Um passo maior que as pernas
O decreto de reciprocidade que o Ministro da Casa Civil anunciou para breve é certamente uma das mais perigosas demonstrações do baixo conhecimento histórico e geopolítico dessa gente para governar o país.
No calor de anacrônica motivação ideológica que mais parece impulso de estudantes representantes de um grupo de esquerda radical dos anos 60, tomam uma decisão de enfrentamento direto com o governo americano, provocando o imprevisível rumo para o qual nenhum deles sabe nem teria vara racional, dão um passo maior que as próprias pernas, segue adiante ignorando a onça que estão cutucando. As consequências disso não interessa a eles mesmo que machuque o cidadão brasileiro. Tentarão aproveitar o sabor dos ventos até não sobrar nada de pé, pois no caos se sairão como salvação, o Estado será o pai dos pobres humilhados. O embate por soberania como argumento, só comprova a falta de substrato analítico para entender e assumir a responsabilidade que lhe foi atribuída, ainda que de maneira obscura. Nada parece fazer acordar essa trupe, perceber e respeitar o povo em sua espectativa, apreensivo por melhoras, e por descobrir que foi enganado por quem ficou de promover a condução dos rumos da vida dos brasileiros: a dignidade do emprego, assegurar liberdade de expressão, manter a segurança, melhor saúde e educação, o desenvolvimento da economia do Brasil, questões constitucionais e fundamentais.
O que demonstra essa facção no poder, com as ações e intenções até agora, é tão somente responder a tudo e a todos conforme seus interesses e dos que os sustentam no esquema sem limites de um regime autoritário, sem projeto, mas com o óbvio desejo de nunca largar o osso do tesouro tomado. Para tanto, quebrar a economia, subjugar adversários enquanto tentam mais um arranjo político que os preseve aninhados com uma elite de tônus intelectual corrompido, os parceiros da Faria Lima que a qualquer susto podem arribar com seu capital para qualquer país com democracia, um bonde de malucos desprovidos de substrato ético, que ruminan montando e desenhando como milícia um circo de ilusão maior, reunidos no gabinete do ódio em função do "nós contra eles". Com olhos famintos no erário, a grande fonte para a implantação do sistema amplo de dominação orquestrado pelo Foro de São Paulo vão dobrando a aposta e o mundo em volta vai girando sem querer, porém vai sendo empurrado em direção a um futuro assombroso.
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