A cegueira imanente da esquerda
O que parece uma incompreensão da realidade, da situação caótica que está a um palmo diante do nariz, absurdos acontecendo sob decisões autocráticas de um grupo radical do judiciário e da esquerda juntos no controle do poder, essa gente que abertamente, sem escrúpulos, passou a defender terrorismo, bandidos condenados, acusar os adversários de fascista quando eles apoiam atitudes desse matiz, sendo eles mesmos atores de perfil claramente nazista, assumem ações antissemitas e suportam ditaduras, com hipocrisia abjeta, em qualquer parte do mundo. A falsa defesa de princípios como liberdade de expressão, democracia, fica patente, uma configuração da expressão de toda formação ideológica recebida, com permissão própria, durante muitos anos. Uma parcela de jovens saem dessa "universidade", instituições originadas em organizações políticas de fundamentos e alicerces filosóficos experimentados, sempre com o intuito da tomada do poder ainda que "sem eleições". As revoluções lideradas por conhecidos genocidas históricos testaram o pragmatismo dessas ideias em populações de milhões de mortos nos quatro cantos do planeta.
Uma análise da prática histórica dessas organizações e partidos de esquerda, cooptando, treinando, orientando, "educando" por meio de metodologias voltadas à uma visão crítica do mundo, com particular atenção ao capitalismo, traz ao olhar de quem investiga, se ocupa do contexto presente, a questão da práxis dessas pessoas ser apenas uma escolha sem noção de um imberbe, incauto, uma experiência temporária decorrente de ignorância da história, falta de leitura, ausência de amplo painel cultural, dissonância cognitiva, ou um compromisso que definido em razão de circunstâncias da vida, patologias do ressentimento ao status do outro, idiossincrasias da vida, ou uma determinação em obedecer a renomadas autoridades (intelectuais, lideranças políticas), por fraca autoestima ou preguiça mental dessas que sempre aceita ser guiado sem reflexão as ordens e decisões de iluminados?
Cheguei a conclusão que deve ser um tipo de cegueira, que não foi e não é repentina no nosso contexto, não uma falta de visão física, porém tal como a que Saramago expõe em seu livro e que foi muito bem desenhada no cinema ela se mostra e pode ser comprovada atualmente.
O filme Ensaio Sobre a Cegueira (2008), baseado no romance homônimo de José Saramago, é uma poderosa alegoria sobre a condição humana, a fragilidade das estruturas sociais e, principalmente, sobre a forma como vemos — ou deixamos de ver — o mundo à nossa volta.
A cegueira que atinge repentinamente toda uma população não é apenas a perda da visão física, mas a metáfora da cegueira moral, social e espiritual. O “branco leitosa” que substitui o mundo visível é uma imagem perturbadora do colapso da empatia, da ética e da civilização. As pessoas não deixam de enxergar apenas com os olhos — elas perdem a capacidade de ver o outro, de reconhecer a dignidade humana, de construir relações baseadas em solidariedade.
Esse “não ver” representa nossa cegueira cotidiana diante da injustiça, da desigualdade, da exclusão. É uma crítica contundente à forma como muitas vezes escolhemos ignorar o sofrimento alheio, a corrupção dos sistemas, ou o próprio esvaziamento do sentido de humanidade.
A única personagem que não é afetada pela cegueira — a mulher do médico — simboliza aquele que enxerga em meio ao caos, mas que, em vez de exercer o poder com arrogância, carrega o fardo da lucidez. Ela vê, mas sofre por isso, pois assistir à degradação moral dos outros a obriga a confrontar sua impotência diante da barbárie. Isso nos leva a perguntar: quem realmente vê? Quem enxerga o mundo com clareza e responsabilidade?
O filme, portanto, expõe que a verdadeira cegueira talvez não seja a ausência de luz nos olhos, mas a ausência de lucidez no coração e na consciência. Quando a visão do mundo se torna egoísta, insensível ou automatizada, a humanidade se perde. Só quando somos forçados a confrontar a escuridão — ou o branco ofuscante de um mundo sem sentido — é que talvez possamos reaprender a ver de verdade.
Em tempos de crise, desigualdade e desinformação, A Cegueira é um chamado a abrir os olhos — não só os físicos, mas os olhos da ética, da compaixão e da reflexão. Afinal, como disse Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
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