“Sentir é um risco e um presente, que agora me pertence, e quero só pra mim”, Zélia Duncan.
A estação de nossas chuvas
Mais uma quarta-feira, ao redor as janelas mostram a estação das chuvas, nem parece o começo de férias, e algo acontece, um minuto qualquer que não estávamos atento à dança dos elementos interiores. Uma folha de esperança se desdobrando caiu, pelas asas das mãos da ciranda instintiva uma boca aquarela empurrou a lua mudando nossos corpos de lugar, dava para reparar o zum-zum-zum dos besouros da surpresa, achar bem-te-vis soltos de sonhos sem respostas, sapos solitários e sábios, amores andarilhos saltando de qualquer parte para lugar nenhum. No centro da roda estavam brotando algumas poças de afeto, no início, em uma velocidade de sementes, logo abaixando nuvens de abraços em peneiras. E íamos aos pulos de coelho fugidios querendo subir em bancos de praça e firmes decolar soltando acenos e beijos.
Assim, uma chuva de emoção varreu nosso peito, os papéis e máscaras podiam se rasgar pelos movimentos, serem vistos por qualquer um dançarino presente. Entre uma roda de espinhos florindo, e um caminhar orvalhado, se abriu nossos verdadeiros sentimentos. Uma onda de calor humano, um sorriso largo, decorado pelo olhar de águas coerentes, lágrimas transparentes; ganhamos nosso jeito de expressar nossa mudança, completamente coração na boca e decisão, inspirados pela energia de nosso humor em arco-íris.
Em tempo, deu para dar boas risadas, e levitar mais demorado, desabrochando em um choro alegre, abrindo a natureza onde cabe as diversidades e qualquer forma diferente do padrão, expressando a nudez com profundidade, sem pausa nem decoro; somos essa delicada passagem de evolução inesquecível no carrossel das horas.
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