A “sinistrose” vermelha
Post em Facebook, 17/06/2019.
Li o livro do Padura bem antes do texto “Vermelhos” da Fernanda Torres ser escrito, e o que me abre os olhos é a certeza dela quanto a ter se servido de antídoto à sinistrose, após ter lido o “Homem que amava os cachorros”.
Ao que parece, o seu espanto de um retorno do que já julgava sepultado é uma afirmação abstrusa do mesmo não-pensar que a esquerda continua a querer empurrar numa narrativa descabida da volta de um “fascismo”, reinante ou possivelmente “eleito”, e o “enfraquecimento da arte como agente transformador”; como fechar os olhos ao que estamos vendo ser produto de mercado ao longo da última década e meia de governos, de esquerda, populistas? Ledo engano de uma leitora devoradora de tudo, no entanto, sem uma digestão saudável da boa literatura.
Não Fernandinha, Padura não conseguiu fazer-lhe criar empatia com o que a população e as pessoas que se esforçam para tirar o Brasil do que a turma do butim e autoritária com o pensamento único nos infringiu. Ainda falta muito para escaparmos da “sombra que pariu” tanto Ramon Mercader quanto Stálin, e porque não dizer Gramsci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário