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segunda-feira, abril 04, 2011

de Fukushima, os países tiraram três tipos diferentes de lições...

ENERGIA NUCLEAR DEVE MIGRAR PARA PAÍSES EMERGENTES
Na semana passada, o presidente Barack Obama fez um discurso sobre o futuro energético prometendo usar um "recurso renovável crítico que o resto do mundo não pode igualar: a engenhosidade americana". Obama, como seus compatriotas cientistas, reivindicou um traço arquetipicamente americano (autoconfiança), ao mesmo tempo em que exibiu sinais de outro (autoilusão).
por Christopher Caldwell
Desde o tsunami japonês que precipitou o desastre nuclear na usina de Fukushima, os países tiraram três tipos diferentes de lições. Alguns decidiram que, diante dos riscos da energia nuclear, o tipo mais poderoso de energia "limpa" é uma aposta errada. O Japão sente-se assim, ao menos neste momento. A desativação da geração de energia nuclear implicou desligar elevadores em prédios comerciais e letreiros de neon pelo país, e transferir jogos de beisebol da noite para o dia.
Também a Alemanha parece disposta a reagir ao risco reduzindo sua dependência da energia nuclear. No domingo retrasado, eleitores em Baden-Württemberg impuseram uma derrota à União Democrata Cristã, da premiê Angela Merkel, que governou o Estado sem interrupção desde 1953. Eles substituíram a UDC pelos Verdes, que nasceram do movimento antinuclear dos anos 80 e que pela primeira vez comandarão um governo estadual. A UDC tentou aderir ao descontentamento pós-Fukushima, porém tarde demais e de modo pouco convincente.
Os países mais dinâmicos do mundo em desenvolvimento têm um modo diferente de encarar a questão. A China não diminuiu o passo. A África do Sul, poucos dias após incidente no Japão, anunciou que aumentará sua produção de energia nuclear. Veysel Eroglu, ministro do Ambiente na Turquia, ironizou os riscos das duas centrais nucleares em construção no país. "Se você dirige um carro, está assumindo um risco", disse ele.
Um argumento mais ponderado em defesa da continuidade desses projetos foi apresentado pelo ex-primeiro-ministro russo Sergei Kiriyenko, que hoje dirige a agência nuclear de seu país. Ele disse ter ficado impressionado com a resistência da usina de Fukushima, em operação há 40 anos. Embora espere que a energia nuclear seja, no futuro, substituída por algo mais seguro, acrescentou: "É evidente que, em termos de conhecimentos e de habilidades especializadas, o desenvolvimento dessa [futura] energia está ligado ao desenvolvimento da energia nuclear".
Obama delineou uma terceira posição. É a mais razoável, ou a mais tímida. Para tentar se reeleger, Obama precisará se submeter a um eleitorado que, repetidas vezes, reivindicou o direito à energia barata. Ele espera canalizar o ceticismo em relação à opção nuclear para a sua própria vantagem e dos EUA, tornando o país um "pioneiro" em combustíveis alternativos. "Vamos ajudar os empresários a inovar em quatro biorefinarias de próxima geração." Essas sugestões são um convite ao cinismo. Empresários podem ser dignos de subsídios governamentais. Porém, é mais provável que os americanos lhes atribuam mais "compadrio" do que "empreendedorismo".
A crise de confiança na energia nuclear gerou uma rápida alta nas ações das empresas de energia eólica, solar e outras renováveis, embora no fim de março elas tivessem voltado aos níveis pré-tsunami.
Há um perigo de complacência quando se fala de combustíveis alternativos. Em anos recentes, a mescla de energia solar e eólica tem sido um interessante suplemento energético (quando subsidiado), enquanto o sol brilha e o vento sopra. Mas o problema do armazenamento dessa energia - indispensável para que as energias renováveis substituam, em vez de complementar, outros combustíveis -, quase não foi abordado.
Além disso, as turbinas eólicas são barulhentas, matam pássaros e são feias. Parte da receita verde para reduzir a dependência alemã em relação à energia nuclear envolve a construção de mais turbinas, e maiores, e colocá-las mais próximas das cidades.
Para complicar as coisas, nos EUA grande parte dos imóveis residenciais nos EUA perderia todo seu valor se a gasolina fosse vendida a preços europeus. Obama reconheceu o fato, ao mencionar no discurso que os custos de transporte são responsáveis pela segunda maior fatia dos gastos de muitas famílias, presumivelmente após o gasto com habitação. A quase inacreditável demanda americana por petróleo - o país importa hoje cerca de 10 milhões de barris por dia - o levou a divergir do resto do Ocidente em termos de política energética. Mesmo se os EUA cortassem a produção de energia nuclear ou de petróleo em águas profundas ou de carvão, seus hábitos de consumo provavelmente o conduziriam a alguma "folie à deux" mercantil com algum exportador de energia, assim como seu apetite por bens de consumo impulsionou seu patológico comércio com a China.
A tragédia em Fukushima reforçou tendências que já vinha se manifestando. Nesse aspecto, seu efeito se assemelha ao da catástrofe de Tchernobil, em 1986, que provocou mais questionamento da energia nuclear no Ocidente do que na União Soviética. A atual incerteza em relação à energia nuclear representa a globalização do "nimbyismo" americano (referência ao acrônimo "not in my backyard" - não no meu quintal). Todo mundo quer se beneficiar da energia nuclear, mas nem todos têm o mesmo apetite para o risco.
Isso terá consequências econômicas e estratégicas. A capacidade de acessar uma grande quantidade de energia barata provavelmente migrará de países democráticos para semidemocráticos e não democráticos - não só porque esses governos são mais capazes de ignorar a oposição pública à energia nuclear, mas também porque a opinião pública tende a ser menos antagônica. Energia barata proporciona a um país um mercado mais rico e uma posição mais dominante no mundo. É improvável que um tsunami no Japão leve os cidadãos do mundo em desenvolvimento a moderar seus anseios por tais status.
Reportagem publicada pelo Financial Times e reproduzido pelo jornal Valor, 04-04-2011.
Fonte: IHU | Notícias, 04/04/2011

sexta-feira, março 18, 2011

o encontro com a realidade dos riscos inerentes à energia nuclear

ANTES E DEPOIS

por Miriam Leitão
A energia nuclear passará inevitavelmente por uma revisão no mundo inteiro. A China, que é o endereço de 25 das 49 usinas em construção, está revendo todos os protocolos de segurança e os Estados Unidos, que estavam iniciando uma retomada, também. A França, altamente dependente, rediscutirá o assunto. A Alemanha está mudando de novo de posição sobre o tema.
Na matriz global, a energia nuclear é pequena, mas para alguns países, a fonte é fundamental. Na França, 76% da eletricidade consumida são de usina nuclear; na Alemanha, 28,8%; Finlândia, 30%; Espanha, 18%; Suécia, 42%; Suíça, 39%; Reino Unido, 13,5%; Rússia, 17%; Ucrânia, 47%; Japão, 25%; Coreia, 36%. Há uma série de países com alta dependência da energia nuclear, como a Lituânia: 72%. Armênia, Bulgária, República Checa e Hungria dependem em mais de 30% da fonte nuclear para a geração de eletricidade. Os países menos dependentes são Brasil, China e Índia, entre 3% e 2%.
A cada desastre, o mundo interrompe tudo, revê procedimentos de segurança, vai com menos sede ao pote e segue adiante. Mas é diferente quando acontece numa ditadura, como a soviética, onde não havia oposição e as autoridades escondiam informações. Agora, o acidente acontece num dos países com melhor reputação do mundo em termos de prevenção de desastres.
O pior que um país como o Brasil pode fazer neste momento é tentar, de novo, a política do avestruz; ou aquela arrogância sem lastro que faz autoridades dizerem que as nossas são mais seguras do que as japonesas. Mais humildade faria bem ao governo.
Temos duas usinas em funcionamento. Duas velhas usinas. Uma, de tecnologia americana Westinghouse, Angra 1, e a outra que é a primeira do acordo nuclear com a Alemanha, assinado no governo Geisel. As duas são do começo dos anos 1980. A construção da terceira se arrasta por décadas. Houve erros no projeto tão absurdos e sequenciais que paralisaram a obra, agora retomada. O governo diz que construirá mais quatro até 2030, uma delas às margens do nosso magro, desprotegido e desaguado Rio São Francisco.
O governo Geisel tinha metas ambiciosas que foram escritas no acordo nuclear com a Alemanha: fazer, naquela época, 10 usinas e absorver tecnologia de todas as fases do processo de construção e enriquecimento de urânio. Estancou na terceira — a segunda das dez do acordo — por motivos que vão dos erros do projeto ao custo alto.
O Brasil teve naquela época, em plena ditadura, um intenso debate. O governo não estava interessado nele, mas os cientistas e políticos de oposição forçaram a redução da megalomania e o encontro com a realidade dos riscos inerentes à energia nuclear. Um deles: o que fazer com os rejeitos que duram centenas de anos?
Uma CPI no Senado, presidida na época por Itamar Franco, teve a ajuda substancial do físico Luiz Pinguelli Rosa para entender todos os riscos a que estávamos expostos. Ambientalistas mobilizaram a sociedade civil. O fato histórico é que Angra 3 parou na fase das fundações até que o governo Lula retomou a construção. Na época, a piada na CPI é que o problema do governo era não saber tupi-guarani. A praia onde Angra 3 estava sendo construída era chamada, no passado remoto, pelos índios, de Itaorna. Que queria dizer “pedra podre”. De fato, os trabalhos de fundações foram surpreendidos por um detalhe: o que se pensava no projeto que era a rocha firme eram pedras soltas. Isso encareceu mais ainda a obra.
Projeto reiniciado, ficam duas observações: sabe-se pouco dos planos de contingência e de proteção da área densamente povoada que é Angra; a construção das usinas nucleares é cara demais.
Nos últimos anos, com a intensificação da preocupação com as mudanças climáticas, parte do ambientalismo deixou sua aversão à energia nuclear porque ela não emite gases de efeito estufa; parte continuou resistente pelos motivos de segurança que agora, mais uma vez, se confirmam reais. Um desastre numa usina, ainda que aconteça raramente, tem um potencial de dano impressionantemente alto.
Não há energia sem risco, e o Brasil não é área de terremotos, vulcões ou furacões de grande intensidade. Temos nossas muitas vantagens. Mas nenhum desastre é como o outro. A pior atitude é a das autoridades brasileiras nos últimos dias. No mundo inteiro, ouve-se governos anunciando revisão do procedimento de segurança ou dos planos de expansão do número de usinas atômicas. No Brasil, tudo o que se ouve é que somos melhores do que os outros, as nossas são mais seguras, e que novas serão construídas. Em que planeta habitam nossas autoridades?
Segurança é aquilo que precisa ser sempre revisto diante de fatos novos, exatamente para aprender com eles. Risco zero não existe em lugar algum. O país com o qual o Brasil fez o acordo nuclear já paralisou há muito tempo seu programa nuclear, retomou, para novamente anunciar revisão após o acidente. Lá, as usinas anteriores a 1980 serão fechadas.
Aqui, não existe uma agência reguladora independente. Não são ouvidos os cientistas. O ministro da energia é o mesmo que tem um conhecimento tosco do assunto. Aliás, de qualquer assunto da sua pasta. Existirá no mundo da energia nuclear um antes e depois de Fukushima. O Brasil não escapará dessa fronteira.
Fonte: O Globo | Economia, 18/03/2011

quinta-feira, março 17, 2011

a eletricidade do futuro será mais verde

O QUE ACONTECE SEM A ENERGIA NUCLEAR?
O mundo aposta nos possíveis substitutos do átomo. As fontes renováveis competem com as centrais em termos de custo. A eletricidade do futuro será mais verde, mas não mais barata.
por Maurizio Ricci - La Reppublica
E agora? Se o pós-Fukushima, assim como o pós-Chernobyl, inaugurasse uma segunda era pós-nuclear, o mundo estaria destinado a uma paralisia, além disso escura, fria e intoxicada por petróleo e carvão?
Na realidade, embora muitos defendam que o átomo é uma escolha conveniente, ninguém jamais disse que se trata de um caminho obrigatório. A cota da energia nuclear na oferta de energia mundial está relativamente contida. Hoje está em 16%. Na Itália, se a Enel[maior operadora de eletricidade do país] realizasse as quatro centrais que tem programada, passaríamos de zero para 12-13%. Mas, no mundo, de acordo com a maior parte das previsões, antes de Fukushima, a cota do átomo devia permanecer mais ou menos em 16%, a não ser que houvesse uma drástica reviravolta na luta contra o efeito estufa.
Outras energias
E o "renascimento nuclear" do qual se fala já há tanto tempo? Em grande medida, consiste, mais do que no alargamento do número total das centrais, na substituição das velhas instalações, construídos nos anos 60 e 70. A história da energia dos próximos anos, dizem também as companhias petrolíferas, será o boom das fontes renováveis. Painéis e turbinas já não são mais brinquedos, mas constituem megainstalações, capazes de rivalizar, em termos de eletricidade fornecida, com as centrais tradicionais.
Um gigante do petróleo como a BP prevê que, em 2030, a cota das renováveis, na oferta de energia, será igual à da nuclear. Porém, esse montante da energia mundial, hoje fornecido pelo átomo, é uma massa conspícua, e substituí-lo não parece ser simples. Ao contrário, nos últimos meses, acumularam-se estudos e relatórios que indicam o objetivo de uma energia, toda (ou quase toda) renovável, excluindo também a nuclear, como perfeitamente possível, sem interferir no nosso modo de vida. A afirmação é de ambientalistas como WWF e Greenpeace, mas também de sérios e reconhecidos institutos como o McKinsey, uma das maiores sociedades de consultoria do mundo.
O defeito desses relatórios é que colocam o objetivo para 2050, um pouco longe demais dos problemas de hoje. O problema, porém, não é técnico. Embora saltos tecnológicos (como a introdução das películas no lugar dos custosos painéis fotovoltaicos, ou de espelhos planos, ao invés de côncavos, nas centrais termossolares) dariam um novo estímulo às energias alternativas, esses relatórios fazem as suas contas com base na técnica atual. As escolhas decisivas são, principalmente, políticas e, portanto, poderiam ser aceleradas. Além disso, para ter eletricidade nuclear na Itália também teríamos que esperar até 2025-2030.
De quais renováveis estamos falando? Os experimentos em curso são múltiplos: ondas, marés, correntes, calor da terra, salinidade do mar. De fato, as tecnologias consolidadas são três: a solar (nas duas formas dos painéis fotovoltaicos e das centrais de concentração, que produzem vapor com o calor do sol) e a eólica.
Todas as três devem o seu desenvolvimento aos incentivos públicos. Mas também a energia nuclear (sob a forma de garantias nos empréstimos ou de preços garantidos), e, em muitos países, os próprios combustíveis fósseis gozam de facilidades de vários títulos: as polêmicas entre os dois alinhamentos com relação às respectivas ajudas públicas alcançam periodicamente graus elevadíssimos. Em todo o caso, uma gigantesca conversão de gás, carvão, petróleo e energia nuclear ao sol e ao vento não seria nada gratuita. O Energy Report da WWF calcula um gasto de um trilhão de euros por ano. Parecem ser mais do que são na realidade. Uma boa parte desse dinheiro deveria ir para a melhoria da eficiência no uso da energia. Particularmente, para realizar o isolamento térmico dos edifícios que, provavelmente, deveriam ser construídos. E a maior parte do restante para construir centrais que, também elas, deveriam ser construídas, tradicionais ou não.
Grande parte do parque de instalações, pelo menos no Ocidente, é constituído pelas centrais, de carvão ou nucleares, construídas nas primeiras décadas do pós-guerra, que estão alcançando o fim da vida ativa. Desse ponto de vista, as decisões que forem tomadas nos próximos três a cinco anos sobre o tipo de centrais a serem construídas (tradicionais, nucleares, alternativas) serão determinantes para o estabelecimento do futuro da energia mundial.
Custos
No debate, será determinante o problema dos custos. A gigantesca extensão de turbinas a vento, que o governo de Londres conta instalar ao longo das costas inglesas, tem um custo mais ou menos igual ao de centrais nucleares de potência semelhante. O motivo não é que as turbinas custam tanto quanto os reatores. Mas sim que uma central atômica produz energia 24 horas por dia, sete dias por semana, enquanto uma central eólica fornece energia, em média, durante um terço do tempo possível: depende do vento que há.
A volatilidade das provisões é, hoje, o maior obstáculo ao desenvolvimento das energias alternativas. As companhias elétricas têm dificuldade para abrir suas próprias redes a uma cota superior a 20-30% de renováveis, porque não têm certeza que teriam essa energia se dela precisassem. A taxa de incerteza está se reduzindo, na realidade. Hoje, as previsões meteorológicas permitem acertar, com 1.836 horas de antecipação, a situação do sol e do vento. Os desenvolvimentos técnicos, no caso das centrais solares de concentração, permitem, além disso, armazenar energia por sempre mais tempo, mesmo depois do pôr do sol. Mas, enquanto houver baterias a serem carregadas, quando houver muita energia de vento ou de sol, quando houver pouca, as fontes alternativas pareceriam destinadas a acrescentar sua própria eletricidade às fontes tradicionais ao invés de a substituí-las.
A menos que, como nos relatórios que circularam nestes meses, pense-se ainda maior. No fundo, se não há vento ou sol aqui, há provavelmente duas baías mais além. Ou na África ou na Escandinávia. O Desertec é um gigantesco projeto que prevê a união da eletricidade produzida por centrais solares na África e eólicas no Norte da Europa e distribuí-la, depois, em todo o continente. E também a ideia da Super-Rede, um pool europeu de energia para intercambiar as provisões das diversas energias alternativas. Mas é possível pensar também em um nível menor, contanto que se aceite algum compromisso. Quem fez isso foram ambientalistas pragmáticos, como os da Worldwatch. Segundo o seu presidente, Christopher Flavin, a verdadeira ponte para um futuro da energia totalmente de fontes alternativas é um combustível fóssil: o metano.
O gás, ao contrário da energia nuclear, produz gás carbônico – e, portanto, efeito estufa – embora em uma medida inferior do que o carvão e o petróleo. Nos últimos anos, uma série de modificações nas técnicas de extração o tornaram, surpreendentemente, econômico e abundante. Flavin destaca que uma central de gás custa cerca de um décimo da instalação nuclear equivalente. Pode ser de dimensões reduzidas. Principalmente, ao contrário de uma nuclear atômica, que deve estar permanentemente em funcionamento, possivelmente no máximo da capacidade, ela pode ser facilmente desligada, ligada ou atuar em um regime menor. O complemento perfeito, segundo Flavin, para uma central eólica ou solar, às quais se somaria, fornecendo energia nos momentos de queda da produção.
Nada de tudo isso, juram os autores dos relatórios sobre o futuro das fontes alternativas, incidirá sobre o nosso modo de vida.
De resto, ainda hoje, se reestruturarmos nossas casas, teremos que montar janelas isolantes. E, com a tarifa bi-horária [taxas diferenciadas da energia, dependendo do horário do consumo], é conveniente ligar a lavadora de noite ou no final de semana, quando a demanda de eletricidade é mais baixa.
Os relatórios, entretanto, estão menos dispostos a abordar o tamanho das contas a serem pagas. Mas, com ou sem a energia nuclear, é difícil não pensar que as contas irão aumentar: a era da energia de baixo custo, no futuro previsível, acabou.
Reportagem publicada no jornal La Reppublica, 16-03-2011.
Tradução: Moisés Sbardelotto
Fonte: IHU, 17/3/2011

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