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sexta-feira, dezembro 10, 2010

dados do PIB dos Municípios do IBGE

Seis capitais concentram 25% do PIB do país

por Pedro Soares |do Rio
Os seis municípios com as maiores participações no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, todos capitais, representam cerca de 25% da produção de bens e serviços do país, segundo dados do PIB dos Municípios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com dados de 2008, divulgados nesta sexta-feira.
Na lista, estão: São Paulo (SP), 11,8%; Rio de Janeiro (RJ), 5,1%; Brasília (DF), 3,9%; Curitiba (PR), 1,4%; Belo Horizonte (MG),1,4% e Manaus (AM), 1,3%. Esse grupo abrigava uma fatia menor da população (13,5%), o que revela a concentração do PIB do país.
Em 2004, as cinco cidades com mais altos PIB's abocanham 25% da produção de bens e serviços. Apenas a capital do Amazonas, cuja economia cresce na esteira da indústria da zona franca, passou a integrar a lista dos maiores PIB's.
Na outra ponta, os 1.313 municípios com os menores PIB (3,4% da população) respondiam por apenas 1% do PIB nacional.
Entre as capitais, Palmas (TO) tinha o menor PIB de 2008. Florianópolis (SC), por sua vez, era a única que não ocupava a primeira posição em seu Estado --ficou atrás de Joinville e de Itajaí. Juntas, as 27 capitais geraram mais de um terço (33,9%) do PIB brasileiro.
Outro dado revela a concentração da economia brasileira: as capitais do Norte foram responsáveis por 2,4% do PIB de 2008; enquanto as Sudeste corresponderam por 19% da geração de riqueza do país.
PIB per capita
Sede da segunda maior refinaria da Petrobras, a pequena São Francisco do Conde (BA) tinha o maior PIB per capita do país: R$ 288.371. A média nacional era de R$ 15.989. Outras duas cidades ligadas à indústria do petróleo --Triunfo (RS) e Quissamã (RJ)-- integravam a lista das cinco maiores rendas per capitas brasileiras.
Entre as capitais, Vitória (ES) possuía o mais alto PIB per capita: R$ 71.407. Em seguida, vinham Brasília (R$ 45.978), São Paulo (R$ 32.494), Porto Alegre (R$ 25.712) e Rio de Janeiro (R$ 25.122).
Apesar de perder participação em anos anteriores, São Paulo se mantinha, em 2008, como principal polo industrial do país --com peso de 8,7%, abaixo dos 9,9% de 2004. Campos dos Goytacazes (norte fluminense), graças à exploração de petróleo na bacia de Campos, ficou com o segundo lugar no ranking do PIB industrial (3,4% de participação), posição alcançada desde 2005.
Já na agropecuária, Sorriso (MT), produtor de soja, tem o maior PIB da atividade. valor adicionado bruto da agropecuária. Já nos serviços, apenas duas capitais (São Paulo e Rio de Janeiro) correspondiam a 25% da produção do setor.
Fonte: Folha de São Paulo, 10/12/2010

terça-feira, agosto 24, 2010

China, Índia, cenários de um modelo

Enorme necessidade energética da China cria cenário propício a desastres ambientais


Vazamento de petróleo em Dalian, China. Foto: Reuters/NYT
Vazamento de petróleo em Dalian, China. Foto: Reuters/NYT

Às vezes as estatísticas colidem no momento exato para mostrar um quadro mais amplo. A necessidade crescente de energia da China está resultando num aumento dos incidentes industriais, e são poucas as chances de que a série de catástrofes ambientais do país diminua no futuro próximo.
Faz um mês que a República do Povo sofreu seu pior vazamento de petróleo. O desastre de 16 de julho aconteceu num momento sensível para Beijing, ao mesmo tempo em que veio a notícia de que a China ultrapassou os Estados Unidos no consumo de energia.
O vazamento aconteceu depois que dois oleodutos explodiram num depósito de armazenagem de petróleo no porto de Dalin, administrado pela China National Petroleum Corp., parente da companhia mais valorizada por capitalização de mercado do mundo, a PetroChina. Desde 2006, o local do acidente havia sido considerado um risco ambiental pelas autoridades locais. Reportagem de Sam Chambers, International Herald Tribune/The New York Times.
O incidente detonou uma chama espetacular que queimou por três dias, espalhando um cheiro acre pela metrópole do nordeste chinês, que costumava vencer as enquetes sobre cidade mais habitável da China.
Alguns dias depois da explosão, a Agência Internacional de Energia disse que a China era a maior consumidora de energia do mundo, e não os Estados Unidos. A mudança histórica aconteceu anos antes do que se previa, uma vez que o consumo de energia da China mais do que dobrou em menos de uma década.
A AIE disse que o consumo de energia da China em 2009, do petróleo e carvão até a energia eólica e solar, equivaleu a 2,265 bilhões de toneladas de petróleo. Os Estados Unidos usaram 2,169 bilhões de toneladas no ano passado. Per capita, entretanto, os norte-americanos ainda consomem cinco vezes mais energia.
No ano passado a China se tornou o maior mercado de carros do mundo. Só em agosto de 2009 os habitantes de Beijing compraram mais carros novos do que toda a população norte-americana. E no entanto a China tem apenas 1/20 do número de carros por pessoa do que os Estados Unidos têm. E a consultoria Mckinsey estima que o número de automóveis nas estradas da China irá mais do que triplicar até 2020.
Beijing contestou os números da AIE. Entretanto, a confusão estatística foi esclarecida mais tarde com números do próprio ministério de proteção ambiental da China.
O número de acidentes ambientais aumentou 98% nos primeiros seis meses do ano, de acordo com o ministério, enquanto a demanda por energia e minerais levou ao envenenamento de rios e derramamentos de óleo no país que hoje é o maior poluidor do mundo.
“O rápido desenvolvimento econômico está ocasionando cada vez mais conflitos com a capacidade de o meio ambiente absorver” as demandas, disse o ministério numa declaração no mês passado. Ele acrescentou que a qualidade do ar se deteriorou pela primeira vez em cinco anos nos seis primeiros meses deste ano.
Durante as duas últimas décadas, o fornecimento de petróleo se tornou uma prioridade de segurança nacional. Em janeiro de 2009, a dependência da China do petróleo estrangeiro atingiu 50% pela primeira vez. Essa dependência só irá crescer – nem a China, nem a Índia nesse caso, têm reservas significativas de petróleo para explorar; seu crescimento econômico irá continuar e superar em muito a capacidade da produção doméstica de petróleo. Importar a maior parte de sua necessidade energética é agora um fato para as duas nações mais populosas do mundo.
Entre 2004 e 2009, a China respondeu por 40% do aumento total do consumo de petróleo, um fator-chave no aumento dos preços do petróleo visto durante o período. Beijing sabe que qualquer interrupção no fornecimento de petróleo deixará o país refém dos interesses estrangeiros, gerará um caos em sua indústria manufatureira e deixará milhões de pessoas desempregadas.
Assim, a China embarcou num esforço para aumentar seus estaleiros e frota mercante, e está aumentando o investimento estratégico em algumas áreas portuárias, principalmente no oceano Índico. Beijing quer que a China seja a maior construtora de navios até 2015, e que 40% de todas as importações de petróleo do país sejam feitas por navios chineses até essa data.
Há uma década só existia um estaleiro na China capaz de construir os grandes navios-tanque. Hoje, o país tem uma dúzia de estaleiros capazes de construir esses navios gigantescos.
No ano de 2000, a frota da China carregava apenas 6,7% das importações de óleo bruto do país; essa quantidade aumentou para 20% em 2005. O objetivo de 40% deve ser atingido em 2011, quatro anos antes do previsto, enquanto a maior parte das entregas de novos navios a cada duas semanas é feita para proprietários chineses. Mas a qualidade ainda é um problema – a mão de obra de baixa qualidade transforma muitos dos navios construídos na China em bombas-relógio ambientais.
A China também acelerou dramaticamente a construção de grandes terminais de petróleo acima de 200 mil toneladas de porte bruto. Em 2000, existiam apenas três grandes terminais de petróleo para o país inteiro. No final de 2009, a China havia construído 13 terminais de petróleo de 200 mil toneladas de porte bruto ou mais, com a capacidade de receber 282 milhões de toneladas de petróleo.
No período de uma década, a China construiu uma gama incrível de infraestrutura para gerir seu comércio marítimo de petróleo. Ninguém nunca montou uma frota de navios-tanque ou terminais dessa escala num período tão curto de tempo. Mas essa pressa traz problemas – como mostra o desastre de Dalian.
(Sam Chambers é coautor de “Petróleo na Água”, um estudo sobre como a China está mudando os padrões do comércio mundial de petróleo.)
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Tradução: Eloise De Vylder
Reportagem [China's Ticking Time Bomb] do International Herald Tribune/The New York Times, no UOL Notícias.
Fonte: EcoDebate, 24/08/2010

sexta-feira, agosto 13, 2010

o reino da indústria petroleira

O indefensável ofício de perfurar no mar
por Emilio Godoy, da IPS - http://www.envolverde.com.br/
Cidade do México, México, 13/8/2010 – O vazamento de petróleo no Golfo do México reviveu as preocupações pelas condições de trabalho nas plataformas de extração deste país.
Bloqueios à liberdade sindical, falta de seguros, baixos salários, pouca capacitação e práticas corruptas figuram entre as anomalias reinantes na indústria petroleira privada do México, segundo denúncias de sindicalistas e especialistas no assunto.
“Os trabalhadores das empresas privadas não estão capacitados para atividades em alto mar”, afirmou à IPS Ysmael García, secretário do Interior do sindicato Ordem de Capitães e Pilotos Navais da República Mexicana (OCPNRM). “Aos terceirizados e subterceirizados o que interessa é fazer dinheiro”, acrescentou o dirigente desta entidade que agrupa mais de 300 membros de empresas particulares.
Na Sonda de Campeche, a principal fonte de petróleo mexicana situada no Golfo, mais de 1.100 quilômetros a sudeste da capital do país, funcionam cerca de cem plataformas de exploração e produção, nas quais trabalham cerca de 20 mil pessoas. Destas, aproximadamente quatro mil pertencem à estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) e o restante a empresas privadas.
Os dois grupos pertencem a universos distintos, pois os operários da estatal possuem seguro e assistência médica, enquanto os das empresas privadas exercem seu trabalho em meio a uma virtual falta de defesa, em uma atividade de risco por sua exposição especialmente a fenômenos climáticos, como tempestades ou temperaturas altas ou baixas.
“O México está no fim da tabela mundial em questões como saúde, inspeção e segurança industrial. O que ocorre é muito ruim”, afirmou à IPS o escocês Norrie McVicar, diretor do grupo de trabalho offshore (em alto mar) da Federação Internacional de Trabalhadores do Transporte (ITF). A questão da indústria de exploração de petróleo no subsolo marinho foi um dos assuntos abordados no 42º Congresso Internacional da ITF, que reúne 368 sindicatos de 112 nações e terminou ontem, na cidade do México. A ITF, com sede em Londres, lançou em 2005 uma campanha para promover a segurança no ramo offshore e denunciar violações trabalhistas.
A plataforma Deepwater Horizon, propriedade da empresa suíça Transocean Ltd., alugada pela multinacional britânica British Petroleum, pegou fogo no dia 20 de abril diante da costa do Estado norte-americano da Louisiana e afundou dois dias depois. A tragédia causou o desaparecimento de 11 trabalhadores e outros 17 feridos. No total, 126 pessoas trabalhavam na instalação, 79 da Transocean, seis da BP e o restante eram trabalhadores eventuais. As plataformas, autênticos hotéis em alto mar, são estruturas metálicas assentadas sobre sapatas encravadas no fundo do mar. Algumas são submergíveis e semi-submergíveis e funcionam para extrair e transportar o petróleo dos poços.
Em setembro de 2008, delegados de 45 países pertencentes ao grupo de trabalho da ITF foram até a Sonda de Campeche para documentar as condições dos trabalhadores. Dessa visita surgiu o informe “Sonda de Campeche: modelo de exploração trabalhista”, elaborado pela jornalista mexicana Ana Pérez. As queixas por questões trabalhistas contra as prestadoras de serviços da Pemex giram em torno de cinco mil na última década, segundo o Ministério do Trabalho e da Previdência social. Os trabalhadores costumam permanecer nas plataformas de perfuração períodos de 14 e 28 dias, seguidos por permanência em terra por períodos iguais.
Em 2003, o não governamental Centro de Ação e Reflexão Trabalhista citou um grupo de arrendadores de plataformas no México entre os maiores violadores de leis trabalhistas. “Nas plataformas existem três classes de trabalhadores: os estrangeiros, os da Pemex e os privados, atendidos de maneiras diferentes pelas leis. Para as empresas sai mais barato contratar pessoal que não tem a devida capacidade. As autoridades sabem das irregularidades e nada fazem”, acusou à IPS o advogado Víctor Cruz.
Seu pai, Israel Cruz, representou com êxito os familiares de 247 tripulantes de uma embarcação contratada pela Pemex, que afundou em 1993 na Sonda de Campeche, e chegou a um acordo extrajudicial com os operadores do barco. Em outubro de 2007, a plataforma Usumacinta, da Pemex, chocou-se contra o poço Kab-101 nessas mesmas águas, deixando 21 mortos e 19 feridos. Víctor Cruz representa legalmente um grupo de sobreviventes e familiares perante tribunais mexicanos e norte-americanos contra a companhia e os fabricantes dos equipamentos que sofreram o sinistro.
No ano passado, a Pemex relatou 161 acidentes, com índice de frequência de 0,42, menor em comparação a 2008. Para os terceirizados, a estatística foi de 137 e 0,51, respectivamente. “Muitos acidentes não são informados. A solução é pressionar a Pemex para que ponha fim a este modelo corrupto”, disse Muñoz, formado na Escola Náutica do Estado de Veracruz e dirigente sindical desde 2000.
Normas como o Regulamento Federal de Segurança, Higiene e Meio Ambiente de Trabalho obriga a estatal mexicana a inspecionar as condições trabalhistas. Desde 2005, a empresa aplica o Programa Emergente de Segurança, Saúde e Proteção Ambiental, que não é suficiente para evitar acidentes no setor.
Norrie propôs a criação de um órgão regulador autônomo, que cuide do desenvolvimento de práticas transparentes, e uma rigorosa gestão dos riscos e da segurança trabalhista. Três membros do grupo de trabalho se reuniram esta semana com autoridades mexicanas para discutir o assunto e conseguiram o compromisso de uma supervisão das plataformas, um passo novo até agora.
“À Pemex não convém a supervisão, porque teria de assumir uma série de compromissos. Creio que uma solução é que todos os trabalhadores, sem exceção, estejam cobertos pelos seguros milionários que as empresas costumam contratar no exterior”, recomendou Víctor.
O México não segue conteúdos de tratados como os convênios internacionais para Prevenir a Contaminação por Navios e Artefatos Marinhos, de 1973, e para a proteção da vida humana no mar, cuja versão original data de 1914 e teve sua última atualização em 1974, segundo as fontes. Além disso, o México não ratifica a Convenção do Trabalho Marítimo da Organização Internacional do Trabalho, de 2006, e que entraria em vigor no próximo ano, após ser ratificada por 30 Estados. Na América Latina, somente o Panamá o fez.
(IPS/Envolverde)
Fonte: Tratamento de Água, 13/08/2010.

quinta-feira, julho 15, 2010

meio ambiente, filmes, livros e "Ouro Negro"

Solanas denuncia delírio neoliberal contra meio-ambiente
Depois de fazer o mosaico cinematográfico da Argentina contemporânea pós-2001, o cineasta e político Fernando "Pino" Solanas lança "Ouro Negro", segunda parte da série "Terra Sublevada". “Ouro Impuro”, lançado em 2009, é a primeira parte; "Ouro Negro" tem estréia prevista ainda em março. Ambos os filmes formam um painel da depredação dos recursos minerais argentinos, e da luta contra a crescente contaminação do solo, do ar e da água.
Clarissa Pont - 08/03/2010
Fernando “Pino” Solanas hoje é deputado nacional pela cidade de Buenos Aires e encabeça o Proyecto Sur, movimento político que reúne o Partido Socialista Autêntico, a ala social da Central de los Trabajadores Argentinos (CTA), além de outras frentes importantes da esquerda argentina.
Diretor e roteirista de um dos mais importantes filmes latino-americanos da década de 80, Solanas tem se dedicado a registrar a Argentina pós-crise em documentários desde 2001. Enquanto Sur, de 1988, melhor direção em Cannes e Prêmio do Júri do Festival de Havana, despejava na tela uma história de amor ao país em ficção, “Memória do Saqueio”, “A Dignidade dos Ninguéns”, “Argentina Latente” e “A Próxima Estação”, montam o mais importante mosaico cinematográfico da Argentina contemporânea.
"A crise social dos fins de 2001, com a queda do governo de (Fernando) de la Rúa, marcou um antes e depois na Argentina. Eu voltei a filmar pelas ruas e foi nascendo a idéia de fazer um filme sobre a crise argentina mirando, sobretudo, uma geração jovem que não entendia direito o que estávamos passando", relembra Solanas.
O enredo do último documentário (narrado em duas partes) começa nos anos 90, quando as políticas neoliberais de Carlos Menem entregaram o petróleo e a mineração a corporações privadas e estrangeiras, liberaram substâncias tóxicas e métodos de extração depredadores, contaminaram fontes de água e o meio ambiente. A partir daí, os bloqueios de estradas e as assembléias dos ambientalistas fizeram nascer uma nova consciência, pela salvaguarda da vida e a recuperação dos recursos minerais no país.
“Filmes ou livros não mudam a realidade, mas ajudam muito. Veja, eu passei os últimos dez anos falando sobre o saqueio da mineração no país. Os que estão ao meu redor já escutaram mil vezes meus argumentos e podem repetir letra por letra. Mas eles não tinham as imagens. Quando saímos do cinema no outro dia depois da exibição de "Ouro Impuro", as pessoas me diziam “que coisa tão extraordinária”! E eu respondia, “pô, vocês já me escutaram falar sobre isso mil vezes”.
Entende? Esse é o valor do cinema e isso não se apaga”, conta Solanas, referindo-se á noite de exibição da primeira parte de "Terra Sublevada" no Cine Gaumont, especializado em cinema argentino, em Buenos Aires. A estréia de “Ouro Impuro” foi tão movimentada que o filme quase não pôde ser exibido em outubro do ano passado na capital argentina. Naquela noite, ônibus de sindicatos patronais das minerarias recrutaram trabalhadores sob a alegação de que o filme de Solanas seria responsável caso os empregos na região sumissem. A briga polarizou trabalhadores e moradores das comunidades atingidas pela mineração e atrasou a estréia em algumas horas.
Os embates são freqüentes desde a ocasião. Em fevereiro deste ano, durante coletiva de imprensa realizada em Catamarca, na Argentina, por ocasião da exibição do documentário no local, os mesmos trabalhadores mineiros entraram em confronto com a polícia tentando impedir a exibição. O filme pôde ser exibido em Andalgalá, Belém e Santa Maria, comunidades do entorno que foram registradas por Solanas. Sobre o incidente, Solanas afirmou à imprensa local não ser contra a mineração, mas aos grandes projetos. Ouro Impuro é uma viagem ao redor de algumas das explorações ao ar livre com cianureto que corporações instalaram no noroeste argentino: San Juan, La Rioja, Tucumán e Salta, além de Catamarca. Nas mega-jazidas, como as de Alumbrera e Veladero, colinas são lançadas pelos ares com explosivos e são utilizados, diariamente, de 80 a 100 milhões de litros de água potável misturados a 10 toneladas de cianureto.
Segundo Solanas, estes números surpreendem, mas não contam toda a história, já que “o saque das riquezas minerais do país acontece sem controle público e praticamente sem recolher impostos”. As histórias da luta contra a mineração são contadas por seus protagonistas: engenheiros, professores, caseiros de chácaras, indígenas, ambientalistas, vizinhos, que contam comoventes histórias de resistência. Um tanto estimulados pela luta das assembléias populares de Gualeguaychú contra a instalação da indústria de celulose Botnia, o movimento ambientalista já conquistou a proibição de mineração ao ar livre com substâncias tóxicas em sete províncias argentinas: Chubut, Rio Negro, La Pampa, Mendoza, São Luís, Córdoba e Tucumán.
Mas não apenas em filmes Solanas denunciou o saque promovido pelos delírios neoliberais de Carlos Menem. Depois de uma série de entrevistas nas quais abria fogo contra o então presidente argentino, levou seis tiros nas pernas em 1991, no que ficou para ele evidente tratar-se de um atentado político. O novo alvo de cineasta é o casal Kirchner. Tanto que, através da frente de esquerda Proyecto Sur, ele pretende concorrer às próximas eleições presidenciais na Argentina, em 2011. Apesar de ser um nome bastante cotado para a prefeitura da cidade de Buenos Aires, uma candidatura à presidência ainda esbarra na tímida votação do Proyecto Sur fora de Buenos Aires. A candidatura se baseia em um plano de governo em que as principais linhas estão na nacionalização da mineração e da exploração do petróleo argentino.
Fonte: Carta Maior. Matéria da Editoria: Meio Ambiente, 09/07/2010.

segunda-feira, julho 12, 2010

óleo em "leis mais frouxas"

Como se gesta uma catástrofe ecológica

“Reston, no Estado de Virginia, periferia de Washington DC, está a milhares de quilômetros do Golfo do México, de suas costas cheias de óleo e do desastre ecológico. No entanto, foi lá que tudo começou, onde estão os escritórios da corporação International Resgistries (IRI)”.
Quem conta é Khadua Sherife, jornalista, em artigo reproduzido na edição brasileira do Le Monde Diplomatique – uma das melhores, se não a melhor publicação escrita brasileira – deste mês. A empresa propõe a seus clientes – segue relatando ele – contornar a regulamentação marítima e instalar suas plataformas em um país com leis mais frouxas: a República das Ilhas Marshall, um arquipélago de 62 mil habitantes no meio do Oceano Índico. A British Petroleum é uma de suas clientes.
As Ilhas Marshall têm o maior índice de registros marítimos do mundo, com 221 plataformas de petróleo – 4 vezes mais do que os registros concedidos nos EUA, o país com as maiores empresas petroleiras. Como o Panamá e a Libéria, as Ilhas Marshall também propõem uma “jurisdição do sigilo”, funcionando como formas de paraísos fiscais e centros financeiros não continentais. Não é necessário sequer estar lá para obter essa forma de permissividade e criar uma empresa.
Sherife, fingindo ser um possível cliente, entrou em contato por internet com a IRI, apenas alguns dias da explosão do Golfo do México e recebeu como resposta que a criação de uma empresa registrada na Olha não tardaria mais do que um dia, com um custo total de USS 650 mil, mais 450 de renovação anual. Disseram que o status da nova empresa não seria publicado, podendo desfrutar da ausência completa de impostos e níveis de confidencialidade comercial inigualáveis.
Informa-se que a nova empresa deseja instalar uma plataforma do tamanho daquela da BP e a IRI propõe um parcelamento em cotas de 15 mil dólares, acrescidos de 15 centavos por barril e uma redução de 50% para uma frota de 10 ou mais plataformas com menos de 15 anos.
A BP valeu-se amplamente desses privilégios das Ilhas Marshall. Encabeçando 294 filiais registradas em países que garantem sigilo, aumentou sua produção, alugando a plataforma Deepwater Horizon. No dia 20 de abril deste ano a instalação da plataforma estava quase concluída, à exceção de um poço que ainda necessitava ser perfurado. Diante do curso diário da plataforma, os gerentes da BP decidiram ignorar os procedimentos de segurança. Embora estivessem conscientes dos problemas que o sistema de antiexplosão apresentava, buscaram um único objetivo: perfurar a qualquer custo.
Como uma das consequências disso, 11 operários morreram, milhares de pessoas foram direta e indiretamente afetadas e o ecossistema de Nova Orleans pode levar centenas de anos para se restabelecer. Mas o diretor da BP, Tony Hayward, afirmou: “O impacto ambiental desse desastre será, provavelmente, bastante modesto”. Assim se gestou a maior catástrofe ambiental contemporânea.

Fonte: Blog do Emir / Carta Maior - Postado por Emir Sader às 04:15 - 09/07/2010.

segunda-feira, junho 28, 2010

ecossistemas em perigo

A cadeia alimentar no Golfo do México corre perigo

na tela ou dvd

  • 12 Horas até o Amanhecer
  • 1408
  • 1922
  • 21 Gramas
  • 30 Minutos ou Menos
  • 8 Minutos
  • A Árvore da Vida
  • A Bússola de Ouro
  • A Chave Mestra
  • A Cura
  • A Endemoniada
  • A Espada e o Dragão
  • A Fita Branca
  • A Força de Um Sorriso
  • A Grande Ilusão
  • A Idade da Reflexão
  • A Ilha do Medo
  • A Intérprete
  • A Invenção de Hugo Cabret
  • A Janela Secreta
  • A Lista
  • A Lista de Schindler
  • A Livraria
  • A Loucura do Rei George
  • A Partida
  • A Pele
  • A Pele do Desejo
  • A Poeira do Tempo
  • A Praia
  • A Prostituta e a Baleia
  • A Prova
  • A Rainha
  • A Razão de Meu Afeto
  • A Ressaca
  • A Revelação
  • A Sombra e a Escuridão
  • A Suprema Felicidade
  • A Tempestade
  • A Trilha
  • A Troca
  • A Última Ceia
  • A Vantagem de Ser Invisível
  • A Vida de Gale
  • A Vida dos Outros
  • A Vida em uma Noite
  • A Vida Que Segue
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  • Africa dos Meus Sonhos
  • Ágora
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  • Amarcord
  • Amargo Pesadelo
  • Amigas com Dinheiro
  • Amor e outras drogas
  • Amores Possíveis
  • Ano Bissexto
  • Antes do Anoitecer
  • Antes que o Diabo Saiba que Voce está Morto
  • Apenas uma vez
  • Apocalipto
  • Arkansas
  • As Horas
  • As Idades de Lulu
  • As Invasões Bárbaras
  • Às Segundas ao Sol
  • Assassinato em Gosford Park
  • Ausência de Malícia
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  • Battlestar Galactica
  • Bird Box
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  • Bom Dia Vietnan
  • Boneco de Neve
  • Brasil Despedaçado
  • Budapeste
  • Butch Cassidy and the Sundance Kid
  • Caçada Final
  • Caçador de Recompensa
  • Cão de Briga
  • Carne Trêmula
  • Casablanca
  • Chamas da vingança
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  • Coincidências do Amor
  • Coisas Belas e Sujas
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  • Comer, Rezar, Amar
  • Como Enlouquecer Seu Chefe
  • Condessa de Sangue
  • Conduta de Risco
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  • Flores de Aço
  • Flores do Outro Mundo
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  • Garota da Vitrine
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  • Goethe
  • Gran Torino
  • Guerra ao Terror
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  • Hair
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  • Henry's Crime
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  • História de Um Casamento
  • Horizonte Profundo
  • Hors de Prix (Amar não tem preço)
  • I Am Mother
  • Inferno na Torre
  • Invasores
  • Irmão Sol Irmã Lua
  • Jamón, Jamón
  • Janela Indiscreta
  • Jesus Cristo Superstar
  • Jogo Limpo
  • Jogos Patrióticos
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  • La Piel que Habito
  • Ladrões de Bicicleta
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  • Las 13 Rosas
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  • Lavanderia
  • Le Divorce (À Francesa)
  • Leningrado
  • Letra e Música
  • Lost Zweig
  • Lucy
  • Mar Adentro
  • Marco Zero
  • Marley e Eu
  • Maudie Sua Vida e Sua Arte
  • Meia Noite em Paris
  • Memórias de uma Gueixa
  • Menina de Ouro
  • Meninos não Choram
  • Milagre em Sta Anna
  • Mistério na Vila
  • Morangos Silvestres
  • Morto ao Chegar
  • Mudo
  • Muito Mais Que Um Crime
  • Negócio de Família
  • Nina
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  • Nossas Noites
  • Nosso Tipo de Mulher
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  • Nove Rainhas
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  • O Americano Tranquilo
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  • O Amor Não Tira Férias
  • O Amor nos Tempos do Cólera
  • O Amor Pede Passagem
  • O Artista
  • O Caçador de Pipas
  • O Céu que nos Protege
  • O Círculo
  • O Circulo Vermelho
  • O Clã das Adagas Voadoras
  • O Concerto
  • O Contador
  • O Contador de Histórias
  • O Corte
  • O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante
  • O Curioso Caso de Benjamin Button
  • O Destino Bate a Sua Porta
  • O Dia em que A Terra Parou
  • O Diabo de Cada Dia
  • O Dilema das Redes
  • O Dossiê de Odessa
  • O Escritor Fantasma
  • O Fabuloso Destino de Amelie Poulan
  • O Feitiço da Lua
  • O Fim da Escuridão
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  • O Gangster
  • O Gladiador
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