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terça-feira, janeiro 18, 2011

austeridade é algo totalmente errôneo

“A crise capitalista também é uma crise de urbanização''
Enquanto alguns especialistas se esforçam em mostrar que a crise atual é uma crise das hipotecas subprimes ou a explosão de um capitalismo que se financeirizou, David Harvey prefere falar de “crises urbanas”, provocadas por uma febre da construção “não importa de que”.  Autor de Breve história do neoliberalismo, Harvey não só acusa à desregulação do setor financeiro como um dos fatores que levaram ao descalabro atual, como adverte que a supremacia do capital concentrado sobre as decisões políticas seguirá sendo um impedimento para sair da crise. Em sua passagem por Buenos Aires, convidado pelo Cemop, o geógrafo britânico dialogou com Cash sobre as transformações do mercado imobiliário nas últimas décadas, a orientação que teve a inversão em infraestrutura e a conseqüente “acumulação por espoliação”. Frente a um modelo que não é sustentável, Harvey propôs pensar “um novo tipo de urbanização”.
A entrevista é de Natalia Aruguete e publicada no jornal Pagina/12, 16-01-2011. A tradução é do Blog Boca do Mangue.
Eis a entrevista.
De sua perspectiva como geógrafo, que conexões encontra entre a urbanização e esta crise?
Uma das coisas que gostaria de enfatizar é a relação entre urbanização e formação da crise. Nas décadas de 50 e 60, o capitalismo se estabilizou com uma forma de massiva suburbanização: estradas, carros, um estilo de vida. Uma das perguntas é se são sustentáveis a longo prazo. No sul da Califórnia e da Flórida, que são epicentros da crise, estamos vendo que este modelo de suburbanização não serve mais. Alguns querem falar da crise do subprime, eu quero falar das crises urbanas. 
O que você acha das crises urbanas?
Na década de 80,  pensava-se que o Japão era uma potencia e ele caiu nos anos 90 com a crise dos preços da terra. Desde então, não se recuperou mais. Também existe uma preocupação nos Estados Unidos de que a crise imobiliária impeça a recuperação, apesar das tentativas feitas. Outra questão é que a forma de uso intensivo da energia requeria muitas extensões de terreno e criava um estilo de vida de lugares dispersos. Isso está concebendo, justamente, um novo tipo de urbanização. O que é surpreendente é que a China está copiando os Estados Unidos, o que é muito bobo. Observa-se que não é sustentável em vista da crise ambiental. Existe uma alta conexão entre desenvolvimento capitalista, crise capitalista e urbanização.
Em que medida a transformação do mercado imobiliário influenciou na crise da urbanização?
Onde as pessoas ricas puseram seu dinheiro nos últimos 30 anos? Até os anos 80, por dinheiro na produção dava mais lucro do que investir no negócio imobiliário. Daí em diante, começou a se pensar onde por o dinheiro para ter uma taxa de retorno maior. Os mercados imobiliários e da terra são muito interessantes: se eu invisto, o preço sobe, como o preço sobe, mais gente investe, então os preços continuam subindo. Em meados da década de 70, em Manhattan (Nova York), podia-se vender por 200 mil dólares um edifício que hoje custa milhões de dólares. Desde então, houve bolhas de diferentes tipos, que se arrebentaram uma a uma. Os mercados de ações enlouqueceram nos anos 90. Se você observar a participação dos diferentes setores no produto interno bruto (PBI) dos Estados Unidos, em 1994, o mercado acionário tinha uma participação de 50% no PBI. Em 2000 subiu para uns 120% e começou a cair com a “crise das pontocom”. Enquanto que a participação do mercado imobiliário no PBI começou a crescer e passou dos 90% a 130% no mesmo período.
O que você acha da direção que tomou o investimento em infraestrutura nas últimas décadas?
O capitalismo não pode funcionar sem sua infraestrutura típica: estradas, portos e vias, edifícios e fábricas. A grande pergunta é como se constroem estas infraestruturas e em que medida contribuem para a produtividade no futuro. Nos Estados Unidos se fala muito de pontes que não vão a lugar algum. Existe interesses muito grandes de lobbistas da construção que querem construir, não importa o que. Podem corromper governos para fazer obras que não terão utilidade nenhuma.
Um exemplo do que você descreve é o que aconteceu na Espanha, com o boom da construção.
Uma parte da explicação da crise na Grécia e na Espanha pode estar ligada com os investimentos em infraestrutura. A Grécia é também um caso típico, com os Jogos Olímpicos, grandes obras de infraestrutura que agora não tem uso. Nos anos 50 e 60, a rede de estradas e autopistas, nos Estados Unidos, foi muito importante para o melhoramento da produtividade. Algo similar se observa atualmente na China, com estradas, ferrovias e novas cidades, que nos próximos anos terão um alto impacto na produtividade.
Você acredita que a China está enfrentando a crise de forma diferente dos Estados Unidos?
Tem melhores condições que outros países, sobretudo porque conta com grandes reservas de divisas. Os Estados Unidos têm um grande déficit e a China, um grande superávit. O outro problema nos Estados Unidos é político.
Quais são os fatores políticos que dificultam sair da crise?
Quem tenta construir obras de infraestrutura úteis é imediatamente acusado de “socialista”, que é o que está sofrendo Barack Obama. Na China isso não importa porque têm outras condições políticas. O governo na China é autoritário e pode por as coisas em seu devido lugar. No caso do Congresso norteamericano, está dominado por grupos republicanos e democratas que dirigem os interesses econômicos e as condições para tomar decisões são outras.
Segue-se uma diferença na relação entre o poder político e o poder econômico nestes países.
Na China, por efeito da crise americana, a resposta foi fazer grandes projetos de infraestrutura de imediato. Além disso, o governo centralizado da China tem enorme poder sobre os bancos. Deu a ordem: “Concedam empréstimos aos governos municipais para obras e para o setor privado que estavam executando-as”. O governo central dos Estados Unidos não pode fazer isso. Mantém-se dizendo aos bancos: ”Emprestem” e os bancos dizem: “Não”. A China está crescendo a ritmos de 10% após a crise e os Estados Unidos está no chão.
Quais são as falhas institucionais que levaram a esta crise?
Desde a década de 70 houve uma idéia dominante de que a resposta era privatizar. Existem muitas alternativas para que o setor público proporcione melhores serviços do que o setor privado.
Você acha que esta opinião também entrou no sistema financeiro?
Nos Estados Unidos, na década de 30, os bancos de investimento estavam separados dos bancos comerciais. Nos últimos anos se permitiu que se unissem. É um caso de mudança de regulamentação, onde o Estado se retira do controle.
Como você avalia o tipo de regulação que se propuseram a implementar a partir da crise?
Existe uma teoria chamada “captura regulamentar”. Supõe por as galinhas para serem controladas  pelas raposas. Se você observa as formas de regulamentação propostas até agora, verá que as raposas estão ganhando e isso acontece  porque as raposas controlam também o Congresso dos Estados Unidos.
Existem diferenças entre as políticas promovidas nos Estados Unidos e na Europa?
Sim, existem diferenças. Um dos temas que estou estudando é justamente as diferenças que existem nos diferentes lugares. Por exemplo, na América Latina a reação dos governos foi muito mais sensível à crise do que se observa nos Estados Unidos e na Europa. Na Europa existe um grande conflito entre os países maiores e menores. A Alemanha, que por razões históricas tem uma obsessão com o tema da inflação, impõe o tema da austeridade. O triunfo de um governo conservador na Inglaterra também fortalece a idéia de austeridade. Por isso, não surpreende que a Europa esteja estagnada, enquanto a China está crescendo forte.
Que impacto têm as políticas de austeridade?
A  austeridade é algo totalmente errôneo. Em primeiro lugar, pelas diferenças de impacto entre classes sociais. Em geral, as classes mais baixas são as mais prejudicadas. Além disso, as classes mais baixas, quando têm algum dinheiro, gastam-no, enquanto que as classes altas o usam para gerar mais dinheiro e não necessariamente para fazer coisas produtivas.
Por exemplo?
Muitos ricos dos Estados Unidos compraram terras na América Latina. Isto levou ao aumento do preço da terra. No longo prazo, devemos pensar como o mundo pode viver dentro de suas possibilidades. Isso não significa austeridade, mas uma forma mais austera de viver, que não é o mesmo.
Em que se diferenciam?
Deveremos pensar sobre o que realmente precisamos para ter uma boa vida, pois muitas das coisas que pensamos do consumo são uma loucura; é dilapidar recursos naturais e humanos. Temos que pensar como fazemos no longo prazo para que 6 bilhões e 800 milhões de pessoas possam viver, ter moradia, saúde, alimento para ter  uma vida razoável  e feliz.
Fonte: IHU, 18/01/2011

sábado, dezembro 04, 2010

uma aventura epistemológica

“EPISTEMOLOGIA AMBIENTAL”[1]
por Isabel Cristina Moura Carvalho*
"O ambiente não é a ecologia, mas a complexidade do mundo". Com esta afirmação, Enrique Leff introduz o livro e convida a desvendar os caminhos de uma instigante reflexão sobre o fenômeno ambiental, deslocando-o das ciências naturais, um lugar tantas vezes reforçado pelas visões biologizantes que preponderam neste campo. Ao desnaturalizar a compreensão do ambiental, abre-se para o leitor uma aventura epistemológica cujo ponto de partida não é apreender o objeto do conhecimento em sua totalidade, mas aprender a aprender um novo saber sobre o ambiente. Assim, em sintonia com uma hermenêutica ambiental, esta reflexão desinstala o conhecimento do seu porto seguro, tal como prometido por uma razão objetivadora. A Epistemologia Ambiental, aqui apresentada, parte do questionamento da pretensão logocêntrica e demonstra a fragilidade da ciência moderna diante dos desafios postos pela crise ambiental e a complexidade do mundo.
Este percurso reflexivo traz a densidade da experiência de vida e da produção teórica do autor, que vem refletindo sobre a questão ambiental desde os anos 70, com vários títulos publicados em língua espanhola que já se tornaram referência no debate internacional. Felizmente, com a publicação de "Epistemologia Ambiental", assim como de "Ecologia, Capital e Cultura" (EDIFURB: 2000) e "Saber Ambiental" (Vozes: 2001), seu trabalho se tornou mais acessível também em língua portuguesa.
Professor da Universidade Autônoma do México e coordenador da Rede de Formação Ambiental do PNUMA, Leff vem atuando e refletindo sobre o campo ambiental desde um lugar privilegiado de um pensador, ele mesmo forjado no entrecruzamento de múltiplos saberes.
Nos cinco capítulos em que se organiza o livro pode-se acompanhar, através de uma cuidadosa articulação filosófica, o debate entre as ciências sociais e naturais estruturado na forma de um amplo diálogo com as principais matrizes do pensamento contemporâneo. Desta forma são interpelados, à luz da questão ambiental, o pensamento francês nas vertentes do racionalismo crítico (Bachelard, Caguilhen), do estruturalismo de Althusser e da filosofia epistêmica de Foucault, e a compreensão sociológica baseada na economia política de Marx e no conceito de racionalidade em Max Weber. Finalmente, o logos científico, com sua ambição totalizadora, é confrontado com a complexidade ambiental desde uma perspectiva que incorpora a noção de inconsciente, advinda da psicanálise.
Destacam-se, ao longo desta leitura, uma diversidade de interpretações sobre a questão ambiental onde tanto o sujeito que quer saber quanto o objeto sobre o qual se quer saber estão lado a lado, num jogo autopoiético de mútua interação e determinação. Em outras palavras, a via hermenêutica aqui escolhida e, consequentemente, a ruptura da dicotomia sujeito-objeto em que essa implica, torna esta reflexão um empreendimento que reposiciona não apenas o ambiente enquanto alteridade, mas, sobretudo o sujeito que o conhece e seu modo de conhecer. Assim, ao problematizar a epistemologia do fenômeno ambiental, estão em causa tanto o ambiente quanto o sujeito cognoscente.
Desta forma, poder-se-ia alertar o leitor para que, ao longo desta inquietante leitura, será ele o objeto, desafiado face aos riscos e às incertezas das possíveis reconstruções de um mundo expandido pela complexidade. No entanto, o alerta seria provavelmente inútil, uma vez que, ao saber disto o leitor provavelmente já terá sido lançado ao sabor e aos riscos de uma jornada onde o sujeito e o mundo jamais voltam a ser os mesmos.
Neste itinerário que passa pelas principais rupturas epistemológicas do pensamento contemporâneo, delineia-se uma epistemologia ambiental da qual desdobram-se um saber e uma racionalidade ambiental. Mais do que um corpo acabado de conhecimentos, o saber ambiental é aqui, sobretudo uma postura epistemológica que não cede diante da complexidade do mundo, evitando a armadilha reducionista de uma ciência em busca da unidade do saber. Sustenta, assim, a renúncia ao desejo de retotalizar seu objeto. O saber ambiental não é, portanto, um suposto saber tudo sobre o ambiente. Ao contrário, incorpora o desconhecimento como parte constitutiva do projeto de conhecer a vida do mundo desde o mundo de vida dos sujeitos. Neste sentido, a noção de "ambiente" é ela própria emblemática deste reposicionamento da relação sujeito-objeto. Ao mesmo tempo em que o ambiente alude ao horizonte onde se situa o sujeito, ao ser tematizado torna-se objeto do conhecimento deste mesmo sujeito.
Neste círculo compreensivo da hermenêutica ambiental, é precisamente o trânsito — entre sujeito e objeto, universal e particular, subjetividade e objetividade, sociedade e natureza — que instaura a abertura do conhecimento. Neste caminho deliberadamente errante, o pensamento recusa-se às tentativas simplificadoras de resolução das aporias pela sua anulação e, como saída para os dilemas da compreensão do mundo, sugere a viagem sem destino traçado daquele que se dispõe a enfrentar os riscos e as surpresas do encontro com a alteridade e a complexidade.
Retomando os conceitos da fenomenologia e da psicanálise evocados por Leff em sua argumentação, poderíamos dizer que é justamente a abertura em ser bem como o reconhecimento da falta em ser, o que diferencia o projeto desta epistemologia ambiental de uma ecologização das ciências, isto é, da internalização de uma dimensão ambiental nas diversas áreas do conhecimento. Do mesmo modo, a epistemologia ambiental não está subsumida na construção do espaço interdisciplinar através da identificação dos nexos possíveis entre as disciplinas científicas. A proposta aqui construída aponta, sobretudo, para um novo espaço social e epistêmico formado pelo encontro de saberes. Ao redesenhar as margens pré-definidas da ciência enquanto único campo de validação do conhecimento, outros saberes, experiências e atores sociais (populações tradicionais, movimentos e grupos sociais) são reconhecidos como interlocutores na construção de uma racionalidade ambiental.
O acolhimento da alteridade, a valorização da diferença e o respeito à diversidade performam o horizonte ético-político da epistemologia ambiental. Contraponto da razão hegemônica e filha da crise civilizatória, esta nova racionalidade tem consequências políticas evidentes. Para dentro do campo ambiental, esta postura não corrobora com uma visão orientada para o consenso e para diluição dos conflitos socioambientais, articulada pelo discurso de um futuro comum. Para além do campo ambiental, esta postura está em consonância com um projeto social alternativo que anseia por uma "revolução epistemológica" ou, ainda, poderíamos dizer uma "reconstrução do mundo". Contra um cenário antiutópico e desagregador dos laços societários, a epistemologia ambiental aposta em uma nova utopia societária e epistêmica, capaz de ressemantizar os sentidos do viver e do agir político.
* Isabel Cristina Moura Carvalho é Psicóloga, doutora em educação pela UFRGS.


[1] LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez Editora, 2001. 240 p.

terça-feira, agosto 24, 2010

China, Índia, cenários de um modelo

Enorme necessidade energética da China cria cenário propício a desastres ambientais


Vazamento de petróleo em Dalian, China. Foto: Reuters/NYT
Vazamento de petróleo em Dalian, China. Foto: Reuters/NYT

Às vezes as estatísticas colidem no momento exato para mostrar um quadro mais amplo. A necessidade crescente de energia da China está resultando num aumento dos incidentes industriais, e são poucas as chances de que a série de catástrofes ambientais do país diminua no futuro próximo.
Faz um mês que a República do Povo sofreu seu pior vazamento de petróleo. O desastre de 16 de julho aconteceu num momento sensível para Beijing, ao mesmo tempo em que veio a notícia de que a China ultrapassou os Estados Unidos no consumo de energia.
O vazamento aconteceu depois que dois oleodutos explodiram num depósito de armazenagem de petróleo no porto de Dalin, administrado pela China National Petroleum Corp., parente da companhia mais valorizada por capitalização de mercado do mundo, a PetroChina. Desde 2006, o local do acidente havia sido considerado um risco ambiental pelas autoridades locais. Reportagem de Sam Chambers, International Herald Tribune/The New York Times.
O incidente detonou uma chama espetacular que queimou por três dias, espalhando um cheiro acre pela metrópole do nordeste chinês, que costumava vencer as enquetes sobre cidade mais habitável da China.
Alguns dias depois da explosão, a Agência Internacional de Energia disse que a China era a maior consumidora de energia do mundo, e não os Estados Unidos. A mudança histórica aconteceu anos antes do que se previa, uma vez que o consumo de energia da China mais do que dobrou em menos de uma década.
A AIE disse que o consumo de energia da China em 2009, do petróleo e carvão até a energia eólica e solar, equivaleu a 2,265 bilhões de toneladas de petróleo. Os Estados Unidos usaram 2,169 bilhões de toneladas no ano passado. Per capita, entretanto, os norte-americanos ainda consomem cinco vezes mais energia.
No ano passado a China se tornou o maior mercado de carros do mundo. Só em agosto de 2009 os habitantes de Beijing compraram mais carros novos do que toda a população norte-americana. E no entanto a China tem apenas 1/20 do número de carros por pessoa do que os Estados Unidos têm. E a consultoria Mckinsey estima que o número de automóveis nas estradas da China irá mais do que triplicar até 2020.
Beijing contestou os números da AIE. Entretanto, a confusão estatística foi esclarecida mais tarde com números do próprio ministério de proteção ambiental da China.
O número de acidentes ambientais aumentou 98% nos primeiros seis meses do ano, de acordo com o ministério, enquanto a demanda por energia e minerais levou ao envenenamento de rios e derramamentos de óleo no país que hoje é o maior poluidor do mundo.
“O rápido desenvolvimento econômico está ocasionando cada vez mais conflitos com a capacidade de o meio ambiente absorver” as demandas, disse o ministério numa declaração no mês passado. Ele acrescentou que a qualidade do ar se deteriorou pela primeira vez em cinco anos nos seis primeiros meses deste ano.
Durante as duas últimas décadas, o fornecimento de petróleo se tornou uma prioridade de segurança nacional. Em janeiro de 2009, a dependência da China do petróleo estrangeiro atingiu 50% pela primeira vez. Essa dependência só irá crescer – nem a China, nem a Índia nesse caso, têm reservas significativas de petróleo para explorar; seu crescimento econômico irá continuar e superar em muito a capacidade da produção doméstica de petróleo. Importar a maior parte de sua necessidade energética é agora um fato para as duas nações mais populosas do mundo.
Entre 2004 e 2009, a China respondeu por 40% do aumento total do consumo de petróleo, um fator-chave no aumento dos preços do petróleo visto durante o período. Beijing sabe que qualquer interrupção no fornecimento de petróleo deixará o país refém dos interesses estrangeiros, gerará um caos em sua indústria manufatureira e deixará milhões de pessoas desempregadas.
Assim, a China embarcou num esforço para aumentar seus estaleiros e frota mercante, e está aumentando o investimento estratégico em algumas áreas portuárias, principalmente no oceano Índico. Beijing quer que a China seja a maior construtora de navios até 2015, e que 40% de todas as importações de petróleo do país sejam feitas por navios chineses até essa data.
Há uma década só existia um estaleiro na China capaz de construir os grandes navios-tanque. Hoje, o país tem uma dúzia de estaleiros capazes de construir esses navios gigantescos.
No ano de 2000, a frota da China carregava apenas 6,7% das importações de óleo bruto do país; essa quantidade aumentou para 20% em 2005. O objetivo de 40% deve ser atingido em 2011, quatro anos antes do previsto, enquanto a maior parte das entregas de novos navios a cada duas semanas é feita para proprietários chineses. Mas a qualidade ainda é um problema – a mão de obra de baixa qualidade transforma muitos dos navios construídos na China em bombas-relógio ambientais.
A China também acelerou dramaticamente a construção de grandes terminais de petróleo acima de 200 mil toneladas de porte bruto. Em 2000, existiam apenas três grandes terminais de petróleo para o país inteiro. No final de 2009, a China havia construído 13 terminais de petróleo de 200 mil toneladas de porte bruto ou mais, com a capacidade de receber 282 milhões de toneladas de petróleo.
No período de uma década, a China construiu uma gama incrível de infraestrutura para gerir seu comércio marítimo de petróleo. Ninguém nunca montou uma frota de navios-tanque ou terminais dessa escala num período tão curto de tempo. Mas essa pressa traz problemas – como mostra o desastre de Dalian.
(Sam Chambers é coautor de “Petróleo na Água”, um estudo sobre como a China está mudando os padrões do comércio mundial de petróleo.)
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Tradução: Eloise De Vylder
Reportagem [China's Ticking Time Bomb] do International Herald Tribune/The New York Times, no UOL Notícias.
Fonte: EcoDebate, 24/08/2010

domingo, julho 25, 2010

outra racionalidade

A Globalização Econômica e a Morte da Natureza
por Enrique Leff *

A crise ambiental foi o grande desmancha-prazeres na comemoração do triunfo do desenvolvimentismo, expressando uma das falhas mais profundas do modelo civilizatório da modernidade. A economia, a ciência da produção e distribuição, mostrou seu rosto oculto no disfarce de sua racionalidade contra natura. O caráter expansivo e acumulativo do processo econômico suplantou o princípio de escassez que funda a economia, gerando uma escassez absoluta, traduzindo-se em um processo de degradação global dos recursos naturais e serviços ambientais. Este fato se torna manifesto na deterioração da qualidade de vida, assim como na autodestruição das condições ecológicas do processo econômico (J. O’Conner, 1988). A degradação ecológica é a marca de um crise de civilização, de uma modernidade fundada na racionalidade econômica e científica como valores supremos do projeto civilizatório da humanidade, que tem negado a natureza como fonte de riqueza, suporte de significações sociais e raiz da co-evolução ecológico-cultural. Apesar da marca indelével dessa falta, a queda do socialismo real converteu-se em um argumento triunfalista para a racionalidade econômica unipolar, para a expansão e globalização do mercado sem contrapesos políticos e de um novo crescimento, com controles ecológicos, mas sem limites.
Nesse sentido, a viabilidade do desenvolvimento sustentável converteu-se em um dos maiores desafios históricos e políticos do nosso tempo. Dali surgiu o imperativo de ecologizar a economia, a tecnologia e a moral. Nessa perspectiva se inscrevem as tentativas da economia neoclássica para internalizar as externalidades ambientais com os critérios da racionalidade econômica, ou os da economia ecológica para fundar um novo paradigma, capaz de integrar os processos ecológicos, populacionais e distributivos aos processos de produção e consumo. A economia ambiental (a economia neoclássica dos recursos naturais e da contaminação) supõe que o sistema econômico pode internalizar os custos ecológicos e as preferências das gerações futuras, atribuindo direitos de propriedade e preços de mercado aos recursos naturais e serviços ambientais, de maneira que estes pudessem integrar-se às engrenagens dos mecanismos de mercado que se encarregariam de regular o equilíbrio ecológico e a equidade social. No entanto, a reintegração da natureza e da economia enfrenta o problema de traduzir os custos de conservação e restauração em uma medida homogenia de valor. A economia ecológica assinalou a incomensurabilidade dos processos energéticos, ecológicos e distributivos com a contabilidade econômica, assim como a impossibilidade de reduzir os valores da natureza, da cultura e da qualidade de vida à condição de simples mercadorias, e os limites que impõe as leis da entropia ao crescimento econômico. A valorização dos recursos naturais está sujeita a temporalidades ecológicas de regeneração e produtividade, que não correspondem aos ciclos econômicos, e a processos sociais e culturais que não podem reduzir-se à esfera econômica. A internalização das condições ambientais da produção implica, assim, a necessidade de caracterizar os processos sociais que subjazem e desde onde se atribui um valor – econômico, natural – à natureza.
A crise de recursos deslocou a natureza do campo da reflexão filosófica e da contemplação estética para reintegrá-la ao processo econômico. A natureza deixou de ser um processo de trabalho e uma matéria-prima para converter-se em uma condição, um potencial e um meio de produção. A conservação dos mecanismos reguladores e processos produtivos da natureza aparecem assim como condição de sobrevivência e fonte de riqueza, induzindo processos de apropriação dos meios ecológicos de produção e a definição de novos estilos de vida. No entanto, a problemática ambiental supera o propósito de realizar “ajustes (ecológicos) estruturais” no sistema econômico e de construir um futuro sustentável através de ações racionais com ajuste a valores ambientais.
Desde tempos imemoriais a sociedade humana tem incorporado normas morais que provaram ser fundamentais para a sobrevivência e a convivência humanas. A proibição do incesto foi uma lei interna da cultura que o homem aprendeu antes de ser formulada por algum antropólogo, e o mito de Édipo marcou a condição do desejo a partir de onde foi traçada a história da subjetividade e da cultura humana. No entanto, a racionalidade científica do Iluminismo construiu um projeto ideológico que pretendia emancipar o homem das leis-limite da natureza. Dessa maneira, a razão cartesiana e a física newtoniana modelaram uma racionalidade econômica baseada em um modelo mecanicista, ignorando as condições ecológicas que impõem limites e potenciais à produção. A economia foi se desprendendo de suas bases materiais para ficar suspensa no circuito do abstrato dos valores e preços do mercado.
A tomada de consciência a respeito dos limites do crescimento que surge da visibilidade da degradação ambiental – mais que das formulações científicas sobre a segunda lei da termodinâmica – desponta como uma crítica ao paradigma normal da economia. Na beira do precipício, soou o alarme ecológico anunciando uma catástrofe tão inesperada como impensável na auto-complacência do progresso científico-ecológico, e a convicção, tanto no campo capitalista como no socialista, de que o desenvolvimento das forças produtivas abriria as portas para uma sociedade de pós-escassez e à liberação do homem do reino da necessidade. Ao ser levantado o véu teórico e ficar desnudada a realidade flagrante da degradação ambiental, apresentou-se uma fratura teórica e social de maiores consequências do que a revolução copernicana ante o poder teológico construído em torno do sistema ptolomaico.
       No entanto, o paradigma econômico – o sistema científico e institucional – tem sido incapaz de assimilar a crítica apresentada pela lei da entropia e da racionalidade econômica. Em face das propostas de colocar um freio no crescimento e da transição a um economia de estado estacionário – fundados no reconhecimento das leis da termodinâmica que condenam o processo econômico e a degradação entrópica -, a teoria e as políticas econômicas procuram eludir o limite e acelerar o processo de crescimento, montando um dispositivo ideológico e uma estratégia de poder para capitalizar a natureza. Daí emergem o discurso neoliberal e a geopolítica do desenvolvimento sustentável, reafirmando o livre mercado como mecanismo mais clarividente e eficaz para ajustar os desequilíbrios ecológicos e as desigualdades sociais. Além dos obstáculos epistemológicos, das controvérsias em torno dos sentidos da sustentabilidade e do enfrentamento de interesses para ecologizar a economia e dissolver as “contradições” da racionalidade econômico-tecnológica – formal instrumental – dominante, várias questões estão no centro dessa polêmica, como, por exemplo, a eficácia das políticas ambientais para incorporar os valores da natureza, seja mediante instrumentos econômicos (subsídios, impostos e incentivos; contas verdes e indicadores de sustentabilidade) ou de normas ecológicas que estabeleçam as condições externas que deve assumir a economia de mercado. Nesse espectro de reformas da racionalidade econômica se situa o debate das possíveis soluções tecnológicas (tecnologias mais limpas, desmaterialização da produção), assim como o lugar dos valores e a moral dos indivíduos para corrigir os desvios do sistema econômico através de uma ética conservacionista e da “soberania dos consumidores”.
       A crise ambiental colocou a descoberto a insustentabilidade ecológica da racionalidade econômica. Daí o propósito de internalizar as externalidades socioambientais do sistema econômico ou de submeter o processo econômico às leis ecossistêmicas nas quais se inscreve. Isso representa o problema da incomensurabilidade entre os sistemas econômicos e ecológicos, entre processos físicos, biológicos, termodinâmicos, culturais, populacionais, políticos e econômicos, que conformam diferentes ordens de materialidade, e a diferença das possíveis estratégias para compatibilizar políticas econômicas e ambientais e para transitar para um desenvolvimento sustentável. Três grandes vertentes foram apresentadas para enfrentar os desafios da sustentabilidade: a) a economia ambiental que procura incorporar as condições ambientais da sustentabilidade – os processos energéticos, ecológicos e culturais externos ao sistema econômico -, através de uma avaliação de custos e benefícios ambientais e sua tradução em valores econômicos e preços de mercado. b) a economia ecológica que estabelece o limite entrópico do processo econômico e a incomensurabilidade entre processos ecológicos e os mecanismos de valorização do mercado, procurando desenvolver um novo paradigma que integre processos econômicos, ecológicos, energéticos e populacionais. c) a possibilidade de pensar e construir uma nova racionalidade produtiva, fundada na articulação de processos ecológicos, tecnológicos e culturais que constituem um potencial ambiental de desenvolvimento sustentável.
Uma questão fundamental nesse debate se refere à possibilidade de globalizar e estender a racionalidade econômica para todas as comunidades e espaços de sociabilidade, que dizer, a capacidade de universalizar a razão econômica diante das limitações que lhe impõe a própria natureza dos sistemas vivos e dos ecossistemas (suas condições de conservação e regeneração), assim como os valores culturais de povos e comunidades que resistem a serem absorvidos pela lógica do mercado e reduzidos às razões do poder dominante. Se uma argumentação fundamentada e coerente, assim como a realidade evidente, mostram que nem a eficácia do mercado, nem  a norma ecológica, nem uma moral conservacionista, nem uma solução tecnológica são capazes de reverter a degradação entrópica, a concentração de poder e a desigualdade social geradas pela racionalidade econômica, então é necessário apresentar a possibilidade de outra racionalidade, capaz de  integrar os valores da diversidade cultural, os potenciais da natureza, a equidade e a democracia como valores que sustentam a convivência social e como princípios de uma nova racionalidade produtiva, em sintonia com os propósitos de sustentabilidade. Para isso é necessário elucidar os princípios que fundamentam os desafios apresentados pela construção de uma racionalidade ambiental.

(*) Enrique Leff é um economista mexicano, doutor em Economia do Desenvolvimento pela Sorbonne (1975), é professor de Ecologia Política e Políticas Ambientais na Pós-Graduação daUniversidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e, desde 1986, coordenador da Rede de Formação Ambiental para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Também é conhecido no Brasil como professor do Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, junho 28, 2010

ecossistemas em perigo

A cadeia alimentar no Golfo do México corre perigo

na tela ou dvd

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  • Amor e outras drogas
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