Há poucos dias havia escrito umas linhas chateado com o processo de urbanização a que nossa cidade tem sido submetida. Algo de muito podre cheira em nossa soterópoles! Que cidadãos definem essa catástrofe? Será esse o único caminho para nossa cidade do Salvador, traçado por sua representação na Câmara e seu Prefeito “fincador” de postes azuis?
O padrão se repete. Sem cidadãos! Luanda, Lagos, Mumbai...
Para ter uma idéia da convivência da pobreza urbana crescente com o boom do mercado imobiliário em outros países, assisti “Quem quer ser um milionário?”, e de fato a cidade de Mumbai é bem um exemplo desse padrão; permite-nos perceber como ele se repete, e se constitui numa realidade carimbada repetindo-se em diversas partes do mundo.
E Salvador, se despe como um elo desse “movimento” imposto pelos interesses do mercado especulativo, adoção de um crescimento urbano pós-moderno, um “produto” anunciado de uma “cegueira” de políticas públicas, inconsequente e incoerente a dinâmica ambiental. Tudo concorre possibilitando abrir os espaços metro-periférico-urbanos para a instalação de condomínios elitistas “esparramados” no verde restante das cidades, e a “verticalização” da “urbanização pirata” visualmente numa “arquitetura possível” acentuando um cinturão de carência de serviços públicos básicos, menos periférica, entranhas do corpo metropolitano em crescimento incontrolável e acelerado. Favelização e urbanização estão na mesma trajetória.
Como fruto de uma situação de dominação social e opressão cultural, representam faces de uma mesma moeda; da ação especulativa e negocial do setor imobiliário. Os interesses coletivos das populações das cidades de países pobres continuam sendo negados, cidades que amontoando gente e “necessidades” coletivas crescem de forma explosiva, desorganizada e “insensivelmente” violenta, uma arquitetura desumana.
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