalanDO oS OLHOS do pecado
cochichando dA NUDEZ,
abaixo e acima
DO EQUADOR À CHINA
demorando em fazer de tudo
SEM ninguém prever
e ADORMECER.
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sexta-feira, março 23, 2007
Terceiro Movimento (VA)
A Luz Quebrada
Contei meus sonhos sem hora
E pousei sem chão pensando alto.
Talvez por uma passagem estreita,
Levantei em mim um outro estado:
Contigo vou mais longe?
Sentado em breve satisfação,
Caminhei na rota de minhas buscas
Atravessando cantos livres de arestas,
E segui provando novos frutos.
Cuidei de manter a luz acessa
Abrindo por dentro novas trilhas
Nada que antes pudesse ver, na ânsia,
Mas, vivenciei amplidão, amor e tentativas.
Queria atingir o horizonte sereno
Juntando todo ar que pudesse sorver
E rir bem alto sem receio
Mudando o espírito de nosso céu.
Flor despida de jardim,
Continuas me fitando silenciosa,
Como uma mensagem encontrada na garrafa.
Dando-me motivos de explodir nos arranjos,
Em mil sopros e arpejos de tempestade.
Quebrei a luz emanada dos olhos
Formando um ambiente propício.
Entreguei uns colares de lírios
Permitindo amores perfeitos e,
Acordei bem perto desse mesmo sonho.
Contei meus sonhos sem hora
E pousei sem chão pensando alto.
Talvez por uma passagem estreita,
Levantei em mim um outro estado:
Contigo vou mais longe?
Sentado em breve satisfação,
Caminhei na rota de minhas buscas
Atravessando cantos livres de arestas,
E segui provando novos frutos.
Cuidei de manter a luz acessa
Abrindo por dentro novas trilhas
Nada que antes pudesse ver, na ânsia,
Mas, vivenciei amplidão, amor e tentativas.
Queria atingir o horizonte sereno
Juntando todo ar que pudesse sorver
E rir bem alto sem receio
Mudando o espírito de nosso céu.
Flor despida de jardim,
Continuas me fitando silenciosa,
Como uma mensagem encontrada na garrafa.
Dando-me motivos de explodir nos arranjos,
Em mil sopros e arpejos de tempestade.
Quebrei a luz emanada dos olhos
Formando um ambiente propício.
Entreguei uns colares de lírios
Permitindo amores perfeitos e,
Acordei bem perto desse mesmo sonho.
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luz quebrada
segunda-feira, março 19, 2007
Na Pressão
Lotação Esgotada
Vida pobre, mundo de natureza nua,
De novo acontecia.
O que nos faltava mais e mais rompia,
O fio esticado pipocava faísca,
Como a última gota do gozo
Entornava o caldo.
Vez em quando pular a borboleta,
Outras, pegar o troco rasgado miúdo
Pelo corte do vidro estilhaçado
Da desembestada da marinete.
Sucata levando gente feito gado.
Ira solta,
Ofendida e cega.
Arriscava num “tirambaço”,
Certamente contida na pontaria incerta
Do previsto pedregulho arremessado.
Agarrando pela traseira
Não valia um barbante,
Pela coisa natural, da morte fácil,
Continuando próxima
Embrutecida e puta.
Pela janela esquerda
Entrava desatada a sangria,
Na velocidade das mudanças.
E a onda arrebentava no piquete
Da revolta desarrumada.
A miséria viajando afoita
Em alucinada e obscurecida ignorância,
No buzú corujão da hora tão esperada.
Desespero formado em pé-de-guerra,
Ia sentado no duro degrau e mordia o nada.
Passeata de retratos,
Reunião de retalhos velhos e emprestados,
Aqui, ainda acontecia.
Vida pobre, mundo de natureza nua,
De novo acontecia.
O que nos faltava mais e mais rompia,
O fio esticado pipocava faísca,
Como a última gota do gozo
Entornava o caldo.
Vez em quando pular a borboleta,
Outras, pegar o troco rasgado miúdo
Pelo corte do vidro estilhaçado
Da desembestada da marinete.
Sucata levando gente feito gado.
Ira solta,
Ofendida e cega.
Arriscava num “tirambaço”,
Certamente contida na pontaria incerta
Do previsto pedregulho arremessado.
Agarrando pela traseira
Não valia um barbante,
Pela coisa natural, da morte fácil,
Continuando próxima
Embrutecida e puta.
Pela janela esquerda
Entrava desatada a sangria,
Na velocidade das mudanças.
E a onda arrebentava no piquete
Da revolta desarrumada.
A miséria viajando afoita
Em alucinada e obscurecida ignorância,
No buzú corujão da hora tão esperada.
Desespero formado em pé-de-guerra,
Ia sentado no duro degrau e mordia o nada.
Passeata de retratos,
Reunião de retalhos velhos e emprestados,
Aqui, ainda acontecia.
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domingo, março 18, 2007
O Arco-Íris
Poderia me considerar um telespectador regular, pois fico de frente para a indispensável TV somente em raros documentários, talkshows especiais, umas e outras edições do Saia Curta (boas mulheres reunidas), certos filmes das HBO e Telecine, DVD's clássicos e lançamentos premiados, eventualmente cartoons por causa de meu filho de oito anos, shows de alguns artistas da MPB e POP Internacional...
Hoje estava buscando uma resposta filosófica para a coincidência de inúmeras coisas que nos cercam cotidianamente, mas como a TV estava ligada, e os garotos (Frederico e Vinícius) ainda que mantivesse os olhos no desenho animado em alto e bom som, a concorrência deles pelo controle, pela programação divergente fazia-se visível. Isso me deixou um pouco irritado, aí tentei me concentrar nesse exato momento em algo que me fizesse ficar com a cabeça longe de qualquer estresse, me acomodei na minha cadeira azul marinho com braços, de cara para o computador, tentando começar uma operação definitivamente quase impossível. Embora ache que tudo seja possível nesse estágio de nossa rotina familiar domingueira.
Manobrei tal situação desarrumando meus livros, garimpando meu tesouro, e descobri um em particular que havia lido nos anos de minha intensa ansiedade por questões sobre o rigor científico, os limites de nosso conhecimento do universo, o empírio-criticismo versus materialismo dialético, blá blá blá e mais que isso, por nosso próprio interesse em se descobrir como ser humano com seus dons e dificuldades seculares, parte essencial desse assunto.
Sentado, primeiramente no vaso, nascedouro de inesperadas inspirações, onde achei uma passagem que me sensibilizou e resolvi pelo impulso oferecido da conspiração do universo, expor um trecho que está no primeiro parágrafo do capítulo dois do livro publicado pela Editora Melhoramentos em 1981, "Humanidade, uma Colônia no Corpo de Deus", escrito por um dos bons professores que tive na UFBA, Adinoel Mota Maia. Naquele instante de meus estudos foi fundamental as especulações contidas nele, agora o leio e o enxergo bastante ousado, imaginário, louco no bom sentido, entretanto bem efetivo em seu propósito questionador de morador da filosofia.
De volta ao computador, então, durante a digitação das linhas retiradas do texto do professor, escolhidas por sua coincidente relação com o que pretendia escrever, entrou como uma cunha em minha mente o que ouvi dias antes, na TV, da boca do comediante global Chico Anísio, em uma entrevista que pedia sua opinião a respeito da música "Águas de Março" do Tom Jobim. O Chico Anísio teve uma reação que me fez rir, com seu sutil arresto de brincadeira séria, cobrando para si, em um tom lastimoso a criação dessa perfeita obra musical, e continuou, "eu tenho essa frustração na vida, não ter sido minha...". Onde quero chegar é, que as vezes nós nos denunciamos nesse desejo primário de querer ser o autor de tudo que é genial, o descobridor do óbvio (como disse Nelson Rodrigues), um Deus, e caímos em nossa verdadeira identidade. Somos o que somos.
Sim, voltemos ao texto do professor Adinoel que diz muito sobre a moral da filosofia presente na vida das pessoas, que são possuídas pela força de serem criadores e criaturas de seu universo, eis a lição: "Certa vez encontrei um poeta e conversamos sobre versos que não fazem nenhum sentido, difíceis de se absorver. Disse-me ele que poesia não é para ser entendida e perguntou-me se eu "entendia" um arco-íris. Respondi que sim e comecei a explicar que o arco-íris era um resultado da luz do sol que incidia em minúsculas gotas de água na atmosfera, quando ele me interrompeu e disse: "Você não entende um arco-íris..."".
É isso, estou feliz escutando o novo CD do Skank, Carrossel, pra mim, a banda genial brasileira de rock universal, as well as The Beatles. Suas músicas e letras... bem que eu... gostaria de ter composto, bem lá na minha subterrânea ignorância musical que ainda toca violão de ouvido.
Hoje estava buscando uma resposta filosófica para a coincidência de inúmeras coisas que nos cercam cotidianamente, mas como a TV estava ligada, e os garotos (Frederico e Vinícius) ainda que mantivesse os olhos no desenho animado em alto e bom som, a concorrência deles pelo controle, pela programação divergente fazia-se visível. Isso me deixou um pouco irritado, aí tentei me concentrar nesse exato momento em algo que me fizesse ficar com a cabeça longe de qualquer estresse, me acomodei na minha cadeira azul marinho com braços, de cara para o computador, tentando começar uma operação definitivamente quase impossível. Embora ache que tudo seja possível nesse estágio de nossa rotina familiar domingueira.
Manobrei tal situação desarrumando meus livros, garimpando meu tesouro, e descobri um em particular que havia lido nos anos de minha intensa ansiedade por questões sobre o rigor científico, os limites de nosso conhecimento do universo, o empírio-criticismo versus materialismo dialético, blá blá blá e mais que isso, por nosso próprio interesse em se descobrir como ser humano com seus dons e dificuldades seculares, parte essencial desse assunto.
Sentado, primeiramente no vaso, nascedouro de inesperadas inspirações, onde achei uma passagem que me sensibilizou e resolvi pelo impulso oferecido da conspiração do universo, expor um trecho que está no primeiro parágrafo do capítulo dois do livro publicado pela Editora Melhoramentos em 1981, "Humanidade, uma Colônia no Corpo de Deus", escrito por um dos bons professores que tive na UFBA, Adinoel Mota Maia. Naquele instante de meus estudos foi fundamental as especulações contidas nele, agora o leio e o enxergo bastante ousado, imaginário, louco no bom sentido, entretanto bem efetivo em seu propósito questionador de morador da filosofia.
De volta ao computador, então, durante a digitação das linhas retiradas do texto do professor, escolhidas por sua coincidente relação com o que pretendia escrever, entrou como uma cunha em minha mente o que ouvi dias antes, na TV, da boca do comediante global Chico Anísio, em uma entrevista que pedia sua opinião a respeito da música "Águas de Março" do Tom Jobim. O Chico Anísio teve uma reação que me fez rir, com seu sutil arresto de brincadeira séria, cobrando para si, em um tom lastimoso a criação dessa perfeita obra musical, e continuou, "eu tenho essa frustração na vida, não ter sido minha...". Onde quero chegar é, que as vezes nós nos denunciamos nesse desejo primário de querer ser o autor de tudo que é genial, o descobridor do óbvio (como disse Nelson Rodrigues), um Deus, e caímos em nossa verdadeira identidade. Somos o que somos.
Sim, voltemos ao texto do professor Adinoel que diz muito sobre a moral da filosofia presente na vida das pessoas, que são possuídas pela força de serem criadores e criaturas de seu universo, eis a lição: "Certa vez encontrei um poeta e conversamos sobre versos que não fazem nenhum sentido, difíceis de se absorver. Disse-me ele que poesia não é para ser entendida e perguntou-me se eu "entendia" um arco-íris. Respondi que sim e comecei a explicar que o arco-íris era um resultado da luz do sol que incidia em minúsculas gotas de água na atmosfera, quando ele me interrompeu e disse: "Você não entende um arco-íris..."".
É isso, estou feliz escutando o novo CD do Skank, Carrossel, pra mim, a banda genial brasileira de rock universal, as well as The Beatles. Suas músicas e letras... bem que eu... gostaria de ter composto, bem lá na minha subterrânea ignorância musical que ainda toca violão de ouvido.
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sábado, março 17, 2007
Vagalumando
Embarquei nessa, quando escrevia, todo ouvidos, e me vi aceso!
Valsa para Leila
CD "Catavento e Girassol" - Leila Pinheiro
Música de Guinga e Aldir Blanc
Tu te esfumarás... me neblinarei sobre
os telhados, galáxias azuis.
Sonambularás, te voltearei
gatos lambendo as estrelas...
Wendy e Peter Pan/ sem o amanhã -nunca
para nós dois, é sempre cedo.
Marietarás, eu Buarquerei
em dois cavalos com asas de luz.
Tu te nublarás, me eclipsarei...
nuvens em nossa cabeça.
Toma, Peter Pan, só um lexotan
pra que tanto amor não te enlouqueça.
Vagalumarás por sobre o campo, eu
virei do mar, teu pirilampo... Como
um circo aceso, o céu da manhã
saudará o amor que não dormir.
Tu desabarás... eu despencarei...
e o mar azul vai nos cobrir.
Valsa para Leila
CD "Catavento e Girassol" - Leila Pinheiro
Música de Guinga e Aldir Blanc
Tu te esfumarás... me neblinarei sobre
os telhados, galáxias azuis.
Sonambularás, te voltearei
gatos lambendo as estrelas...
Wendy e Peter Pan/ sem o amanhã -nunca
para nós dois, é sempre cedo.
Marietarás, eu Buarquerei
em dois cavalos com asas de luz.
Tu te nublarás, me eclipsarei...
nuvens em nossa cabeça.
Toma, Peter Pan, só um lexotan
pra que tanto amor não te enlouqueça.
Vagalumarás por sobre o campo, eu
virei do mar, teu pirilampo... Como
um circo aceso, o céu da manhã
saudará o amor que não dormir.
Tu desabarás... eu despencarei...
e o mar azul vai nos cobrir.
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Valsa para Leila
quinta-feira, março 15, 2007
Segundo Movimento (VA)
Um Leve Transe
Entraste pelos pequenos olhos
No fino linho da alva face
Pelos poros afagando os brandos fios,
Vertendo tanto as mãos em mim.
Acolhi as pétalas da manha
Despejando meu sussurro, enfim!
Mitigaste seu beijo e,
Entendi o não dito
Dançamos em um único som
Distante dos lábios fugidios
Próximas almas em visível transe.
Química da vida real
Começo de todo surto
Mostra o sabor da sua fonte,
Aonde o amor vão se veste
Mas cora ao provar-se amante.
Limites se esvaem loucos
Novamente mancham-se as veias
Onde oculta tão clara ceia,
Bem embaixo da tênue emoção.
Abre-se em polpa levemente tão,
Ainda que tarde.
Entraste pelos pequenos olhos
No fino linho da alva face
Pelos poros afagando os brandos fios,
Vertendo tanto as mãos em mim.
Acolhi as pétalas da manha
Despejando meu sussurro, enfim!
Mitigaste seu beijo e,
Entendi o não dito
Dançamos em um único som
Distante dos lábios fugidios
Próximas almas em visível transe.
Química da vida real
Começo de todo surto
Mostra o sabor da sua fonte,
Aonde o amor vão se veste
Mas cora ao provar-se amante.
Limites se esvaem loucos
Novamente mancham-se as veias
Onde oculta tão clara ceia,
Bem embaixo da tênue emoção.
Abre-se em polpa levemente tão,
Ainda que tarde.
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valeu
O Flash

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irmãos
quarta-feira, março 14, 2007
Passeio Terapêutico
Pela primeira vez fiquei motivado a fazer uma caminhada em volta da Praça 2 de Julho (Campo Grande), e já há muito queria isso, mas coisa vai coisa vem, 
a indisposição de romper a rotina diária, a preguiça que rodeia a todos nós em cumprir uma atividade nova que de repente parece acordar todo o corpo para um dia de vida diferente. Nesse bendito dia de esparsa chuva molha tolos encontrei o Salmeron, amigo que por várias vezes já havia me convidando, resolvi ir indo, acompanhá-lo em troca de uma boa conversa sem delonga, nessa tão saudável empreitada.
É para mim evidente que algumas atitudes que temos para corrigir nosso comportamento ou estado físico, de cabeça ou espiritual, tem haver com a rota de nossa busca pela saúde, advém de um preparo interior, também tendo uma orientação médica, na maioria dos casos, e principalmente por força da vontade em conseguir de forma disciplinada e séria, a melhora que desejamos.
A minha caminhada, é claro, tem mais que uma razão de aspecto fisioterapêutico, mas também a de arejamento das minhas idéias, com fins lúdicos e sobretudo literários. Amei todas as seis voltas dadas em volta da florida e bem conservada praça, representativa da natureza sazonal e grandiosa das primaveras dos baianos. Tirei algumas fotos no meu celular que faço questão de compartilhar com meus queridos leitores.


É para mim evidente que algumas atitudes que temos para corrigir nosso comportamento ou estado físico, de cabeça ou espiritual, tem haver com a rota de nossa busca pela saúde, advém de um preparo interior, também tendo uma orientação médica, na maioria dos casos, e principalmente por força da vontade em conseguir de forma disciplinada e séria, a melhora que desejamos.
A minha caminhada, é claro, tem mais que uma razão de aspecto fisioterapêutico, mas também a de arejamento das minhas idéias, com fins lúdicos e sobretudo literários. Amei todas as seis voltas dadas em volta da florida e bem conservada praça, representativa da natureza sazonal e grandiosa das primaveras dos baianos. Tirei algumas fotos no meu celular que faço questão de compartilhar com meus queridos leitores.
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terça-feira, março 13, 2007
Minhas 7 Vidas (II)
2. Nossa segunda morada foi no Ed. Vieira, no Desterro, em frente ao Convento da freiras que faziam uns gostosos pingo-de-ovos, onde minha irmã Albinha estudou uma parte do primário (hoje fundamental). Em alguns meses me enturmei com a garotada da rua, e a molecada era do barulho. Daí em diante comecei a brincar como lá na rua onde morava em Maceió, a rua ainda era inteirinha de terra, permitindo cavar buracos, marcar linhas, pular nas poças de chuva, e aqui então dava para disputar rodadas de bola de gude (a chimbra), ferrinho (o fura pé), soltar arraia, bater um baba (que nome para futebol!), e me surpreender com a porrada que pintava assim que havia um desacordo quanto a falta ou o gol de algum jogador atrevido. Cheguei a enfrentar um garoto com um tijolo na mão sem medir as consequências de meu ato infantil, ele (esse era o Júlio, tido como maluco mesmo pela meninada) desistiu do blefe de me jogar a pedra, após uns minutos de olho no olho que mantive sem me mexer. Essa tática era útil para os covardes que nunca arriscavam bater sem correr, e dava certo amedrontar para ganhar respeito, mesmo que pudesse dar xabú diante de alguém "etéreo" como eu naquela circunstância. Suei, mas aí me formei na escola da rua. Ninguém escapava da recorrente violência préviamente estampada na fuça dos caras maiores.
Havia um saguão interno no prédio que servia para a ventilação e entrada da luz do sol, um grande quadrado rodeado por corredores internos com janelas largas de madeira e vidros nas portinholas. Do apartamento que morávamos, com essa ligação visual de sugestão estritamente estrutural, podíamos nos tornar íntimos dos poucos vizinhos em suas preocupações, atividades domésticas e escolares, ainda que fossemos inquilinos sem qualquer relação de amizade com eles, antigos moradores do pequeno prédio. Espere! Um deles, o Pola Ribeiro, vim a conhecer mais de perto e não apenas de vista, poucos anos depois nas experiências do super 8, quando minha família morava no Jardim Baiano. Na época das aventuras de adolescente deviamos estar em outras paradas, e eu, então, no Ed. Vieira, só lembro mais dele em suas passadas, de pés grandes em havaianas, às pressas, num corre corre, atravessando a Franco Velasco, Desterro. (continua)
Havia um saguão interno no prédio que servia para a ventilação e entrada da luz do sol, um grande quadrado rodeado por corredores internos com janelas largas de madeira e vidros nas portinholas. Do apartamento que morávamos, com essa ligação visual de sugestão estritamente estrutural, podíamos nos tornar íntimos dos poucos vizinhos em suas preocupações, atividades domésticas e escolares, ainda que fossemos inquilinos sem qualquer relação de amizade com eles, antigos moradores do pequeno prédio. Espere! Um deles, o Pola Ribeiro, vim a conhecer mais de perto e não apenas de vista, poucos anos depois nas experiências do super 8, quando minha família morava no Jardim Baiano. Na época das aventuras de adolescente deviamos estar em outras paradas, e eu, então, no Ed. Vieira, só lembro mais dele em suas passadas, de pés grandes em havaianas, às pressas, num corre corre, atravessando a Franco Velasco, Desterro. (continua)
domingo, março 11, 2007
Minhas 7 Vidas (I)
Acho que minha memória pode ajudar a desvendar se tenho motivos para pensar que já provei de mais de uma vida. Desde criança que alguns fatos marcaram momentos inesquecíveis e a partir deles é como se houvesse estimulado um clique para que fizesse uma anotação do dia, hora, experiência, que infelizmente deixei por conta dos meus reconditos neurônios então já extintos de minha massa cinzenta de meia idade já passada.
No entanto, parei para recordar da época e coisas que pudessem resgatar as lembranças (que geralmente esqueçemos ao longo da vida) vizinhas aos acontecimentos daqueles fatos e assim fazer certas notas que trouxessem os pontos de minha vida que certamente seriam referência dessas razões que acredito, provarem eu ter renascido umas sete vezes. Como são pontos de flash da remota memória que resta sobre o que aconteceu, não poderei relatar com detalhes o que gostaria, mas vou ordená-los, e daí despertarei a curiosidade que certamente qualquer um deve ter para explicações futuras.
Que me recorde foram:
1. Ao 11 anos recém chegado na cidade do Salvador, tive um desejo de ver a paisagem pela janela do último andar do Edifício Saga, apartamento quarto e sala, onde minha família morava a pouco mais de um ano. Éramos migrantes de Alagoas, estado que deixávamos pela separação de meus pais. Ainda não conhecia o medo normal de subir nas janelas altas, cautela de quem nascia na cidade grande e morava em arranha-céu, assim chamado os edificios altos lá na minha pequena cidade de Maceió.
Subi no peitoril do janelão da área de passagem onde brincávamos as tardes, pois não havia playground no nosso prédio, e aproveitávamos esse espaço para nos juntarmos e observar a Baía de todos os Santos, coisa deslumbrante para um nordestino que descobria a alegria de morar nas alturas. Por um instante parecia um passarinho, vi a cidade e seus arranha-céus com outros olhos de nordestino remediado. Tudo mudou ali, desequilibrei e não fosse as pontinhas de meus dois dedos maiores da mão pequena de menino, sairia (sonhei voando ao som de Soy loco por ti América) planando até as marolas coloridas da praia da Conceição. Após o susto, aí que percebi que tinha que ter medo daquela altura toda, respirei fundo e quis que ninguém vinhesse a saber desse medo que senti.
Essa sensação só perderia sua força após me sentar no chão da área perto da pilastra que dava para o corredor. Passei a respeitar aquela janela que concorria com as nuvens vistas por mim. Acabei me acostumando a altura do peitoril e do arranha-céu.
Algo comparável àquele medo só as minhas caminhadas até a padaria para comprar o pão vara de sal e o de leite, que comíamos todo santo dia e que passei a gostar muito por ser um tipo de pão que não conhecia em minha terra. Curioso em conhecer da nova vida que a cidade oferecia, passaria a conhecer um novo momento, o período histórico da cruel repressão aos trabalhadores e estudantes; o da ditadura militar no Brasil, monstro político, resultante do golpe batizado pela elite política brasileira de "revolução".
O medo de ser confundido com os estudantes que eram perseguidos pela polícia, em plena manhã na Carlos Gomes esquina com a Rua do Cabeça, forçava a esticar minhas passadas para sair da zona do gás lacrimogêneo e da pancadaria, correrias e mordidas de cães pastor alemão. Na minha cabeça aquilo se passava como se fosse um bando de homens maus maltratando pessoas que queriam conquistar algo importante: Liberdade.
No entanto, parei para recordar da época e coisas que pudessem resgatar as lembranças (que geralmente esqueçemos ao longo da vida) vizinhas aos acontecimentos daqueles fatos e assim fazer certas notas que trouxessem os pontos de minha vida que certamente seriam referência dessas razões que acredito, provarem eu ter renascido umas sete vezes. Como são pontos de flash da remota memória que resta sobre o que aconteceu, não poderei relatar com detalhes o que gostaria, mas vou ordená-los, e daí despertarei a curiosidade que certamente qualquer um deve ter para explicações futuras.
Que me recorde foram:
1. Ao 11 anos recém chegado na cidade do Salvador, tive um desejo de ver a paisagem pela janela do último andar do Edifício Saga, apartamento quarto e sala, onde minha família morava a pouco mais de um ano. Éramos migrantes de Alagoas, estado que deixávamos pela separação de meus pais. Ainda não conhecia o medo normal de subir nas janelas altas, cautela de quem nascia na cidade grande e morava em arranha-céu, assim chamado os edificios altos lá na minha pequena cidade de Maceió.
Subi no peitoril do janelão da área de passagem onde brincávamos as tardes, pois não havia playground no nosso prédio, e aproveitávamos esse espaço para nos juntarmos e observar a Baía de todos os Santos, coisa deslumbrante para um nordestino que descobria a alegria de morar nas alturas. Por um instante parecia um passarinho, vi a cidade e seus arranha-céus com outros olhos de nordestino remediado. Tudo mudou ali, desequilibrei e não fosse as pontinhas de meus dois dedos maiores da mão pequena de menino, sairia (sonhei voando ao som de Soy loco por ti América) planando até as marolas coloridas da praia da Conceição. Após o susto, aí que percebi que tinha que ter medo daquela altura toda, respirei fundo e quis que ninguém vinhesse a saber desse medo que senti.
Essa sensação só perderia sua força após me sentar no chão da área perto da pilastra que dava para o corredor. Passei a respeitar aquela janela que concorria com as nuvens vistas por mim. Acabei me acostumando a altura do peitoril e do arranha-céu.
Algo comparável àquele medo só as minhas caminhadas até a padaria para comprar o pão vara de sal e o de leite, que comíamos todo santo dia e que passei a gostar muito por ser um tipo de pão que não conhecia em minha terra. Curioso em conhecer da nova vida que a cidade oferecia, passaria a conhecer um novo momento, o período histórico da cruel repressão aos trabalhadores e estudantes; o da ditadura militar no Brasil, monstro político, resultante do golpe batizado pela elite política brasileira de "revolução".
O medo de ser confundido com os estudantes que eram perseguidos pela polícia, em plena manhã na Carlos Gomes esquina com a Rua do Cabeça, forçava a esticar minhas passadas para sair da zona do gás lacrimogêneo e da pancadaria, correrias e mordidas de cães pastor alemão. Na minha cabeça aquilo se passava como se fosse um bando de homens maus maltratando pessoas que queriam conquistar algo importante: Liberdade.
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7 vidas
Tiras de Leituras
Autor: Shakespeare
Fonte: Sonetos
Desvalido em fortuna e aos olhos dos mortais,
Quando choro sòzinho ao ver-me rejeitado
E os surdos céus perturbo em vão com altos ais
E amaldiçôo a sorte olhando meu estado,
E almejo ser alguém, bem mais esperançado,
De que tivesse o aspecto e as ricas amizades,
E com o que fruo mais o menos contentado,
Quero a arte dêste, e doutro as oportunidades:
Quase que me desprezo, em coisas tais cuidando;
Mais penso em ti, e logo a minha condição,
Qual cotovia na alva a terra abandonando,
Ergue às portas do céu hinos de gratidão;
Pois traz-me tal riqueza o teu amor lembrado,
Que desdenho trocar com os reis o meu estado.
------------------------------------
Autor: Cacaso
Fonte: Mar de Mineiro
Fazenda São Pedro (2)
Aqui tem 3 tipos de veneno pra rato.
E 4 tipos de rato pra veneno.
---------
Livre Arbítrio
Todo mundo é toureiro.
Cada um escolhe o
Touro que quiser na vida.
O toureiro escolheu o
próprio
touro
---------
Prática da Relatividade
Meu namoro com fulana foi uma trepada
que durou 6 meses. Minha trepada com beltrana foi
um namoro que durou uma tarde...
---------
Panacéia
mesmo triste comprove
a alegria é a prova dos 9
---------
Rito
Cadê o queijo que estava aqui?
O gato comeu.
Gato filho da puta.
Fonte: Sonetos
Desvalido em fortuna e aos olhos dos mortais,
Quando choro sòzinho ao ver-me rejeitado
E os surdos céus perturbo em vão com altos ais
E amaldiçôo a sorte olhando meu estado,
E almejo ser alguém, bem mais esperançado,
De que tivesse o aspecto e as ricas amizades,
E com o que fruo mais o menos contentado,
Quero a arte dêste, e doutro as oportunidades:
Quase que me desprezo, em coisas tais cuidando;
Mais penso em ti, e logo a minha condição,
Qual cotovia na alva a terra abandonando,
Ergue às portas do céu hinos de gratidão;
Pois traz-me tal riqueza o teu amor lembrado,
Que desdenho trocar com os reis o meu estado.
------------------------------------
Autor: Cacaso
Fonte: Mar de Mineiro
Fazenda São Pedro (2)
Aqui tem 3 tipos de veneno pra rato.
E 4 tipos de rato pra veneno.
---------
Livre Arbítrio
Todo mundo é toureiro.
Cada um escolhe o
Touro que quiser na vida.
O toureiro escolheu o
próprio
touro
---------
Prática da Relatividade
Meu namoro com fulana foi uma trepada
que durou 6 meses. Minha trepada com beltrana foi
um namoro que durou uma tarde...
---------
Panacéia
mesmo triste comprove
a alegria é a prova dos 9
---------
Rito
Cadê o queijo que estava aqui?
O gato comeu.
Gato filho da puta.
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sábado, março 10, 2007
Filhos
Há algum tempo o futuro era uma promessa, hoje parece ser uma ameaça. Ainda podemos construir um mundo melhor para eles ?
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filhos
sexta-feira, março 09, 2007
A Dança da Vida
Fibras do Coração
Olhei em minha volta
Descobrindo as imagens do outro
Vibrei assim, diapasão
Voltei girando, na palma pião
Corpo cheio, vazio
Marcado na vibração
Olhar vagando musical
Toques sadios de nuvens
No tato do encontro sem visão
E o peito em raios,
Rasgando plenitude
Voltas sem plano
Aromas nos cachos
Beijos quase mascavos
Firmes na pura vontade
Dando graça ao pulsar
Nas fibras do coração
Quero arredar os cacos
Mover barcos falsos
Criar idéias em horas vagas
Levar cores de boas falas
Pelas mãos dadas em cirandas
Das fibras do coração
Carrossel dos pares
Unindo múltiplos prazeres
Ouvindo gostos velados
Em limites claros da carne
Revelando diversas faces aos saltos
Das fibras do coração
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