Não em Davos
por Paul Krugman
Anualmente, nesta época, pessoas ilustres e importantes – e muitos banqueiros também – se reúnem em Davos no Fórum Econômico Mundial. Eu compareço em raras ocasiões, mas na maioria das vezes não; deveria participar de uma conferência dentro das comemorações do 150º aniversário do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts -, mas o Amtrak falhou comigo e estou a caminho de Nova Jersey vindo de Nova York.
Por que não estou em Davos? Basicamente porque ali não tem muita coisa que me interesse. Jamais achei que conversar com líderes empresariais e políticos fosse uma boa maneira de entender o que está realmente ocorrendo; talvez isso dê certo para algumas pessoas, mas na minha opinião examinar atentamente dados e conversar com jovens economistas inteligentes é um modo muito melhor de ter alguns insights.
E acho que isso é verdade. As convenções que prevalecem na mídia de negócios significam que temos muito mais material sobre o que as PMS (Pessoas Muito Sérias) dizem, e mesmo artigos que envolvem muitos dados são concebidos com base em citações opostas às PMS. A verdade é que essas Pessoas Muito Sérias no geral não sabem mais (às vezes sabem menos) do que qualquer um que estudou os assuntos e tem acesso à banda larga – com a vantagem adicional de não haver interesses particulares similares.
Portanto, este fim de semana, enquanto os grandes analisam o mundo nas alturas rarefeitas de Davos, eu também estarei fazendo isso nas planícies de Nova Jersey. Você tem alguma coisa contra?
Fonte: Estadão | Blogs, 28/01/2011
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