A guerra contra o "mecanismo" é ainda maior, é política e cultural.
Porque o "mecanismo" resiste? Porque errou na sua percepção e análise da estrutura da experiência da vida do brasileiro, foi parcialmente derrotado durante a campanha eleitoral de 2018 e continua patinando no problema de uma leitura histórica tosca, anacrônica, sem obter (suas) respostas. Arrastam-se numa crise interna cometendo absurdos que chega ao caricato da hipocrisia, dissonância cognitiva, da burrice seletiva pelo autoritarismo, atavismo ideológico, que parece reforçado durante essa pandemia. Insistem no erro de avaliação e na prática de seu plano, se é que existe algum, ao querer criar um "terceiro turno" orquestrado em narrativas geradoras de golpe, sem exército ou apoio popular, na gana de retirar, impedir, um presidente eleito democraticamente por 57 milhões de brasileiros.
O "mecanismo" é o que considero a reunião de todos que atuam e buscam a manutenção da política de coalização, da convivência com a corrupção, do aparelhamento partidário das instituições, do Estado protetor e dominado por um estamento burocrático composto de uma casta de privilegiados, funcionários públicos regiamente remunerados, gestores políticos agarrados aos costumes da "boquinha", da capilar propina, do fisiologismo e do nepotismo. Esses soberbos da impunidade, viventes com o aval e suporte de prestigiada banda intelectual de certa matiz ideológica (universidades e imprensa), artistas aquinhoados pelos afagos do capital progressista, uma elite forjada nessa orquestração irresponsável, inescrupulosa, manipuladora de direitos fundamentais e princípios constitucionais.
Esses parasitas de benesses que privilegiam os seus iguais numa simbiose de usos e costumes caóticos, errática, suicida, que perderam muito, já não garantem aos seus apadrinhados, apoiadores, as fontes e o enriquecimento espúrio à custa do cidadão, dos que trabalham e pagam impostos. Esses parasitas, uma elite sem ética, de propósitos egoístas, se encontraram fora da realidade. Caiu-lhe da boca o fruto de um grande esquema predador e de exploração por desvios da função primordial do dinheiro público: atender as necessidades, a segurança e liberdade da população.
Esse era e ainda é o mecanismo do golpe, uma onerosa organização criminosa, protegida por uma casta de corruptos, uma gangue de resistentes à democracia, uma panelinha de ativistas do judiciário e os epífitas do legislativo, parasitas fixos a ação predatória em todos os níveis das instituições por décadas.
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