quinta-feira, outubro 07, 2010

rico como él

Mario Vargas Llosa, Premio Nobel de Literatura 2010

El Premio Nobel de Literatura a Mario Vargas Llosa es tan merecido que casi resulta inesperado: parafraseando a Borges, daba la sensación de que no concederle el galardón era una vieja tradición escandinava. Muy pocos novelistas han construido un universo narrativo tan poderoso y rico como él, y la cantidad de libros admirables que ha escrito produce algo parecido al vértigo.
Ha sabido conjugar una concepción atrevida y experimental de la novela, que bebe de Faulkner y Joyce (y Flaubert, a quien dedicó el ensayo La orgía perpetua), con una pulsión narrativa apabullante -en la que son esenciales los maestros de la novela del XIX, pero también la tradición del folletín- y una confianza en la capacidad de la ficción para construir un mundo y retratar la complejidad del ser humano. La cita de Balzac que encabeza una de sus grandes novelas, Conversación en la Catedral –“la novela es la historia privada de las naciones”- podría ser el epígrafe de muchas de sus obras. Además, ha combinado la defensa de la imaginación –escribiendo sobre la novela de caballerías o comprendiendo como pocos a Emma Bovary- con la práctica de una estética realista que también es una postura moral: no hay explicaciones mágicas, líricas o relativistas para la violencia o el crimen.
Vargas Llosa partió de una idea de la literatura comprometida heredada de Sartre y, aunque con los años se ha alejado de él y se ha aproximado más a los postulados de Camus, siempre ha creído en el poder subversivo de la literatura, en su capacidad para revelar las hipocresías y las injusticias: es un hombre que escribe contra el mal. Muchas de sus obras retratan un mundo primitivo y nos alertan de los peligros de la violencia, del fanatismo y del machismo: es el mundo del Leoncio Prado en La ciudad y los perros; el ambiente que provoca la doble amputación de Cuéllar en Los cachorros; el clima desasosegante e hipócrita de Conversación en la Catedral; la sociedad asfixiada de la República Dominicana en la magistral La fiesta del Chivo; o la brutalidad de Lituma en los Andes. Es un escritor ambicioso y vehemente: después de crear personajes memorables y conquistar territorios literarios -donde se instalarían otros autores y que se convertirían en un lugar inolvidable para miles de lectores- en Perú, ha sabido contar historias de otros países y de otras épocas, desde Francia a Brasil o África, desde Gauguin a Casement. En más de 50 años de carrera, nunca ha dejado de ponerse retos como creador y de asumir compromisos como intelectual, y por eso siempre es emocionante saber que Vargas Llosa prepara una nueva novela. No sólo ha conquistado espacios físicos y ha abordado temas como la libertad, el terrorismo o la dictadura, sino que en su obra también encontramos tonos distintos: el humor es un elemento fundamental de Pantaleón en las visitadoras, ha publicado unas memorias y piezas teatrales, ha revisado a los clásicos, y ha escrito novelas eróticas y policíacas, y un hermoso y ligero relato de amor que recrea un episodio de su propia vida y es al mismo tiempo un homenaje a la pasión por contar historias: La tía Julia y el escribidor.
Otro factor esencial de Vargas Llosa es su labor como crítico. Sus textos sobre Flaubert, Victor Hugo, los ensayos de La verdad de las mentiras o Cartas a un joven novelista nos ayudan a entender mejor su idea de la escritura, son una ventana que nos muestra a otros autores y están llenos de sabias observaciones (por ejemplo, que el narrador es el personaje principal de todas las novelas). Ha sabido reconocer a sus maestros y admirar a sus contemporáneos y a autores más jóvenes que él: José María Arguedas, Juan Carlos Onetti, Jorge Luis Borges o Gabriel García Márquez –sobre el que escribió Historia de un deicidio- son sólo algunos de los que se han beneficiado de la generosa admiración y la inteligencia crítica del mejor novelista de nuestra lengua.
- Daniel Gascón | Letras Libres | Blog de la redación

a energia do Universo

Matéria não existe, tudo é energia

por Leonardo Boff
O título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a teoria da relatividade de Einstein pela qual se afirma ser matéria e energia equivalentes. Matéria é energia altamente condensada que pode ser liberada como o mostrou, lamentavelmente, a bomba atômica. O caminho da ciência percorreu, mais ou menos, o seguinte percurso: da matéria chegou ao átomo, do átomo, às partículas subatômicas, das partículas subatômicas, aos “pacotes de onda” energética, dos pacotes de onda, às supercordas vibratórias, em 11 dimensões ou mais, representadas como música e cor. Assim um elétron vibra mais ou menos quinhentos trilhões de vezes por segundo. Vibração produz som e cor. O universo seria, pois, uma sinfonia de sons e cores. Das supercordas chegou-se, por fim, à energia de fundo, ao vácuo quântico.
Neste contexto, sempre lembro uma frase dita por W. Heisenberg, um dos pais da mecânica quântica, num semestre que deu na Universidade de Munique em 1968, que me foi dado seguir e que ainda me soa aos ouvidos: “O universo não é feito por coisas, mas por redes de energia vibracional, emergindo de algo ainda mais profundo e sutil”. Portanto, a matéria perdeu seu foco central em favor da energia que se organiza em campos e redes.
Que é esse “algo mais profundo e sutil” de onde tudo emerge? Os físicos quânticos e astrofísicos chamaram de “energia de fundo” ou “vácuo quântico”, expressão inadequada porque diz o contrário do que a palavra “vazio” significa. O vácuo representa a plenitude de todas as possíveis energias e suas eventuais densificações nos seres. Dai se preferir hoje a expressão pregnant void “o vácuo prenhe” ou a ”fonte originária de todo o ser”. Não é algo que possa ser representado nas categorias convencionais de espaço-tempo, pois é algo anterior a tudo o que existe, anterior ao espaço-tempo e às quatro energias fundamentais, a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear fraca e forte.
Astrofísicos imaginam-no como uma espécie de vasto oceano, sem margens, ilimitado, inefável, indescritível e misterioso no qual, como num útero infinito, estão hospedadas todas as possibilidades e virtualidades de ser. De lá emergiu, sem que possamos saber porquê e como, aquele pontozinho extremamente prenhe de energia, inimaginavelmente quente que depois explodiu (big bang) dando origem ao nosso universo. Nada impede que daquela energia de fundo tenham surgido outros pontos, gestando também outras singularidades e outros universos paralelos ou em outra dimensão.
Com o surgimento do universo, irrompeu simultaneamente o espaço-tempo. O tempo é o movimento da flutuação das energias e da expansão da matéria. O espaço não é o vazio estático dentro do qual tudo acontece, mas aquele processo continuamente aberto que permite as redes de energia e os seres se manifestarem. A estabilidade da matéria pressupõe a presença de uma poderosíssima energia subjacente que a mantém neste estado. Na verdade, nós percebemos a matéria como algo sólido porque as vibrações da energia são tão rápidas que não alcançamos percebê-las com os sentidos corporais. Mas para isso nos ajuda a física quântica, exatamente porque se ocupa das partículas e das redes de energia, que nos rasgam esta visão diferente da realidade.
A energia é e está em tudo. Sem energia nada poderia subsistir. Como seres conscientes e espirituais, somos uma realização complexíssima, sutil e extremamente interativa de energia.
Que é essa energia de fundo que se manifesta sob tantas formas? Não há nenhuma teoria científica que a defina. De mais a mais, precisamos da energia para definir a energia. Não há como escapar desta redundância, notada já por Max Planck.
Esta Energia talvez constitua a melhor metáfora daquilo que significa Deus, cujos nomes variam, mas que sinalizam sempre a mesma Energia subjacente. Já o Tao Te Ching (§4) dizia o mesmo do Tao: “o Tao é um vazio em turbilhão, sempre em ação e inexaurível. É um abismo insondável, origem de todas as coisas e unifica o mundo”.
A singularidade do ser humano é poder entrar em contacto consciente com esta Energia. Ele pode invocá-la, acolhê-la e percebê-la na forma de vida, de irradiação e de entusiasmo.

segunda-feira, outubro 04, 2010

eleições Brasil

Balanço inicial do primeiro turno
por Emir Sader
A esquerda teve o melhor resultado eleitoral de sua história: Dilma em primeiro lugar, governadores no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco, no Ceará, no Espírito Santo, Sergipe, Acre, boas possibilidades no Distrito Federal, possibilidades ainda no Pará, limpa impressionante e renovação com grande bancada no Senado, maiores aumentos nas bancadas parlamentares na Câmara.
A frustração veio da expectativa criada pelas pesquisas de uma eventual vitória no primeiro turno para presidente. Uma análise mais precisa é necessária, a começar pelo altíssimo numero de abstenções e também dos votos nulos e brancos que, somados, superam um quarto do eleitorado.
Mas também dos efeitos das campanhas de difamação – sobre o aborto, luta contra a ditadura, etc., assim como o efeito que o caso da Erenice efetivamente teve para diminuir o resultado final da Dilma.
A votação da Marina certamente influenciou. A leitura desse eleitorado é complexa, nem de longe se trata de onda ecológica no Brasil – as outras votações dos verdes foram inexpressivas. Juntaram-se varias coisas, desde votos verdes, esquerda light, até votos anti-Dilma, votos desencantados com o Serra, entre outros. Mas o montante alto requer uma análise mais precisa.
Para o segundo turno contam esses votos: mais da metade concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do DF, onde ela ficou em primeiro lugar. Qualquer que seja a decisão de apoio no segundo turno – a convocação de assembléias para definir deve confirmar a tendência a abstenção, tornando mais difícil a operação política da direção de apoiar Serra -, esse eleitorado se orientará, em grande medida, não pela decisão partidária, ficando disponível para os outros candidatos. Em 2006, nem o PSol conseguiu que seus votos deixassem de ir para outros candidatos, desobedecendo a orientação do voto em branco.
É uma ilusão considerar que o segundo turno é outra eleição. É a continuação do primeiro, em novas condições – de bipolarização. A campanha deve ser dirigida diretamente por Lula, deve ser centrada na comparação dos governos do FHC e do Lula, deve ter uma estratégia específica para o eleitorado da Marina e deve multiplicar os comícios e outros atos de massa – um diferencial importante entre as duas candidaturas.
Em 2006 o segundo turno foi muito importante para dar um caráter mais definido à polarização com os tucanos, o mesmo deve se dar agora. Que ele multiplique a votação e a mobilização, para tornar mais forte ainda a vitória da Dilma. Ela é favorita, mas devemos precaver-nos das manobras dos adversários, do uso da imprensa, das campanhas difamatórias.
Pode ser um segundo turno de polarização mais clara também, porque os debates diluíam os temas, na medida em que havia um coro de 3 candidatos colocando ênfase nas denúncias. Não soubemos colocar como agenda central o fato de que o Brasil se tornou menos injusto, menos desigual, com Lula, e que esse é o caminho central a seguir.
Outros temas do primeiro turno abordaremos em outros artigos. Este é para abrir a discussão com todos.
Emir Sader é sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP - Universidade de São Paulo.
Fonte: Carta Maior, Blog do Emir, 04/10/2010 

a regra do jogo hoje

Não aos idiots savants

por Luiz Gonzaga Belluzzo
Temos de superar o velho desenvolvimento que admitia o avanço social como consequência natural do crescimento econômico
Em 2003, todos auguravam um desastre para a economia brasileira, mas o que se observou foi a progressiva aceleração do crescimento do PIB num ambiente de baixa inflação. À sombra de uma política monetária bastante conservadora, o País executou uma política fiscal prudente e uma estratégia de acumulação de reservas, construindo defesas sólidas para prevenir os efeitos da crise. Isto foi proporcionado, já dissemos, por uma conjuntura internacional excepcionalmente favorável.
Nesse ambiente benfazejo, a política monetária do governo Lula manteve a taxa de juros e o câmbio fora do lugar. Criou-se uma situação do tipo “há bens que vêm para o mal”, ou seja, o câmbio valorizado era compensado pelos preços generosos formados num mercado mundial superaquecido e especulado.
Nessas condições, seria não só desejável, mas obrigatório, buscar uma combinação câmbio-juro real mais estimulante para a substituição de importações, o avanço das exportações nos segmentos de maior intensidade tecnológica e para o investimento em novos setores, mais dinâmicos.
O crescimento da indústria é almejado porque impõe a diversificação produtiva e torna mais densas as relações intrassetoriais e intersetoriais, proporcionando, ao mesmo tempo, ganhos no comércio exterior e na economia doméstica.  Esta façanha exige a elevação da taxa de investimento da economia dos atuais 20% para 25% do PIB. Mas isto não vai cair do céu.
Em vez de papagaiadas ideológicas, o pragmatismo chinês tratou de compreender a natureza das forças que movem hoje as transformações do capitalismo. Sabem, ademais, que vivem em um mundo em que prevalece a assimetria de poder, não só político, mas econômico. A liberdade de gestão monetária capaz de promover a estabilidade do câmbio e dos juros depende, numa economia emergente de alto crescimento, da acumulação de reservas. Por sua vez, a acumulação de reservas, sem danos fiscais, só pode ocorrer com taxas de juro baixas. Esta é a regra do jogo hoje.
Em 2008, o Brasil sofreu uma crise de confiança que se manifestou no encolhimento da liquidez no mercado interbancário e travou o crédito para empresas e consumidores. Isso impactou rapidamente o setor privado, que cortou drasticamente a produção corrente e, sobretudo, reduziu os gastos de investimento.
Não há dúvida de que o Brasil foi beneficiado pelo comportamento dos commodities, cujos preços não sofreram perdas consideráveis, como em outras ocasiões. O Brasil desvencilhou-se da crise porque o governo estava preparado e adotou as medidas anticíclicas corretas quando sobreveio a tormenta. O governo brasileiro reagiu com competência ao impacto da crise de 2007-2008. A ação das autoridades e dos bancos públicos foi decisiva para reabilitar o crédito, sobretudo mediante a compra de carteiras das instituições de porte médio e da ação tempestiva do BNDES na sustentação do crescimento do funding de longo prazo.
Mas essa foi uma ação conjuntural. Quais são os trabalhos a longo prazo? O Brasil sofreu perdas na composição de muitas cadeias industriais, como eletroeletrônica, bens de capital e farmacêutica. Os otimistas argumentam que, ainda assim, o País preservou uma fração importante do aparato industrial e, sobretudo, valeu-se do dinamismo do agronegócio, que respondeu muito rapidamente às transformações ocorridas na divisão internacional do trabalho. A ascensão econômica da China e dos asiáticos em geral, com dotações de recursos naturais diferentes da nossa, mudou a configuração do comércio internacional.
A despeito dos benefícios, a nossa relação com a China, a exemplo, começou a ficar assimétrica: tornamo-nos fornecedores de commodities, dada a nossa grande e diversificada disponibilidade de recursos naturais, e começamos a perder espaç-o na esfera industrial, perder participação nos terceiros mercados, permitindo, ademais, um crescimento das importações que denotam a substituição perigosa da produção doméstica.
Está na hora de estabelecer critérios nas negociações que reequilibrem essa relação, pois não é possível um país de 200 milhões de habitantes sofrer uma perda industrial por conta de uma integração produtiva e comercial imprópria.
Alguém me perguntou outro dia o que o Brasil pretende do seu desenvolvimento. Vou falar, em primeiro lugar, da infraestrutura. Estamos diante de um binômio transporte-energia que não utiliza racionalmente nossa constelação de recursos e a distribuição espacial das atividades, cada vez mais descentralizada. O modelo da “automobilização” não tem futuro – nem mesmo com o carro elétrico –, porque sua reprodução tornará ainda mais dolorosa a vida urbana. O modelo também é inviável para o transporte de longa distância.
Mais importante do que a infraestrutura é definir o destino que pretendemos dar ao sistema educacional brasileiro, ao caminho que oferecemos aos cidadãos, do ensino básico ao superior. Não se trata apenas de abastecer adequadamente o mercado de trabalho. É importante, sim, formar mais técnicos e engenheiros, carreiras desestimuladas pelo baixo crescimento das últimas décadas. Mas, antes de tudo, é preciso conter a degradação que está ocorrendo em todos os níveis da educação no Brasil: a especialização precoce, em detrimento da formação cultural mais ampla e mais sólida, capaz de permitir a autonomia e a fruição da liberdade pelo cidadão. Pois não se forma um bom engenheiro se o profissional não tem noção do País onde vive, do mundo onde sobrevive.
Na verdade, está-se produzindo hoje, desculpem a expressão, uma geração de idiots savants, que se especializam no seu ramo de atividade e não tem a menor noção do mundo onde vivem. Comentei numa entrevista: basta acompanhar o que você lê na internet. É assustador. Isso demanda maior empenho, sobretudo das camadas “esclarecidas” da sociedade civil, na construção de uma política cultural compatível com a democracia de massas.
Assim, a infraestrutura, a educação formal e a política cultural são as três questões fundamentais. Temos de superar o velho desenvolvimentismo que admitia o avanço social e cultural como consequência natural do desenvolvimento econômico e nos perguntar: que sociedade desejamos? Os grandes autores perscrutaram  a história para responder a questão: o que somos nós, os brasileiros? É hora de perguntar: que sociedade queremos?
Quando me refiro a uma política cultural, estou falando de uma integração do indivíduo, dos grupos sociais ao mundo contemporâneo; saber, afinal de contas, quais são os valores que queremos preservar. Imagino que sejam os mesmos que a modernidade colocou como um desafio para a nossa ação política: a liberdade, a igualdade e a compreensão.
O que estamos assistindo, hoje, desgraçadamente, no mundo inteiro e acho que no Brasil com mais intensidade, é um processo de obscurecimento, e nesse particular tem enorme importância o que queremos dos meios de comunicação de massa. Hoje em dia você tem um grande debate travado em torno da liberdade de expressão. A mídia, a grande mídia, sob a consigna da liberdade de expressão trata de impedir que se desenvolva o verdadeiro debate sobre o Brasil ou sobre os temas que afligem a humanidade. Contra esse controle, temos de lutar pela diversidade. Promover a diversidade é uma obrigação das políticas públicas: não deixar que o poder da informação, concentrado em poucas empresas, se transforme em censura da opinião alheia. Porque a internet ainda é uma caixa de ressonância da grande imprensa: os blogs e quejandos, em sua maioria, reproduzem o que a grande imprensa diz, na forma e no conteúdo, porque estão com a consciência crítica danificada.
O projeto da liberdade não pode, como dizia Adorno, se separar da questão da compreensão, do entendimento, da crítica e da capacidade de se formular projetos. E isso está bloqueado hoje, no Brasil, por conta da banalização da vida e da celebração das celebridades. Tudo está sendo feito para que a sociedade se transforme em uma massa amorfa que não tem papel nenhum a desempenhar na projeção de seu próprio destino.
Luiz Gonzaga Belluzzo é economista e professor, consultor editorial de CartaCapital.
Fonte: Carta Capital, Economia, 19 de julho de 2010 às 16:15h

água: elemento essencial

Águas, pra que te quero?
por Herton Escobar
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Um estudo publicado ontem na revista Nature faz um diagnóstico científico do “estado de saúde” dos rios do nosso planeta. A água é o elemento mais essencial à vida. E apesar de 70% da superfície da Terra ser coberta por esse líquido, só 3% da água do planeta é doce (do tipo que nós gostamos), e menos de 1% está disponível para consumo humano, correndo pelos rios ou caindo do céu na forma de chuva. O resto é gelo, neve e oceano.
Vale dizer também que 70% do nosso corpo é água. Isso mesmo… água! Simples assim. Ela está no seu sangue e dentro de cada uma das suas células. É por isso que as múmias são sempre todas magrinhas e ressecadas… Se você passasse seu corpo por um moedor de cana, 70% do que sairia do outro lado seria caldo e 30%, bagaço. (Perdão pela analogia macabra, mas me pareceu bastante ilustrativa.) Basicamente, você é um saco de água ambulante. Imagine só!
Dito isso, o diagnóstico da Nature nos diz que a maioria dos rios da Terra está em péssimas condições. E que, consequentemente, 80% das pessoas no mundo vivem em situação de “risco hídrico”… ou porque não têm água suficiente para consumo, ou porque a água está tão poluída que acaba trazendo mais doença do que saúde.
Os autores principais do estudo são de Nova York, e isso me fez lembrar de um exemplo fantástico de boa gestão (e bom senso) de recursos hídricos, made in USA.
Acredite se quiser, mas Nova York não tem uma única estação de tratamento de água. Zero. A água que sai das torneiras para abastecer seus 8,2 milhões de habitantes vem direto da natureza, escoada por tubulações que descem das montanhas Catskills, 200 quilômetros ao norte da cidade, sem necessidade de tratamento. Recebe apenas uma injeção de cloro, para cumprir a legislação, e uma pitada de flúor, para fortalecer os dentes. Nada mais.
Nos restaurantes de lá, quando o cliente pede água, é comum o garçom perguntar: “Bottle or tap?”, garrafa ou torneira? A qualidade é a mesma; só muda o preço. A da torneira é de graça, claro. Na cidade ícone do capitalismo mundial, água limpa ainda é o bem de consumo mais precioso de qualquer cardápio.
A receita secreta da Big Apple, que metrópoles no mundo inteiro tentam copiar, é a conservação. Na década de 90, quando a economia regional melhorou e o crescimento populacional começou a ameaçar o abastecimento de água da cidade, Nova York se viu diante de duas opções: construir estações de tratamento ou proteger suas represas da poluição. Fez as contas e optou pela segunda. Comprou terras no entorno dos reservatórios e passou a financiar programas de boas práticas agrícolas na zona de influência do manancial.
Se você já ouviu falar de “pagamento por serviços ambientais”, mas não sabe exatamente o que significa, o conceito é exatamente esse: em vez de pagar uma empresa para despoluir a água, a cidade paga a natureza para mantê-la limpa. Ou melhor: compra terras e paga aos proprietários que vivem em torno dela para não poluí-la. E assim a natureza continua fazendo o que sempre fez de graça: captar a água da chuva, filtrá-la no subsolo e jogá-la de volta na superfície, limpinha e cristalina para nós.
“Preferimos manter nossa água limpa em vez de limpá-la”, disse-me Kathryn Garcia, então diretora de Projetos Estratégicos do Departamento de Proteção Ambiental da prefeitura de Nova York, quando estive lá para fazer uma reportagem sobre isso dois anos atrás. A opção não poderia ter sido mais acertada.
As águas dos Rios Hudson e East, que cortam a cidade, também são exemplo de qualidade. Não são potáveis, mas são limpas o suficiente para se navegar e até nadar nelas. Nova York trata 100% do seu esgoto antes de lança-lo nos rios, comparado a 66% da cidade de São Paulo e 37%, da região metropolitana.
Aí não tem preservação que dê conta.

Fonte: Estadão, 01/10/2010

cobertura florestal em Belém

Desmatamento: A Belém Continental tem menos de 15% da sua cobertura florestal original

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Região com mais de 1,8 milhões de habitantes, a Área Metropolitana de Belém (AMB), no Pará, foi tema de estudo desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) sobre fragmentos florestais urbanos que são áreas com vegetação isoladas por atividades humanas, tais como desmatamento, estradas e cidades provocando a redução da riqueza de animais e plantas. A pesquisa analisou os fragmentos contidos no município de Belém.
Intitulado A importância dos fragmentos urbanos para a conservação da flora e fauna da grande Belém no Estado do Pará, o estudo foi desenvolvido pela bolsista de iniciação científica Surama Hanna Muñoz, sob a orientação do pesquisador da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do MPEG, Leandro Valle Ferreira.
Os resultados do estudo revelaram que a proporção do desflorestamento dos municípios que compõem a Grande Belém varia de 51% em Belém a 67.2% em Benevides. Todos os municípios têm elevado grau de uso e ocupação, que segundo a pesquisa é resultado da falta de planejamento urbano e rural ao longo do tempo.
A proporção do desflorestamento no município de Belém é de 51%. Contudo, a distribuição desse desflorestamento é muito diferente entre as porções continentais e as ilhas que compõem o município.
Ao analisar separadamente a Belém continental e as ilhas a pesquisa constatou-se que o desflorestamento na Belém continental é de 87,5%, enquanto na parte insular do município o desflorestamento corresponde a 32,6%.
“Isto tem implicações importantes para a conservação da biodiversidade, pois as ilhas são os últimos fragmentos de vegetação primária no município que ainda podem ser protegidos”, diz Ferreira. Algumas dessas ilhas foram recomendadas pelo Museu Goeldi no Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Leste e Calha Norte do Pará como novas unidades de conservação.
Fragmentos florestais continentais
Na pesquisa foram classificados 154 fragmentos florestais urbanos na área metropolitana de Belém, com tamanhos variando de 1 a 393 hectares.
A Área Metropolitana de Belém tem, hoje, quatro parques urbanos dos quais o maior é o Parque Ambiental de Belém também conhecido como Utinga e localizado no bairro de mesmo nome, com cerca de 1.200 hectares; e o menor é o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi localizado no bairro de São Brás com pouco mais de cinco hectares.
De acordo com a pesquisa, o Parque do Museu Goeldi e o Bosque Rodrigues Alves são os que se encontram na pior situação, uma vez que têm pequenos tamanhos e alto grau de isolamento. O Parque do Museu Goeldi é o fragmento florestal mais isolado da área metropolitana de Belém; o fragmento mais próximo dele, o Bosque Rodrigues Alves, está a mais de 2 km de distância.
Já o Bosque Rodrigues Alves tem só 15 hectares, mas se for considerado o efeito de borda (alteração na estrutura da floresta na parte marginal de um fragmento) de 60 metros, sua área nuclear, aquela com condições de manter as populações de plantas e animais está reduzida para sete hectares, uma perda de mais de 50%.
Esta situação é semelhante no Parque Ecológico de Belém, próximo a Avenida Julio César, via de acesso ao aeroporto da cidade, que tem 212 hectares. Nesse caso, descontado o efeito de borda, sua área fica reduzida para cerca de 160 hectares, o que corresponde a uma perda de 24%. Apesar disso, o Parque Ecológico de Belém ainda é um fragmento florestal urbano importante para a conservação da flora e fauna da área metropolitana de Belém.
O Parque Ambiental, também conhecido como do Utinga, é o que tem as melhores condições em relação ao conjunto de tamanho, forma e grau de isolamento dos fragmentos florestais. Está localizado na região metropolitana sudoeste de Belém e contêm os melhores fragmentos florestais urbanos, sendo os mais indicados para a soltura de animais e também para a manutenção da flora e fauna da região.
A pesquisa considera que os fragmentos florestais na ÁMB são poucos, pequenos e isolados e que existem diferenças significativas na distribuição destes fragmentos florestais entre as regiões dos municípios, sendo as regiões centrais e sudeste do município de Belém, as que apresentam os piores fragmentos em relação ao tamanho, isolamento e efeito de borda. Já a região sudoeste, às proximidades do rio Guamá é a que apresenta os melhores fragmentos florestais, propícios para a soltura e manutenção de animais silvestres.
A ÁMB contêm consideráveis frações da biodiversidade. Os fragmentos florestais podem ser considerados como “ilhas de biodiversidade”, pois são os únicos lugares onde ainda se podem conseguir informações biológicas necessárias para a restauração da paisagem fragmentada e a conservação de ecossistemas ameaçados na região.
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Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia, publicado no EcoDebate, 04/10/2010

sábado, outubro 02, 2010

ação contínua

Sobre os intelectuais

por Antonio Ozaí da Silva
Desde a antiguidade que os intelectuais se colocam a soldo dos governantes e colaboram para a conservação do poder e do status quo.[1] Por outro lado, sempre existiram os contestadores da ordem e do poder político vigente, os inconformistas e instabilizadores; os que construíram novas ordens e produziram novos contestadores e defensores da ordem instituída.
O intelectual deve tomar partido diante dos dilemas do seu tempo? Deve engajar-se na política ou abster-se de participar do poder? Deve assumir o papel de conselheiro do príncipe? Qual o seu compromisso social?
Sartre, modelo de intelectual engajado, celebrizou este debate ao defender que o intelectual-escritor não é neutro diante da realidade histórica e social. “O escritor “engajado” sabe que a palavra é ação: sabe que desvendar é mudar e que não se pode desvendar senão tencionando mudar”, afirma.[2] No contexto capitalista é impossível manter a imparcialidade diante da condição humana. Para ele, “a função do escritor é fazer com que ninguém possa ignorar o mundo e considerar-se inocente diante dele”.[3]
O intelectual, porém, tende a separar a palavra do mundo, o conceito da realidade. As palavras dissociam-se da vida real, das contradições, sofrimentos e esperanças dos que vivem o mundo. Como assinalou Paulo Freire: “Em última análise, tornamo-nos excelentes especialistas, num jogo intelectual muito interessante – o jogo dos conceitos! É um “balé de conceitos”.[4]
Não se trata apenas de refletir sobre o mundo, de desvendá-lo aos olhos dos incrédulos, mas de arrancá-los da consciência feliz, isto é, da sua ignorância perante o mundo e a condição humana neste, tencionando-os para transformá-lo. Se a palavra é ação, esta não é contemplação: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”.[5] A discussão sobre a relação teoria e prática, contemplação e transformação, permanece atual.
Sartre observa que o intelectual moderno é um homem-contradição, um ser dividido entre a ideologia particularista (fatores econômicos, sociais e culturais que condicionam sua vida) e o universalismo (exigência intrínseca da sua atitude como técnico e pesquisador). “Um físico que se dedica a construir a bomba atômica é um cientista. Um físico que contesta a construção desta bomba é um intelectual”.[6] Eis o paradoxo do intelectual moderno na acepção sartreana.
O especialista não questiona as condições em que se dá a pesquisa, o resultado ou o uso que se faz dela. Mas é precisamente no momento em que o pesquisador “se mete no que não é da sua conta e que pretende contestar o conjunto das verdades recebidas, e das condutas que nelas se inspiram em nome de uma concepção global do homem e da sociedade” que ele se torna um intelectual. [7]
Tocqueville, no século XIX, censurou os intelectuais, os quais teriam desempenhado um papel negativo na Revolução Francesa.[8] Em contraposição, Sartre argumenta que os filósofos iluministas tiveram a missão de desenvolver os pressupostos teóricos que legitimaram a ideologia burguesa, a qual se tornou universal e hegemônica. Os filósofos eram intelectuais orgânicos, no sentido gramsciano.[9]
Se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, o ideal iluminista nos fez à imagem e semelhança do homem burguês. Os intelectuais modernos, técnicos do saber prático, encontram-se presos às amarras do humanismo universalista burguês e às contradições do seu ser social, enquanto membros de uma categoria social vinculada à ideologia dominante. Então, coloca-se a necessidade de construção de um novo humanismo, outra universalidade. Esta é, na acepção sartreana, a tarefa histórica dos intelectuais.

[1] “Embora com nomes diversos, os intelectuais sempre existiram, pois sempre existiu em todas as sociedades, ao lado do poder econômico e do poder político, o poder ideológico, que se exerce não sobre os corpos como o poder político, jamais separado do poder militar, não sobre a posse de bens intelectuais, dos quais se necessita para viver e sobreviver, como o poder econômico, mas sobre as mentes pela produção e transmissão de idéias, de símbolos, de visões, de ensinamentos práticos, mediante o uso da palavra (o poder ideológico é extremamente dependente da natureza do homem como animal falante)”. Ver: BOBBIO, Norberto. Os intelectuais e o poder: dúvidas e opções dos homens de cultura na sociedade contemporânea. São Paulo: Editora UNESP, 1997, p.11.
[2] SARTRE, Jean-Paul. Que é Literatura. São Paulo: Ática, 1993, p.20.
[3] Idem, p.21.
[4] FREIRE, Paulo; SCHOR, Ira. Medo e ousadia – O cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p. 131.
[5] MARX, Karl. Teses Sobre Feuerbach. In: Marx & Engels, Obras Escolhidas, v. I. Lisboa: Edições “Avante”; Moscou: Edições Progresso, 1982, p. 03.
[6] SARTRE, Jean-Paul. Em defesa dos intelectuais. São Paulo: Ática, 1994, p. 08.
[7] Idem, p. 14-15.
[8] Tocqueville, observa o Prof. Zevedei Barbu na apresentação de O Antigo Regime e a Revolução, definiu os intelectuais de sua época como “penseurs de cabinet”, isto é, críticos da sociedade tradicional, mas cuja alternativa se limitava a sonhos e fantasias. “Na visão de Tocqueville, o pecado capital cometido por essa intelligentsia foi o de pensar e escrever a respeito de uma nova sociedade sem possuir qualquer experiência em assuntos públicos. Assim, aintelligentsia constituía um protótipo de marginalidade, ficando sempre suspensa entre a sociedade real, que ela rejeitava, e a sociedade de seus sonhos, que era irrealizável”, comenta. (Ver: TOCQUEVILLE, Alex de. O Antigo Regime e a Revolução. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982, p.16).
[9] Segundo GRAMSCI: “Cada grupo social, nascendo no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica, cria para si, ao mesmo tempo e de um modo orgânico, uma ou mais camadas de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não apenas no campo econômico, mas também no social e no político: o empresário capitalista cria consigo o técnico da indústria, o cientista da economia política, o organizador de uma nova cultura, de um novo direito, etc., etc.” (In: GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a Organização da Cultura. São Paulo, Círculo do Livro, s. d., p. 7).

Fonte: Blog do Ozaí, 25/09/2010

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