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sexta-feira, julho 15, 2011

mitos que se foram perpetuando nas escolas e faculdades

O DESPERTAR DOS MÁGICOS: OS MITOS DA ECONOMIA CONSERVADORA
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As teorias dos economistas conservadores foram totalmente desmentidas pela crise. Eles deveriam estar escondidos cheios de vergonha. Mas não é isso que acontece. Muito pelo contrário. Os economistas conservadores ganharam mais força. Por quê? A razão é que os mitos em que fundamentam as suas posições são profundamente enraizados numa cosmovisão básica, de uma grande quantidade de pessoas, para não dizer da maioria das pessoas. Os mitos sobre a economia que se foram perpetuando nas escolas de economia, fundiram-se com as crenças mais ingênuas e perigosas dos nossos tempos.
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Os economistas conservadores saíram desacreditados pela crise. Ao fim e ao cabo eles prometeram igualdade, prosperidade e até um mundo menos doente do ponto de vista ambiental. A única coisa que nos deram foi um colapso econômico gigantesco, com desemprego e pobreza. Deveriam estar escondidos cheios de vergonha.
Mas não é isso que acontece. Muito pelo contrário. Os economistas conservadores ganharam mais força. Por quê? A razão é que os mitos em que fundamentam as suas posições são profundamente enraizados numa cosmovisão básica, de uma grande quantidade de pessoas, para não dizer da maioria das pessoas.
Na arca de mitos em que se fundamenta a economia conservadora ou neo-clássica, existem três particularmente importantes. Não importa quanta evidência empírica de sentido contrário você possa encontrar, nunca poderá convencer os fiéis desses dogmas. De qualquer forma, aqui lhes oferecemos algumas pedras para atirar às brilhantes vitrinas em que têm essas crenças.
O primeiro mito está baseado na ideia de que o mundo da economia forma um sistema autônomo que regula a si mesmo. A metáfora mais bem sucedida (e perigosa) é que a economia é uma espécie de máquina. E como se regula, há que deixá-la trabalhar sem perturbar a sua dinâmica.
A teoria econômica passou mais de 200 anos a tentar provar que de fato o sistema econômico se auto-regula e que, portanto, não necessita de intervenção do governo nem da esfera da política. A evidência de crises recorrentes poderia ter sido suficiente para provar o contrário. Mas, confrontados com histórias de crise, os neoclássicos podiam sempre argumentar que foram causadas justamente por intervenções irresponsáveis dos governos.
O debate deslocou-se para o mundo dos modelos matemáticos. O programa de investigação dos economistas era simples: construir um modelo matemático capaz de reproduzir as condições em que as forças de mercado conduzem ao equilíbrio. Mas o modelo mais sofisticado e refinado da teoria econômica neoclássica demonstrou que, em geral (salvo exceções aberrantes) o sistema de mercado é instável. Então, para onde quer que se olhe: ou história econômica ou modelos matemáticos puros, a verdade é que a ideia de mercados auto-regulados que conduzem ao equilíbrio não tem nenhuma base racional.
O segundo mito é que a economia de um governo é como uma casa. E tal como uma família tem de medir o seu consumo, o governo também tem que restringir o gasto para baixar o montante dos seus rendimentos. Desta visão vem a ideia de que em tempos de crise, tal como o faria uma família, há que apertar o cinto. É o que recomendam constantemente os chamados falcões da austeridade fiscal no debate sobre a política fiscal em todo o mundo.
A realidade é diferente. Para começar, as famílias não podem estabelecer cargas fiscais e coletar receitas através de impostos. Nem vi famílias que vivam centenas de anos, que incorram num déficit constante e que acumulem dívida, como fazem os governos. Normalmente as dívidas domésticas têm de ser resolvidas de uma forma ou de outra.
No limite, os governos podem emitir moeda, algo que os particulares também não podem fazer. Alguns dirão que precisamente para evitar abusos se deu autonomia ao Banco Central. Mas se você observar com cuidado o comportamento da Reserva Federal dos EUA pode constatar que a política monetária não se assemelha nada ao comportamento de uma família.
O terceiro mito é que cada classe social ou grupo recebe como remuneração aquilo com que contribui para a economia. Essa crença é a que está mais profundamente enraizada nas pessoas e atravessa o espectro de todas as classes sociais. Parece que em algum lugar no imaginário coletivo habita a lenda de que o rendimento das pessoas é proporcional à sua contribuição para o produto nacional. O corolário é que a ordem econômica é justa, mas a realidade é que nada na teoria econômica dá sustento a esta ideia. A distribuição de rendimento não está determinada por qualquer lei ou outro mecanismo econômico.
Simplesmente e apenas depende das relações de poder.
Isso não significa que as variáveis econômicas não sejam importantes. Pelo contrário. São muito mais importantes do que se pensa quando se coloca uma das lentes deste mito pernicioso que tudo distorce. O saldo fiscal, a inflação, a criação de moeda e nível salarial, tudo isso merece uma atenção cuidadosa, sem mitologias e crenças mais relacionadas com a bruxaria do que com o pensamento racional.
Os mitos sobre a economia que se foram perpetuando nas escolas e faculdades de economia, fundiram-se com as crenças mais ingênuas e perigosas dos nossos tempos. Talvez essas crenças tenham mais a ver com aquelas Forze elementari sobre as quais escreveu Gramsci na sua análise sobre o fascismo.
(*) Traduzido por Paula Sequeiros para o Esquerda.net
Fonte: Carta Maior | Economia, 15/07/2011

quarta-feira, abril 06, 2011

continua a política de “bombar” os grandes grupos por meio do BNDES

CAPITALISMO MONOPOLISTA. UMA POLÍTICA ECONÔMICA ARRISCADA E PERIGOSA
Na avaliação do sociólogo Francisco de Oliveira, o governo Dilma não fará mudanças significativas em relação ao antecessor porque a presidente está “presa à armadilha do êxito” 
por Patrícia Fachin.
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Dilma Rousseff dará continuidade aos programas iniciados no governo Lula. Sem novidades na política econômica, o Bolsa Família “continua sendo o principal trunfo político do governo”. Essas são as impressões do sociólogo Chico de Oliveira a respeito dos primeiros meses da nova administração. Pessimista em relação ao desenvolvimento brasileiro e ao discurso presidencial de erradicar a pobreza no país, ele ironiza: “É claro que ela diz que vai juntar o econômico com o social. É pagar para ver”. 
Na entrevista que segue, concedida à IHU On-Line por telefone, Chico de Oliveira acrescenta que os oito anos da gestão lulista colocaram o Brasil em uma nova etapa do capitalismo, a qual será ampliada no governo atual. “Ingressamos propriamente na época do capitalismo monopolista, com a ação do BNDES. Isso é irreversível”. 
O sociólogo também critica a posição do governo em relação ao aumento do salário mínimo e enfatiza que a presidente perdeu a oportunidade de conseguir apoio da classe trabalhadora. “Dilma deu um passo político equivocado. Não necessitava desse rigor. O acréscimo que se propunha era irrelevante do ponto de vista das contas governamentais”.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - O senhor é um dos críticos do governo Lula e do PT. A eleição de Dilma representa uma continuidade do projeto político iniciado em 2003?
Francisco de Oliveira – Sobretudo ao êxito econômico. O Bolsa Família aumentou a popularidade do ex-presidente de uma forma inacreditável. Mas nem sempre foi assim. Pelo contrário, Lula foi derrotado em três eleições presidenciais e construiu essa popularidade depois de alcançar a presidência. Ele falou da herança maldita que recebeu do governo Fernando Henrique, mas isso é um equívoco. Não sou tucano, não simpatizo com eles, mas Lula ganhou uma herança bendita porque FHC, a duros golpes, criou a estabilidade monetária. Isso, para um governo conservador como foi o de Lula, é manjar dos céus. Ele só se teve sucesso porque havia sido lograda a estabilidade monetária. Portanto, as discussões que se prolongaram sobre a herança maldita foi pura bravata.
Se não tivesse estabilidade monetária, Lula não teria conseguido fazer quase nada em relação ao Bolsa Família. Se tivesse uma inflação igual a do governo Itamar Franco, não seria possível repor o Bolsa Família a cada três meses. Não só isso aceleraria a inflação, como a oposição burguesa e a mídia “cairiam de pau” cada vez que o presidente reajustasse o Bolsa Família. Foi nessa onda que Lula construiu sua popularidade, ficando de bem também com os principais grupos econômicos. Quer dizer, Lula levou o Brasil a uma nova etapa do capitalismo brasileiro: ingressamos propriamente na época do capitalismo monopolista, com a ação do BNDES. Isso é irreversível, a não ser que haja uma crise mundial, e é contraditório porque, toda vez que grandes grupos econômicos estão tomando tamanhas proporções, o poder da classe trabalhadora entra em declínio. Então, na verdade, Lula fez um governo conservador, privatista e não estatizante, como muitas vezes a impressa afirma, e um governo em que provavelmente a distribuição de renda piorou.
IHU On-Line – Como o senhor interpreta o discurso da presidente de erradicar a pobreza? Por que o senhor diz que não houve distribuição de renda, se muitos estudos mostram o contrário?
Francisco de Oliveira – Não teve distribuição de renda. Os economistas alimentam a ilusão de que o crescimento econômico melhora a distribuição de renda. Não é verdade. O crescimento econômico a taxas bastante altas piora a distribuição da renda e não melhora. Veja a China. O país está adotando os recordes mais expressivos de crescimento do PIB e a distribuição de renda piorou e vem piorando. O mesmo acontece na Índia. A distribuição da renda só melhora através de medidas políticas e não econômicas. Todo o governo diz o contrário, mas para efetuar uma distribuição de renda efetiva, é preciso mexer na questão da divida interna, porque o governo Lula redistribuiu a renda para cima e não para baixo.
IHU On-Line - Dilma fala em juntar o econômico com o social. Em que medida isso é possível?
Francisco de Oliveira – Se ela seguir o mesmo modelo econômico, isso será impossível. Não há nada na história que autorize essa permissão. É claro que ela diz que vai juntar o econômico com o social. É pagar para ver.
IHU On-Line - Nos três primeiros meses à frente da presidência da República, Dilma anunciou corte no orçamento de 50 bilhões de reais, baixo aumento do salário mínimo, elevação dos benefícios do Bolsa Família e aumento da taxa de juros. Quais suas impressões dos primeiros meses do novo governo?
Francisco de Oliveira – Quem melhor definiu os primeiros meses do governo Dilma foi o Ministro da Economia, Guido Mantega, ao dizer que a presidente não era nem o primeiro, nem o segundo, mas o terceiro mandato de Lula. Isso quer dizer que em linhas gerais, a presidenta Dilma segue as linhas econômicas que estão estabelecidas desde Fernando Henrique Cardoso.
A elevação do Bolsa Família era esperada porque trata-se do maior trunfo político do governo e Dilma não iria desprezá-lo. A elevação da taxa de juros é irrelevante; não se combate mais inflação elevando taxas de juros, sobretudo com a porcentagem que foi anunciada. O corte fiscal é para inglês ver. Na verdade, cortam-se as emendas parlamentares, as quais têm pouco impacto sob a economia. Tem algum impacto local, mas do ponto de vista macroeconômico, tem pouco significado, pois não expandem a demanda, não aquecem a economia. De modo que, as modificações são superficiais e pouco impactantes. Aliás, Dilma não tem muito o que fazer. Como dizem, em time que está ganhando não se mexe. Ela pegou uma economia em expansão e não tem muita alternativa, a não ser tocar o barco do jeito que está indo.
IHU On-Line - Dilma aumentou o valor do Bolsa Família, mas reduziu os investimentos para outras questões sociais. Como analisa especificamente essas duas questões?
Francisco de Oliveira – O aumento do Bolsa Família é mais um ato político do que econômico. Dilma não elevou o valor do programa para aquecer a economia, expandir o consumo. Ela entra na cola de um sucessor de alta popularidade e não vai querer trombar com o eleitorado. O Bolsa Família melhora a atual situação das famílias, mas não muda essencialmente nem o modelo econômico, nem as variáveis macroeconômicas fundamentais. Dilma está presa à armadilha do êxito.
IHU On-Line – O governo se manteve firme diante da proposta de aumento do salário mínimo em R$ 545,00 e Dilma ainda recebeu o apoio da oposição. Como o senhor avalia essa questão?
Francisco de Oliveira – O governo poderia ter sido mais generoso, sabido. Teve a chance de conquistar o apoio firme dos setores da classe trabalhadora sem acrescentar nada à inflação, pois ela está sob controle. A inflação está sob controle justamente pela opção do governo de não expandir o gasto, além da vigilância do Banco Central.
Dilma deu um passo político equivocado. Não necessitava desse rigor. O acréscimo que se propunha era irrelevante do ponto de vista das contas governamentais. A decisão dela mostra inexperiência política e a mania de que é preciso gerir as contas do governo. Isso não é tarefa do presidente e, sim, do Ministério da Fazenda, do Banco Central. Ela mostra e confirma, nos primeiros meses de governo, a inabilidade política que os especialistas assinalaram.
IHU On-Line - O senhor também diz que a elevação da taxa de juros não contém a inflação. O que justifica esse aumento, então?
Francisco de Oliveira - Os juros aumentam para atrair capitais porque as contas externas estão mal. Elas vieram de uma avalanche enorme, sobretudo quando a China estava crescendo a 10% ao ano. Mas agora, o ritmo chinês diminuiu e as contas externas brasileiras pioraram muito. O Brasil está com um déficit na balança de contas correntes e na balança de transações. É uma política arriscada porque esse afluxo de dólares obriga a aumentar a dívida externa porque o Banco Central é obrigado a comprar os dólares, convertê-los em reais. Acontece que, ao invés de convertê-los em reais, o Banco Central paga isso e compra títulos da dívida interna.
IHU On-Line - O Brasil está investindo bastante em obras e infraestrutura em função da Copa de 2014. Como vê a condução do governo em relação aos investimentos e as parcerias público-privadas?
Francisco de Oliveira – O setor privado não vai investir nessas obras porque não há essa tradição no Brasil, embora já se fale muito em parceria público-privada, que desde o governo FHC virou uma espécie de mantra. Isso é conversa fiada. Parceria público-privada significa público. O privado fica para depois. Como a Copa do Mundo será espalhada, irão construir elefantes brancos em muitas cidades. No Rio de Janeiro, que é a segunda mais importante cidade do país, o Engenhão é um elefante branco, arrendado para o Botafogo e o Maracanã ainda está em reforma.
Os governadores estão pouco se importando com elefantes brancos porque eles querem inaugurar obras, festejar, dizer que o estado participa da Copa do Mundo e depois fazer o quê? Você acha que em Aracaju vai ter público para preencher um estádio a cada domingo, ou mesmo em Recife? Salvador ainda está na zona de risco. Essas obras não vão trazer retorno. Seria mais sensato do ponto de vista esportivo e econômico concentrar a Copa em poucas cidades, talvez isso daria um retorno posterior porque incrementaria o turismo interno. Mas o governo quis estender a política lulista para todos os governadores e vai pagar depois.
IHU On-Line - Como o senhor reagiu diante da notícia de participação dos trabalhadores nos conselhos de administração de empresas públicas de capital misto e controladas pela União? Essa notícia pode ser considerada uma vitória dos trabalhadores?
Francisco de Oliveira – Até certo ponto, sim. Se eles não agirem com espírito corporativo, de procurar apenas defender os seus, não se darão as condições de mudar os quadros mais altos. Essa é uma oportunidade de democratizar a propriedade do capital no Brasil. Mas a experiência dos fundos de pensão não dá muita esperança para isso porque eles transformaram-se em lugares privilegiados para a alta direção sindical.
IHU On-Line - Que políticas são necessárias para que a presidenta consiga erradicar a pobreza?
Francisco de Oliveira – Ela precisa investir em política social. A história do Ocidente mostra isso claramente. Foram as instituições do Estado de bem-estar que conseguiram, em alguns países, redistribuir a renda. Foi o seguro desemprego alto, estabilidade no trabalho, acordos coletivos de trabalho e políticas públicas vigorosas que conseguiram melhorar a distribuição da renda nas principais economias capitalistas do ocidente. Assim mesmo, faz dez anos que essa tendência se inverteu. Em poucos países, entre os quais a Alemanha, existe consolidação do Estado de bem-estar. A maior parte deles já cedeu nesse sentido à participação das vidas no trabalho. 
IHU On-Line - Que modelo de desenvolvimento Dilma irá traçar para o Brasil?
Francisco de Oliveira – Continua a mesma política de “bombar” os grandes grupos por meio do BNDES. Isso se justifica dizendo que o Brasil precisa ter musculatura para competir no mercado internacional. Porém, apenas duas empresas brasileiras conseguem competir: a Petrobras e a Vale. As outras são irrelevantes. Essa justificativa que os economistas usam é descarada. De qualquer forma, a medida irá continuar. Já anunciaram mais de 50 bilhões de aportes do BNDES para prosseguir na política de fusões, de concentração e centralização do capital. Não há novidade na política monetária, nem na política cambial.
IHU On-Line – Qual sua expectativa em relação ao crescimento deste ano?
Francisco de Oliveira – Dilma só pode fazer a economia crescer mais se aumentar os gastos do governo. Essa é a única ação em que o governo tem real poder de decisão. Sobre os investimentos externos, o governo pode atraí-los. O mesmo ocorre com relação aos investimentos internos, quer dizer, o empresariado brasileiro é pouco audacioso, ou, dito de outra forma, eles recorrem sempre ao Estado para financiar seus próprios investimentos. Só aumentando as obras do PAC é que Dilma conseguirá reverter essa tendência de queda. No mais, como o país se tornou uma espécie de paraíso fiscal de forte expansão, é possível e provável que a atração do capital externo continue.
Francisco de Oliveira formou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e recebeu o prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas, em 2004. Professor aposentado do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo – USP, ele é autor de diversas obras, entre as quais Hegemonia às avessas (Boitempo, 2010). 
Fonte: IHU, 04/04/2011

quinta-feira, janeiro 20, 2011

“un nuevo mecanismo de acumulación”

“La salida del capital a la crisis es la privatización total de la vida”
Entrevista a Andrea Fumagalli, professor de Economía Política em la Universidad de Pavía / P. Elorduy (Redacción), B. por García y D. Grasso / Madrid
Hablamos con este economista sobre el capitalismo cognitivo, según Fumagalli “un nuevo mecanismo de acumulación”.
DIAGONAL: Bioeconomía y capitalismo cognitivo está escrito al inicio de lo que conocemos como “la crisis” ¿Ha visto cómo se desarrollaban en este tiempo las tesis que planteaba en su obra?
Andrea Fumagalli: La situación de crisis que estamos viviendo es una confirmación de la tesis principal del libro. Por ejemplo, lo que está pasando en Europa, a partir de la crisis en Grecia hasta las protestas de Francia, está demostrando que el problema de la reforma de las pensiones es capaz de unificar un frente de lucha que no afecta sólo a los sujetos económicos más interesados, en este caso los pensionistas, sino también a los estudiantes, personas trabajadoras, etc. Esto se da porque lo que está en juego no es una parte de la vida, como puede ser el tema de las pensiones, sino que están en cuestión los intereses de todas las personas. Hay una centralidad del papel jugado por los mercados financieros en este momento en la jerarquización social, en la distribución de la renta y en el momento biopolítico.
D.: ¿Cómo se ha llegado a lo que llama el ‘capitalismo cognitivo’?
A. F.: Hay dos elementos característicos del paso del paradigma industrial fordista al paradigma cognitivo inmaterial, o con una tendencia prevalente a la producción inmaterial: el primero es el aspecto de la financiarización. El segundo es la transformación del modelo productivo que, de un modelo rígido y homogéneo, se transforma en una estructura en red, dinámica, que crea nuevas modalidades de crecimiento de la productividad que son definidas por el papel del conocimiento y la individualización de la fuerza de trabajo.
"Controlar el mecanismo de la formación y del aprendizaje es la nueva forma de controlar a los trabajadores"
Por la parte de la financiarización, los mercados son hoy el corazón del capitalismo cognitivo porque son el centro del proceso de financiación de la actividad en innovación y de la producción de conocimiento y, al mismo tiempo, son elementos relevantes en la distribución de la renta, que se basa en la desigualdad. Por ejemplo, en los mercados se juega con la posibilidad de que la seguridad social, que está en contacto directo con la vida, sea privatizada. Esto significa pasar el control de la vida desde la propiedad pública a la propiedad privada.
D.: Habla de la importancia que ha adquirido la productividad de los cuerpos en esta fase del capitalismo. ¿Qué significa esto?
A. F.: El proceso de valorización hoy está basado en un tercio de producción material industrial, un tercio sobre la cobertura de servicios ligados a la mercancía, y una tercera parte formada por estos servicios inmateriales que son la producción del lenguaje, la producción de convenciones sociales, de control, de servicios financieros, de innovaciones, de símbolos, etc.
Desde un punto de vista cualitativo, el tipo de prestación laboral se caracteriza porque el aspecto “maquinal”, lo repetitivo, está interiorizado en el cuerpo humano, especialmente en la actividad cerebral y cognitiva. En este sentido, el control del cuerpo es el control de los nervios y sobre todo del cerebro, de los sentimientos, de los deseos. La precariedad es un ejemplo de este cambio de estrategia. También tiene mucha importancia el control del proceso de formación de la fuerza de trabajo. Éste es el motivo por el que es muy importante en los últimos años el problema de la reforma de la educación superior, el proceso de Bolonia, etc. Porque controlar el mecanismo de la formación y del aprendizaje es la nueva forma de controlar a los trabajadores.
Desde un punto de vista cuantitativo, el problema es la dificultad o la imposibilidad de calcular el valor que produce la utilización biopolítica del cuerpo y el cerebro humanos. Ya que si la producción es material hay una unidad de medida (kilos, etc.). El problema es cómo dar una medida de la idea, el pensamiento o lo inmaterial.
D.: ¿Cómo se traslada al individuo?
A. F.: En economía, ‘alienación’, tiene que ver con la idea de ser humano como fuerza de trabajo, esta es la típica idea de la alienación de la cadena de montaje. Hoy, cuando la máquina se ha interiorizado en el cerebro, el tipo de alienación evidente en el trabajo de producción inmaterial es el resultado del proceso de la prestación laboral y no está separado, como en la cadena de montaje.
La alienación ha mutado y se ha integrado en la actividad cerebral. El cerebro se divide en dos partes, una funciona como máquina en actividades rutinarias; la otra es la que busca que seamos creativos, es necesario que lo seamos para favorecer el proceso de producción. En un contexto en el que aparentemente puede exprimirse la libertad, cuando termina la partida tú eres más infeliz que al principio. Hay un incremento del número de suicidios que están ligados al funcionamiento de la economía, por poner un ejemplo. La autodestrucción del cuerpo y la mente está estrechamente ligada a la dinámica del mercado de trabajo.
"Los mercados buscan pasar el control de la vida desde la propiedad pública estatal a la propiedad privada"
D.: ¿Qué le queda por conquistar a los mercados de nuestra vida?
A.F.: La crisis financiera, o económica (porque la economía y las finanzas ya no se diferencian) muestra que no es posible salir de esta crisis en un sentido tradicionalmente reformista. Esta propuesta era capaz de mantener juntos los intereses contrapuestos: los de los trabajadores y los del capital. Era una suerte de pacto social o New Deal. ¿Por qué no es posible ahora? Porque, desde un punto de vista económico, la salida de la crisis financiera pasa por una mejora de la distribución de renta que permita un crecimiento de la demanda a nivel internacional. Una medida en este sentido es la propuesta de renta básica.
La segunda intervención sería una mayor libertad del campo de la generación y difusión de las variables estratégicas (conocimiento y actividad en red), lo que implica un replanteamiento de la estructura de la propiedad. El problema está en cómo salir de esta “transición” e introducir un modelo de propiedad basado en el concepto de lo común, que es el reconocimiento de que existe por un lado la mercancía y la propiedad privada, pero por otro lado una propiedad pública sobre servicios como educación, salud, control del medio ambiente, etc., y está también una forma de propiedad que es la común, que afecta a bienes inmateriales no sujetos a escasez.
Ésta puede ser la solución reformista (aparentemente reformista) para salir de la crisis. Pero, si se profundiza en el concepto de renta básica, se observa que es contrario a la posibilidad del capital de control de la fuerza de trabajo, porque minimiza el principio de necesidad, que hace que el trabajo esté subordinado al poder y a quien organiza el sistema político. Esto es peligroso para el sistema capitalista. Por otro lado, el concepto de propiedad común niega un principio fundamental del sistema capitalista que es la propiedad privada y el proceso de privatización.
Por esto hay dos vías: de un lado, está la tentativa de salir de la crisis al modo capitalista, es decir, acelerar el proceso de privatización. Esto supone una privatización total de la vida natural y posiblemente de la vida artificial (lo que afecta al control de la biogenética). Creo que esta tentativa está destinada a fracasar, porque esta crisis es una crisis de crecimiento, no de saturación. En esta crisis se ha dado el comienzo de un nuevo paradigma, que es el del capitalismo cognitivo.
La segunda posibilidad es una forma de New Deal, la renta básica, la producción ecocompatible, etc., pero no puede ser una solución institucional, tiene que ser impuesta por la capacidad de movilización de los grupos sociales, de las sociedades civiles. Nadie sabe cuál de estas posiciones se impondrá a la otra.
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CUATRO CONCEPTOS CLAVE DE LA NUEVA SOCIEDAD DEL CAPITALISMO COGNITIVO SEGÚN FUMAGALLI

CONTROL “En el fordismo, la disciplina de la fábrica era la disciplina del sometimiento del cuerpo físico, ahora el control de la fuerza de trabajo pasa por el control de la actividad cognitiva”.
PROPIEDAD INTELECTUAL “Cuanto mayor es el intercambio de conocimiento más conocimiento se genera. Por eso se ha creado el derecho de propiedad intelectual: para introducir artificialmente un principio de escasez del conocimiento”.
RENTA BÁSICA “La idea de la renta básica amenaza el control del sistema capitalista sobre el proceso formativo, la posibilidad de control social, y puede hacer crecer ideas subversivas más allá del reformismo”.
BIOECONOMÍA “Es un paradigma económico que tiene como objeto de intercambio, acumulación y valorización, las facultades vitales de los seres humanos, en primer lugar el lenguaje y la capacidad de generar conocimiento.”.
Fonte: Diagonal Web, 17/01/2011

segunda-feira, janeiro 17, 2011

tem outras coisas que vão melhorar o seu ego

Por que a desigualdade faz os ricos se sentirem mais pobres?

por Paul Krugman
Catherine Rampell tem um artigo muito bom sobre por que os realmente ricos sentem-se pobres e, embora Brad de Long esteja certo, um gráfico de um “log” do nível de renda é melhor:
Níveis de renda log por porcentual
Gostaria de me deter um pouco aqui.
O que Catherine Rampell tem em mente é uma visão da sociedade como alguma coisa semelhante a uma longa rua que segue na direção de uma colina, que vai se elevando junto com a elevação da renda. E cada indivíduo ao longo dessa rua se avalia em relação aos vizinhos de ambos os lados, e não à rua inteira.
Agora, existem duas interpretações ligeiramente diferentes desta história. O que Catherine parece sugerir é que as pessoas se comparam apenas com os vizinhos que estão acima deles – e como essa colina fica cada mais escarpada à medida que você sobe a rua, os ricos sentem-se em pior situação porque o sujeito à sua direita está cada vez mais diferente deles próprios.
Uma alternativa é essas pessoas se compararem com os vizinhos de ambos os lados, mas é a convexidade que muda: se você está no nível intermediário da distribuição de renda, seu vizinho que está mais acima será muito mais rico do que o que está mais abaixo, mas nos altos níveis de riqueza isso já não vale mais. (Há muito tempo atrás, eu achava que a distribuição de renda era mais ou menos lognormal para a maioria desta faixa, mas ela se torna um diagrama de Pareto na extremidade mais alta. Se você não tem nenhuma ideia do que estou falando, esqueça.)
De qualquer maneira, a verdade é que o fosso entre ricos e super-ricos está aumentando espetacularmente. Aqui vão os dados Piketty-Saez  mostrando o 1% no topo se distanciando dos 4% seguintes: a mesma coisa está sucedendo no caso do 0,1 no topo frente aos perdedores que estão na faixa 99.0-99.9, e assim por diante:
O resultado é uma sociedade de vencedores choramingas, em que as pessoas não estão apenas ganhando bem, mas muito melhor em relação à média de uma geração atrás, e no entanto sentem-se deixadas para trás.
Uma nota pessoal: sempre considerei a desigualdade extrema no topo mais relaxante do meu ponto de vista. Robin e eu estamos muito bem, naturalmente, mas outros estão numa situação muito melhor; o fato, contudo, é que, especialmente em Nova York, você sabe que não importa o quanto ganha, existem outras pessoas enriquecendo tanto que a sua renda chega a parecer insignificante. Portanto, qual a razão de uma pessoa se avaliar desse modo? Claro que é provavelmente muito mais fácil sentir-se dessa maneira quando você tem outras coisas que vão melhorar o seu ego.
Fonte: Estadão, 14/01/2011

terça-feira, setembro 14, 2010

a raiz do problema

Concentração de renda é causa da crise nos EUA e Europa
por Vicenç Navarro (*)
A revolução neoliberal iniciada pelo presidente Reagan nos EUA e por Thatcher na Inglaterra criou, com a aplicação de suas políticas (diminuição dos impostos dos mais ricos, aumento da regressividade fiscal, flexibilização dos direitos sociais e trabalhistas com o propósito de enfraquecer os sindicatos e a força de trabalho, diminuição do gasto público), um enorme crescimento das rendas superiores a custa das rendas médias e inferiores. Em outras palavras, as rendas do capital dispararam a custa das rendas do trabalho, que diminuíram. Ou seja, em linguagem clara, os ricos ficaram super ricos a custa de todos os demais (classe trabalhadora e classes médias). E aí está a raiz do problema, a realidade mais escondida e silenciada em nossos meios de comunicação.
Olhemos para os dados e analisemos os números do país onde a crise iniciou: os Estados Unidos. Segundo o ex-ministro do Trabalho (no governo Clinton), Robert Reich, no artigo How to end the Great Recession (The New York Times, 03/09/2010), o salário médio do homem trabalhador (ajustado à inflação) naquele país é mais baixo hoje do que há 30 anos. Esta queda forçou as famílias estadunidenses – para manter sei nível de vida - a ter mais integrantes da família trabalhando, sendo essa uma das principais causas de integração da mulher ao mercado de trabalho. Em 1970, apenas 32% das mulheres com filhos trabalhavam; hoje esse índice é de 60%. Outra maneira de compensar a perda de salários foi aumentar as horas de trabalho. O trabalhador, nesta década, está trabalhando 100 horas a mais por ano (e as trabalhadoras 200 horas a mais) do que ocorria há 20 anos.
No entanto, mesmo com essas mudanças, o poder aquisitivo das famílias caiu, empurrando-as para o endividamento. As famílias estadunidenses se endividaram até a medula, e puderam fazer isso porque o aval de suas dívidas, suas casas, ia subindo de preço. Até que a bolha estourou. E agora as famílias têm uma dívida enorme de nada menos que 2,3 bilhões de dólares.
Até aqui fizemos uma descrição do que ocorreu com a maioria da população. Vejamos agora o que se passou com os ricos. O fato de que a massa salarial (a soma dos salários) foi caindo como porcentagem da renda nacional (apesar do aumento do número de trabalhadores) quer dizer que as rendas do capital iam subindo. Isso significa que o crescimento da riqueza do país (o que se chama de crescimento do PIB) beneficiava muito mais as rendas superiores (que derivam sua renda, em geral, da propriedade) do que o resto da população (que extrai sua renda do trabalho). Como conseqüência, os ricos ficaram super ricos. O 1% da população que possuía 9% da renda nacional nos anos setenta do século XX, passou a possuir 23,5% da renda total, o mesmo percentual verificado no início da Grande Depressão, no início do século XX. E aí está o problema. Como diz Robert Reich, os super ricos têm tanto dinheiro que consomem um percentual menor de sua renda em comparação ao que consome o cidadão normal. Ou seja, os 23,5% da renda nacional que controlam são utilizados menos no consumo em comparação à renda das pessoas comuns. A demanda total, que é a que move a economia (pois estimula a criação de empregos e o crescimento econômico) caiu dramaticamente, em parte porque a maioria das famílias perdeu grande capacidade de consumo e os super ricos retiraram do consumo 23,5% da renda total do país, consumindo muito menos do que o cidadão médio.
Como se tudo isso não fosse suficiente, a situação se agravou ainda mais pelo fato de os super ricos depositarem seu dinheiro em paraísos fiscais e/ou investirem em atividades especulativas que têm elevada rentabilidade, como os famosos hedge funds, movimento facilitado pela desregulação dos mercados financeiros. Aí está a raiz da crise financeira e do colapso do sistema bancário, que acabou sendo salvo por fundos públicos, ou seja, impostos, procedentes das famílias profundamente endividadas.
A solução é simples. É preciso implementar uma redistribuição das rendas de modo que o 1% da população volte a ter 9% da renda nacional (na verdade, 3% já seriam suficientes). Assim, o consumo aumentaria e, com ele, o estímulo econômico e a criação de emprego. Além disso, as intervenções redistributivas do Estado gerariam mais recursos públicos, com os quais se poderia, inclusive, criar mais emprego, resolvendo o maior problema que temos hoje, que é o elevado desemprego. Mas os super ricos, junto com os ricos e as classes médias de renda alta (cerca de 20% da população) opõem-se por todos os meios a estas políticas redistributivas. Isso ocorre nos EUA (como o atestamos enormes problemas enfrentados pelo governo Obama em sua tentativa de tributar as rendas mais elevadas e de criar empregos públicos) e também nos países do sul da União Européia, incluindo a Espanha. Estes países têm as maiores taxas de desigualdade de renda da UE, o que explica que sejam também os mais afetados pela crise. Na Espanha, o governo socialista nem se atreve a aumentar os impostos dos super ricos. Isso mostra que a causa da crise é política: a excessiva concentração de poder do poder econômico e político em nossas democracias.

(*) Vicenç Navarro é catedrático de Políticas Públicas da Universidade Pompeu Fabra e professor de Política Pública na John’s Hopkins University. Publicado originalmente na seção de Opinião do jornal “Público”, de Madri.
Tradução: Katarina Peixoto
Fonte: Carta Maior, 10/09/2010.

quarta-feira, julho 28, 2010

condições de vida

O drama dos transportes

por Emir Sader

Não há como negar a melhoria sensível, pela primeira vez, do nível de vida da massa da população brasileira. Que se reflete em que a maioria da população está situada nos estratos intermediários na pirâmide que retrata a distribuição de renda.
No entanto, o nível de miséria, de pobreza, de carências acumuladas não permite que isso supere as péssimas condições de vida da grande maioria. As condições de moradia são muito ruins, as de saneamento básico são péssimas, o transporte é horrível, a educação é ainda de nível bem baixo.
O Minha Casa, Minha Vida, aponta para a melhoria gradual das condições de habitação. Há programas de financiamento público para saneamento básico, que podem permitir avançar nesse campo. A educação é indicada pela Dilma como um dos temas centrais em que o Brasil tem que acelerar seus avanços – a começar por definir como meta o fim do analfabetismo nos próximos quatro anos.
Os danos causados pelas políticas privatizantes no transporte causam danos gravíssimos à grande maioria do povo, sem que se veja ainda programas que permitam pelo menos minorar esses problemas. Um trabalhador – e a maioria esmagadora da população é trabalhadora –, que depende do transporte público – igualmente a grande maioria -, gasta em torno de 2 horas e meia de ida e outro tanto de volta, entre esperar o transporte, tomá-lo – em péssimas condições -, chegar e fazer o mesmo percurso de volta.
Um trabalhador que já chega cansado ao local de trabalho – fazendo com que a maioria dos acidentes de trabalho se dê na primeira meia hora, com um trabalhador ainda sonolento e já cansado – e volta, mais cansado ainda para casa. Come, dorme, apenas para recompor minimamente as energias para retomar a mesma jornada repetitiva e cansativa no dia seguinte.
Sem levar em conta as condições de trabalho, os salários insuficientes, a tirania e os preconceitos dentro dos locais de trabalho, bastaria o drama do transporte para que fosse indispensável defini-lo como um tema central de um governo popular. Nas grandes cidades do centro do capitalismo o transporte urbano é inteiramente público. Como é uma atividade deficitária, é melhor que o Estado assuma diretamente sua responsabilidade do que subsidiar amplamente a empresas privadas, em que controle de prestação de serviço ao público é muito precário e difícil. Além disso, como a grande maioria dos deslocamentos da população se dá para ir e voltar do trabalho, se cobra imposto às empresas privadas, para a melhoria e expansão dos serviços, porque a tarifa permite apenas custear a manutenção da frota existente.
Nas grandes cidades – e nas medias e pequenas também – da periferia, como aqui no Brasil, praticamente todo o transporte urbano – além do suburbano – foi privatizado. É amplamente subsidiado, presta serviços muito ruins à população, que fica inerte, impotente para controlar o serviço e atuar na sua melhoria. Grande parte dessas privatizações foi feita com favorecimento de empresas monopolistas, em casos obscuros nunca investigados pelas câmaras. A chegada das vans elevou ainda mais o peso do transporte privado, com a formação de verdadeiras gangues que controlam extensas linhas, praticamente sem ingerência do setor público.
Nessas condições, políticas democráticas encontram dificuldades para reverter a situação. O mínimo a exigir seria a revisão de todas as concessões, em processos públicos com participação dos usuários, definindo novos contratos de concessão com critérios claros que, caso não sejam cumpridos, implicariam na não renovação da concessão e, conforme decisão majoritária da população, na recuperação pelo setor público da empresa privatizada.
É indispensável que as condições cotidianas de vida, de transporte, de trabalho, lazer, da massa da população, se tornem preocupações fundamentais dos governantes e dos seus representantes nos parlamentos, para que a democracia social penetre profundamente em todos os vãos da nossa sociedade e não se restrinja a instancias formais, esvaziadas de conteúdos democráticos e populares.
Fonte: Carta Maior, Blog do Emir. Postado em 27/07/2010 às 10:09.

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