A fraqueza do Estado Democrático de Direito fortalece o governo do crime
O crescimento do crime organizado em Salvador, particularmente nas áreas suburbanas, tem se tornado um problema significativo de governança, uma situação recorrente, afetando diretamente a vida da população soteropolitana. Os confrontos entre a polícia e grupos de narcotraficantes são recorrentes na periferia da cidade, com destaque para o subúrbio ferroviário e seu entorno, onde facções criminosas dividem territórios e impõem suas próprias regras, ignorando o poder público mesmo diante da presença ostensiva ocasional da polícia.
Essas facções têm um controle visível sobre as comunidades, manipulando e oprimindo famílias residentes, sem temor da repressão por parte das autoridades. A violência e o poder desses grupos, tornou-se um governo paralelo, afetando inclusive, projetos públicos. Um exemplo disso se deu com a paralisação de um projeto de saneamento, urbanização e educação ambiental executado pela prefeitura financiado pelo BID, voltado para a revitalização da bacia do rio Mané Dendê no Parque São Bartolomeu, e que nessa ocasião foi temporariamente interrompido após uma decisão comunicada via whatsapp por uma facção do narcotráfico, criminosos ativos e instalados na comunidade. A expansão dos trabalhos com a continuidade da obra teve de ser suspensa ao tentar entrar em áreas controladas por facções rivais, demonstrando a força e a influência de uma das facções do crime organizado na região favorecida pelo projeto de requalificação urbana.
Com o domínio de facções sobre muitas áreas da RMS, até mesmo o Estado se vê obrigado a negociar e adaptar suas diligências de segurança em certas localidades da cidade. A exigência de demissões de trabalhadores que não pertençam ou não residam na área de territórios dominados por grupos rivais evidencia o quanto o poder público está em cheque de suas atribuições de manutenção da segurança e do bem estar da população. Essa realidade de interferência e controle por parte do crime organizado vem se repetindo em outros bairros da cidade: no Vale das Pedrinhas, Nordeste de Amaralina, Calabar, Tancredo Neves, Baixa do Bujão, Vale da Muriçoca na Av. Vasco da Gama, Cabula, Narandiba, Pernambués, Santo Inácio, Alto do Coqueirinho, Cajazeiras, Graça, Canela, Solar do Unhão e Gamboa de Baixo na Contorno.
As feridas criadas pelo crime organizado no tecido social provocada ao longo dos anos se alastra e se enraíza nas grandes localidades tradicionais de população de baixa renda, conhecidas pelos baianos que sobrevivem na carência de atenção de serviços essenciais oferecidos pelo Estado, e que nos últimos dezesseis anos do governo do PT e seus puxa-sacos da esquerda, sentem na pele e presencia uma clara combinação de piora da vida sem segurança combinada com a ineficácia do enfrentamento policial ao crime organizado.
Essa ausência efetiva de segurança para a sociedade condiz com a fragilidade da precariedade de ações e a presença inepta do Estado nas comunidades populares e carentes, notadamente na sua função da segurança; o que tem facilitado a expansão de facções e o controle de bairros inteiros com o fortalecimento dessas organizações criminosas, dos seus negócios fomentados pela voz de ordem do narcotráfico em suas relações de ocupação de territórios rivais que caem sob duras regras extensivas ao controle das vidas dos moradores e do comércio das comunidades, fatos atuais publicados diariamente no noticiário das TVs e nas rádios, deixando a população de Salvador aterrorizada, colocando a RMS à mercê de uma visível escalada da violência brutal de facções contra a população em geral, vê-se uma guerra diária e descontrolada praticada pelo rigor do pulso armado e a ousadia sem limites da “lei do tráfico”, imposições de um governo do terror assumido pelo poder do narcotráfico sobre a população.
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