sábado, junho 27, 2009

natureza

A Flor e a Fera

Chamam de romântico...
Ainda mais apaixonado.
Todo sentimento que balança
Um tanto fora do comum
Então, esse amor pela flor.

Se fico longe... penso nela.
Se acordo sem... chamo.
Se sinto falta... planto, rego até vê-la...
É difícil essa fera em mim, natureza!
O prazer é singular, transpira...
Bate no peito a pausa que demora.

O que acontece de estranho,
Ao enfiar as mãos pelos pés
Passar do coração à cabeça
Dar no paraíso sem saber onde!
Conhecê-la melhor dentro do tempo
E despetalar seu cheiro em peças.

Vejo como é bom estar vivo,
E que nem é certo dizer jamais.
Assim mesmo digo na pele...
Eu amo a flor, tenho amor a paz.
Sinto-me feliz ao seu lado,
Insuportável natureza em mim.

sexta-feira, junho 19, 2009

fala sério

Uns "traços" do Picasso?

Nem tenho muito tempo para escrever mais que alguns parágrafos, mas, uma coceirinha no juízo é inquietante; isso exige mais, e enquanto está na memória de trabalho volátil vou digitar o que sinto sobre o que seja importante, para não esquecer repentinamente atendo ao impulso de registrar minhas idéias transitivas nesse instante.

Enquanto fico nas linhas iniciais desse texto chegam pelo e-mail dezenas de mensagens que podem esperar por uma rápida seleção objetiva para uma leitura futura, a depender de seu conteúdo, afinal o que se recebe de spam ou lixo inútil, “desinformativo”, dá uma montanha! Assim como muitos artigos, livros e outras criações (teatrais, musicais e plásticas) promovidas e publicadas como artísticas ou científicas. Até os plágios estão sendo editados!!!! Fala sério.

Aqui estão minhas perquirições, que ficarão gravadas: Uma criação artística ou cientifica fruto da mente humana tem que valor? Esse valor é porque tal arte ou matéria de conteúdo científico é não reprodutível ou não passível de cópia (plágio)? Como qualquer produto lançado no mercado? O valor intrínseco de uma obra artística ou cientifica é antecedido de uma historia particular e insubstituível, de seu criador, de um dado conhecimento específico, de seu talento, de uma “profissão intransferível”, de um dom, como se a obra em questão fosse a “ponta do iceberg” de todo um trabalho acumulado e então exercido para a sua criação. Ou seja, o trabalho da criação incorpora um valor incalculável! Sem contar que pensarmos em tempo necessário empregado, nesse caso, é ainda mais complicado. Os traços de Picasso para o nascimento da Pomba da Paz seria um ato de criação intrasferivel e não reproduzível, ainda que realizado em alguns minutos? O que dizer da importância de sua obra para o conhecimento (no caso das artes) ou para a inimaginável perspectiva que se abriu para as percepções das ações nas artes, com a expansão dos limites potenciais da criação e produção da mente humana? Sem esquecer que existem muitos aspectos em sua dimensão cultural, política e social da criação artística e cientifica para as sociedades e as suas relações de poder, que não podemos analisar de maneira simplória o seu simbolismo ou valor para a alma humana.

Como calcular ou expressar realmente o valor de uma criação singular, seja no campo da arte ou das demais ciências? De um quadro de Pollock ou da “pomba da paz” de Picasso. Seriam apenas uns rabiscos que passaram a ter um valor de mercado por ser apenas fruto de um momento de criação de um artista genial? Isso seria passível de uma qualificação material sem vinculo nenhum com o tempo de estudo e da base de conhecimento, então, expresso no trabalho bem aplicado do seu criador? Justificar um valor apenas econômico pelo tempo empregado ou a quantidade de tinta ou rabiscos feitos, não seria essa avaliação “desqualificadora” do valor da obra ou só um julgamento apressado para imputar uma importância econômica menor à uma obra inigualável, não reproduzível para o mercado? Ignorando por completo o seu valor como arte, sob o ponto de vista cultural? Afinal, tem criação e criação. Por exemplo, no âmbito das ciências há teses de apenas trinta páginas que são tão importantes ou mais, em seu valor cientifico, quanto outras de maior “peso material”.

segunda-feira, junho 15, 2009

brevidade

Uma volta pela gravidade amorosa

Hoje, parei para lhe reparar pelo prisma solar da tarde, num olhar diferente do trivial, como se percebesse atravessando a janela da razão e seguindo aos poucos os raios da emoção adormecida, e saí de mim sustentado nos traços de partículas de poeira em suspensão, quase invisível, quase inexistente, não fosse a claridade que transpunha as suas curvas, dobras das pernas, cabelos e vínculos imateriais com a paisagem poente. O plano de cores saía do céu cobrindo as folhas ao redor grafitando um véu, ora refazendo o parapeito da janela, ora acentuando os riscos do assoalho e suas ripas inteiriças, polidas, exalando um aroma remoto de jasmim; assim era o pendulo de luz invasora, no entorno de minha visão da sua imagem transitiva na minha imaginação sem gravidade.

Cada qual com seu cada qual... Vivemos assim, ainda mais próprios nas ações e independentes da opção do que somos. Um farto sorriso de código dava a senha da nossa passagem de ida e volta, e as nossas palavras estalavam na química corporal, na pronta magia das retinas que aproximava um sussurro: “Que seja amor”.

Girávamos, peões sem fio, soltando a leveza da alma em conquista por incêndios sem pedidos de socorro. Experimentar do melhor vinho, e do que se pede num momento tão especial, um ritual de dança da chuva, sem querer previsão, só para molhar o coração semi-árido.

Também, havia um estio mútuo de sensações, um silêncio demorado, até chegar a esse ponto... Os meneios assanhavam os espelhos da vontade interior acordando as dezenas de digitais ainda frias, nos embarcando numa viajem cega e egoísta por esses sentimentos, ao estarmos juntos por escolha de uma solução melhor, de um instante do outro, ignorando todo o resto no percurso, cruzando os pés pelas mãos e outras preciosidades sem mais.

Sem nenhuma dúvida sobramos nas corredeiras tortuosas da permissão, ainda mais desarrumados. Após um ensaio pouco afinado penetramos nossas galáxias internas, quando acabamos calados alinhavando os presentes trocados sem notar a chegada do futuro. Paramos defronte de uma estação de intenso movimento sem querer evitar os verdadeiros instintos. Repetimos de tudo no tempo restante imitando-nos numa mímica improvisada, como se pudéssemos ser mais verdadeiros sem as palavras, e de qualquer outra maneira tudo pareceria estranhamente antigo, como seria se fizéssemos o óbvio. O verbo móvel do corpo dizia tudo do seu jeito dançando a música que só nós ouvíamos, ainda que faltasse alguma nota ofuscada pelo barulho vindo de fora. Uma hora depois descobrimos nossa perfeita sintonia.

Nem é preciso explicar o que sentimos. O impulso saltou da ausência da língua, a presença abreviou-se no outro, nada podia conter o espontâneo, que se revelou no criar de situações indizíveis, no construir de figuras nas nuvens usando o nada, algo fluiu, água na peneira, na sonoridade da nossa voz, no respirar profundo e sereno que veio em seguida. O sabor absoluto dos gestos dados estava no traço dos umbigos mudos. Tudo se tornou uma promessa indubitável, ainda que não dita ou presumida, apenas reconhecida pelo outro naturalmente aceito.

Concordamos por um sinal afirmativo, arquétipos em acordo, transpiramos e renascemos através de passos em harmonia, buscando sentir o calor e a presença da esperança chegando em navios de cascos maduros, aliados da energia afetuosa envolvente das estrelas por guia. Sabemos o que alimenta e move cada célula num raio de segundo em nossas veias; depois desse encontro mantivemos uma comunicação que ainda nos regula na ida e, nos traz suavemente de volta os benefícios da experiência amorosa, no melhor sentido da nossa inevitável brevidade.

quinta-feira, junho 11, 2009

nosso paradoxo

De olho na crise da água

Emir Sader (Cientista político, jornalista e escritor)

Antes que a globalização liberal invadisse o mundo, tratando de fazer de tudo mercadoria, de fazer com que tudo tenha preço, se venda e se compre, usávamos o exemplo da água para diferenciar, nas aulas, o que tem valor de uso, mas não valor de troca, porque as pessoas têm acesso livre a elas. Quem diria que poucas décadas de liberalismo tenham feito da água uma razão tal de cobiça econômica, que um ex-vice-presidente do Banco Mundial previu, ainda antes de entrarmos no nosso século que “as guerras do Século 21 serão travadas por causa da água''.

A América Latina é um dos cenários dessa luta e, desse ponto de vista, não se pode prever que estejamos fora dos roteiros da cobiça bélica dos grandes conglomerados e governos imperiais no Século 21. Podemos dizer que primeira batalha pela água se deu por aqui, na Bolívia, quando o Banco Mundial exigiu, para a renovação de um empréstimo de 25 milhões de dólares, a condição de que fossem privatizados os serviços de água do país mais pobre da América do Sul. Quando foi privatizado o serviço hídrico da cidade de Cochabamba à poderosa empresa estadunidense Bechtel, o preço da água aumentou brutalmente já nos dois primeiros meses. Como resposta, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Cochabamba para manifestar seu protesto pelo aumento dos preços e os cortes feitos pela empresa com os devedores. O movimento desembocou em uma greve geral que paralisou a cidade, o que obrigou a Bechtel a fazer as malas e fugir da Bolívia, embora não por muito tempo. Regressou com uma demanda de 25 milhões de dólares contra o governo boliviano, exigindo o pagamento de indenizações por perda de lucros.

Outras zonas do continente são cenário de lutas similares, entre elas a Argentina, o Uruguai – em que o povo decidiu em plebiscito simultâneo às eleições presidenciais impedir qualquer forma de privatização dos serviços de água –, o Chile, a Guatemala, o México, que vivem movimentos similares na América Latina.

Nosso continente vive o paradoxo de desfrutar de grande abundância de mananciais de água doce – 20% do resíduo líquido mundial provêm somente do Amazonas –, nosso território abriga quatro dos 25 rios mais caudalosos do mundo – Amazonas, Paraná, Orinoco e Magdalena –, além de alguns dos maiores lagos.


Deveríamos, então, ter uma das mais elevadas distribuições de água doce per capita do mundo, mas algumas zonas do continente sofrem secas tão duras que 25% do continente é considerado árido ou semi-árido.


O Brasil é o melhor exemplo desse paradoxo, porque temos mais água do que qualquer outro país, dispondo da quinta parte dos recursos de água do planeta, mas enormes zonas estão incluídas nessas regiões áridas e semi-áridas. Mas, além disso, uma cidade como São Paulo enfrenta racionamento de água, porque seu abastecimento de água depende de fontes que estão cada vez mais longe das cidades e o custo do transporte supera a capacidade aquisitiva de uma parte grande de habitantes.


Os recursos de água doce da América Latina sofrem grandes problemas de contaminação. O país mais contaminado de todo o continente é o Brasil, apesar de possuirmos o recorde de recursos de água doce. O Brasil permite a contaminação química e industrial maciça, da mesma forma que aos derramamentos de mercúrio originários das minas de ouro. Só somos superados por algumas regiões da Europa do Leste e pela China nos níveis de contaminação aquática.


A demanda mundial de água doce se duplica a cada 20 anos, a um ritmo duas vezes superior à taxa de crescimento da população. Os maiores contaminadores de água são as grandes indústrias de alta tecnologia e a agricultura industrial, e não as casas particulares. Os sistemas de irrigação agrícola consomem entre 65 e 70% da água, principalmente para produzir alimentos para exportação; 20 a 25% são dedicados a fins industriais, entre eles a produção de chips de silício de alta tecnologia e, os 10% restantes de água são para uso doméstico. Mantendo-se essas tendências, a demanda de água superará os recursos terrestres em 56 por cento.


De olho na crise da água na América Latina, muitas empresas privadas européias buscam assumir os serviços de abastecimento público de países da região, incluído o Brasil. Em geral são filiais locais das três principais corporações de serviços de água: as empresas francesas Suez e Vivendi e a alemã RWE-Thames, que juntas fornecem serviços de água corrente e saneamento a 300 milhões de clientes em mais de 130 paises do mundo. Seguindo o Uruguai, seria um bom tema para que os brasileiros se pronunciem em plebiscito, antes que a privatização da água seja uma realidade irreversível.

Fonte: Revista Eco 21, ano XV, Nº 101, março/2005.

cidadania

Caneta ou ferramenta?

FREI BETTO


Quantos advogados você conhece? Uns tantos, certamente. Mas na hora de socorrer o seu computador pifado, consertar o vazamento da pia da cozinha ou traduzir-lhe o manual de funcionamento do novo televisor que você lê, lê e não entende, a quem recorre?

O Brasil é uma nação de bacharéis. Como abrigamos a mais longa escravidão das três Américas (350 anos), ainda guardamos, do período colonial, resquícios elitistas, como julgar que profissões técnicas são para incompetentes que não chegam a doutor... Boa profissão é a que domina a caneta, e não a ferramenta.

Você sabia que de cada 100 brasileiros (as) no mercado de trabalho, 72,4% (ou exatos 71,5 milhões de pessoas), nunca fizeram um curso profissionalizante? Entre os desempregados, 66,4% (5,3 milhões de pessoas) nunca passaram por um curso de educação profissional. O dado é do IBGE, divulgado no último 22 de maio.

O mais grave é o poder público, como diria aquele deputado, estar "pouco se lixando" para a qualificação de nossos trabalhadores. Segundo o IBGE, em 2007 apenas 22,4% dos alunos de cursos profissionalizantes estavam matriculados em escolas públicas.

Dos que buscam tais cursos, 53% dependem de ofertas de ONGs, sindicatos e instituições particulares. O famoso Sistema S (como Senai, Senac, Sebrae), que recebe robustas verbas do governo, forma apenas 20% dos interessados em qualificação.

Mesmo os cursos existentes nem sempre primam pela qualidade. Entre os matriculados, 80,9% freqüentavam cursos que não exigiam escolaridade prévia. O que explica o alto número de analfabetos virtuais em profissões técnicas. Consertam a geladeira, mas são incapazes de redigir um bilhete explicando a causa do defeito.

Na mesma pesquisa, o IBGE constatou que são analfabetos 13,5 milhões de brasileiros (9,5% da população) com mais de 15 anos de idade. E de 1,8 milhão que freqüentavam salas de aula, 810 mil (45%) admitiram não saber ler nem escrever um simples recado.

A falta de motivação é a principal causa de desinteresse por cursos profissionalizantes. O Brasil é o reino do improviso. O auxiliar de eletricista aprende na prática, assim como o de cozinha acredita que, amanhã, a intimidade com o fogão fará dele um chef. Muitos (14,1%) admitiram não poder pagar um curso dessa natureza. E 8,9% se queixaram da falta de escola na região.

Dos alunos em cursos profissionalizantes, 17,6% freqüentavam cursos técnicos de nível médio. E apenas 1,5% cursos de graduação tecnológica equivalente ao nível superior. O mais procurado é o curso de informática (41,7%), seguido de comércio e gestão (14%) e indústria e manutenção (11,25). Ao todo, 215 mil estudantes, o que representa um índice muito baixo dadas as dimensões do país e de suas necessidades.

Esse quadro explica, em parte, a razão do nosso subdesenvolvimento – ou eterna situação de país emergente. O MEC promete que, até o fim de 2010, o Brasil passará de 185 mil para 500 mil vagas em cursos profissionalizantes. As escolas, hoje 140, serão 354.

Um das causas dessa realidade preocupante foi a lei de n° 1988, proposta pelo presidente FHC e aprovada pelo Congresso, que proibiu a União de criar novas escolas técnicas federais. Felizmente, Lula a revogou em 2005.

Falta ao atual governo corrigir outro erro crasso: o EJA (Educação de Jovens e Adultos, que substituiu o antigo supletivo), embora acolha trabalhadores em suas aulas, não propõe educação profissionalizante. Isso explica o alto índice de evasão – 42,7% dos matriculados não concluem o curso, sobretudo no Nordeste (56%).

Muitas vezes o horário de aulas coincide com o do trabalho (o que induz à evasão de quase 30% dos alunos), e a metodologia de ensino ignora Paulo Freire e os recentes avanços da educação popular.

O Brasil precisa trocar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) pelo PAD, Programa de Aceleração do Desenvolvimento, sobretudo humano. Sem recursos humanos qualificados, uma nação está fadada a sempre depender do mercado externo e, portanto, do jogo cruel da especulação internacional, da flutuação de divisas conversíveis e das concessões aos importadores que jamais abrem mão de suas políticas protecionistas.

Sem educação o Brasil não tem solução. Nem salvação.


Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho, de "Essa escola chamada vida" (Ática), entre outros livros, e um dos fundadores do movimento Todos pela Educação.

domingo, junho 07, 2009

prefácio

mundialização do capital*

François Chesnais

(...)

A expressão “mundialização do capital” é que corresponde mais exatamente à substância do termo inglês “globalização”, que traduz a capacidade estratégica de todo grande grupo oligopolista, voltado para a produção manufatureira ou para as principais atividades de serviços, de adotar, por conta própria, um enfoque e conduta “globais”. O mesmo vale, na esfera financeira, para as chamadas operações de arbitragem. A integração internacional dos mercados financeiros resulta, sim, da liberalização e desregulamentação que levaram à abertura dos mercados nacionais e permitiram sua interligação em tempo real. Mas baseia-se, sobretudo, em operações de arbitragem feitas pelos mais importantes e mais internacionalizados gestionários de carteiras de ativos, cujo resultado decide a integração ou exclusão em relação às “benesses das finanças de mercado”. Como veio lembrar a crise mexicana de 1994-1995, basta pouca coisa para que um lugar financeiramente “atraente” deixe de sê-lo em questão de dias e, de certa forma, fuja da órbita da mundialização financeira.

As operações feitas com finalidade lucrativa, para “frutificar” um capital, são por definição (sem que seja uma tautologia) “seletivas”. Não é todo o planeta que interessa ao capital, mas somente partes dele, mesmo que suas operações sejam poluidoras a nível mundial, no plano da ecologia como em outros. Ligar o termo “mundialização” ao conceito de capital significa dar-se conta de que, graças ao seu fortalecimento e às políticas de liberalização que ganhou de presente em 1979-1981 e cuja imposição foi depois continuadamente ampliada, o capital recuperou a possibilidade de voltar a escolher, em total liberdade, quais os países do Pacto de Bangdum eram fortes. Mas, como sugerem os elementos de análise apresentados (neste livro), os critérios de seletividade modificaram-se, igualmente, em relação àqueles que predominavam na época do imperialismo clássico. A modificação de critérios leva à chamada “desconexão forçada”, acompanhada por formas dramáticas de retrocesso econômico, político, social e humano. Hoje em dia, muitos países, certas regiões dentro de países, e até áreas continentais inteiras (na África, na Ásia e mesmo na América Latina) não são mais alcançadas pelo movimento de mundialização do capital, a não ser sob a forma contraditória de sua própria marginalização. Esta deve ser estritamente compreendida, como mecanismo complementar e análogo ao da “exclusão” da esfera de atividade produtiva, que atinge, dentro de cada país, uma parte da população, tanto nos países industrializados como nos países em desenvolvimento.

(...)

* CHESNAIS, François. A Mundialização do Capital. São Paulo: Xamã, 1996.

Riscos e medos

"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre". Albert Einstein

Ao ler a frase genial do gênio da Física fiquei arrepiado. Existe milagre para um cientista, e ainda por cima de reconhecida inteligência acima da média?
É, nada como um pensamento simples e natural, mas, que diz muito para quem simplesmente nem imagina o que seja milagre! Ou não acredita na possibilidade de acontecimentos incríveis na atualidade.
Deve ser porque a vida se tornou um apendice das relações criadas pelo mecanicismo do pensamento racionalista econômico. Vive-se o que se pode consumir, e acaba-se a vida nesse ciclo; consome-se mais do meio ambiente do que ele pode reverter em vida. O ecossistema planetário está exigindo uma resposta urgente, por um pequeno "milagre". E o ser humano não pode se negar ou se ausentar dessa responsabilidade. Se não fôr por meio de suas ações, certamente um outro "fenômeno natural" acudirá ao Planeta. O milagre da vida sempre se realizou.
Olhar o modo de vida que levamos só tem provado isso, trazendo então como efeito colateral os medos. O maior medo está no risco (para a vida de todos os seres) que cada vez aumenta, aceleradamente; tem-se até uma teoria que procura equacionar o seu crescimento na tentativa de por um bom termo, através do método científico, e com isso achar uma função de equilíbrio! Substituindo vida por tecnologia. Ao mesmo tempo, as incertezas se concentram ao lado da escalada das violências de uma civilização doentia.
Preservar a vida ao resgatar utopias (por meio de novos paradigmas) para um futuro melhor (da natureza, de nossos filhos e descendentes - tudo está interligado no universo), talvez seja o melhor que devamos ser e fazer hoje, isso ainda faz parte de nosso legado histórico. Cuidar das "feridas" (que causam os medos) provocadas pelo modo de vida que levamos. 
Superar os medos e possivelmente conquistar um mundo melhor, é possível!
Sem sonhos, sem milagres, sem vida.

na tela ou dvd

  • 12 Horas até o Amanhecer
  • 1408
  • 1922
  • 21 Gramas
  • 30 Minutos ou Menos
  • 8 Minutos
  • A Árvore da Vida
  • A Bússola de Ouro
  • A Chave Mestra
  • A Cura
  • A Endemoniada
  • A Espada e o Dragão
  • A Fita Branca
  • A Força de Um Sorriso
  • A Grande Ilusão
  • A Idade da Reflexão
  • A Ilha do Medo
  • A Intérprete
  • A Invenção de Hugo Cabret
  • A Janela Secreta
  • A Lista
  • A Lista de Schindler
  • A Livraria
  • A Loucura do Rei George
  • A Partida
  • A Pele
  • A Pele do Desejo
  • A Poeira do Tempo
  • A Praia
  • A Prostituta e a Baleia
  • A Prova
  • A Rainha
  • A Razão de Meu Afeto
  • A Ressaca
  • A Revelação
  • A Sombra e a Escuridão
  • A Suprema Felicidade
  • A Tempestade
  • A Trilha
  • A Troca
  • A Última Ceia
  • A Vantagem de Ser Invisível
  • A Vida de Gale
  • A Vida dos Outros
  • A Vida em uma Noite
  • A Vida Que Segue
  • Adaptation
  • Africa dos Meus Sonhos
  • Ágora
  • Alice Não Mora Mais Aqui
  • Amarcord
  • Amargo Pesadelo
  • Amigas com Dinheiro
  • Amor e outras drogas
  • Amores Possíveis
  • Ano Bissexto
  • Antes do Anoitecer
  • Antes que o Diabo Saiba que Voce está Morto
  • Apenas uma vez
  • Apocalipto
  • Arkansas
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  • As Idades de Lulu
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